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FERIDAS E CURATIVOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA 03

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PROGRAMA 
DE EDUCAÇÃO 
PERMANENTE 
EM SAÚDE 
DA FAMÍLIA
UNIDADE 3
Cuidados 
preventivos e 
multiprofissionais 
na abordagem das 
feridas na APS
 
Feridas e 
Curativos na 
Atenção Primária 
à Saúde
Luciane Paula Batista 
Araújo de Oliveira
2
Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
Cuidados preventivos e multiprofissionais 
na abordagem das feridas na APS
Caros alunos, nesta unidade, iremos conhecer acerca dos cuidados preventivos e multipro-
fissionais na abordagem das feridas na APS. Serão abordados o cuidado ao usuário com 
lesões e as atribuições dos profissionais da APS, além da abordagem ao usuário com lesões 
nos membros inferiores.
Aula 1: O cuidado ao usuário com lesões 
e as atribuições dos profissionais da APS 
Vamos começar esta terceira unidade com a Aula 1 sobre o cuidado ao usuário com lesões 
e as atribuições dos profissionais da APS. Sobre isso, você já se perguntou se existe um pro-
cedimento ideal de tratar as lesões? 
O cuidado às pessoas com lesões tradicionalmente vem sendo desenvolvido pelos pro-
fissionais de Enfermagem, no entanto, nos últimos anos, tem se percebido que cuidados 
multiprofissionais também são importantes para prevenir e tratar esse agravo, tendo em 
vista que existem inúmeros aspectos a serem abordados, entre os quais podemos citar, 
resumidamente: a avaliação da lesão; a prescrição e implementação do tratamento tópico 
(enfermeiros); uma terapia nutricional favorável. 
As recomendações para a prevenção de lesões por pressão, por exemplo, devem ser apli-
cadas a todos os indivíduos vulneráveis independente de sua idade. Todos os profissionais 
de saúde envolvidos no cuidado de pessoas vulneráveis a desenvolver lesões por pressão 
devem realizar seus cuidados, seja no âmbito domiciliar, ambulatorial, seja no hospitalar 
(BRASIL, 2013). 
De modo geral, os procedimentos realizados em unidades básicas/Saúde da Família devem 
ser feitos com base em protocolos, considerando sempre a capacidade técnica dos profis-
sionais, bem como os materiais, insumos e medicamentos mais adequados e disponíveis 
para o atendimento. Os protocolos podem contribuir para a definição de prioridades e exe-
cução ou não desses procedimentos, sendo que se recomenda aos municípios que estes 
sejam elaborados sob a ótica multiprofissional, legitimando a inserção de todos os profis-
sionais (BRASIL, 2011b).
A seguir, apresentaremos algumas considerações expressas em um protocolo municipal 
para o tratamento de feridas na atenção básica que, entre outros aspectos, aborda as atri-
buições de cada profissional nesse cuidado descritas (FLORIANÓPOLIS, 2007). 
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Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
Atribuições Profissional responsável
• Realizar consulta de enfermagem e visita domiciliar ao usuário 
portador de feridas Enfermeiro 
• Avaliar clinicamente o usuário e definir a etiologia da ferida Médico
• Encaminhar o usuário para atendimento especializado ou hospita-
lar em caso de intercorrências
Enfermeiro
Médico
Dentista
• Solicitar, quando necessário, os seguintes exames laboratoriais: 
hemograma completo, albumina sérica, glicemia jejum e cultura do 
exsudato com antibiograma, conforme fluxos na Secretaria Munici-
pal de Saúde (SMS)
Enfermeiro
Médico
• Prescrever, quando indicado, as coberturas, soluções e cremes 
para curativo das feridas
Enfermeiro
Médico
• Executar o curativo Enfermeiro; Médico; Técnico ou 
auxiliar de enfermagem 
• Capacitar e supervisionar a equipe de enfermagem e orientar os 
cuidadores quando esses forem responsáveis pela continuidade do 
cuidado ao portador de feridas
Enfermeiro
• Fazer a previsão dos produtos utilizados para que seja feito o abas-
tecimento e reposição adequados à demanda da UBS Enfermeiro
• Organizar a sala de atendimento, fazendo desinfecção de superfície 
e preparando o material a ser utilizado Técnico ou auxiliar de enfermagem
• Acolher o usuário, acomodando-o em local adequado e posição 
confortável para realização do curativo Técnico ou auxiliar de enfermagem
• Orientar o usuário quanto ao procedimento a ser executado Enfermeiro; Médico; Técnico ou 
auxiliar de enfermagem
• Orientar o usuário quanto ao retorno ao atendimento, cuidados 
específicos e gerais
Enfermeiro; Médico; Técnico ou 
auxiliar de enfermagem
• Registrar o procedimento executado no prontuário, caracterizando 
o aspecto da ferida, queixas e conduta
Enfermeiro; Médico; Técnico ou 
auxiliar de enfermagem
• Acompanhar a evolução do quadro clínico junto ao especialista e à 
equipe de enfermagem do serviço de saúde, programando retorno 
ao serviço quando necessário
Enfermeiro
Médico
• Avaliar clinicamente o usuário e definir a etiologia da ferida quando 
acomete a cavidade oral Dentista
Quadro 1 – Protocolo municipal para o tratamento de feridas na atenção básica
Recentemente, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) publicou a Resolução 
nº 0501/2015 para regulamentar as competências da equipe de enfermagem no cuidado às 
feridas. De acordo com esse documento, as competências gerais do enfermeiro incluem a 
realização de curativos, coordenação e supervisão da equipe de enfermagem na prevenção 
e cuidado às feridas. 
