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curso 14201 aula extra atos administrativos v1

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Aula Extra - Atos Administrativos
Administração Geral e Pública p/ Auditor Fiscal do Trabalho - AFT 2017 (Com
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Professor: Rodrigo Rennó
29818964829 - Daniela de castro miranda
Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 
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Aula Extra: Atos Administrativos 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico: 
¾ Legislação administrativa. Atos administrativos. Requisição 
Espero aproveitem bastante a aula! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Atos Administrativos .............................................................................. 4 
Conceito de Atos Administrativos ............................................................. 4 
Atributos dos Atos Administrativos ........................................................... 6 
Presunção de Legitimidade .................................................................. 6 
Imperatividade ............................................................................... 8 
Autoexecutoriedade .......................................................................... 8 
Tipicidade .................................................................................... 9 
Elementos dos Atos Administrativos ........................................................ 10 
Competência ................................................................................ 10 
Finalidade ................................................................................... 11 
Forma ....................................................................................... 12 
Motivo ...................................................................................... 13 
Objeto ....................................................................................... 15 
Mérito do ato administrativo ................................................................. 16 
Classificação dos atos administrativos ....................................................... 17 
Atos Vinculados e Atos Discricionários .................................................. 17 
Atos Simples, Compostos e Complexos .................................................. 19 
Atos individuais e gerais ................................................................... 20 
Atos de Império, de Gestão e de Expediente ............................................. 21 
Ato-regra, Ato-condição, Ato subjetivo ................................................... 21 
Ato perfeito, Ato válido, Ato eficaz ....................................................... 22 
Espécies de atos administrativos ............................................................. 23 
Autorização ................................................................................. 23 
Permissão ................................................................................... 23 
Licença...................................................................................... 24 
Admissão ................................................................................... 24 
Concessão .................................................................................. 25 
Homologação ............................................................................... 25 
Extinção dos atos administrativos ............................................................ 26 
Anulação .................................................................................... 26 
Revogação .................................................................................. 26 
Cassação .................................................................................... 27 
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Convalidação .................................................................................. 30 
Conversão ..................................................................................... 31 
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 52 
Gabaritos ......................................................................................... 61 
Bibliografia ...................................................................................... 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atos Administrativos 
 
A Administração Pública não pode atuar contra a lei, nem tão pouco 
fora da lei. Ela deve agir segundo as normas legais. 
Isso significa que, ao exercer uma função administrativa, o 
administrador deve produzir atos jurídicos com manifestações unilaterais 
de vontade do Estado ou de quem estiver encarregado das prerrogativas 
estatais, como os particulares delegatários, os concessionários e os 
permissionários. Tais atos são denominados pela doutrina de Atos 
Administrativos. 
 
Conceito de Atos Administrativos 
 
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo1, a definição de ato 
administrativo é: 
³Manifestação ou declaração da administração 
pública, nesta qualidade, ou de particulares no 
exercício de prerrogativas públicas, que tenham por 
fim imediato a produção de efeitos jurídicos 
determinados, em conformidade como o interesse 
público e sob o regime predominante de direito 
S~EOLFR��´ 
Vale observar que os atos administrativos são atos unilaterais que 
têm por finalidade a produção de efeitos jurídicos, como a criação, 
declaração, a alteração ou até a extinção de deveres e de direitos dos 
administrados. 
Vejam que os autores consideram que os atos administrativos estão 
sob o regime jurídico de direito público. Isso também vale para os atos que 
os agentes dos Poderes Legislativo e Judiciário praticam na função 
administrativa. 
Dessa forma, os atos administrativos praticados pelo Poder 
Legislativo e Judiciário submetem-se ao regime jurídico administrativo e 
deve, portanto, obedecer tanto aos princípios basilares que regem a 
Administração Pública, que são: o da supremacia do interesse público sobre 
o privado, e o princípio da indisponibilidade do interesse público. 
 
 
 
1 (Alexandrino & Paulo, Direito Administrativo Descomplicado, 2014) 
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Pessoal, os atos administrativos simplesmente não surgem do nada. 
Eles devem estar em plena conformidade com as leis que os regem, digo, 
devem obedecer a toda legislação e ficarem restritos a ela para evitar 
abusos de poder pela Administração Pública. 
Segundoo autor Diógenes Gasparini2, o ato administrativo pode ser 
conceituado como: 
³7RGD�SUHVFULomR�XQLODWHUDO��MXt]R�RX�FRQKHFLPHQWR��
predisposta à produção de efeitos jurídicos, 
expedida pelo Estado ou por quem lhe faça as 
vezes, no exercício de suas prerrogativas e como 
parte interessada numa relação, estabelecida na 
conformidade ou na compatibilidade da lei, sob o 
fundamento de cumprir finalidades assinaladas no 
sistema normativo, sindicável pelo -XGLFLiULR��´ 
Para esse autor, o ato administrativo possui um conceito vasto. 
Estariam fora dessa esfera conceitual os atos subordinados ao Direito 
Privado, isto é, aqueles em que a AdminiVWUDomR� SHUPDQHFH� HP� ³Sp� GH�
LJXDOGDGH´� FRP� R� particular, mantendo uma relação de horizontalidade. 
Também restringiria os atos legislativos, que possuem a finalidade de 
mudar o ordenamento legal. 
Por fim, vocês devem ir pra prova com uma observação importante. 
As bancas costumam fazer pegadinhas confundindo os atos 
administrativos com os atos da administração. 
Estes últimos são caracterizados pelo fato de serem praticados sem 
a prerrogativa pública, ou seja, quando a Administração atua em igualdade 
com os particulares. 
Os atos nos quais a Administração tem relação de horizontalidade 
com o particular seriam regidos pelo Direito Privado. Como exemplo, tem-
se assinatura de um cheque por um agente público competente para o 
pagamento de um valor devido a um fornecedor ou no caso assinatura de 
um contrato de aluguel. 
Também poderia ser considerados atos da administração aqueles 
denominados de atos materiais, que nada mais são do que os atos 
conhecidos por não gerarem efeitos jurídicos, como o ato de limpeza de rua 
ou pavimentação de uma estrada. 
Vejamos como a banca já abordou esse tema? 
1 - (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) O aluguel, pelo TCDF, de 
espaço para ministrar cursos de especialização aos seus servidores 
constitui ato administrativo, ainda que regido pelo direito privado. 
 
2 (Gasparini, 2012) 
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O contrato de aluguel gera direitos a ambas as partes, sendo regido 
pelo direito privado e considerado um ato bilateral. 
Os atos praticados sob a égide de direito privado, como a assinatura 
GH�XP�FRQWUDWR�GH�DOXJXHO��p�FRQVLGHUDGR�FRPR�³ato da administração´�
H�QmR�³DWR�DGPLQLVWUDWLYR´��DWXDQGR�HP�³Sp�GH�LJXDOGDGH´�FRP�D�LQLFLDWLYD�
privada. Gabarito, portanto, questão errada. 
 
2 - (CESPE - TC-DF - ANALISTA ± 2014) Os atos administrativos 
praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário 
submetem-se ao regime jurídico administrativo. 
 
A atividade administrativa é regida pelo regime jurídico 
administrativo. Dessa forma, os atos administrativos praticados pelo 
Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário submeter-se-ão ao regime jurídico 
administrativo, respeitando tanto o princípio da supremacia do interesse 
público sobre o privado, quanto o princípio da indisponibilidade do interesse 
público. Gabarito, portanto, questão correta. 
 
Atributos dos Atos Administrativos 
 
A supremacia do interesse público sobre o privado é observado nos 
atos administrativos. Dessa forma, entende-se que os atos administrativos 
possuem características essenciais denominadas de atributos. 
Conforme a maioria dos autores, os atributos principais são: 
Presunção de Legitimidade, Imperatividade, Autoexecutoriedade e 
Tipicidade. Há autores que preconizam a existência de mais um atributo. 
Aliás, eles afirmam que a autoexecutoriedade, na verdade, é dividida 
em: exigibilidade e executoriedade. Vocês devem ficar atentos nas 
questões da prova, pois as bancas podem se referir a qualquer uma dessas 
classificações. 
 
