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Aula Extra - Atos Administrativos Administração Geral e Pública p/ Auditor Fiscal do Trabalho - AFT 2017 (Com videoaulas) Professor: Rodrigo Rennó 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 62 Aula Extra: Atos Administrativos Olá pessoal, tudo bem? Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico: ¾ Legislação administrativa. Atos administrativos. Requisição Espero aproveitem bastante a aula! Quer receber dicas de estudo e conteúdo gratuito de Administração em seu e-mail? Cadastre-se na nossa lista exclusiva, no link a seguir: http://goo.gl/EUKHHs 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 62 Sumário Atos Administrativos .............................................................................. 4 Conceito de Atos Administrativos ............................................................. 4 Atributos dos Atos Administrativos ........................................................... 6 Presunção de Legitimidade .................................................................. 6 Imperatividade ............................................................................... 8 Autoexecutoriedade .......................................................................... 8 Tipicidade .................................................................................... 9 Elementos dos Atos Administrativos ........................................................ 10 Competência ................................................................................ 10 Finalidade ................................................................................... 11 Forma ....................................................................................... 12 Motivo ...................................................................................... 13 Objeto ....................................................................................... 15 Mérito do ato administrativo ................................................................. 16 Classificação dos atos administrativos ....................................................... 17 Atos Vinculados e Atos Discricionários .................................................. 17 Atos Simples, Compostos e Complexos .................................................. 19 Atos individuais e gerais ................................................................... 20 Atos de Império, de Gestão e de Expediente ............................................. 21 Ato-regra, Ato-condição, Ato subjetivo ................................................... 21 Ato perfeito, Ato válido, Ato eficaz ....................................................... 22 Espécies de atos administrativos ............................................................. 23 Autorização ................................................................................. 23 Permissão ................................................................................... 23 Licença...................................................................................... 24 Admissão ................................................................................... 24 Concessão .................................................................................. 25 Homologação ............................................................................... 25 Extinção dos atos administrativos ............................................................ 26 Anulação .................................................................................... 26 Revogação .................................................................................. 26 Cassação .................................................................................... 27 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 62 Convalidação .................................................................................. 30 Conversão ..................................................................................... 31 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 52 Gabaritos ......................................................................................... 61 Bibliografia ...................................................................................... 62 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 62 Atos Administrativos A Administração Pública não pode atuar contra a lei, nem tão pouco fora da lei. Ela deve agir segundo as normas legais. Isso significa que, ao exercer uma função administrativa, o administrador deve produzir atos jurídicos com manifestações unilaterais de vontade do Estado ou de quem estiver encarregado das prerrogativas estatais, como os particulares delegatários, os concessionários e os permissionários. Tais atos são denominados pela doutrina de Atos Administrativos. Conceito de Atos Administrativos Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo1, a definição de ato administrativo é: ³Manifestação ou declaração da administração pública, nesta qualidade, ou de particulares no exercício de prerrogativas públicas, que tenham por fim imediato a produção de efeitos jurídicos determinados, em conformidade como o interesse público e sob o regime predominante de direito S~EOLFR��´ Vale observar que os atos administrativos são atos unilaterais que têm por finalidade a produção de efeitos jurídicos, como a criação, declaração, a alteração ou até a extinção de deveres e de direitos dos administrados. Vejam que os autores consideram que os atos administrativos estão sob o regime jurídico de direito público. Isso também vale para os atos que os agentes dos Poderes Legislativo e Judiciário praticam na função administrativa. Dessa forma, os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo e Judiciário submetem-se ao regime jurídico administrativo e deve, portanto, obedecer tanto aos princípios basilares que regem a Administração Pública, que são: o da supremacia do interesse público sobre o privado, e o princípio da indisponibilidade do interesse público. 1 (Alexandrino & Paulo, Direito Administrativo Descomplicado, 2014) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 62 Pessoal, os atos administrativos simplesmente não surgem do nada. Eles devem estar em plena conformidade com as leis que os regem, digo, devem obedecer a toda legislação e ficarem restritos a ela para evitar abusos de poder pela Administração Pública. Segundoo autor Diógenes Gasparini2, o ato administrativo pode ser conceituado como: ³7RGD�SUHVFULomR�XQLODWHUDO��MXt]R�RX�FRQKHFLPHQWR�� predisposta à produção de efeitos jurídicos, expedida pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, no exercício de suas prerrogativas e como parte interessada numa relação, estabelecida na conformidade ou na compatibilidade da lei, sob o fundamento de cumprir finalidades assinaladas no sistema normativo, sindicável pelo -XGLFLiULR��´ Para esse autor, o ato administrativo possui um conceito vasto. Estariam fora dessa esfera conceitual os atos subordinados ao Direito Privado, isto é, aqueles em que a AdminiVWUDomR� SHUPDQHFH� HP� ³Sp� GH� LJXDOGDGH´� FRP� R� particular, mantendo uma relação de horizontalidade. Também restringiria os atos legislativos, que possuem a finalidade de mudar o ordenamento legal. Por fim, vocês devem ir pra prova com uma observação importante. As bancas costumam fazer pegadinhas confundindo os atos administrativos com os atos da administração. Estes últimos são caracterizados pelo fato de serem praticados sem a prerrogativa pública, ou seja, quando a Administração atua em igualdade com os particulares. Os atos nos quais a Administração tem relação de horizontalidade com o particular seriam regidos pelo Direito Privado. Como exemplo, tem- se assinatura de um cheque por um agente público competente para o pagamento de um valor devido a um fornecedor ou no caso assinatura de um contrato de aluguel. Também poderia ser considerados atos da administração aqueles denominados de atos materiais, que nada mais são do que os atos conhecidos por não gerarem efeitos jurídicos, como o ato de limpeza de rua ou pavimentação de uma estrada. Vejamos como a banca já abordou esse tema? 1 - (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) O aluguel, pelo TCDF, de espaço para ministrar cursos de especialização aos seus servidores constitui ato administrativo, ainda que regido pelo direito privado. 