Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 08 Engº., MSc. Jean Carlo Trevizolo de Souza jeantrs@hotmail.com Disciplina: Optativa em Transportes FERROVIAS 2014/01 TRAÇÃO FERROVIÁRIA E RESISTÊNCIA AO MOVIMENTO AULA PASSADA Locomotivas Vagões AULA DE HOJE Tração Ferroviária Resistência ao Movimento Sob o ponto de vista mecânico o transporte ferroviário é influenciado pelas seguintes grandezas: Carga a ser transportada, dotada de peso P, sendo denominado peso útil; Peso das locomotivas e vagões descarregados, sendo denominado peso morto ou tara; Caminho a ser percorrido pelas composições, sendo representado pela estrada de ferro ou via de transporte; Força a ser aplicada sobre a carga total (peso útil acrescido da tara), sendo este o elemento responsável por permitir o deslocamento sobre a via. Nesse sentido, torna-se fundamental conhecer os princípios da aplicação da força tratora, responsável pelo deslocamento das composições ferroviárias. TRAÇÃO FERROVIÁRIA Admitindo-se velocidade constante, o esforço trator das locomotivas iguala- se à soma das resistências ao movimento. O esforço trator apresenta-se diretamente associado à potência das máquinas (locomotivas), sendo também limitado pela aderência dos veículos aos trilhos. Potência das Locomotivas: Potência Indicada (WHPi) - consiste na potência no motor primário da locomotiva; Potência Efetiva (WHPef) - consiste na potência nas rodas das locomotivas; Potência Útil (WHPu) - consiste na subtração da potência efetiva pela potência consumida para tracionar a própria locomotiva, podendo ser definida como a potência líquida, no engate, disponível para rebocar os vagões. TRAÇÃO FERROVIÁRIA Potência de Locomotivas: TRAÇÃO FERROVIÁRIA Potência de Locomotivas: TRAÇÃO FERROVIÁRIA Potência de Locomotivas: TRAÇÃO FERROVIÁRIA TRAÇÃO FERROVIÁRIA Potência de Locomotivas: TRAÇÃO FERROVIÁRIA P o tê n c ia d e L o c o m o ti v a s : TRAÇÃO FERROVIÁRIA Potência de Locomotivas: Sistema de tração em uma locomotiva diesel-elétrica TRAÇÃO FERROVIÁRIA POTÊNCIA DAS LOCOMOTIVAS: O torque transferido pela máquina aos eixos das locomotivas é inversamente proporcional à velocidade desenvolvida, em comportamento mecânico similar ao que acontece nos veículos rodoviários. Dessa forma, a velocidade crítica, considerada para o pior trecho do traçado da via, apresenta maior torque. Em função da potência das máquinas, pode-se determinar o esforço trator, efetivo e útil, de cada locomotiva. Onde: F = Esforço trator da locomotiva, em kgf; WHP = Potência da locomotiva, em HP, desconsiderando a perca por rendimento (ŋ); V = Velocidade do comboio, em km/h TRAÇÃO FERROVIÁRIA POTÊNCIA DAS LOCOMOTIVAS As curvas características ou de isopotência das locomotivas representam a forma como esforço trator varia em função das diferentes velocidades, sendo fornecidas pelos fabricantes para cada modelo de locomotiva. TRAÇÃO FERROVIÁRIA De maneira geral a aderência pode ser definida como a resistência que se opõe ao escorregamento de um corpo sobre outro, podendo consequentemente ser caracterizada como um atrito que ocorre antes que haja o deslocamento (atrito estático). Fad = Pad × f Onde: Fad - representa a força de aderência; Pad - representa o peso descarregado pela roda (peso aderente); f - consiste no coeficiente de aderência entre a roda e o trilho. O conhecimento da força de aderência constitui elemento fundamental para impedir que ocorra o deslocamento e a consequente patinagem da roda ferroviária sobre o trilho. Além disso, a parcela de aderência limita o esforço trator útil produzido pelo motor. ADERÊNCIA FERROVIÁRIA Patinagem (consequência): ADERÊNCIA FERROVIÁRIA COEFICIENTE DE ADERÊNCIA ( f ) O Coeficiente de Aderência varia com a natureza das superfícies de contato (tipos de materiais), com a presença de materiais estranhos entre as superfícies, com as condições atmosféricas e com a velocidade. Os coeficientes de aderência das rodas de aço sobre os trilhos apresentam os seguintes valores: ADERÊNCIA FERROVIÁRIA VARIAÇÃO DO COEFICIENTE DE ADERÊNCIA O coeficiente de aderência apresenta-se inversamente proporcional à velocidade e pode variar em virtude dos seguintes fatores: Desigualdade das superfícies em contato, o que ocasiona choques e vibrações, reduzindo consequentemente os valores do coeficiente de aderência; Pequenas diferenças de diâmetro das rodas de um mesmo eixo, o que provoca deslizamentos, longitudinais ou transversais; Variação do esforço de compressão em um