Presunção de Legitimidade 
 
Este atributo encontra-se presente em todos os atos administrativos, 
inclusive aqueles atos da administração regidos pelo direito privado. Ele 
garante que o ato administrativo tenha validade desde a sua criação, isto 
é, há conformidade do ato perante a lei. Isso permite que se possam 
produzir efeitos a partir da sua edição. 
Como decorrência do atributo da presunção da legitimidade, também 
conhecido como presunção da veracidade ou legalidade, a prática se dá 
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sem que deva provar que o ato encontra-se dentro da legalidade, e, 
também, sem que o Poder Judiciário autorize a realização dele. 
No entanto, vale salientar que essa presunção de legitimidade é 
relativa, pois cabe a prova em contrário. Isto é, a execução imediata do 
ato administrativo, fundamentada por esse atributo, não impede que ele 
seja afastado posteriormente se comprovada a ilegalidade do ato. 
Nesta situação, observa-se a inversão do ônus da prova, pois não é 
o agente público, que praticou o ato, que deve provar a legalidade ou não 
do seu ato. Tal prova de existência de vício cabe ao administrado. 
Portanto, por conta dessa presunção relativa, não existe mais a figura 
GD� ³verdade sabida´� QR�RUGHQDPHQWR� MXUtGLFR��0DV�H� R�TXH� VHULD� HVVD�
verdade sabida? Bom, ela seria, por exemplo, a possibilidade de o superior 
atuar imediatamente contra um agente ao presenciar uma infração, 
independentemente do conhecimento dos fatos. 
E, por fim, o motivo de a verdade sabida não ser mais permitida em 
nosso ordenamento é que a nossa CF/88 garantiu o direito do contraditório 
e da ampla defesa. Além disso, todos terão direito a se submeter a um 
devido processo legal. 
Vejamos agora algumas questões já cobradas pela banca. 
3 - (CESPE - TC-DF - ACE ± 2014) A presunção de legitimidade é 
atributo de todos os atos da administração, inclusive os de direito 
privado, dada a prerrogativa inerente aos atos praticados pelos 
agentes integrantes da estrutura do Estado. 
 
Todos os atos praticados pela administração gozam dessa presunção 
de legitimidade, inclusive os de direito privado, como afirmou o examinador 
da banca. Isso se dá devido à prerrogativa constante nos atos praticados 
pelo Estado de que todo ato é legítimo, submetendo-se à legalidade. 
Gabarito, dessa forma, questão correta. 
 
4 - (CESPE - MTE - CONTADOR ± 2014) Caso seja fornecida certidão, 
a pedido de particular, por servidor público do quadro do MTE, é 
correto afirmar que tal ato administrativo possui presunção de 
veracidade e, caso o particular entenda ser falso o fato narrado na 
certidão, inverte-se o ônus da prova e cabe a ele provar, perante o 
Poder Judiciário, a ausência de veracidade do fato narrado na 
certidão. 
 
Questão verdadeira, pois todos sabem o atributo da presunção da 
legalidade atinge a todos os atos administrativos. Entretanto, essa 
presunção é relativa, cabendo ao administrado o ônus da prova. 
Gabarito, portanto, questão correta. 
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5 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR ± 2014) A prerrogativa de 
presunção de veracidade dos atos da administração pública 
autoriza a aplicação de penalidade disciplinar a servidor público 
com base na regra da verdade sabida. 
 
&RPR� YLPRV�� D� ³YHUGDGH� VDELGD´� QmR� p� PDLV� DSOLFDGD� HP� QRVVR�
RUGHQDPHQWR��PHVPR�VRE�RV�³ROKRV´�GD�SUHVXQomR�GD�YHUDFLGDGH��SRLV�HOD�é relativa e não absoluta, cabendo apenas o ônus da prova ao administrado. 
Dessa forma, o gabarito é questão errada, pois a penalidade 
disciplinar só cabe após finalizar o processo administrativo disciplinar, com 
respeito ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. 
 
6 - (CESPE - ANAC ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2012) Em razão 
do princípio da legalidade que vincula a administração, os atos 
administrativos possuem presunção absoluta de legitimidade. 
 
-i�YLPRV�TXH�R�DWULEXWR�GR�DWR�³SUHVXQomR�GH�OHJLWLPLGDGH´�p�UHODWLYR�
e não absoluto. A banca costuma repetir os enunciados em certames 
diversos, perceberam? 
Diante do que foi dito, vale apenas salientar que cabe, a quem 
questionar a legalidade do ato, a prova ao contrário. Assim sendo, o 
gabarito é questão errada. 
 
Imperatividade 
 
Este atributo decorre do poder extroverso do Estado, que nada 
mais é do que a capacidade de o poder público praticar atos vinculando-os 
a terceiros, mesmo que estes não os aceitem. 
É o caso de aplicação de multas e também de apreensão de alimentos 
com prazos de validade vencidos servidos em um estabelecimento. 
Vale ressaltar que os atos administrativos alcançados por esse 
atributo obrigam ao administrado de modo imediato, independente se vier 
a contradizer a vontade de quem se subordina. 
 
Autoexecutoriedade 
 
Este atributo permite que a Administração pratique um ato sem a 
necessidade de obter previamente autorização judicial. Isto significa que 
alguns tipos de atos administrativos podem ser executados pela 
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Administração de forma imediata, podendo, inclusive, utilizar-se da força, 
se necessário. 
Vejamos como Gasparini3 trata desse assunto: 
³$� Autoexecutoriedade não é atributo de todo e 
qualquer ato administrativo. É encontrada nos atos 
que recebem da lei essa distinção, ou seja, ela 
existe nos casos previstos em lei ou quando for 
indispensável à imediata salvaguarda do interesse 
S~EOLFR�´ 
Como exemplo, podemos citar os atos punitivos, como a imposição 
de multa, guinchamento de veículo estacionado erroneamente pelo Detran, 
apreensão, pela Receita Federal, de mercadorias contrabandeadas, 
fechamento de um bar pela Vigilância Sanitária, dentre outros. 
Mais uma vez, lembramos que o administrado pode recorrer ao 
judiciário, com o ônus da prova, quando se sentir prejudicado com a prática 
de determinado ato. 
Por fim, ressaltamos que a Autoexecutoriedade é aplicada em casos 
expressamente previstos em lei, como exemplificados acima, e também em 
situações de emergência (interdição e demolição de um edifício cujas 
estruturas estejam abaladas ou a internação de uma pessoa com doença 
contagiosa). 
Como dito anteriormente, alguns doutrinadores separam esse 
atributo em dois: executoriedade e exigibilidade. Para eles, a exigibilidade 
refere-se à obrigação do cumprimento do ato pelo o administrado. A 
exigibilidade, portanto, faz com que o administrado cumpra as obrigações 
impostas pela Administração sem que, para isso, ela precise recorrer ao 
apoio do judiciário. 
Já com a executoriedade, tal obrigação é imposta ao particular, 
coagindo-o materialmente, caso necessário, por meios próprios e sem a 
necessidade de ordem judicial, diferindo da imperatividade, pois nesta, 
observa-se apenas a criação de uma obrigação ao particular. 
 
Tipicidade 
 
Para os doutrinadores, esse atributo aponta a limitação em que o 
administrador poderá agir discricionariamente, dando uma garantia ao 
administrado de que não serão praticados atos sem previsão legal. 
Segundo o autor Mazza4: 
 
3 (Gasparini, 2012) 
4 (Mazza, 2011) 
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³$� 7LSLFLGDGH� GL]� UHVSHLWR� j� QHFHVVLGDGH� GH�
respeitar-se a finalidade específica definida na lei 
para cada espécie de ato administrativo. 
Dependendo da finalidade que a Administração 
SUHWHQGH�DOFDQoDU��H[LVWH�XP�DWR�GHILQLGR�HP�OHL�´ 
Por fim, vejamos, no gráfico abaixo, os atributos dos atos 
administrativos: 
 
Figura 1 - Atributos dos atos administrativos 
 
Elementos dos Atos Administrativos 
 
Os elementos dos atos administrativos, também conhecidos por 
requisitos de validade, são: competência, finalidade, forma, motivo e 
objeto. Caso algum desses elementos estiver em desobediência com a 
legislação, o ato será considerado nulo ou anulável. Isto é, esses 
pressupostos devem estar presentes nos atos administrativos para que eles 
sejam considerados como perfeitos e possuam validade. 
 