2 (Gasparini, 2012) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 62 O contrato de aluguel gera direitos a ambas as partes, sendo regido pelo direito privado e considerado um ato bilateral. Os atos praticados sob a égide de direito privado, como a assinatura GH�XP�FRQWUDWR�GH�DOXJXHO��p�FRQVLGHUDGR�FRPR�³ato da administração´� H�QmR�³DWR�DGPLQLVWUDWLYR´��DWXDQGR�HP�³Sp�GH�LJXDOGDGH´�FRP�D�LQLFLDWLYD� privada. Gabarito, portanto, questão errada. 2 - (CESPE - TC-DF - ANALISTA ± 2014) Os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário submetem-se ao regime jurídico administrativo. A atividade administrativa é regida pelo regime jurídico administrativo. Dessa forma, os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário submeter-se-ão ao regime jurídico administrativo, respeitando tanto o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, quanto o princípio da indisponibilidade do interesse público. Gabarito, portanto, questão correta. Atributos dos Atos Administrativos A supremacia do interesse público sobre o privado é observado nos atos administrativos. Dessa forma, entende-se que os atos administrativos possuem características essenciais denominadas de atributos. Conforme a maioria dos autores, os atributos principais são: Presunção de Legitimidade, Imperatividade, Autoexecutoriedade e Tipicidade. Há autores que preconizam a existência de mais um atributo. Aliás, eles afirmam que a autoexecutoriedade, na verdade, é dividida em: exigibilidade e executoriedade. Vocês devem ficar atentos nas questões da prova, pois as bancas podem se referir a qualquer uma dessas classificações. Presunção de Legitimidade Este atributo encontra-se presente em todos os atos administrativos, inclusive aqueles atos da administração regidos pelo direito privado. Ele garante que o ato administrativo tenha validade desde a sua criação, isto é, há conformidade do ato perante a lei. Isso permite que se possam produzir efeitos a partir da sua edição. Como decorrência do atributo da presunção da legitimidade, também conhecido como presunção da veracidade ou legalidade, a prática se dá 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 62 sem que deva provar que o ato encontra-se dentro da legalidade, e, também, sem que o Poder Judiciário autorize a realização dele. No entanto, vale salientar que essa presunção de legitimidade é relativa, pois cabe a prova em contrário. Isto é, a execução imediata do ato administrativo, fundamentada por esse atributo, não impede que ele seja afastado posteriormente se comprovada a ilegalidade do ato. Nesta situação, observa-se a inversão do ônus da prova, pois não é o agente público, que praticou o ato, que deve provar a legalidade ou não do seu ato. Tal prova de existência de vício cabe ao administrado. Portanto, por conta dessa presunção relativa, não existe mais a figura GD� ³verdade sabida´� QR�RUGHQDPHQWR� MXUtGLFR��0DV�H� R�TXH� VHULD� HVVD� verdade sabida? Bom, ela seria, por exemplo, a possibilidade de o superior atuar imediatamente contra um agente ao presenciar uma infração, independentemente do conhecimento dos fatos. E, por fim, o motivo de a verdade sabida não ser mais permitida em nosso ordenamento é que a nossa CF/88 garantiu o direito do contraditório e da ampla defesa. Além disso, todos terão direito a se submeter a um devido processo legal. Vejamos agora algumas questões já cobradas pela banca. 3 - (CESPE - TC-DF - ACE ± 2014) A presunção de legitimidade é atributo de todos os atos da administração, inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa inerente aos atos praticados pelos agentes integrantes da estrutura do Estado. Todos os atos praticados pela administração gozam dessa presunção de legitimidade, inclusive os de direito privado, como afirmou o examinador da banca. Isso se dá devido à prerrogativa constante nos atos praticados pelo Estado de que todo ato é legítimo, submetendo-se à legalidade. Gabarito, dessa forma, questão correta. 4 - (CESPE - MTE - CONTADOR ± 2014) Caso seja fornecida certidão, a pedido de particular, por servidor público do quadro do MTE, é correto afirmar que tal ato administrativo possui presunção de veracidade e, caso o particular entenda ser falso o fato narrado na certidão, inverte-se o ônus da prova e cabe a ele provar, perante o Poder Judiciário, a ausência de veracidade do fato narrado na certidão. Questão verdadeira, pois todos sabem o atributo da presunção da legalidade atinge a todos os atos administrativos. Entretanto, essa presunção é relativa, cabendo ao administrado o ônus da prova. Gabarito, portanto, questão correta. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 62 5 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR ± 2014) A prerrogativa de presunção de veracidade dos atos da administração pública autoriza a aplicação de penalidade disciplinar a servidor público com base na regra da verdade sabida. &RPR� YLPRV�� D� ³YHUGDGH� VDELGD´� QmR� p� PDLV� DSOLFDGD� HP� QRVVR� RUGHQDPHQWR��PHVPR�VRE�RV�³ROKRV´�GD�SUHVXQomR�GD�YHUDFLGDGH��SRLV�HOD�é relativa e não absoluta, cabendo apenas o ônus da prova ao administrado. Dessa forma, o gabarito é questão errada, pois a penalidade disciplinar só cabe após finalizar o processo administrativo disciplinar, com respeito ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. 6 - (CESPE - ANAC ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2012) Em razão do princípio da legalidade que vincula a administração, os atos administrativos possuem presunção absoluta de legitimidade. -i�YLPRV�TXH�R�DWULEXWR�GR�DWR�³SUHVXQomR�GH�OHJLWLPLGDGH´�p�UHODWLYR� e não absoluto. A banca costuma repetir os enunciados em certames diversos, perceberam? Diante do que foi dito, vale apenas salientar que cabe, a quem questionar a legalidade do ato, a prova ao contrário. Assim sendo, o gabarito é questão errada. Imperatividade Este atributo decorre do poder extroverso do Estado, que nada mais é do que a capacidade de o poder público praticar atos vinculando-os a terceiros, mesmo que estes não os aceitem. É o caso de aplicação de multas e também de apreensão de alimentos com prazos de validade vencidos servidos em um estabelecimento. Vale ressaltar que os atos administrativos alcançados por esse atributo obrigam ao administrado de modo imediato, independente se vier a contradizer a vontade de quem se subordina. Autoexecutoriedade Este atributo permite que a Administração pratique um ato sem a necessidade de obter previamente autorização judicial. Isto significa que alguns tipos de atos administrativos podem ser executados pela 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 62 Administração de forma imediata, podendo, inclusive, utilizar-se da força, se necessário. Vejamos como Gasparini3 trata desse assunto: ³$� Autoexecutoriedade não é atributo de todo e qualquer ato administrativo. É encontrada nos atos que recebem da lei essa distinção, ou seja, ela existe nos casos previstos em lei ou quando for indispensável à imediata salvaguarda do interesse S~EOLFR�´ Como exemplo, podemos citar os atos punitivos, como a imposição de multa, guinchamento de veículo estacionado erroneamente pelo Detran, apreensão, pela Receita Federal, de mercadorias contrabandeadas, fechamento de um bar pela Vigilância Sanitária, dentre outros. Mais uma vez, lembramos que o administrado pode recorrer ao judiciário, com o ônus da prova, quando se sentir prejudicado com a prática de determinado ato. Por fim, ressaltamos que a Autoexecutoriedade é aplicada em casos expressamente previstos em lei, como exemplificados acima, e também em situações de emergência (interdição e demolição de um edifício cujas estruturas estejam abaladas ou a internação de uma pessoa com doença contagiosa). Como dito anteriormente, alguns doutrinadores separam esse atributo em dois: executoriedade e exigibilidade. Para eles, a exigibilidade refere-se à obrigação do cumprimento do ato pelo o administrado. A exigibilidade, portanto, faz com que o administrado cumpra as obrigações impostas pela Administração sem que, para isso, ela precise recorrer ao apoio do judiciário. Já com a executoriedade, tal obrigação é imposta ao particular, coagindo-o materialmente, caso necessário, por meios próprios e sem a necessidade de ordem judicial, diferindo da imperatividade, pois nesta, observa-se apenas a criação de uma obrigação ao particular. Tipicidade Para os doutrinadores, esse atributo aponta a limitação em