ponto do trilho, que, após a passagem da roda, produz uma compressão elástica e conseqüentes deslizamentos elementares entre a roda e o trilho; Variações bruscas no esforço trator; Escorregamentos das rodas externas em curvas de pequeno raio. Fórmula empírica para correção do coeficiente de aderência: ADERÊNCIA FERROVIÁRIA PATINAGEM DA LOCOMOTIVA A patinagem da locomotiva ocorre quando as forças de aderência apresentam- se superiores ao produto do peso aderente com o coeficiente de aderência. Causas da Patinagem: Aumento do Esforço Trator - Normalmente na partida da composição ocorre um aumento brusco da força de tração; Diminuição do Coeficiente de Aderência - A presença de umidade ou óleo nos trilhos reduz significativamente este coeficiente; Diminuição do Peso Aderente – A ocorrência de trepidações nos trilhos, deficiência de nivelamento da via ou maus balanceamentos da rodas podem ocasionar o descarregamento de algumas rodas. ADERÊNCIA FERROVIÁRIA AUMENTO DA ADERÊNCIA: Aumento do Coeficiente de Aderência ( f ) - A principal técnica para aumento da aderência consiste no lançamento de areia sobre os trilhos. As locomotivas dispõem de um depósito de areia e de um conduto responsável pelo lançamento, por meio de ar comprimido, de areia na frente das rodas motoras. Outro procedimento, porém menos usual, consiste no lançamento de jatos de água quente para remover resíduos de óleo e graxa nos trilhos. Aumento do Peso Aderente (Pad) - Os fabricantes de locomotivas têm tornado todos os eixos motores, além de aumentar o peso atuante sobre estas peças. Nos Estados Unidos já são encontradas locomotivas com 36 toneladas por eixo. ADERÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIA NOS TRENS A resistência nos trens consiste no conjunto de forças que se opõem ao movimento dos veículos ferroviários, sejam tratores ou rebocados, quando se deslocam sobre a via férrea, sendo considerada no contato entre as rodas e os trilhos. Podem ser classificadas preliminarmente em: Resistências Normais – Permanentes, são próprias dos veículos, em reta e em nível; Resistências Acidentais: Em virtude de alteração da via: resistência de curva (atrito) e resistência de rampa (gravidade); Em virtude de alteração do estado de repouso ou movimento: inicial (para vencer a inércia do veículo em repouso) e para aumentar a velocidade (aceleração). RESISTÊNCIA NA FERROVIA CLASSIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA NOS TRENS Resistências Normais: De atrito: Nas mangas dos eixos; No cubo das rodas; Nos frisos das rodas. De gravidade Do meio: Pela pressão frontal; Pelo atrito superficial (nas partes laterais e superiores); Pelo turbilhonamento sob o veículo; Pela sucção na parte traseira; Pelas correntes atmosféricas. RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA CLASSIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA NOS TRENS Resistências Acidentais: De inércia: No início do movimento (para adquirir velocidade); Para aumentar a velocidade (acelerar). De atrito (curvas): Escorregamento dos aros das rodas sobre os trilhos; Escorregamento dos frisos das rodas sobre os trilhos. De gravidade: Elevação do centro degravidade dos veículos ferroviários ao subirem rampas. RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIAS NORMAIS As resistências normais atuam sobre o veículo ao longo de todo o percurso, sendo compostas pela resistência do ar e pelo atrito nas partes móveis. Em virtude de sua natureza e das variantes que atuam sobre a mesma mostra-se de difícil abordagem analítica, sendo, por isso, adotadas fórmulas experimentais para sua determinação. Fórmula Experimental de Davis: - Para locomotivas: (Locomotiva com peso por eixo superior a 5,0 toneladas) Onde R’n representa a taxa de resistência normal, W consiste no peso médio por eixo, V é a velocidade da composição em mi/h, n é o número de eixos por veículo e A representa a área frontal. RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIAS NORMAIS Os dois primeiros termos das fórmulas de Davis representam o atrito nos mancais. Já o terceiro termo encontra-se associado ao atrito nos frisos das rodas, enquanto o quarto termo representa a resistência do ar. A resistência normal no início do movimento costuma ser maior, aumentando progressivamente com o tempo de repouso do veículo. Este acréscimo mostra-se associado à deformação da linha e à ruptura da película de óleo nos mancais, responsável pela diminuição do atrito durante o