Competência 
 
O exercício da competência é definido por meio de lei. Portanto, 
concluímos que a quem a lei atribuir à competência, este deverá exercê-la 
obrigatoriamente, sem poder renunciá-la, transferi-la, modificá-la ou até 
prescrevê-la, não é verdade? 
Para Gasparini5, o agente público é considerado competente quando: 
 
5 (Gasparini, 2012) 
Atributos
Presunção de 
legitimidade
Imperatividade
Auto-
executoriedade
Tipicidade
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³������ UHFHEH� GD� OHL� R� GHYLGR� SRGHU-dever para o 
desempenho GH�VXDV�IXQo}HV�´ 
 
Quando, por lei, define-se a competência de um órgão ou agente 
público, garante-se que não haja alterações ao bel-prazer de quem deve 
realizar o ato administrativo, vinculando, dessa forma, a prática pelo 
responsável legal. 
Caso contrário, isto é, se o agente competente não realizar o ato que 
lhe foi atribuído mediante lei, corre o risco de ser penalizado com a 
invalidação dele. 
Pessoal, os dois extremos não são permitidos. Aquele agente cuja 
competência não lhe fora repassada pelo legislador não poderá 
desempenhar as atividades. Assim também, o agente que possui 
competência para tal, não poderá exercê-la acima do limite que lhe fora 
delimitado por meio de lei. 
O agente, ainda mais, não tem o direito de renunciar sua competência 
(a atividade torna-se imprescindível), e, muito menos, cabe a ele cedê-la 
a outro agente. O que se permite são a delegação ou a avocação 
temporariamente. 
Vale ressaltar que essas formas de transferências de competências 
citadas no parágrafo anterior devem ser autorizadas por lei para poderem 
ter validade. E que, inclusive, não se tratem, no caso da delegação, de 
competências exclusivas, edição de atos normativos ou decisão de 
recursos. 
 
Finalidade 
 
Da mesma forma do elemento competência, a finalidade de um ato 
administrativo é determinada por meio de lei, tratando-se, portanto, de 
requisito vinculado. 
O ato administrativo que não possuir o interesse público como 
finalidade, estará incorrendo numa falta denominada de desvio de 
finalidade. Isto acarretaria à anulação do ato, mesmo que se observe 
obediência a todos os outros requisitos. 
Seria o caso, por exemplo, de remover um servidor público para uma 
localidade qualquer com a pretensão de discipliná-lo ou castigá-lo. Mesmo 
que essa localidade seja uma cidade perfeita para os padrões de 
modernidade, se a finalidade for a de aplicar uma correção ao agente 
removido, ela será ilegal.Por fim, o agente público deve sempre buscar a finalidade descrita 
em lei, alcançando o objetivo pretendido, como, também, deve alcançar a 
satisfação do interesse público com a prática desse ato. 
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Forma 
 
$�IRUPD�p�R�HOHPHQWR�TXH�³UHFREUH´�R�DWR�DGPLQLVWUDWLYR��,VWR�p��SDUD�
que um ato tenha validade, ele deverá ser expresso de alguma forma: seja 
escrita, seja verbal, seja eletromecânico, seja gestual, seja visual. 
Segundo Alexandrino e Paulo6, esse R� UHTXLVLWR� ³IRUPD´ deve ser 
analisado da seguinte maneira: 
³± quando a lei não exigir forma determinada para 
os atos administrativos, cabe à administração 
adotar aquela que considere mais adequada, 
conforme seus critérios de conveniência e 
oportunidade administrativas; 
- diferentemente, sempre que a lei expressamente 
exigir determinada forma para a validade do ato, a 
inobservância acarretará a sua QXOLGDGH��´ 
 
Vejam o gráfico abaixo com exemplos de formas de atos7: 
 
Figura 2 - Exemplos de formas de atos administrativos 
 
Vale apenas destacar que as bancas costumam fazer pegadinhas com 
as definições de formas de atos administrativos e formalidade deles. 
Pessoal, em provas de concurso, os examinadores tentam confundir os 
 
6 (Alexandrino & Paulo, Direito administrativo descomplicado, 2009) 
7 (Gasparini, 2012) 
Atos orais: ordens dadas a um servidor;
Atos pictórios: placas de sinalização de trânsito;
Atos eletromecânicos: semáforos;
Atos mímicos: policiais orientando manualmente 
o trânsito e o tráfego.
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candidatos ao disporem que forma e formalidade são sinônimas. Muito 
cuidado com isso! 
Forma é um requisito ou elemento ou pressuposto de um ato 
administrativo. Sem ela, o ato é considerado inválido. Já a formalidade é o 
modo como tal elemento é formalizado. 
Vou tentar ser mais claro, exemplificando. Uma determinada lei 
impõe que um ato administrativo deverá apresentar a forma escrita. Esta 
forma é o elemento de validade do ato previsto em lei. No entanto, o ato 
será formalizado de algum modo já definido também por lei. Isto é, um ato 
administrativo apresentará forma escrita e será formalizado mediante 
decreto, por exemplo. 
 
Motivo 
 
Quando uma situação de fato ocorre e, ao mesmo tempo, ela estiver 
descrita em uma hipótese legal, podemos afirmar que temos o motivo de 
um ato administrativo. 
Este elemento pode estar presente em um ato vinculado ou 
discricionário, dependendo da natureza do ato administrativo. Caso um 
ato seja vinculado, isto é, se a lei determinar a prática de um ato, desde 
que ocorra no mundo real o que estiver descrito na norma (motivo), o 
agente não poderá recusar o cumprimento. 
No entanto, caso uma lei autorize que se pratique determinada ação 
e, depois, ocorrer algum fato específico, o administrador pode, ou não, 
praticá-lo. Neste último momento, o requisito em questão será 
discricionário, já que o ato também será discricionário, certo? 
Para Gasparini8, o requisito motivo nada mais é do que: 
³&LUFXQVWkQFLD�GH�IDWR�RX�GH�GLUHLWR�TXH�DXWRUL]D�RX�
impõe ao agente público a prática do ato 
administrativo. Consubstancia situações do mundo 
real que devem ser levadas em consideração para 
o agir da Administração Pública competente. São 
ações ou omissões dos agentes públicos ou dos 
administrados ou, ainda, necessidades do próprio 
Poder Público que impelem a Administração Pública 
j�H[SHGLomR�GR�DWR�DGPLQLVWUDWLYR�´ 
Para a doutrina, tanto em um ato vinculado, quanto em um 
discricionário, o motivo pode estar presente, como já observamos antes. 
No entanto, quero ressaltar a vocês que o fato de o motivo ser um requisito 
 
8 (Gasparini, 2012) 
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do ato administrativo indispensável para a sua validade é que justifica a 
Teoria dos Motivos Determinantes. 
De acordo com essa teoria, o motivo exposto, que se justificou para 
a prática de certo ato administrativo, deve ter acontecido obrigatoriamente. 
Assim sendo, não pode haver falsidade na declaração dos motivos e, muito 
menos, inexistência deles. 
Por fim, devemos saber a diferença entre motivo e motivação. O 
motivo, como já vimos, é a causa do ato. Já motivação é a declaração do 
motivo, que levou à prática do ato, por escrito. Dessa maneira, percebe-
se que a motivação está ligada ao elemento forma e não ao elemento 
motivo. Logo, se um ato que deva ser motivado para ter validade não o for, 
ele estará incorrendo no vício de forma e não de motivo, ok? 
Pessoal, todo ato administrativo deve ter um motivo, mas isso não 
quer dizer que todo motivo deva estar expresso, ou seja, motivado. Como 
exemplo, tem-se o ato de nomeação e exoneração de cargo em comissão 
no serviço público, que não há obrigatoriedade de motivar o ato de 
nomeação ou exoneração. 
A motivação se faz necessária para que haja observância do princípio 
da transparência e, consequentemente, da indisponibilidade do serviço 
público. 
Vamos ver mais questões agora? 
7 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR- 2014) O ato de exoneração 
do ocupante de cargo em comissão deve ser fundamentado, sob 
pena de invalidade por violação do elemento obrigatório a todo ato 
administrativo: o motivo. 
 
A exoneração do ocupante de um cargo em comissão é um ato 
administrativo discricionário, por motivo de conveniência e oportunidade. 
Só um detalhe, não é necessário motivo para praticar atos desse tipo, 
assim como não precisa haver motivação, mas caso ocorra, isto é, caso 
haja motivação, o indivíduo ficará obrigado a observar o motivo exposto. 
Gabarito, portanto, questão errada. 
 
8 - (CESPE - PC-AL ± DELEGADO DE POLÍCIA ± 2012) Não é possível, 
nos atos administrativos, haver a dispensa de sua motivação. 
 
A motivação pode ser prescindível em casos que a lei a dispensar, 
como a nomeação e a exoneração de cargos em comissão, por exemplo. 
A motivação se torna, portanto, indispensável nos casos em que os 
atos neguem ou limitem direitos, ou quando impuserem deveres ou 
sanções, ou quando decidirem processos de concurso público ou de recurso 
administrativo, entre outros exemplos. 
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Por fim, vale apenas ressaltar que a motivação nada mais é do que a 
exposição, por escrito, dos motivos de um ato administrativo. Dessa forma, 
o gabarito é questão errada. 
 