que o administrador poderá agir discricionariamente, dando uma garantia ao administrado de que não serão praticados atos sem previsão legal. Segundo o autor Mazza4: 3 (Gasparini, 2012) 4 (Mazza, 2011) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 62 ³$� 7LSLFLGDGH� GL]� UHVSHLWR� j� QHFHVVLGDGH� GH� respeitar-se a finalidade específica definida na lei para cada espécie de ato administrativo. Dependendo da finalidade que a Administração SUHWHQGH�DOFDQoDU��H[LVWH�XP�DWR�GHILQLGR�HP�OHL�´ Por fim, vejamos, no gráfico abaixo, os atributos dos atos administrativos: Figura 1 - Atributos dos atos administrativos Elementos dos Atos Administrativos Os elementos dos atos administrativos, também conhecidos por requisitos de validade, são: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Caso algum desses elementos estiver em desobediência com a legislação, o ato será considerado nulo ou anulável. Isto é, esses pressupostos devem estar presentes nos atos administrativos para que eles sejam considerados como perfeitos e possuam validade. Competência O exercício da competência é definido por meio de lei. Portanto, concluímos que a quem a lei atribuir à competência, este deverá exercê-la obrigatoriamente, sem poder renunciá-la, transferi-la, modificá-la ou até prescrevê-la, não é verdade? Para Gasparini5, o agente público é considerado competente quando: 5 (Gasparini, 2012) Atributos Presunção de legitimidade Imperatividade Auto- executoriedade Tipicidade 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 62 ³������ UHFHEH� GD� OHL� R� GHYLGR� SRGHU-dever para o desempenho GH�VXDV�IXQo}HV�´ Quando, por lei, define-se a competência de um órgão ou agente público, garante-se que não haja alterações ao bel-prazer de quem deve realizar o ato administrativo, vinculando, dessa forma, a prática pelo responsável legal. Caso contrário, isto é, se o agente competente não realizar o ato que lhe foi atribuído mediante lei, corre o risco de ser penalizado com a invalidação dele. Pessoal, os dois extremos não são permitidos. Aquele agente cuja competência não lhe fora repassada pelo legislador não poderá desempenhar as atividades. Assim também, o agente que possui competência para tal, não poderá exercê-la acima do limite que lhe fora delimitado por meio de lei. O agente, ainda mais, não tem o direito de renunciar sua competência (a atividade torna-se imprescindível), e, muito menos, cabe a ele cedê-la a outro agente. O que se permite são a delegação ou a avocação temporariamente. Vale ressaltar que essas formas de transferências de competências citadas no parágrafo anterior devem ser autorizadas por lei para poderem ter validade. E que, inclusive, não se tratem, no caso da delegação, de competências exclusivas, edição de atos normativos ou decisão de recursos. Finalidade Da mesma forma do elemento competência, a finalidade de um ato administrativo é determinada por meio de lei, tratando-se, portanto, de requisito vinculado. O ato administrativo que não possuir o interesse público como finalidade, estará incorrendo numa falta denominada de desvio de finalidade. Isto acarretaria à anulação do ato, mesmo que se observe obediência a todos os outros requisitos. Seria o caso, por exemplo, de remover um servidor público para uma localidade qualquer com a pretensão de discipliná-lo ou castigá-lo. Mesmo que essa localidade seja uma cidade perfeita para os padrões de modernidade, se a finalidade for a de aplicar uma correção ao agente removido, ela será ilegal.Por fim, o agente público deve sempre buscar a finalidade descrita em lei, alcançando o objetivo pretendido, como, também, deve alcançar a satisfação do interesse público com a prática desse ato. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 62 Forma $�IRUPD�p�R�HOHPHQWR�TXH�³UHFREUH´�R�DWR�DGPLQLVWUDWLYR��,VWR�p��SDUD� que um ato tenha validade, ele deverá ser expresso de alguma forma: seja escrita, seja verbal, seja eletromecânico, seja gestual, seja visual. Segundo Alexandrino e Paulo6, esse R� UHTXLVLWR� ³IRUPD´ deve ser analisado da seguinte maneira: ³± quando a lei não exigir forma determinada para os atos administrativos, cabe à administração adotar aquela que considere mais adequada, conforme seus critérios de conveniência e oportunidade administrativas; - diferentemente, sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para a validade do ato, a inobservância acarretará a sua QXOLGDGH��´ Vejam o gráfico abaixo com exemplos de formas de atos7: Figura 2 - Exemplos de formas de atos administrativos Vale apenas destacar que as bancas costumam fazer pegadinhas com as definições de formas de atos administrativos e formalidade deles. Pessoal, em provas de concurso, os examinadores tentam confundir os 6 (Alexandrino & Paulo, Direito administrativo descomplicado, 2009) 7 (Gasparini, 2012) Atos orais: ordens dadas a um servidor; Atos pictórios: placas de sinalização de trânsito; Atos eletromecânicos: semáforos; Atos mímicos: policiais orientando manualmente o trânsito e o tráfego. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 62 candidatos ao disporem que forma e formalidade são sinônimas. Muito cuidado com isso! Forma é um requisito ou elemento ou pressuposto de um ato administrativo. Sem ela, o ato é considerado inválido. Já a formalidade é o modo como tal elemento é formalizado. Vou tentar ser mais claro, exemplificando. Uma determinada lei impõe que um ato administrativo deverá apresentar a forma escrita. Esta forma é o elemento de validade do ato previsto em lei. No entanto, o ato será formalizado de algum modo já definido também por lei. Isto é, um ato administrativo apresentará forma escrita e será formalizado mediante decreto, por exemplo. Motivo Quando uma situação de fato ocorre e, ao mesmo tempo, ela estiver descrita em uma hipótese legal, podemos afirmar que temos o motivo de um ato administrativo. Este elemento pode estar presente em um ato vinculado ou discricionário, dependendo da natureza do ato administrativo. Caso um ato seja vinculado, isto é, se a lei determinar a prática de um ato, desde que ocorra no mundo real o que estiver descrito na norma (motivo), o agente não poderá recusar o cumprimento. No entanto, caso uma lei autorize que se pratique determinada ação e, depois, ocorrer algum fato específico, o administrador pode, ou não, praticá-lo. Neste último momento, o requisito em questão será discricionário, já que o ato também será discricionário, certo? Para Gasparini8, o requisito motivo nada mais é do que: ³&LUFXQVWkQFLD�GH�IDWR�RX�GH�GLUHLWR�TXH�DXWRUL]D�RX� impõe ao agente público a prática do ato administrativo. Consubstancia situações do mundo real que devem ser levadas em consideração para o agir da Administração Pública competente. São ações ou omissões dos agentes públicos ou dos administrados ou, ainda, necessidades do próprio Poder Público que impelem a Administração Pública j�H[SHGLomR�GR�DWR�DGPLQLVWUDWLYR�´ Para a doutrina, tanto em um ato vinculado, quanto em um discricionário, o motivo pode estar presente, como já observamos antes. No entanto, quero ressaltar a vocês que o fato de o motivo ser um requisito 8 (Gasparini, 2012) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 62 do ato administrativo indispensável para a sua validade é que justifica a Teoria dos Motivos Determinantes. De acordo com essa teoria, o motivo exposto, que se justificou para a prática de certo ato administrativo, deve ter acontecido obrigatoriamente. Assim sendo, não pode haver falsidade na declaração dos motivos e, muito menos, inexistência deles. Por fim, devemos saber a diferença entre motivo e motivação. O motivo, como já vimos, é a causa do ato. Já motivação é a declaração do motivo, que levou à prática do ato, por escrito. Dessa maneira, percebe- se que a motivação está ligada ao elemento forma e não ao elemento motivo. Logo, se um ato que deva ser motivado para ter validade não o for, ele estará incorrendo no vício de forma e não de motivo, ok? Pessoal, todo ato administrativo deve ter um motivo, mas isso não quer dizer que todo motivo deva estar expresso, ou seja, motivado. Como exemplo, tem-se o ato de nomeação e exoneração de cargo em comissão no serviço público, que não há obrigatoriedade de motivar o ato de nomeação ou exoneração. A motivação se faz necessária para que haja observância do princípio da transparência e, consequentemente, da indisponibilidade do serviço público. Vamos ver mais questões agora? 