PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) – CCJ0149 - CASO CONCRETO 6

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PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) – CCJ0149
Caso Concreto 6 
	Alberto e Benedito foram presos em flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, que haviam acabado de furtar. O veículo quando da subtração, encontrava-se estacionada regularmente em via pública da Capital. O Dr. Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os fatos como incursos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal. Motivo pelo qual não arbitrou fiança, determinando o recolhimento de ambos ao cárcere e entregandolhes nota de culpa. A cópia do Auto de Prisão em Flagrante foi remetida pelo juiz da 4ª Vara Criminal da Capital, Alberto reside na Capital, é primário e trabalhador. Elaborar na qualidade de defensor de Alberto a medida cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE __
Nº do processo__
ALBERTO, já qualificado nos autos da prisão em flagrante delito, sob alegação de ter praticado conduta tipificada no artigo 155, §4º, inciso IV do código penal, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, a presença de vossa excelência apresentar:
LIBERDADE PROVISÓRIA
com fulcro no artigo 5º, inciso LXDI, pelas razões de fato de direito a seguir aduzidas.
		DOS FATOS
	O flagranteado foi preso por ter em tese violado norma penal contida no artigo 155, §4º, inciso IV do diploma repressivo pátrio.
	Ocorre que os fatos narrados no auto de prisão não merecem prosperar, como passa a demonstrar a seguir:
		DOS FUNDAMENTOS
	Inicialmente, cabe mencionar que o crime imputado ao flagranteado é incapaz de causar qualquer abalo a ordem pública, visto que o mesmo é considerado como um delito de pequena monta.
	Tal afirmação se deve ao fato do mesmo se caracterizar pela ausência de violência ou grau de ameaça, portanto não representa o mesmo quadro de perigo para a coletividade.
	Poderia se argumentar que a garantia da ordem pública também pode trazer reflexos as instituições legalmente constituídas, como o poder judiciário.
	Porém não se consegue visualizar nas referidas instituições fragilidade a ponto de serem atingidas pelo simples cometimento do delito objeto do flagrante ora atacado.
	Da mesma forma não há o que se falar da garantia da ordem econômica, visto que o bem supostamente subtraído não representa nenhuma possibilidade de alteração a ordem econômica e, ademais, o mesmo restou recuperado.
	No tocante a conveniência da instrução criminal resta claro que os autos já possuem acervo probatório acostado dos mesmos, não havendo o que se falar que o flagranteado possa ter influência capaz de causar prejuízo ao andamento processual.
	Em relação a aplicação da lei penal cabe destacar que a pena mínima em abstrato é de dois anos, por tanto passível de substituição por restritiva de direito, conforme os ditames do artigo 44 do código penal, tratando-se também de crime afiançável, visto que, não se encaixa nos requisitos dos artigos 323 e 324 ambos do código de processo penal.
	Também há que se mencionar que a instrução criminal se quer se iniciou, estando o flagranteado sob égide do princípio constitucional da presunção de inocência, não podendo se presumir que o mesmo será condenado ao fim da presente ação
		DO PEDIDO
	Diante de todo o exposto, querer a vossa excelência:
1. Que seja concedida a liberdade provisória ao flagranteado, em conformidade com os ditames legais do artigo. 5º, inciso LXDI da Constituição Federal de 1988 e do artigo 310, inciso III do estatuto processual penal, determinando a expedição do respectivo alvará de soltura ao requerente que se compromete a comparecer a todos os atos processuais quando intimado.
2. Caso assim não entenda vossa excelência, seja decretada a fiança nos conformes do disposto no artigo 325, §1º, inciso I do Código de Processo Penal.
	Termos em que;
	Pede deferimento.
Local/Data
Advogado
OAB