Objeto 
 
A administração pública manifesta sua vontade por meio desse 
elemento. Assim, o objeto de um ato administrativo é o comando 
determinado pelo próprio ato. 
Dessa forma, aquilo que o ato dispõe para se por em prática, ou 
simplesmente para nada vir a fazer, no ordenamento jurídico, é o que se 
denomina de objeto do ato administrativo. 
Pessoal, como exemplos desse elemento de um ato administrativo, 
para que vocês o visualizemmelhor, têm-se: 
¾ Ato que exonera um servidor público; 
¾ Ato que delimita o horário de funcionamento de um prédio 
público; 
¾ Ato que permite a utilização de um bem público. 
Vale lembrar que, nesses exemplos, os objetos desses atos 
administrativos são os mandos contidos nelas, isto é, a exoneração de um 
servidor, a delimitação do horário e a permissão de uso. 
Por fim, assim como o motivo, o objeto também deve observar se um 
ato é vinculado ou discricionário para se dizer se o elemento em questão 
também é vinculado ou discricionário. 
Abaixo, seguem os elementos ou requisitos dos atos administrativos 
estudados em nossa aula. 
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Figura 3 - Elementos dos atos administrativos 
 
Mérito do ato administrativo 
 
De acordo com o que foi visto anteriormente, os atos administrativos 
possuem elementos vinculados e discricionários. Quando um ato for 
vinculado, todos os elementos que o compõe também serão vinculados. 
Enquanto que, quando um ato for discricionário, os elementos motivo 
e objeto também serão discricionários. A isso se denomina de mérito 
administrativo. 
Conforme Mazza9, 
³RV� DWRV� GLVFULFLRQiULRV� VmR� FDUDFWHUL]DGRV� SHOD�
existência de um juízo de conveniência e 
oportunidade no motivo ou no objeto, conhecido 
como mérito (...), podendo tanto ser anulados, na 
hipótese de vício de legalidade, quanto revogados, 
SRU�UD]mR�GH�LQWHUHVVH�S~EOLFR�´ 
Vale ressaltar que não cabe, no ato discricionário (mesmo sendo 
passível de anulação por vício de ilegalidade pelo Poder Judiciário), que a 
justiça analise o mérito de um ato discricionário, pois tal mérito refere-se 
à conveniência e à oportunidade, podendo resultar em revogação, e não 
em anulação. 
Entretanto, caso haja provocação, o Judiciário poderá analisar a 
legalidade e a legitimidade dos atos discricionários, independente de qual 
 
9 (Mazza, 2011) 
Competência
Finalidade
Forma
Motivo
Objeto
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elemento do ato esteja sendo tratado, ok? 'HVVD�IRUPD��D�³extrapolação 
ou não, pela administração, dos limites dessa esfera de mérito 
administrativo é passível de controle pelo Poder Judiciário, o que configura 
controle de legalidade ou legitimidade, e não controle de mérito10´� 
 
Classificação dos atos administrativos 
 
Atos Vinculados e Atos Discricionários 
 
O agente público pode, ou não, possuir poderes para decidir se deve 
fazer algo no exercício de sua função. Essa autonomia define o caminho de 
conduzir as funções da Administração Pública. 
Os atos vinculados são aqueles em que a administração atua 
conforme descrição em lei, sem ter a liberdade de decidir sobre a 
conveniência ou oportunidade da prática do ato. Dessa forma, observa-se 
que se uma lei impõe a realização de um ato, o administrador não pode 
escolher se o pratica ou não. 
Assim sendo, nos atos vinculados, é a lei que decide o que deve ser 
feito em determinada circunstância, caso haja observância ou não de certos 
pontos elencados no seu conteúdo. 
Para Gasparini11, os atos vinculados são definidos da seguinte forma: 
³$� $GPLQLVWUDomR� 3~EOLFD� HGLWD-os sem qualquer 
avaliação subjetiva. A lei, nesses casos, encarrega-
se, em tese, de prescrever, com detalhes, se, 
quando e como a Administração Pública deve 
agir�´ 
Por fim, caso haja alguma irregularidade, o ato vinculado deverá ser 
anulado. Não cabe, neste cenário de ilegalidade, o instituto da revogação 
e, muito menos, da convalidação. 
Já nos atos discricionários, a administração pode usar da 
oportunidade e conveniência, dentro dos limites legais, para decidir sobre 
o motivo e o objeto em como alcançar o interesse público. Neste caso, o 
ato pode ser tanto anulado, quanto revogado. 
Pessoal, nota-se, assim, que existe uma certa autonomia para 
deliberar sobre a prática desses atos. Isto é, a Administração decide, dentro 
de certa margem permitida pela lei, claro, o que decidir. 
 
10 (Alexandrino & Paulo, Direito Administrativo Descomplicado, 2014) 
11 (Gasparini, 2012) 
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Vale comparar com os atos vinculados. Nestes, o agente público só 
confere se o administrado apresenta todas as exigências feitas por lei, e se 
sim, age conforme o comando legal determina. 
Já nos atos discricionários, o agente observa se as exigências são 
cumpridas. Se forem, ele pode decidir o que fazer dentre as alternativas 
dadas a ele pela legislação, conforme com o interesse público. 
É importante ter em mente que a doutrina mais recente admite a 
discricionariedade não apenas quando for determinado o seu uso por meio 
de lei. Vários doutrinadores acreditam que se pode usar a 
discricionariedade do ato em leis que utilizam conceitos jurídicos 
indeterminados, como: conduta escandalosa, boa-fé e moralidade pública. 
Vejam o gráfico abaixo com exemplos dessa classificação de atos 
administrativos: 
 
Figura 4 - Exemplos de atos vinculados e discricionários 
Vamos ver uma questão sobre o assunto? 
9 - (CESPE - ANAC ± ANALISTA ADMINISTRATIVO ± 2012) Os atos 
vinculados são insuscetíveis de revogação pela administração 
pública. 
 
Essa questão foi motivo de discussão na época, mas vocês não podem 
ter mais dúvidas quanto a isso. 
Os atos discricionários, que forem inconvenientes e inoportunos, é 
que serão passíveis de revogação; ou, se forem ilegais, sofrerão anulação. 
Já os atos vinculados só sofrerão anulação quando for detectada 
alguma ilegalidade nele. Assim sendo, o gabarito é questão correta. 
 
Atos 
Vinculados
ͻMatrícula em faculdade pública;
ͻAtendimento em hospital público;
ͻConcessão de aposentadoria;
ͻContratação para cargos públicos;
Atos 
Discricionários
ͻDecidir quais ruas de uma cidade será asfaltada;
ͻDecidir qual penalidade aplicar a um servidor 
público quando a lei prever mais de uma;
ͻPermissão para utilizar um bem público.
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Atos Simples, Compostos e Complexos 
 
Essa classificação diz respeito à manifestação de vontade de um 
determinado número de órgãos ou colegiados para que um ato seja 
praticado. 
No caso dos atos denominados simples, temos a manifestação de 
um órgão apenas para que haja a produção de efeitos. Com essa 
manifestação de vontade do órgão, não se faz necessário que qualquer 
outra pessoa ou outro órgão manifeste vontade para que se comece a 
produzir os efeitos. Como exemplo, temos o ato de nomeação de um 
servidor em um cargo em comissão. 
Os atos compostos necessitam que a manifestação de vontade seja 
de um único órgão, porém, a autorização (ou aprovação ou ratificação) da 
prática será realizada por outro para que ele possua eficácia. Neste caso, 
observa-se a existência de dois atos, um principal e um acessório. É o caso 
de nomeações de autoridadessujeitas à prévia aprovação pelo Senado. 
Por fim, os atos complexos são aqueles que se compõem de duas 
ou mais manifestações de vontade para que se produzam efeitos. Isto 
significa que mais de um órgão deve manifestar interesse para que o ato 
torne-se perfeito. 
Diferente do ato composto, o ato complexo constitui em um único 
ato, porém com manifestação de vontade de mais de um órgão. Para 
exemplificar, temos a edição conjunta de instrução normativa entre a 
Receita Federal do Brasil e a Procuradoria da Fazenda Nacional. 
Vamos ver mais uma questão? 
10 - (CESPE - TCE-ES ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO ± 2012) 
Para a formação do ato administrativo composto, é necessária mais 
de uma manifestação de vontade, devendo as manifestações ser 
equivalentes entre si, ou seja, são necessárias manifestações de 
vontade de mesmo valor. 
 