7 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR- 2014) O ato de exoneração do ocupante de cargo em comissão deve ser fundamentado, sob pena de invalidade por violação do elemento obrigatório a todo ato administrativo: o motivo. A exoneração do ocupante de um cargo em comissão é um ato administrativo discricionário, por motivo de conveniência e oportunidade. Só um detalhe, não é necessário motivo para praticar atos desse tipo, assim como não precisa haver motivação, mas caso ocorra, isto é, caso haja motivação, o indivíduo ficará obrigado a observar o motivo exposto. Gabarito, portanto, questão errada. 8 - (CESPE - PC-AL ± DELEGADO DE POLÍCIA ± 2012) Não é possível, nos atos administrativos, haver a dispensa de sua motivação. A motivação pode ser prescindível em casos que a lei a dispensar, como a nomeação e a exoneração de cargos em comissão, por exemplo. A motivação se torna, portanto, indispensável nos casos em que os atos neguem ou limitem direitos, ou quando impuserem deveres ou sanções, ou quando decidirem processos de concurso público ou de recurso administrativo, entre outros exemplos. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 62 Por fim, vale apenas ressaltar que a motivação nada mais é do que a exposição, por escrito, dos motivos de um ato administrativo. Dessa forma, o gabarito é questão errada. Objeto A administração pública manifesta sua vontade por meio desse elemento. Assim, o objeto de um ato administrativo é o comando determinado pelo próprio ato. Dessa forma, aquilo que o ato dispõe para se por em prática, ou simplesmente para nada vir a fazer, no ordenamento jurídico, é o que se denomina de objeto do ato administrativo. Pessoal, como exemplos desse elemento de um ato administrativo, para que vocês o visualizemmelhor, têm-se: ¾ Ato que exonera um servidor público; ¾ Ato que delimita o horário de funcionamento de um prédio público; ¾ Ato que permite a utilização de um bem público. Vale lembrar que, nesses exemplos, os objetos desses atos administrativos são os mandos contidos nelas, isto é, a exoneração de um servidor, a delimitação do horário e a permissão de uso. Por fim, assim como o motivo, o objeto também deve observar se um ato é vinculado ou discricionário para se dizer se o elemento em questão também é vinculado ou discricionário. Abaixo, seguem os elementos ou requisitos dos atos administrativos estudados em nossa aula. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 62 Figura 3 - Elementos dos atos administrativos Mérito do ato administrativo De acordo com o que foi visto anteriormente, os atos administrativos possuem elementos vinculados e discricionários. Quando um ato for vinculado, todos os elementos que o compõe também serão vinculados. Enquanto que, quando um ato for discricionário, os elementos motivo e objeto também serão discricionários. A isso se denomina de mérito administrativo. Conforme Mazza9, ³RV� DWRV� GLVFULFLRQiULRV� VmR� FDUDFWHUL]DGRV� SHOD� existência de um juízo de conveniência e oportunidade no motivo ou no objeto, conhecido como mérito (...), podendo tanto ser anulados, na hipótese de vício de legalidade, quanto revogados, SRU�UD]mR�GH�LQWHUHVVH�S~EOLFR�´ Vale ressaltar que não cabe, no ato discricionário (mesmo sendo passível de anulação por vício de ilegalidade pelo Poder Judiciário), que a justiça analise o mérito de um ato discricionário, pois tal mérito refere-se à conveniência e à oportunidade, podendo resultar em revogação, e não em anulação. Entretanto, caso haja provocação, o Judiciário poderá analisar a legalidade e a legitimidade dos atos discricionários, independente de qual 9 (Mazza, 2011) Competência Finalidade Forma Motivo Objeto 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 62 elemento do ato esteja sendo tratado, ok? 'HVVD�IRUPD��D�³extrapolação ou não, pela administração, dos limites dessa esfera de mérito administrativo é passível de controle pelo Poder Judiciário, o que configura controle de legalidade ou legitimidade, e não controle de mérito10´� Classificação dos atos administrativos Atos Vinculados e Atos Discricionários O agente público pode, ou não, possuir poderes para decidir se deve fazer algo no exercício de sua função. Essa autonomia define o caminho de conduzir as funções da Administração Pública. Os atos vinculados são aqueles em que a administração atua conforme descrição em lei, sem ter a liberdade de decidir sobre a conveniência ou oportunidade da prática do ato. Dessa forma, observa-se que se uma lei impõe a realização de um ato, o administrador não pode escolher se o pratica ou não. Assim sendo, nos atos vinculados, é a lei que decide o que deve ser feito em determinada circunstância, caso haja observância ou não de certos pontos elencados no seu conteúdo. Para Gasparini11, os atos vinculados são definidos da seguinte forma: ³$� $GPLQLVWUDomR� 3~EOLFD� HGLWD-os sem qualquer avaliação subjetiva. A lei, nesses casos, encarrega- se, em tese, de prescrever, com detalhes, se, quando e como a Administração Pública deve agir�´ Por fim, caso haja alguma irregularidade, o ato vinculado deverá ser anulado. Não cabe, neste cenário de ilegalidade, o instituto da revogação e, muito menos, da convalidação. Já nos atos discricionários, a administração pode usar da oportunidade e conveniência, dentro dos limites legais, para decidir sobre o motivo e o objeto em como alcançar o interesse público. Neste caso, o ato pode ser tanto anulado, quanto revogado. Pessoal, nota-se, assim, que existe uma certa autonomia para deliberar sobre a prática desses atos. Isto é, a Administração decide, dentro de certa margem permitida pela lei, claro, o que decidir. 10 (Alexandrino & Paulo, Direito Administrativo Descomplicado, 2014) 11 (Gasparini, 2012) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 62 Vale comparar com os atos vinculados. Nestes, o agente público só confere se o administrado apresenta todas as exigências feitas por lei, e se sim, age conforme o comando legal determina. Já nos atos discricionários, o agente observa se as exigências são cumpridas. Se forem, ele pode decidir o que fazer dentre as alternativas dadas a ele pela legislação, conforme com o interesse público. É importante ter em mente que a doutrina mais recente admite a discricionariedade não apenas quando for determinado o seu uso por meio de lei. Vários doutrinadores acreditam que se pode usar a discricionariedade do ato em leis que utilizam conceitos jurídicos indeterminados, como: conduta escandalosa, boa-fé e moralidade pública. Vejam o gráfico abaixo com exemplos dessa classificação de atos administrativos: Figura 4 - Exemplos de atos vinculados e discricionários Vamos ver uma questão sobre o assunto? 9 - (CESPE - ANAC ± ANALISTA ADMINISTRATIVO ± 2012) Os atos vinculados são insuscetíveis de revogação pela administração pública. Essa questão foi motivo de discussão na época, mas vocês não podem ter mais dúvidas quanto a isso. Os atos discricionários, que forem inconvenientes e inoportunos, é que serão passíveis de revogação; ou, se forem ilegais, sofrerão anulação. Já os atos vinculados só sofrerão anulação quando for detectada alguma ilegalidade nele. Assim sendo, o gabarito é questão correta. Atos Vinculados ͻMatrícula em faculdade pública; ͻAtendimento em hospital público; ͻConcessão de aposentadoria; ͻContratação para cargos públicos; Atos Discricionários ͻDecidir quais ruas de uma cidade será asfaltada; ͻDecidir qual penalidade aplicar a um servidor público quando a lei prever mais de uma; ͻPermissão para utilizar um bem público. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 62 Atos Simples, Compostos e Complexos Essa classificação diz respeito à manifestação de vontade de um determinado número de órgãos ou colegiados para que um ato seja praticado. No caso dos atos denominados simples, temos a manifestação de um órgão apenas para que haja a produção de efeitos. Com essa manifestação de vontade do órgão, não se faz necessário que qualquer outra pessoa ou outro órgão manifeste vontade para que se comece a produzir os efeitos. Como exemplo, temos o ato de nomeação de um servidor em um cargo em comissão. Os atos compostos necessitam que a manifestação de vontade seja de um único órgão, porém, a autorização (ou aprovação ou ratificação) da prática será realizada por outro para que ele possua eficácia. Neste caso, observa-se a existência de dois atos, um principal e um acessório. É o caso de nomeações de autoridadessujeitas à prévia aprovação pelo Senado. Por fim, os atos complexos são aqueles que se compõem de duas ou mais manifestações de vontade para que se produzam efeitos. Isto significa que mais de um órgão deve manifestar interesse para que o ato torne-se perfeito. Diferente do ato composto, o ato complexo constitui em um único ato, porém com manifestação de vontade de mais de um órgão. Para exemplificar, temos a edição conjunta de instrução normativa entre a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria da Fazenda Nacional. Vamos ver mais uma questão? 