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Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
Também é importante dizer que existe uma especialidade da enfermagem voltada para a 
assistência às pessoas com estomias, fístulas, tubos, cateteres e drenos, feridas agudas e 
crônicas e incontinências anal e urinária, nos seus aspectos preventivos, terapêuticos e de 
reabilitação em busca da melhoria da qualidade de vida, denominada de estomaterapia. 
As competências do estomaterapeuta foram registradas pela Associação Brasileira de 
Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências (SOBEST) e abrangem cuidados relaciona-
dos a cirurgias, traumas, lesões por pressão, úlceras venosas, arteriais, entre outras.
Saiba mais sobre Estomaterapia – Competências do Enfermeiro 
Estomaterapeuta Ti SOBEST ou do Enfermeiro Estomaterapeuta, no 
link: <http://www.sobest.org.br/texto/11>.
Assim, finalizamos a Aula 1 destacando o cuidado ao usuário com lesões. Podemos, inclusi-
ve, lembrar da nossa situação-problema. Na visita domiciliar agendada para a casa de Dona 
Ednelza, serão possíveis duas avaliações de lesões: a da perna de Dorna Ednelza e a possível 
LPP do Sr. Crispiniano. Portanto, os profissionais das equipes de saúde da família precisam 
estar atentos para garantir a integralidade do cuidado.
Aula 2: Abordagem ao usuário 
com lesões nos membros inferiores
Vamos iniciar mais uma aula desta unidade. Agora, vamos aprender mais sobre a aborda-
gem ao usuário com lesões nos membros inferiores.
Vamos relembrar sobre “pé diabético”? Usualmente, utilizamos o termo pé diabético para 
designar a presença de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados 
a anormalidades neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica em pessoas 
com Diabetes Mellitus (DM) (BRASIL, 2016).
A DM causa alterações neurológicas e vasculares em extremidades que implicam em distor-
ções na anatomia e fisiologia normais dos pés. Tais alterações provocam o surgimento dos 
pontos de pressão, enquanto o ressecamento cutâneo prejudica a elasticidade da pele e a 
redução da circulação local dificulta a cicatrização. Essas condições aumentam o risco de 
surgimento de lesão nos pés, podendo evoluir para complicações mais graves, como infec-
ções e amputações (BRASIL, 2016).
De acordo com o Ministério da Saúde, o chamado “pé diabético” pode ser classificado con-
forme a causa base das alterações nos membros inferiores.Veja o infográfico a seguir para 
mais detalhes.
Neuropático
Caracterizado pela presença de sintomas como 
formigamentos e a sensação de queimação (que melhoram 
com o exercício). Por vezes, usuários com essas alterações 
reclamam perder o sapato ou sofrer lesões traumáticas sem 
perceber, produto da diminuição da sensibilidade 
(BRASIL, 2016).
Vascular 
(também chamado isquêmico)
Caracteriza-se tipicamente por história de claudicação 
intermitente e/ou dor à elevação do membro. Ao exame 
físico, pode-se observar rubor postural do pé, palidez 
à elevação do membro inferior; o pé apresenta-se frio, 
podendo haver ausência dos pulsos tibial posterior e pedioso 
dorsal (BRASIL, 2016).
Misto 
(neurovascular ou neuroisquêmico)
Essas úlceras por alterações venosas e arteriais, por isso 
é importante avaliar qual fator predominante em seu 
surgimento, para tratar de forma adequada. Quando o 
componente principal for venoso, o usuário deve usar 
compressão moderada durante o dia. Naquele cujo 
componente principal é arterial, exercícios e curtos períodos 
de elevação dos membros inferiores devem ser estimulados, 
sendo importante também o encaminhamento do usuário a 
um cirurgião vascular (DEALEY, 2008).