Para a professora Fernanda Marinela12, o ato composto conceitua-se 
da seguinte forma: 
³aquele que depende de mais de uma manifestação 
GH� YRQWDGH� �«��� (VVDV� PDQLIHVWDo}HV� Gevem 
acontecer dentro de um mesmo órgão e estão em 
patamar de desigualdade, em que a vontade de um 
 
12 (Marinela, 2012) 
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é instrumental em relação à do outro que edita o 
DWR�SULQFLSDO�´ 
Dessa forma, o comando da questão está correto quando afirma que 
para a formação do ato composto, depende de mais de uma manifestação 
de vontade, mas peca quando fala que essas manifestações tenham a 
mesma força, ou o mesmo valor, como aborda o item. 
A manifestação de vontade de um servirá para instruir a manifestação 
de outro. Desse modo, o gabarito é questão errada. 
 
 
Atos individuais e gerais 
 
Os atos administrativos também podem se classificar como atos 
individuais e atos gerais. Ambos dizem respeito aos destinatários que os 
atos pretendem alcançar. 
Os atos individuais possuem destinatários específicos, isto é, está 
explícita a quem o ato determina as prerrogativas dispostas neles. Vale 
salientar que, nos atos individuais, o destinatário do ato pode ser uma só 
pessoa (singular) ou mais de uma (plural). Todos, claro, listados no ato. 
Os atos gerais, entretanto, não possuem destinatários definidos, isto 
é, os nomes dos destinatários não são listados no ato administrativo. Assim 
sendo, o ato alcança aqueles que estiverem, de alguma forma, envolvidos 
em situações descritas para a prática do ato. 
Vejamos, por fim, um gráfico exemplificando os atos individuais e 
gerais para melhor compreensão de vocês sobre o tema. 
 
 
Figura 5 - Exemplos de atos individuais e atos gerais 
ͻ Outorga de licença;
ͻ Nomeação para cargo público;
ͻ Decreto de desapropriação;
ͻ Exoneração de cargo em comissão
Atos 
Individuais
ͻ Instruções normativas;
ͻ Regulamentos;
ͻ Outorga de férias coletivasAtos Gerais
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Atos de Império, de Gestão e de Expediente 
 
Quando a administração praticar um ato em posição de superioridade 
frente ao particular, impondo obrigações ou restrições, fundamentadas no 
princípio da supremacia do interesse público, temos o denominado ato de 
império. Exemplo: multa, interdição, apreensão. 
Por outro lado, quando a administração praticar atos sem 
fundamentar na supremacia do interesse público e ficando em posição de 
igualdade com o administrado, tem-se o chamado ato de gestão. 
Exemplo: locação de imóveis, compra ou venda de bens pela 
administração. 
Por fim, nos chamados atos de expediente, observam-se os atos 
realizados dentro da administração com a finalidade de dar andamento aos 
serviços da administração, com ligação direta com as áreas de apoio e de 
andamento de processos, sem, contudo, ter aspecto decisório. 
São exemplos: numeração de um processo, formalização, preparo e 
movimentação de processos, protocolo de processos judiciais. 
Vejamos como esse tema já foi cobrado em provas. 
11 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR ± 2014) Não são passíveis de 
questionamento por via recursal os atos administrativos de mero 
expediente. 
 
Questão da prova de procurador na Bahia e a banca buscou um 
dispositivo na legislação estadual, a Lei nº 12. 209, de 2011, que trata do 
processo administrativo, no âmbito da administração direta e das entidades 
da administração indireta, regidas pelo regime de direito público, do Estado 
da Bahia. 
No artigo 56 da referida Lei, os atos de mero expediente e 
preparatórios de decisão são irrecorríveis, logo não passíveis de 
questionamento por via recursal. Gabarito, portanto, questão correta. 
 
Ato-regra, Ato-condição, Ato subjetivo 
 
Os atos-regra são aqueles destinados a qualquer indivíduo de forma 
geral e abstrata, como os atos normativos. Esse tipo de ato se assemelha 
com os atos gerais, por não possuírem destinatários certos. 
Os atos-condição são praticados por aqueles que estiverem sob um 
determinado regime jurídico, sem poder manifestar vontade sobre as 
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características de tal regime, nem reclamar direito adquirido. É o caso de 
aceitação de um cargo público ao tomar posse. 
Já nos atos subjetivos, um indivíduo possui liberdade de manifestar 
vontades. Podemos ver que, neste caso, tais atos criam situações concretas 
e pessoais, gerando direito adquirido conforme estabelecido em contratos, 
por exemplo. Nos contratos, as situações pactuadas só poderão ser 
modificadas se ambas as partes concordarem. 
 
 
Ato perfeito, Ato válido, Ato eficaz 
 
Os atos perfeitos são aqueles que possuem seu ciclo concluído, isto 
é, apresentam todas as etapas formadas. Logo, não precisam de mais nada 
para completar o processo de produção. 
Os atos válidos são aqueles que estão de acordo com a lei, isto é, 
os seus elementos estão providos de legalidade e de legitimidade. Um ato, 
portanto, pode ser perfeito (com todas as etapas necessárias para a sua 
formação concluídas), porém inválido (com algum elemento em 
desconformidade com a lei). 
Os atos eficazes são aqueles que não precisam respeitar mais 
nenhuma condição para produzir efeitos no ordenamento jurídico. 
Vejam como esse tema já foi cobrado em provas de concurso. 
12 - (CESPE - MDIC ± AGENTE ADMINISTRATIVO ± 2014) Suponha 
que determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de 
formação, tenha produzido efeitos na sociedade e, posteriormente, 
tenha sido reputado, pela própria administração pública, 
desconforme em relação ao ordenamento jurídico. Nesse caso, 
considera-se o ato perfeito, eficaz e inválido. 
 
De acordo com o enunciado da questão, o ato já percorreu todo o seu 
ciclo de formação, sendo, portanto, um ato perfeito. O examinador também 
disse que o referido ato produziu efeitos na sociedade, sendo, dessa forma, 
um ato eficaz. 
Por último, ele disse que o ato estava desconforme com o 
ordenamento jurídico, isto é, algum elemento está em desacordo com a lei, 
logo é um ato inválido. Gabarito, portanto, questão correta. 
 
 
 
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Espécies de atos administrativos 
 
Pessoal, vamos falar agora um pouco das espécies de atos 
administrativos. Essas espécies exemplificam os diversos atos 
administrativos existentes no ordenamento jurídico. 
Vale salientar que a doutrina é vasta sobre o assunto, o que gera 
diversos conceitos. Vamos tentar direcionar ao máximo conforme cobrança 
das bancas de concurso. Ok? Então, vamos lá. 
 
 
Autorização 
 
A autorização é um tipo de ato administrativo em que a Administração 
Pública age conforme sua conveniência em praticá-lo ou não. Dessa forma, 
essa espécie de ato possui a característica de ser precário, isto é, o ato é 
outorgado pelo poder público conforme interesse público, no entanto, pode 
ocorrer a retomada dele a qualquer tempo. 
Como exemplos dessa espécie, temos o ato que autorize a prestação 
de serviço de taxi e o ato que autorize os serviços de telecomunicações. 
 
Permissão 
 
O ato administrativo de permissão concedido pelo poder público pode 
se dar de forma discricionária ou vinculada, dependendo da legislação em 
cada caso. 
Essa espécie de ato, assim como a concessão que veremos mais a 
frente, é estudada no Direito Administrativo quando se trata de prestação 
de serviços públicos ou de uso de um bem público. 
Quando um particular solicitar a permissão para usufruir de algo, ou 
para realizar certos serviços, a Administração poderá ou não atender a essa 
solicitação. Isso dependerá se a demanda é passível de ser deferida 
discricionariamente ou não. 
 
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Licença 
 
Quando o administrado solicitar ao poder público executar certa 
tarefa, ou atividade, e possuir todos os requisitos legais para tal, a 
Administração concede a licença para a prática dessa operação. 
Basta, portanto, que cumpra o que a lei determinar que a 
Administração pública deferirá o ato de licença para o particular exercer o 
requerido. 
Seria o caso, por exemplo, do ato que expede um alvará de 
construção ou de reforma de um imóvel. 
 