10 - (CESPE - TCE-ES ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO ± 2012) Para a formação do ato administrativo composto, é necessária mais de uma manifestação de vontade, devendo as manifestações ser equivalentes entre si, ou seja, são necessárias manifestações de vontade de mesmo valor. Para a professora Fernanda Marinela12, o ato composto conceitua-se da seguinte forma: ³aquele que depende de mais de uma manifestação GH� YRQWDGH� �«��� (VVDV� PDQLIHVWDo}HV� Gevem acontecer dentro de um mesmo órgão e estão em patamar de desigualdade, em que a vontade de um 12 (Marinela, 2012) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 62 é instrumental em relação à do outro que edita o DWR�SULQFLSDO�´ Dessa forma, o comando da questão está correto quando afirma que para a formação do ato composto, depende de mais de uma manifestação de vontade, mas peca quando fala que essas manifestações tenham a mesma força, ou o mesmo valor, como aborda o item. A manifestação de vontade de um servirá para instruir a manifestação de outro. Desse modo, o gabarito é questão errada. Atos individuais e gerais Os atos administrativos também podem se classificar como atos individuais e atos gerais. Ambos dizem respeito aos destinatários que os atos pretendem alcançar. Os atos individuais possuem destinatários específicos, isto é, está explícita a quem o ato determina as prerrogativas dispostas neles. Vale salientar que, nos atos individuais, o destinatário do ato pode ser uma só pessoa (singular) ou mais de uma (plural). Todos, claro, listados no ato. Os atos gerais, entretanto, não possuem destinatários definidos, isto é, os nomes dos destinatários não são listados no ato administrativo. Assim sendo, o ato alcança aqueles que estiverem, de alguma forma, envolvidos em situações descritas para a prática do ato. Vejamos, por fim, um gráfico exemplificando os atos individuais e gerais para melhor compreensão de vocês sobre o tema. Figura 5 - Exemplos de atos individuais e atos gerais ͻ Outorga de licença; ͻ Nomeação para cargo público; ͻ Decreto de desapropriação; ͻ Exoneração de cargo em comissão Atos Individuais ͻ Instruções normativas; ͻ Regulamentos; ͻ Outorga de férias coletivasAtos Gerais 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 62 Atos de Império, de Gestão e de Expediente Quando a administração praticar um ato em posição de superioridade frente ao particular, impondo obrigações ou restrições, fundamentadas no princípio da supremacia do interesse público, temos o denominado ato de império. Exemplo: multa, interdição, apreensão. Por outro lado, quando a administração praticar atos sem fundamentar na supremacia do interesse público e ficando em posição de igualdade com o administrado, tem-se o chamado ato de gestão. Exemplo: locação de imóveis, compra ou venda de bens pela administração. Por fim, nos chamados atos de expediente, observam-se os atos realizados dentro da administração com a finalidade de dar andamento aos serviços da administração, com ligação direta com as áreas de apoio e de andamento de processos, sem, contudo, ter aspecto decisório. São exemplos: numeração de um processo, formalização, preparo e movimentação de processos, protocolo de processos judiciais. Vejamos como esse tema já foi cobrado em provas. 11 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR ± 2014) Não são passíveis de questionamento por via recursal os atos administrativos de mero expediente. Questão da prova de procurador na Bahia e a banca buscou um dispositivo na legislação estadual, a Lei nº 12. 209, de 2011, que trata do processo administrativo, no âmbito da administração direta e das entidades da administração indireta, regidas pelo regime de direito público, do Estado da Bahia. No artigo 56 da referida Lei, os atos de mero expediente e preparatórios de decisão são irrecorríveis, logo não passíveis de questionamento por via recursal. Gabarito, portanto, questão correta. Ato-regra, Ato-condição, Ato subjetivo Os atos-regra são aqueles destinados a qualquer indivíduo de forma geral e abstrata, como os atos normativos. Esse tipo de ato se assemelha com os atos gerais, por não possuírem destinatários certos. Os atos-condição são praticados por aqueles que estiverem sob um determinado regime jurídico, sem poder manifestar vontade sobre as 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 62 características de tal regime, nem reclamar direito adquirido. É o caso de aceitação de um cargo público ao tomar posse. Já nos atos subjetivos, um indivíduo possui liberdade de manifestar vontades. Podemos ver que, neste caso, tais atos criam situações concretas e pessoais, gerando direito adquirido conforme estabelecido em contratos, por exemplo. Nos contratos, as situações pactuadas só poderão ser modificadas se ambas as partes concordarem. Ato perfeito, Ato válido, Ato eficaz Os atos perfeitos são aqueles que possuem seu ciclo concluído, isto é, apresentam todas as etapas formadas. Logo, não precisam de mais nada para completar o processo de produção. Os atos válidos são aqueles que estão de acordo com a lei, isto é, os seus elementos estão providos de legalidade e de legitimidade. Um ato, portanto, pode ser perfeito (com todas as etapas necessárias para a sua formação concluídas), porém inválido (com algum elemento em desconformidade com a lei). Os atos eficazes são aqueles que não precisam respeitar mais nenhuma condição para produzir efeitos no ordenamento jurídico. Vejam como esse tema já foi cobrado em provas de concurso. 12 - (CESPE - MDIC ± AGENTE ADMINISTRATIVO ± 2014) Suponha que determinado ato administrativo, percorrido seu ciclo de formação, tenha produzido efeitos na sociedade e, posteriormente, tenha sido reputado, pela própria administração pública, desconforme em relação ao ordenamento jurídico. Nesse caso, considera-se o ato perfeito, eficaz e inválido. De acordo com o enunciado da questão, o ato já percorreu todo o seu ciclo de formação, sendo, portanto, um ato perfeito. O examinador também disse que o referido ato produziu efeitos na sociedade, sendo, dessa forma, um ato eficaz. Por último, ele disse que o ato estava desconforme com o ordenamento jurídico, isto é, algum elemento está em desacordo com a lei, logo é um ato inválido. Gabarito, portanto, questão correta. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentadosProf. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 62 Espécies de atos administrativos Pessoal, vamos falar agora um pouco das espécies de atos administrativos. Essas espécies exemplificam os diversos atos administrativos existentes no ordenamento jurídico. Vale salientar que a doutrina é vasta sobre o assunto, o que gera diversos conceitos. Vamos tentar direcionar ao máximo conforme cobrança das bancas de concurso. Ok? Então, vamos lá. Autorização A autorização é um tipo de ato administrativo em que a Administração Pública age conforme sua conveniência em praticá-lo ou não. Dessa forma, essa espécie de ato possui a característica de ser precário, isto é, o ato é outorgado pelo poder público conforme interesse público, no entanto, pode ocorrer a retomada dele a qualquer tempo. Como exemplos dessa espécie, temos o ato que autorize a prestação de serviço de taxi e o ato que autorize os serviços de telecomunicações. Permissão O ato administrativo de permissão concedido pelo poder público pode se dar de forma discricionária ou vinculada, dependendo da legislação em cada caso. Essa espécie de ato, assim como a concessão que veremos mais a frente, é estudada no Direito Administrativo quando se trata de prestação de serviços públicos ou de uso de um bem público. Quando um particular solicitar a permissão para usufruir de algo, ou para realizar certos serviços, a Administração poderá ou não atender a essa solicitação. Isso dependerá se a demanda é passível de ser deferida discricionariamente ou não. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 62 Licença Quando o administrado solicitar ao poder público executar certa tarefa, ou atividade, e possuir todos os requisitos legais para tal, a Administração concede a licença para a prática dessa operação. Basta, portanto, que cumpra o que a lei determinar que a Administração pública deferirá o ato de licença para o particular exercer o requerido. Seria o caso, por exemplo, do ato que expede um alvará de construção ou de reforma de um imóvel. Admissão É o ato administrativo que possibilita o ingresso em um estabelecimento público de um particular interessado em usufruir determinado serviço prestado pelo poder público. Como exemplo dessa espécie de ato administrativo, tem-se a admissão em um prédio público, como um hospital ou uma delegacia da Receita Federal do Brasil, por um particular após atender a todas as exigências para tal. Vamos ver como a banca já cobrou esse assunto? 13 - (CESPE - PRF ± AGENTE ADMINISTRATIVO ± 2012) A licença para tratar de interesses particulares, prevista na Lei n.º Poder Público possui autonomia para praticar ato, permitindo ou não determinado serviço público ou utilização de um bem público: Ato de permissão discricionário Poder Público pratica ato administrativo permitindo o que fora solicitado, desde que se observem as exigências listadas em lei: Ato de permissão vinculado 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 62 8.112/1990, exemplo de ato discricionário, pode ser revogada pela administração pública. A licença para tratar de interesses particulares está prevista no artigo 91 da Lei 8.112/90. De acordo com o disposto neste artigo e em seu parágrafo único, essa licença pode sim ser revogada pela administração pública ou a pedido do servidor, senão vejamos: ³$UW������$�FULWpULR�GD�$GPLQLVWUDomR��SRGHUmR�VHU� concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. ´ O gabarito, portanto, é questão correta. Concessão É o ato administrativo em que se concede a um particular a prestação de um serviço. Também pode se considerar aqueles atos em que se concede um título de honra, ou a cidadania no Brasil. Conforme vimos antes, ao estudarmos os atos de permissão, os atos de concessão podem ser vinculados ou discricionários. Tudo dependerá do que a legislação de cada concessão determinar, não é verdade? Homologação O ato administrativo que confirma, ou aprova outro ato praticado, aceitando o estabelecido, é denominado de homologação. É na homologação que o poder público reconhece que o ato executado respeitou a legalidade necessária para tal. Dessa forma, se o ato fora praticado respeitando todas as exigências legais, ele deverá ser homologado pelo Poder Público competente. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 62 Extinção dos atos administrativos Sabemos que o ato administrativo surge para produzir efeitos no mundo jurídico, não é verdade? Devemos saber, também, que, tendo ou não vícios sanáveis ou insanáveis, ele continua produzindo efeitos até ser retirado do meio. Caso não tenha vícios, o ato administrativo extingue-se devido ao cumprimento integral de seus efeitos, à extinção do objeto ou do sujeito, à renúncia do beneficiário do ato e à retirada do ato (quando este acaba por ter sido publicado um ato secundário, fato conhecido como contraposição; ou quando o ato passar a contrariar uma nova norma jurídica, fato conhecido como caducidade). Havendo vícios insanáveis, o caminho que o ato viciado segue para a extinção é a Anulação. Mas também, pode-se extingui-los por meio dos institutos da Revogação e da Cassação que veremos à frente. Se houverem vícios sanáveis, os atos poderão ser corrigidos (convalidados) ou anulados, a critério da administração. Anulação Quando um ato for considerado ilegal, a Administração (de ofício ou se provocado), ou o Poder Judiciário (se provocado), deverá anulá-lo dentro do prazo de cinco anos a contar da data em que passou a produzir efeitos. Falaremos mais sobre esse prazo decadencial quando estudarmos a convalidação. Com isso, já podemos ter em mente que a ação de anular um ato é retroativa ou ex tunc. Exceto nos casos de atos praticados por um funcionário de fato ou atos ampliativos, cujo efeito será ex nunc, se comprovada boa-fé. Não devemos esquecer, na hora da prova, de que o ato ilegal será anulado administrativamente por outro ato administrativo considerado como secundário e vinculado. Caso o vício seja sanável, é facultado à Administração, discricionariamente, convalidá-lo, como veremos depois. Revogação Agora, se a Administração, e somente ela, discricionariamente, quiser retirar um ato válido, sem vício, do mundo jurídico, por conveniência e oportunidade, ela poderá fazê-lo por meio da revogação, desde que respeite os direitos adquiridos. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 62 Dessa forma, concluímosque os efeitos da revogação são ex nunc, ou seja, prospectivos, e que, por ser um ato discricionário, só incidirá sobre atos também discricionários, não é mesmo? Pessoal, atenção agora para um detalhe que pode ser uma pegadinha de prova. Antigamente, afirmava-se que o Poder Judiciário não poderia apreciar a revogação de um ato administrativo uma vez que se não cabia a ele a análise do mérito administrativo. No entanto, o princípio da juridicidade veio para afastar a proibição de apreciação, uma vez que ele permite que aprecie se a revogação não extrapola os limites legais (leis, decretos, atos normativos), além dos princípios jurídicos que regem a administração pública, como os constitucionais. Diante de inúmeras dúvidas, o STF já se pronunciou a respeito do assunto, editando a Súmula 473 que dispõe o seguinte: ³A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial´���� Por fim, levem para a prova de vocês que existem atos administrativos que não poderão ser revogados pela Administração que praticou o ato, são eles: atos consumados, atos vinculados, atos cujos direitos adquiridos garantidos constitucionalmente já foram gerados e os atos que fazem parte de um procedimento administrativo. Cassação Para terminar com as formas de extinção de um ato administrativo, vamos falar sobre a cassação. Trata-VH�GD�³extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo, como a exigência para a manutenção do ato de seus efeitos13´� Como exemplos, têm-se a cassação do alvará de funcionamento de uma pizzaria por não atingir condições de higiene e a cassação da habilitação de um condutor por ter ficado cego. Vamos ver uma questão sobre o tema? 13 (Alexandrino & Paulo, Direito Administrativo Descomplicado, 2014) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 62 14 - (CESPE - MEC ± TODOS OS CARGOS ± 2014) A revogação do ato administrativo por motivo de conveniência e (ou) de oportunidade, casos em que se manifesta a discricionariedade administrativa, produz efeitos ex nunc a partir da revogação. Questão totalmente correta. A revogação de ato administrativo se dá discricionariamente, por motivos de conveniência e oportunidade, com efeitos ex-nunc, respeitando, os direitos adquiridos. Vale apenas lembrar de que só a Administração deverá revogar seus atos administrativos. Entretanto, o Poder Judiciário poderá ser provocado para apreciação em consonância ao princípio da juridicidade. Dessa forma, o gabarito é mesmo questão correta. 15 - (CESPE - TC-DF ± TÉCNICO ± 2014) Considere que determinado secretário de Estado do DF tenha editado um ato administrativo que, embora legal, tenha gerado controvérsia entre os servidores do órgão. Nessa situação, havendo mudança da titularidade do cargo, novo secretário poderá revogar, com efeito retroativo, o referido ato administrativo. Um novo secretário poderá revogar o referido ato administrativo. No HQWDQWR��D�UHYRJDomR�JHUD�HIHLWRV�³ex-nunc´ H�QmR�³ex-tunc´��QmR�KDYHQGR�� portanto, efeito retroativo. Gabarito, dessa forma, questão errada. 16 - (CESPE - MTE - AFT ± 2013) A revogação de um ato administrativo produz efeitos retroativos à data em que ele tiver sido praticado. Questão tranquila, não é verdade? Vimos que a revogação gera efeitos ex nunc, ou seja, futuros. Gabarito, portanto, questão errada. 