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Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
Já Mendonça e Dutra (2014) classificam o pé diabético como isquêmico, neuropático e infec-
cioso, ou seja, acrescentam essa última categoria a qual se caracteriza pela presença de 
eritema, dor, hipersensibilidade e exsudato purulento. Na avaliação das lesões dos 
membros inferiores, é importante considerar os aspectos que foram o acrônimo PEDIS: 
perfusão (Perfusion), extensão ou tamanho da lesão (Extent), profundidade/perda tecidual 
(Depth tissue loss), infecção (Infection) e sensibilidade (Sensation), sugeridos pelo International 
Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF). 
As lesões plantares costumam surgir pela interação de diversos fatores que envolvem alte-
ração na biomecânica, perda ou redução da sensibilidade nos pés, insuficiência arterial, 
tratamento inadequado (IRION, 2012). Assim, a neuropatia que afeta as pessoas com DM 
pode ser sensitivo-motora ou autonômica. A primeira acarreta perda gradual da sensibilida-
de tátil e dolorosa, tornando os pés mais vulneráveis a traumas; a segunda envolve perda 
do tônus vascular, redução da nutrição aos tecidos, anidrose – redução do suor – e assim, 
ressecamento da pele com surgimento de fissuras e surgimento de porta de entrada para 
infecções (CAIAFA et al., 2011). 
Por isso, sempre que você visitar ou atender alguém com diabetes 
é fundamental inspecionar os pés, independente da queixa, bem 
como os calçados utilizados, questionando: Existem alterações nas 
palmilhas? Há presença de secreção? Existem distorções no corpo 
do calçado? Esses são questionamentos importantes a se fazer que 
podem ser indicativos de alterações anatômicas. 
Outro ponto de destaque é a artropatia ou “pé de Charcot”, uma série de alterações estru-
turais e vasculares comumente associadas ao diabetes. Caracteriza-se por osteoartropatia 
múltipla progressiva com luxação articular, fraturas e deformidades. À inspeção, observa-se 
a região plantar convexa e artelhos sem contato com o chão, conforme demonstrado na 
figura a seguir. Essa situação aumenta o risco de ulceração na região plantar, a qual pode 
evoluir para infecção, gangrena e amputação (IRION, 2012). 
Veja na imagem a seguir uma comparação entre a estrutura do pé sem alterações e o “pé 
de Charcot”.
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Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
Pé normal “Pé de Charcot”
Figura 1 - Pé normal e “pé de Charcot”.
Fonte: <https://www.emaze.com/@AWTWWZZC/ 
P%C3%89-DIAB%C3%89TICO>. Acesso em: 18 dez. 2017.
Além das alterações neuropáticas, também é importante que as pessoas com DM busquem 
prevenir doenças cardiovasculares, tendo em vista que se configuram como causa de morte 
em até 80% de diabéticos do tipo 2 (SCHAAN; MANDELLI, 2004).
Uma alteração vascular que acomete quase que exclusivamente os membros inferiores é a 
Doença Arterial Periférica (DAP), termo usado para designar o envolvimento aterosclerótico 
com redução da luz arterial e isquemia tecidual. A DAP pode ser assintomática, apresentar-
-se como claudicação intermitente, dor em repouso e dificuldade de cicatrização tecidual. 
A claudicação intermitente – sintoma mais comum de DAP – é uma alteração na marcha 
caracterizada por dor nas panturrilhas, coxas ou nádegas que ocorrem durante o exercício 
de caminhada e aliviam com o repouso (SCHAAN; MANDELLI, 2004). 
A associação entre neuropatia e ulceração dos pés aumenta o risco de gangrena e ampu-
tação de membros inferiores nesses pacientes (SCHAAN; MANDELLI, 2004). Considerando 
a presença ou não de neuropatia, DAP e história de outras feridas, os usuários acometidos 
por alterações nos membros inferiores podem ser classificados conforme quadro a seguir:
Categoria de risco Situação Clínica
Grau 0 Neuropatia ausente.
Grau 1 Neuropatia presente com ou sem deformidades (dedos em garra, dedos em 
martelo, proeminências em antepé, Charcot).
Grau 2 Doença arterial periférica com ou sem neuropatia presente.
Grau 3 História de úlcera e/ou amputação.
Quadro 2 – Classificação de risco do Pé Diabético. 
Fonte: Brasil (2016, p. 23).
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Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
Assim, a estratificação do risco, a avaliação periódica do Pé Diabético, orientações para o 
autocuidado e o manejo de condições menores associadas a risco de complicações – mico-
ses interdigitais, calosidades, unha encravada, infecções leves e moderadas, manejo da 
dor – são cuidados que devem, preferencialmente, ser realizados na APS (BRASIL, 2016). 
Usuários com feridas profundas com suspeita de comprometimento ósseo ou de articu-
lação, que apresentem febre, isquemia nos membros ou, simplesmente, aqueles que não 
têm condições de realizar tratamento domiciliar adequado, devem ser encaminhados com 
urgência pelos profissionais da APS para internação hospitalar (BRASIL, 2016).