Admissão 
 
É o ato administrativo que possibilita o ingresso em um 
estabelecimento público de um particular interessado em usufruir 
determinado serviço prestado pelo poder público. 
Como exemplo dessa espécie de ato administrativo, tem-se a 
admissão em um prédio público, como um hospital ou uma delegacia da 
Receita Federal do Brasil, por um particular após atender a todas as 
exigências para tal. 
Vamos ver como a banca já cobrou esse assunto? 
13 - (CESPE - PRF ± AGENTE ADMINISTRATIVO ± 2012) A licença 
para tratar de interesses particulares, prevista na Lei n.º 
Poder Público possui autonomia 
para praticar ato, permitindo ou 
não determinado serviço público 
ou utilização de um bem público:
Ato de 
permissão 
discricionário
Poder Público pratica ato 
administrativo permitindo o que 
fora solicitado, desde que se 
observem as exigências listadas 
em lei:
Ato de permissão 
vinculado
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8.112/1990, exemplo de ato discricionário, pode ser revogada pela 
administração pública. 
 
A licença para tratar de interesses particulares está prevista no artigo 
91 da Lei 8.112/90. De acordo com o disposto neste artigo e em seu 
parágrafo único, essa licença pode sim ser revogada pela administração 
pública ou a pedido do servidor, senão vejamos: 
 
³$UW������$�FULWpULR�GD�$GPLQLVWUDomR��SRGHUmR�VHU�
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, 
desde que não esteja em estágio probatório, 
licenças para o trato de assuntos particulares 
pelo prazo de até três anos consecutivos, sem 
remuneração. 
Parágrafo único. A licença poderá ser 
interrompida, a qualquer tempo, a pedido do 
servidor ou no interesse do serviço. ´ 
O gabarito, portanto, é questão correta. 
 
Concessão 
 
É o ato administrativo em que se concede a um particular a prestação 
de um serviço. Também pode se considerar aqueles atos em que se 
concede um título de honra, ou a cidadania no Brasil. 
Conforme vimos antes, ao estudarmos os atos de permissão, os atos 
de concessão podem ser vinculados ou discricionários. Tudo dependerá do 
que a legislação de cada concessão determinar, não é verdade? 
 
Homologação 
 
O ato administrativo que confirma, ou aprova outro ato praticado, 
aceitando o estabelecido, é denominado de homologação. 
É na homologação que o poder público reconhece que o ato 
executado respeitou a legalidade necessária para tal. Dessa forma, se o ato 
fora praticado respeitando todas as exigências legais, ele deverá ser 
homologado pelo Poder Público competente. 
 
 
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Extinção dos atos administrativos 
 
Sabemos que o ato administrativo surge para produzir efeitos no 
mundo jurídico, não é verdade? Devemos saber, também, que, tendo ou 
não vícios sanáveis ou insanáveis, ele continua produzindo efeitos até ser 
retirado do meio. 
Caso não tenha vícios, o ato administrativo extingue-se devido ao 
cumprimento integral de seus efeitos, à extinção do objeto ou do sujeito, à 
renúncia do beneficiário do ato e à retirada do ato (quando este acaba por 
ter sido publicado um ato secundário, fato conhecido como contraposição; 
ou quando o ato passar a contrariar uma nova norma jurídica, fato 
conhecido como caducidade). 
Havendo vícios insanáveis, o caminho que o ato viciado segue para a 
extinção é a Anulação. Mas também, pode-se extingui-los por meio dos 
institutos da Revogação e da Cassação que veremos à frente. Se houverem 
vícios sanáveis, os atos poderão ser corrigidos (convalidados) ou anulados, 
a critério da administração. 
 
Anulação 
 
Quando um ato for considerado ilegal, a Administração (de ofício ou 
se provocado), ou o Poder Judiciário (se provocado), deverá anulá-lo 
dentro do prazo de cinco anos a contar da data em que passou a produzir 
efeitos. Falaremos mais sobre esse prazo decadencial quando estudarmos 
a convalidação. 
Com isso, já podemos ter em mente que a ação de anular um ato é 
retroativa ou ex tunc. Exceto nos casos de atos praticados por um 
funcionário de fato ou atos ampliativos, cujo efeito será ex nunc, se 
comprovada boa-fé. 
Não devemos esquecer, na hora da prova, de que o ato ilegal será 
anulado administrativamente por outro ato administrativo considerado 
como secundário e vinculado. Caso o vício seja sanável, é facultado à 
Administração, discricionariamente, convalidá-lo, como veremos depois. 
 
Revogação 
 
Agora, se a Administração, e somente ela, discricionariamente, quiser 
retirar um ato válido, sem vício, do mundo jurídico, por conveniência e 
oportunidade, ela poderá fazê-lo por meio da revogação, desde que 
respeite os direitos adquiridos. 
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Dessa forma, concluímosque os efeitos da revogação são ex nunc, 
ou seja, prospectivos, e que, por ser um ato discricionário, só incidirá sobre 
atos também discricionários, não é mesmo? 
Pessoal, atenção agora para um detalhe que pode ser uma pegadinha 
de prova. Antigamente, afirmava-se que o Poder Judiciário não poderia 
apreciar a revogação de um ato administrativo uma vez que se não cabia 
a ele a análise do mérito administrativo. 
No entanto, o princípio da juridicidade veio para afastar a 
proibição de apreciação, uma vez que ele permite que aprecie se a 
revogação não extrapola os limites legais (leis, decretos, atos normativos), 
além dos princípios jurídicos que regem a administração pública, como os 
constitucionais. 
Diante de inúmeras dúvidas, o STF já se pronunciou a respeito do 
assunto, editando a Súmula 473 que dispõe o seguinte: 
³A Administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que os tornem ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, 
em todos os casos, a apreciação judicial´���� 
Por fim, levem para a prova de vocês que existem atos 
administrativos que não poderão ser revogados pela Administração que 
praticou o ato, são eles: atos consumados, atos vinculados, atos cujos 
direitos adquiridos garantidos constitucionalmente já foram 
gerados e os atos que fazem parte de um procedimento 
administrativo. 
 
Cassação 
 
Para terminar com as formas de extinção de um ato administrativo, 
vamos falar sobre a cassação. Trata-VH�GD�³extinção do ato administrativo 
quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria 
permanecer atendendo, como a exigência para a manutenção do ato de 
seus efeitos13´� 
Como exemplos, têm-se a cassação do alvará de funcionamento de 
uma pizzaria por não atingir condições de higiene e a cassação da 
habilitação de um condutor por ter ficado cego. 
Vamos ver uma questão sobre o tema? 
 
13 (Alexandrino & Paulo, Direito Administrativo Descomplicado, 2014) 
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14 - (CESPE - MEC ± TODOS OS CARGOS ± 2014) A revogação do ato 
administrativo por motivo de conveniência e (ou) de oportunidade, 
casos em que se manifesta a discricionariedade administrativa, 
produz efeitos ex nunc a partir da revogação. 
 
Questão totalmente correta. A revogação de ato administrativo se dá 
discricionariamente, por motivos de conveniência e oportunidade, com 
efeitos ex-nunc, respeitando, os direitos adquiridos. 
Vale apenas lembrar de que só a Administração deverá revogar seus 
atos administrativos. Entretanto, o Poder Judiciário poderá ser provocado 
para apreciação em consonância ao princípio da juridicidade. Dessa forma, 
o gabarito é mesmo questão correta. 
 
15 - (CESPE - TC-DF ± TÉCNICO ± 2014) Considere que determinado 
secretário de Estado do DF tenha editado um ato administrativo 
que, embora legal, tenha gerado controvérsia entre os servidores 
do órgão. Nessa situação, havendo mudança da titularidade do 
cargo, novo secretário poderá revogar, com efeito retroativo, o 
referido ato administrativo. 
 
Um novo secretário poderá revogar o referido ato administrativo. No 
HQWDQWR��D�UHYRJDomR�JHUD�HIHLWRV�³ex-nunc´ H�QmR�³ex-tunc´��QmR�KDYHQGR��
portanto, efeito retroativo. Gabarito, dessa forma, questão errada. 
 
16 - (CESPE - MTE - AFT ± 2013) A revogação de um ato 
administrativo produz efeitos retroativos à data em que ele tiver 
sido praticado. 
 
Questão tranquila, não é verdade? Vimos que a revogação gera 
efeitos ex nunc, ou seja, futuros. Gabarito, portanto, questão errada. 
 
17 - (CESPE - MTE - AFT ± 2013) Considere a seguinte situação 
hipotética. A administração pública reajustou o vencimento de um 
servidor público, interpretando equivocadamente determinada lei, 
circunstância que implicou pagamento indevido a esse servidor. Ao 
constatar o erro, a administração anulou o ato. 
Nessa situação hipotética, segundo entendimento do STJ, os 
valores indevidamente pagos deverão ser descontados do servidor 
público, presumindo-se a sua má-fé quanto ao recebimento das 
quantias. 
 