17 - (CESPE - MTE - AFT ± 2013) Considere a seguinte situação hipotética. A administração pública reajustou o vencimento de um servidor público, interpretando equivocadamente determinada lei, circunstância que implicou pagamento indevido a esse servidor. Ao constatar o erro, a administração anulou o ato. Nessa situação hipotética, segundo entendimento do STJ, os valores indevidamente pagos deverão ser descontados do servidor público, presumindo-se a sua má-fé quanto ao recebimento das quantias. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 62 A administração agiu corretamente ao anular o ato, pois foi praticado em desconformidade com a lei. Os efeitos de uma anulação, entretanto, são ex tunc, isto é, retroativos, ressalvados a terceiros de boa fé prejudicados como a anulação do ato. 3DUD� R� 67-�� ³é incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor público em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública. Em virtude do princípio da legítima confiança, o servidor público, em regra, tem a justa expectativa de que são legais os valores pagos pela Administração Pública, porque jungida à legalidade estrita�´ Dessa forma, o gabarito é questão errada. 18 - (CESPE - ANAC ± ANALISTA ADMINISTRATIVO ± 2012) A revogação de um ato administrativo ocorre nos casos em que esse ato seja ilegal. A revogação dos atos administrativos não ocorre nos casos em que o ato seja ilegal, neste caso, o que ocorre é a anulação, outro tipo de retirada de um ato administrativo, quando este se encontra com vícios de ilegalidade. No caso da revogação, o que acontece é a retirada de um ato administrativo do ordenamento jurídico que a Administração passa a considerá-lo inoportuno e inconveniente, e não ilegal. Dessa forma, o gabarito é questão errada. Vejamos esse outro caso: a Administração concedeu licença (ato administrativo) para que um beneficiário construísse em um determinado local. No entanto, o particular descumpriu as condições firmadas por motivos diversos ou mesmo deixou de se enquadrar nos requisitos estabelecidos. Nessa situação, o ato administrativo será cassado pelo poder público. 19 - (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) Ato administrativo de manifesto conteúdo discriminatório editado por ministério poderá ser invalidado, com efeitos retroativos, tanto pela administração como pelo Poder Judiciário, ressalvados os direitos de terceiros de boa-fé. Ato administrativo de manifesto conteúdo discriminatório poderá ser invalidado tanto pela Administração (de ofício ou por provocação) quanto pelo Poder Judiciário (por provocação). 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 62 2V�HIHLWRV�GH�XP�DWR�QXOR�RSHUDP�³ex-tunc´��RX�VHMD��FRP�UHWURDWLYLGDGH� até a data de surgimento do ato, preservando apenas os terceiros de boa- fé. Dessa forma, o gabarito é questão correta. 20 - (CESPE - TC-DF - ANALISTA ± 2014) Se a aplicação da multa for indevida, a administração tem o poder de anulá-la, de ofício, independentemente de provocação do interessado. Se a aplicação da multa for indevida, como expôs o examinador, ela possui vício que torna o referido ato ilegal, não gerando direitos e sendo, portanto, passível de anulação. A anulação pela administração pública poderá se dar de ofício ou mediante provocação do interessado. Dessa forma, o gabarito é questão correta. ConvalidaçãoVeremos, agora, a convalidação. Segundo Mazza14: ³&RQYDOLGDomR��VDQDWyULD�RX�DSURYHLWDPHQWR�p�XPD� forma de suprir efeitos leves do ato para preservar VXD�HILFiFLD´� Diferente dos atos nulos, os atos administrativos anuláveis poderão ser convalidados com a finalidade de sanar os defeitos retroativamente, conforme a conveniência e oportunidade da administração pública. Os efeitos de uma convalidação são retroativos, isto é, ex tunc. Mesmo sendo um ato discricionário, a convalidação poderá agir tanto sobre atos discricionários, quanto sobre atos vinculados, desde que apresentem defeitos sanáveis, como: os relativos à competência (exceto para os de competência exclusiva) e os relativos à forma (exceto quando a norma jurídica considere a forma como elemento essencial à validade do ato). Portanto, para que um ato seja convalidado, ele deverá, cumulativamente, ter um defeito que seja passível de ser sanado, não causar prejuízo a terceiros e nem lesão ao interesse público. 14 (Mazza, 2011) 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 62 Figura 6. Principais diferenças entre: revogação, anulação e convalidação. Vou só comentar mais um detalhe bem discutido na doutrina que se refere ao possível prazo decadencial de cinco anos de anular atos administrativos ilegais, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé, previsto na Lei 9.784, de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Segundo a doutrina, independente de o vício ser insanável ou não, após esse prazo decadencial, a administração ficará impedida de anulá-lo, continuando no mundo jurídico. Para a maioria, essa omissão da administração de anular o ato ilegal, deixando decair o direito, trata-se de convalidação, mesmo que não exista o ato de convalidação em si. Para outros, não cabe denominar de convalidação e sim de consolidação ou de estabilização do ato administrativo. Por fim, para o STF, o prazo decadencial previsto na Lei em questão não se aplica aqueles atos que vão de encontro aos comandos da nossa Carta Magna, podendo, portanto, ser anulados a qualquer momento. Conversão Por fim, vale lembrar mais um dispositivo utilizado pela Administração chamado de conversão. Caso um ato administrativo possua Revogação ͻ Ato discricionário no qual retira atos válidos sem vícios; ͻ Pode ser revogado por conveniência e oportunidade da Administração que praticou o ato; ͻ Efeitos ex nunc; ͻ Incide sobre ato discricionários; Anulação ͻ Ato vinculado no qual retira atos inválidos com vício de legalidade; ͻ Deve ser anulado pela administração que praticou o ato ou pelo Poder Judiciário quando provocado; ͻ Efeitos ex tunc; ͻ Incide sobre atos vinculados e discricionários. Convalidação ͻ Ato discricionário no qual convalida atos com defeitos sanáveis; ͻ Pode ser convalidado pela Administração que praticou o ato; ͻ Efeitos ex tunc; ͻ Incide sobre atos vinculados e discricionários. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 62 XP�YtFLR��VHQGR�SDVVtYHO�GH�DQXODomR��D�$GPLQLVWUDomR�SRGHUi�³FRQYHUWHU´� esse ato viciado em um ato válido dentro de outra categoria legal, com efeitos ³ex tunc´. Por exemplo: a administração poderá converter um contrato de concessão, que não exigia licitação na modalidade concorrência, em um contrato de permissão. No exemplo citado, o contrato de concessão estava nulo por motivos diversos, porém, a Administração, o substituiu, retroativamente, por outro que enquadraria perfeitamente no ordenamento jurídico se assim tivesse sido utilizado desde o início. Pessoal, vamos resolver mais algumas questões sobre atos administrativos para fixarmos o conteúdo da aula, ok? 21 - (CESPE - TJ-SE ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± 2014) Os atos com vício de forma ou finalidade são convalidáveis. Como a finalidade é um elemento que deve sempre estar presente em um ato vinculado, por ser definido por lei, não se aceita a convalidação de atos com vícios de finalidade que se consideram insanáveis. Os atos com vícios de forma poderão ser convalidados, assim como os de competência. Dessa forma, o gabarito é questão errada, pois atos com vício de finalidade não são convalidáveis. 22 - (CESPE - TC-DF - ACE ± 2014) A convalidação supre o vício existente na competência ou na forma de um ato administrativo, com efeitos retroativos ao momento em que este foi originariamente praticado. Um ato com vício de ilegalidade poderá ser anulado ou convalidado, com efeitos retroativos, ou seja, ex-tunc. O vício será convalidado desde que recaia sobre os elementos competência (quando for passível de delegação) ou forma (desde que não seja essencial). Gabarito, portanto, questão correta. 23 - (CESPE - TC-DF - TÉCNICO ± 2014) Caso determinado servidor, no exercício de sua competência delegada, edite ato com vício sanável, a autoridade delegante poderá avocar a competência e convalidar o ato administrativo, independentemente da edição de novo ato normativo. Os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados, caso não acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 62 a terceiros. Os desfeitos sanáveis são observados nos seguintes elementos: competência e forma. O vício de competência deverá ser sanado desde que seja sanável e que não seja considerada competência exclusiva. Gabarito, portanto, questão correta. 