Saiba mais sobre Estratégias para o cuidado da pessoa com doença 
crônica: Diabetes Mellitus no Caderno de Atenção Básica nº 36 – (Brasil, 
2013), disponível no link: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/
publicacoes/caderno_36.pdf>.
Lembramos que o cuidado ao usuário com tal agravo deve ir além de avaliações e cura-
tivos da lesão, mas também deve incluir controle da glicemia, hipertensão, obesidade, 
dislipidemia, tabagismo, atividade física, alimentação, de modo a evitar complicações como 
amputações, e promover qualidade de vida (CAIAFA et al., 2011). Por isso, é fundamental 
organizar o acesso das pessoas com DM aos serviços de saúde para que possam, regular-
mente, ter avaliação global e também focalizada nas alterações das suas extremidades. 
Lembramos que, de acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a identifi-
cação de indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades é uma atividade que faz parte do 
processo de territorialização e mapeamento da área de atuação das equipes de atenção 
básica (BRASIL, 2017). A equipe da ESF pode, por exemplo, manter uma planilha atualizada 
com a data, dados das visitas, estado de saúde e resultado de exames dos indivíduos com 
DM na comunidade, como maneira de acompanhar esses usuários e monitorar o retorno 
aos serviços, facilitando a busca ativa quando ela se fizer necessária (BRASIL, 2016).
Muitas vezes, as complicações decorrentes do DM estão relacionadas a problemas que 
podem ser evitados com intervenções de baixo custo, envolvendo não só tecnologias duras 
(equipamentos e materiais), mas também as leve-duras (saberes estruturados)e leves (as 
relações, o vínculo e a gestão). Realizar ações de educação em saúde, por exemplo, faz parte 
das atribuições comuns a todos os profissionais da atenção básica e podem ser desenvol-
vidas com o intuito de orientar o autocuidado e prevenir complicações em usuários que 
apresentam tal diagnóstico. Cuidados com higiene, o uso de calçados inadequados, peque-
nos traumas que não são percebidos pela redução da sensibilidade periférica, podem ser 
considerados temas simples, mas de grande importância na prevenção de lesões. A respeito 
das atribuições que são comuns a toda a equipe, lembramos que a avaliação regular dos pés 
da pessoa com DM deve ser realizada por profissionais de nível superior: médico de família 
ou, preferencialmente, o enfermeiro (BRASIL, 2016).
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Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
História
• Sintomas de doença vascular ou neuropatia 
• Estado geral 
• Medicações tópicas e sistêmicas
• Diabetes
• Doenças cardíacas 
• Doenças do tecido conjuntivo
• Hábitos: Etilismo/ Tabagismo 
Exame Físico
Investigação
Venoso
Cicatrização
Compressão de suporte
Não cicatrizou
Arterial Diabético/Neuropático
• Venoso
• Arterial 
• Neuropática
• Mista
• Outras 
• Compressão
• Elevação do membro 
• Desbridamento se necessário
 
• Esteróides tópicos
• Emolientes
• Biópsia
• Reconsiderar
• Diagnóstico
• Opinião do Cirurgião
• Teste de contato
• Evitar sensibilizantes
• Esteróides tópicos
Antibióticos sistêmicos 
Curativos, Curativos oclusivos, etc. 
Demartite de estase Demartite de contato Celulite
• Parar de fumar
• Encorajar exercícios 
• Manter membros aquecidos
• Controlar dor e infecção
• Opinião do cirurgião vascular
 
• Parar de fumar
• Perder peso 
• Cuidado com os pés
• Controlar glicemia
• Desbridamento
• Opinião do cirurgião 
vascular precocemente
 
Sangue - Hb, Leucócitos, VHS, Albumina, Glicose 
Úlcera - Cultura, Biópsia
Testes Radiológicos - RX, TC
Exames Especiais - FAN, FR, PTN-C, Fator IV Leiden
Estudos Vaculares - Índice Tornozelo Braquial,
Duplex Scan, Arteriografia
Figura 2 - Fluxograma da abordagem aos pacientes com úlceras de membros inferiores
Fonte: Phillips (2001 apud BRASIL, 2002).
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Feridas e curativos na Atenção Primária à Saúde
Cuidados preventivos e multiprofissionais na abordagem das feridas na APS 
Você pode aprender mais sobre como cuidar de usuários com essa 
doença e prevenir complicações por meio do módulo “Autocuidado: 
como apoiar a pessoa com Diabetes”, disponível no AVASUS: 
<http://modelo.sedis.ufrn.br/avasus2dev/local/avasplugin/cursos/
curso.php?id=95>
Cursista, finalizamos esta aula, destacando a importância da prevenção das lesões nos 
membros inferiores. Frisamos que, grande parte delas, são oriundas do “pé diabético” e que 
o ideal é criar estratégias para a prevenção desses agravos, não é mesmo?

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