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A administração agiu corretamente ao anular o ato, pois foi praticado 
em desconformidade com a lei. Os efeitos de uma anulação, entretanto, 
são ex tunc, isto é, retroativos, ressalvados a terceiros de boa fé 
prejudicados como a anulação do ato. 
3DUD� R� 67-�� ³é incabível a restituição ao erário dos valores 
recebidos de boa-fé pelo servidor público em decorrência de errônea 
ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública. Em 
virtude do princípio da legítima confiança, o servidor público, em regra, tem 
a justa expectativa de que são legais os valores pagos pela Administração 
Pública, porque jungida à legalidade estrita�´ 
Dessa forma, o gabarito é questão errada. 
 
18 - (CESPE - ANAC ± ANALISTA ADMINISTRATIVO ± 2012) A 
revogação de um ato administrativo ocorre nos casos em que esse 
ato seja ilegal. 
 
A revogação dos atos administrativos não ocorre nos casos em que o 
ato seja ilegal, neste caso, o que ocorre é a anulação, outro tipo de retirada 
de um ato administrativo, quando este se encontra com vícios de 
ilegalidade. 
No caso da revogação, o que acontece é a retirada de um ato 
administrativo do ordenamento jurídico que a Administração passa a 
considerá-lo inoportuno e inconveniente, e não ilegal. Dessa forma, o 
gabarito é questão errada. 
Vejamos esse outro caso: a Administração concedeu licença (ato 
administrativo) para que um beneficiário construísse em um determinado 
local. No entanto, o particular descumpriu as condições firmadas por 
motivos diversos ou mesmo deixou de se enquadrar nos requisitos 
estabelecidos. Nessa situação, o ato administrativo será cassado pelo 
poder público. 
 
19 - (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) Ato administrativo de 
manifesto conteúdo discriminatório editado por ministério poderá 
ser invalidado, com efeitos retroativos, tanto pela administração 
como pelo Poder Judiciário, ressalvados os direitos de terceiros de 
boa-fé. 
 
Ato administrativo de manifesto conteúdo discriminatório poderá ser 
invalidado tanto pela Administração (de ofício ou por provocação) quanto 
pelo Poder Judiciário (por provocação). 
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2V�HIHLWRV�GH�XP�DWR�QXOR�RSHUDP�³ex-tunc´��RX�VHMD��FRP�UHWURDWLYLGDGH�
até a data de surgimento do ato, preservando apenas os terceiros de boa-
fé. Dessa forma, o gabarito é questão correta. 
 
20 - (CESPE - TC-DF - ANALISTA ± 2014) Se a aplicação da multa 
for indevida, a administração tem o poder de anulá-la, de ofício, 
independentemente de provocação do interessado. 
 
Se a aplicação da multa for indevida, como expôs o examinador, ela 
possui vício que torna o referido ato ilegal, não gerando direitos e sendo, 
portanto, passível de anulação. 
A anulação pela administração pública poderá se dar de ofício ou 
mediante provocação do interessado. Dessa forma, o gabarito é questão 
correta. 
 
ConvalidaçãoVeremos, agora, a convalidação. Segundo Mazza14: 
³&RQYDOLGDomR��VDQDWyULD�RX�DSURYHLWDPHQWR�p�XPD�
forma de suprir efeitos leves do ato para preservar 
VXD�HILFiFLD´� 
Diferente dos atos nulos, os atos administrativos anuláveis poderão 
ser convalidados com a finalidade de sanar os defeitos retroativamente, 
conforme a conveniência e oportunidade da administração pública. 
Os efeitos de uma convalidação são retroativos, isto é, ex tunc. 
Mesmo sendo um ato discricionário, a convalidação poderá agir tanto sobre 
atos discricionários, quanto sobre atos vinculados, desde que apresentem 
defeitos sanáveis, como: os relativos à competência (exceto para os de 
competência exclusiva) e os relativos à forma (exceto quando a norma 
jurídica considere a forma como elemento essencial à validade do ato). 
Portanto, para que um ato seja convalidado, ele deverá, 
cumulativamente, ter um defeito que seja passível de ser sanado, não 
causar prejuízo a terceiros e nem lesão ao interesse público. 
 
14 (Mazza, 2011) 
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Figura 6. Principais diferenças entre: revogação, anulação e convalidação. 
Vou só comentar mais um detalhe bem discutido na doutrina que se 
refere ao possível prazo decadencial de cinco anos de anular atos 
administrativos ilegais, contados da data em que foram praticados, 
salvo comprovada má-fé, previsto na Lei 9.784, de 1999, que regula o 
processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. 
Segundo a doutrina, independente de o vício ser insanável ou não, 
após esse prazo decadencial, a administração ficará impedida de anulá-lo, 
continuando no mundo jurídico. Para a maioria, essa omissão da 
administração de anular o ato ilegal, deixando decair o direito, trata-se de 
convalidação, mesmo que não exista o ato de convalidação em si. Para 
outros, não cabe denominar de convalidação e sim de consolidação ou 
de estabilização do ato administrativo. 
Por fim, para o STF, o prazo decadencial previsto na Lei em questão 
não se aplica aqueles atos que vão de encontro aos comandos da 
nossa Carta Magna, podendo, portanto, ser anulados a qualquer 
momento. 
 
Conversão 
 
Por fim, vale lembrar mais um dispositivo utilizado pela 
Administração chamado de conversão. Caso um ato administrativo possua 
Revogação
ͻ Ato discricionário no qual retira atos válidos sem vícios;
ͻ Pode ser revogado por conveniência e oportunidade da 
Administração que praticou o ato;
ͻ Efeitos ex nunc;
ͻ Incide sobre ato discricionários;
Anulação
ͻ Ato vinculado no qual retira atos inválidos com vício de 
legalidade;
ͻ Deve ser anulado pela administração que praticou o ato 
ou pelo Poder Judiciário quando provocado;
ͻ Efeitos ex tunc;
ͻ Incide sobre atos vinculados e discricionários.
Convalidação
ͻ Ato discricionário no qual convalida atos com defeitos 
sanáveis;
ͻ Pode ser convalidado pela Administração que praticou o 
ato;
ͻ Efeitos ex tunc;
ͻ Incide sobre atos vinculados e discricionários.
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XP�YtFLR��VHQGR�SDVVtYHO�GH�DQXODomR��D�$GPLQLVWUDomR�SRGHUi�³FRQYHUWHU´�
esse ato viciado em um ato válido dentro de outra categoria legal, com 
efeitos ³ex tunc´. 
Por exemplo: a administração poderá converter um contrato de 
concessão, que não exigia licitação na modalidade concorrência, em um 
contrato de permissão. 
No exemplo citado, o contrato de concessão estava nulo por motivos 
diversos, porém, a Administração, o substituiu, retroativamente, por outro 
que enquadraria perfeitamente no ordenamento jurídico se assim tivesse 
sido utilizado desde o início. 
Pessoal, vamos resolver mais algumas questões sobre atos 
administrativos para fixarmos o conteúdo da aula, ok? 
21 - (CESPE - TJ-SE ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± 2014) Os atos com 
vício de forma ou finalidade são convalidáveis. 
 
Como a finalidade é um elemento que deve sempre estar presente 
em um ato vinculado, por ser definido por lei, não se aceita a convalidação 
de atos com vícios de finalidade que se consideram insanáveis. 
Os atos com vícios de forma poderão ser convalidados, assim como 
os de competência. Dessa forma, o gabarito é questão errada, pois atos 
com vício de finalidade não são convalidáveis. 
 
22 - (CESPE - TC-DF - ACE ± 2014) A convalidação supre o vício 
existente na competência ou na forma de um ato administrativo, 
com efeitos retroativos ao momento em que este foi 
originariamente praticado. 
 
Um ato com vício de ilegalidade poderá ser anulado ou convalidado, 
com efeitos retroativos, ou seja, ex-tunc. 
O vício será convalidado desde que recaia sobre os elementos 
competência (quando for passível de delegação) ou forma (desde que 
não seja essencial). Gabarito, portanto, questão correta. 
 
23 - (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) Caso determinado servidor, 
no exercício de sua competência delegada, edite ato com vício 
sanável, a autoridade delegante poderá avocar a competência e 
convalidar o ato administrativo, independentemente da edição de 
novo ato normativo. 
 
Os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser 
convalidados, caso não acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo 
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a terceiros. Os desfeitos sanáveis são observados nos seguintes elementos: 
competência e forma. 
O vício de competência deverá ser sanado desde que seja sanável e 
que não seja considerada competência exclusiva. Gabarito, portanto, 
questão correta. 
 