24 - (CESPE - TJ-CE - TÉCNICO ± 2014) A respeito de alguns aspectos do ato administrativo, assinale a opção correta. a) A administração tem o poder de revogar todos os atos administrativos, desde que observadas a conveniência e a oportunidade. b) O ato discricionário é editado com base em um juízo de conveniência e oportunidade do administrador e com a devida demonstração do interesse público, o que dispensa o controle de legalidade pelo Poder Judiciário. c) Por meio da convalidação, os atos administrativos que apresentam vícios são confirmados no todo ou em parte pela administração, e, em caso de vício insanável, ao processo de convalidação dá-se o nome de reforma. d) Os atos de gestão da administração pública são regidos pelo direito público. e) Agente incompetente, vício de forma e desvio de finalidade são fundamentos que podem resultar em anulação do ato administrativo. Apenas os atos discricionários podem ser revogados, desde que seja FRP�EDVH�QD�FRQYHQLrQFLD�H�RSRUWXQLGDGH��JHUDQGR�HIHLWRV� ³ex-nunc´��$� letra A está errada. A letra B também está errada, pois não há dispensa no controle de legalidade pelo Poder Judiciário na edição de um ato discricionário. A letra C está errada, pois, nos casos de vício insanáveis, não poderá haver convalidação, mas somente a conversão, conforme o caso. Os atos de gestão da administração pública são regidos pelo direito privado, logo a letra D também está errada. Por fim a letra E está correta e é o gabarito da questão. Quando a competência exclusiva não for respeitada, quando houver vício de forma e desvio de finalidade, oato deverá ser anulado. 25 - (CESPE - SUFRAMA ± NÍVEL SUPERIOR ± 2014) Caso a administração seja suscitada a se manifestar acerca da construção de um condomínio em área supostamente irregular, mas se tenha 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 62 mantida inerte, essa ausência de manifestação da administração será considerada ato administrativo e produzirá efeitos jurídicos, independentemente de lei ou decisão judicial. Pessoal, o silêncio da administração pública, quando seu dever for o de se manifestar, não é considerado ato administrativo e sim, fato administrativo. É obrigação da administração se manifestar em processos administrativos ou sobre qualquer solicitação ou reclamação baseada em sua competência. Dessa forma, o gabarito é questão errada. 26 - (CESPE - SUFRAMA ± NÍVEL SUPERIOR ± 2014) Se uma secretaria de estado editar ato com vício sanável, que seja detectado após a realização de auditoria interna, poderá haver a convalidação desse ato com efeitos retroativos à data em que ele for praticado. Questão tranquila, não é verdade? Se o vício for sanável, a administração poderá convalidar, e os efeitos retroagirão à data em que foi praticado, isto é, são ex tunc. Gabarito, portanto, questão correta. 27 - (CESPE - PGE-BA ± PROCURADOR) Os atos enunciativos, como as certidões, por adquirirem os seus efeitos por lei, e não pela atuação administrativa, não são passíveis de revogação, ainda que por razões de conveniência e oportunidade. Os atos enunciativos, como as certidões, ou seja, meramente opinativos, não são passíveis de revogação. Ora pessoal, é só lembrar de que a revogação retira atos administrativos com a finalidade de não produzir mais efeitos do ordenamento jurídico. Se um determinado ato já não produz nenhum efeito jurídico, como os enunciativos, não caberia falar em revogação, não é verdade? Dessa forma, o gabarito é questão correta. 28 - (CESPE - PGE-BA - PROCURADOR ± 2014) Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do Executivo, de portaria por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de desapropriação, quando a lei exigir decreto. Pessoal, o Decreto-Lei nº 3.365, de 1941, que trata sobre GHVDSURSULDo}HV�GH�LPyYHLV��GLVS}H�TXH�³D�GHFODUDomR�GH�XWLOLGDGH�S~EOLFD� 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 62 far-se-á por decreto do Presidente da República, Governador, Interventor RX�3UHIHLWR´� Vejam que um imóvel poderá ser declarado de utilidade pública pelo chefe do Poder Executivo por meio de decreto, e não de portaria, como afirma o enunciado da questão. Percebe-se que há, portanto, um vício de forma, pois não foi respeitada a forma estipulada no Decreto-Lei, sendo considerado como ato ilegal. Gabarito, dessa maneira, questão correta. 29 - (CESPE - ANVISA ± TÉCNICO ADMINISTRATIVO ± 2007) Considere que um agente público da ANVISA lavrou auto de infração contra determinada empresa, por violação de normas jurídicas relativas à vigilância sanitária. Caso a autuação fosse ilegal, ela poderia ser invalidada de ofício por autoridade hierarquicamente superior ao agente que autuou a empresa. De acordo com o princípio da autotutela, a administração poderá anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais. Isso o Supremo Tribunal Federal já confirmou por meio da Súmula n° 473, justificando a ação informando que dos atos ilegais não se originam direitos. O STF também garantiu que tais atos também poderão ser apreciados pelo judiciário. Dessa forma, o gabarito é questão correta. 30 - (CESPE - MPU ± ANALISTA ± ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ± 2010) A competência constitui elemento ou requisito do ato administrativo vinculado, cabendo, entretanto, ao próprio órgão público estabelecer as suas atribuições. A competência realmente é elemento (vinculado ou obrigatório) do ato administrativo vinculado. Vale salientar que, além do ato vinculado, a competência também é requisito para o ato discricionário. Isso aí já poderia causar dúvida sobre a questão ser errada ou não. 0DV��FRPR�YHUHPRV��Ki�XP�HUUR�QD�TXHVWmR�EHP�PDLV�³JULWDQWH´� A questão peca quando diz que o próprio órgão público estabelecerá as atribuições, pois a competência, que nada mais é do que as atribuições e responsabilidades de um agente público, será conferida por meio de lei. Desse modo, o gabarito é questão errada. 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 62 31 - (CESPE - MPU - ANALISTA ± BIOLOGIA ± 2010) A legalidade dos atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à apreciação judicial. O artigo 5 ° da CF/88, em seu inciso XXXV dispõe que: ³$UW����«� XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a diUHLWR´ Dessa forma, pode-se concluir que a legalidade dos atos administrativos, tanto os vinculados, quanto os discricionários, estarão sujeitos à apreciação judicial. Além do mais, o STF já firmou entendimento, na Súmula de n° 473, de que a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, no entanto, deverá respeitar a apreciação judicial. Dessa maneira, o gabarito é questão correta. 32 - (CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± 2013) Sendo a revogação a extinção de um ato administrativo por motivos de conveniência e oportunidade, é ela, por essência, discricionária. Pessoal, o que está escrito na questão está totalmente correto. Irei só acrescentar algumas informações com a finalidade de deixar a questão mais completa. O que vocês devem ter em mente é que, com a revogação, extingue- se um ato administrativo que era válido, mas que, por se tornar inconveniente e inoportuno, resolveu-se tirá-lo do mundo jurídico. Os efeitos dessa retirada se dão do momento da revogação para frHQWH��LVWR�p��SRVVXL�HIHLWRV�³ex nunc´. Por fim, vale também saber que é impossível revogar alguns atos administrativos, como: ¾ os que geram direitos adquiridos; ¾ os atos considerados vinculados; ¾ os atos que são apenas enunciativo no conteúdo; ¾ os atos que já se exauriram. Dessa forma, o gabarito é questão correta. 33 - (CESPE - CNJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± 2013) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem do que se denomina 29818964829 29818964829 - Daniela de castro miranda Administração Geral e Pública p/ AFT - 2017 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula Extra Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 62 poder extroverso, que permite ao poder público editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações. Antes de mais nada, a definição de poder extroverso nada mais é do que a possibilidade de o Estado poder impor deveres de modo unilateral a um particular ou a um administrado. Ele realiza tal poder quando fiscaliza uma prestação de serviço, quando aplica normas e medidas fitossanitárias, quando cobra impostos, por
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