movimento. Entretanto, para dimensionamento da lotação das composições adota-se, como critério, a condição mais desfavorável no segmento (rampa e curva), garantindo, dessa forma, folga do esforço trator nas partidas realizadas nos pátios das estações. Para vagões, temos a seguinte variação da fórmula de Davis: RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIAS ACIDENTAIS: • RESISTÊNCIA DE INÉRCIA: Embora não consista propriamente em uma resistência por analogia à formulação de Davis, denominaremos esta força como resistência de inércia. A referida resistência consiste, na verdade, em uma reserva de potência que se deseja da locomotiva para uma eventual aceleração da composição, sendo definida pela seguinte expressão: onde: R’i - representa a taxa de resistência de inércia (kgf/tf) Vi - a velocidade inicial (km/h), Vf - a velocidade após a aceleração (km/h) l - representa o trecho percorrido em aceleração (m). RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA • RESISTÊNCIA DE RAMPA A resistência de rampa consiste na parcela da potência das locomotivas responsável por equilibrar a componente do peso que atua de forma contrária ao movimento da composição ferroviária, nas rampas. onde: R’r representa a taxa de resistência de rampa (kgf/tf) e i a inclinação da rampa (%). RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA • RESISTÊNCIA DE CURVA A resistência de curva representa a dificuldade que o veículo ferroviário apresenta ao se inscrever em uma curva. A determinação da referida resistência mostra-se influenciada pela configuração do truque (distância entre eixos), pela bitola da via e obviamente pelo raio da curva. Em virtude destes condicionantes, sua determinação apresenta incertezas, sendo usual a utilização da formulação empírica de Stevenson que conduz a resultados bastante satisfatórios. Para Locomotivas: Para Carros e Vagões: Onde: R’c representa a taxa de resistência em curva (kgf/tf); R o raio de curva (m); p a base rígida da locomotiva (m); b a bitola da via (m); RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA Informações importantes: A força de tração de cada locomotiva depende do seu peso e potência. O peso é decisivo para garantir a aderência roda-trilho, evitando que a máquina “patine” O cálculo da lotação é feito para o pior trecho do traçado (condições mais desfavoráveis), aquele que apresenta maior somatória de resistências e onde o trem desenvolve velocidade crítica (velocidade baixa com elevado torque nos eixos). O equilíbrio se dá igualando-se o esforço trator com a resistência total da composição. Nesta resistência, pode estar embutida uma parcela de potência reservada para eventual aceleração, denominada potência de inércia RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA As resistências que compõem Rtotal dependem de características especificas de cada tipo de veículo, inclusive peso. Como este último é variável para um mesmo veículo (depende da carga), as resistências acidentais e normais são determinadas de forma específica para um dado tipo de veículo: R’ = FResist Pveículo Esta resistência específica ou taxa de resistência é expressa em kgf/tf ou kg/ton. Assim, a equação de equilíbrio pode ser reescrita numa forma geral onde se considera diversos tipos de veículos (k tipos de vagões em n tipos de locomotivas): RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA Exemplo numérico: Calcular a lotação de uma composição ferroviária a ser rebocada por uma locomotiva diesel-elétrica B-B, de peso total igual a 68,94 toneladas, em uma linha de bitola métrica, onde o trecho crítico possui rampa de 2,5% e raio de curva igual a 80,0 metros. A base rígida da locomotiva em questão é de 2,40 metros, enquanto os vagões a serem rebocados apresentam 36 toneladas de cargas útil e 14,3 toneladas de tara. O esforço trator contínuo da locomotiva ocorre na velocidade de 12km/h e sua potência no gerador é de 875 HP. Dados Adicionais: Aloc = 110 ft2 e Avagão = 85 ft2 Trilho seco e limpo Rendimento do motor: 82% V(mi/h) = V(km/h) x 0,622 P(lb) = P(ton) x 1,10 RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA 1,62 = Resistência normal da locomotiva RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA Fútil= Fad - Rtl 1,89 = Resist. normal vagão 50,30 = 36 + 14,30 ton RESISTÊNCIA FERROVIÁRIA FIM! jeantrs@hotmail.com https://drive.google.com/folderview?id=0ByWQz0OiDc_TdWU3UC1BelRwdDg&usp =sharing Acesse o link abaixo e baixe a aula de hoje:
Compartilhar