24 - (CESPE - TJ-CE - TÉCNICO ± 2014) A respeito de alguns 
aspectos do ato administrativo, assinale a opção correta. 
a) A administração tem o poder de revogar todos os atos 
administrativos, desde que observadas a conveniência e a 
oportunidade. 
b) O ato discricionário é editado com base em um juízo de 
conveniência e oportunidade do administrador e com a devida 
demonstração do interesse público, o que dispensa o controle de 
legalidade pelo Poder Judiciário. 
c) Por meio da convalidação, os atos administrativos que 
apresentam vícios são confirmados no todo ou em parte pela 
administração, e, em caso de vício insanável, ao processo de 
convalidação dá-se o nome de reforma. 
d) Os atos de gestão da administração pública são regidos pelo 
direito público. 
e) Agente incompetente, vício de forma e desvio de finalidade são 
fundamentos que podem resultar em anulação do ato 
administrativo. 
 
Apenas os atos discricionários podem ser revogados, desde que seja 
FRP�EDVH�QD�FRQYHQLrQFLD�H�RSRUWXQLGDGH��JHUDQGR�HIHLWRV� ³ex-nunc´��$�
letra A está errada. 
A letra B também está errada, pois não há dispensa no controle de 
legalidade pelo Poder Judiciário na edição de um ato discricionário. 
A letra C está errada, pois, nos casos de vício insanáveis, não poderá 
haver convalidação, mas somente a conversão, conforme o caso. 
Os atos de gestão da administração pública são regidos pelo direito 
privado, logo a letra D também está errada. 
Por fim a letra E está correta e é o gabarito da questão. Quando a 
competência exclusiva não for respeitada, quando houver vício de forma e 
desvio de finalidade, oato deverá ser anulado. 
 
25 - (CESPE - SUFRAMA ± NÍVEL SUPERIOR ± 2014) Caso a 
administração seja suscitada a se manifestar acerca da construção 
de um condomínio em área supostamente irregular, mas se tenha 
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mantida inerte, essa ausência de manifestação da administração 
será considerada ato administrativo e produzirá efeitos jurídicos, 
independentemente de lei ou decisão judicial. 
 
Pessoal, o silêncio da administração pública, quando seu dever for o 
de se manifestar, não é considerado ato administrativo e sim, fato 
administrativo. 
É obrigação da administração se manifestar em processos 
administrativos ou sobre qualquer solicitação ou reclamação baseada em 
sua competência. Dessa forma, o gabarito é questão errada. 
 
26 - (CESPE - SUFRAMA ± NÍVEL SUPERIOR ± 2014) Se uma 
secretaria de estado editar ato com vício sanável, que seja 
detectado após a realização de auditoria interna, poderá haver a 
convalidação desse ato com efeitos retroativos à data em que ele 
for praticado. 
 
Questão tranquila, não é verdade? Se o vício for sanável, a 
administração poderá convalidar, e os efeitos retroagirão à data em que foi 
praticado, isto é, são ex tunc. Gabarito, portanto, questão correta. 
 
27 - (CESPE - PGE-BA ± PROCURADOR) Os atos enunciativos, como 
as certidões, por adquirirem os seus efeitos por lei, e não pela 
atuação administrativa, não são passíveis de revogação, ainda que 
por razões de conveniência e oportunidade. 
 
Os atos enunciativos, como as certidões, ou seja, meramente 
opinativos, não são passíveis de revogação. 
Ora pessoal, é só lembrar de que a revogação retira atos 
administrativos com a finalidade de não produzir mais efeitos do 
ordenamento jurídico. Se um determinado ato já não produz nenhum efeito 
jurídico, como os enunciativos, não caberia falar em revogação, não é 
verdade? Dessa forma, o gabarito é questão correta. 
 
28 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR ± 2014) Incorre em vício de 
forma a edição, pelo chefe do Executivo, de portaria por meio da 
qual se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de 
desapropriação, quando a lei exigir decreto. 
 
Pessoal, o Decreto-Lei nº 3.365, de 1941, que trata sobre 
GHVDSURSULDo}HV�GH�LPyYHLV��GLVS}H�TXH�³D�GHFODUDomR�GH�XWLOLGDGH�S~EOLFD�
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far-se-á por decreto do Presidente da República, Governador, Interventor 
RX�3UHIHLWR´� 
Vejam que um imóvel poderá ser declarado de utilidade pública pelo 
chefe do Poder Executivo por meio de decreto, e não de portaria, como 
afirma o enunciado da questão. 
Percebe-se que há, portanto, um vício de forma, pois não foi 
respeitada a forma estipulada no Decreto-Lei, sendo considerado como ato 
ilegal. Gabarito, dessa maneira, questão correta. 
 
29 - (CESPE - ANVISA ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2007) 
Considere que um agente público da ANVISA lavrou auto de 
infração contra determinada empresa, por violação de normas 
jurídicas relativas à vigilância sanitária. Caso a autuação fosse 
ilegal, ela poderia ser invalidada de ofício por autoridade 
hierarquicamente superior ao agente que autuou a empresa. 
 
De acordo com o princípio da autotutela, a administração poderá 
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais. 
Isso o Supremo Tribunal Federal já confirmou por meio da Súmula n° 473, 
justificando a ação informando que dos atos ilegais não se originam 
direitos. 
O STF também garantiu que tais atos também poderão ser apreciados 
pelo judiciário. Dessa forma, o gabarito é questão correta. 
 
30 - (CESPE - MPU ± ANALISTA ± ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO ± 2010) A competência constitui elemento ou requisito 
do ato administrativo vinculado, cabendo, entretanto, ao próprio 
órgão público estabelecer as suas atribuições. 
 
A competência realmente é elemento (vinculado ou obrigatório) do 
ato administrativo vinculado. Vale salientar que, além do ato vinculado, a 
competência também é requisito para o ato discricionário. 
Isso aí já poderia causar dúvida sobre a questão ser errada ou não. 
0DV��FRPR�YHUHPRV��Ki�XP�HUUR�QD�TXHVWmR�EHP�PDLV�³JULWDQWH´� 
A questão peca quando diz que o próprio órgão público estabelecerá 
as atribuições, pois a competência, que nada mais é do que as atribuições 
e responsabilidades de um agente público, será conferida por meio de lei. 
Desse modo, o gabarito é questão errada. 
 
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31 - (CESPE - MPU - ANALISTA ± BIOLOGIA ± 2010) A legalidade 
dos atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à 
apreciação judicial. 
 
O artigo 5 ° da CF/88, em seu inciso XXXV dispõe que: 
³$UW��ƒ��«� 
 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a diUHLWR´ 
Dessa forma, pode-se concluir que a legalidade dos atos 
administrativos, tanto os vinculados, quanto os discricionários, estarão 
sujeitos à apreciação judicial. 
Além do mais, o STF já firmou entendimento, na Súmula de n° 473, 
de que a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, no entanto, deverá respeitar a apreciação 
judicial. Dessa maneira, o gabarito é questão correta. 
 
32 - (CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) ± ANALISTA JUDICIÁRIO 
± 2013) Sendo a revogação a extinção de um ato administrativo por 
motivos de conveniência e oportunidade, é ela, por essência, 
discricionária. 
 
Pessoal, o que está escrito na questão está totalmente correto. Irei 
só acrescentar algumas informações com a finalidade de deixar a questão 
mais completa. 
O que vocês devem ter em mente é que, com a revogação, extingue-
se um ato administrativo que era válido, mas que, por se tornar 
inconveniente e inoportuno, resolveu-se tirá-lo do mundo jurídico. 
Os efeitos dessa retirada se dão do momento da revogação para 
frHQWH��LVWR�p��SRVVXL�HIHLWRV�³ex nunc´. 
Por fim, vale também saber que é impossível revogar alguns atos 
administrativos, como: 
¾ os que geram direitos adquiridos; 
¾ os atos considerados vinculados; 
¾ os atos que são apenas enunciativo no conteúdo; 
¾ os atos que já se exauriram. 
Dessa forma, o gabarito é questão correta. 
 
33 - (CESPE - CNJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± 2013) Todos os atos 
administrativos são imperativos e decorrem do que se denomina 
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poder extroverso, que permite ao poder público editar provimentos 
que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, interferindo na 
esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente 
em obrigações. 
 
Antes de mais nada, a definição de poder extroverso nada mais é do 
que a possibilidade de o Estado poder impor deveres de modo unilateral a 
um particular ou a um administrado. Ele realiza tal poder quando fiscaliza 
uma prestação de serviço, quando aplica normas e medidas fitossanitárias, 
quando cobra impostos, por

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