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RESUMO GENÉTICA MOLECULAR 2

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RESUMO PROVA 2
Aula 1: RNAs não codificadores
O RNA pode ser encontrado também em formações secundárias. Também podem ser encontradas variações de pareamento entre os pares de bases.
RNA-polimerases: realizam a transcrição do RNA. Os RNAs são copiados a partir de uma região delimitada do DNA e por isso são mais curtos.
RNAs não mensageiros atuam como componentes regulatórios, estruturais e enzimáticos.
RNA ribossomal: forma região central dos ribossomos, onde o mRNA é traduzido em proteínas
RNA transportador: forma adaptadores que selecionam aminoácidos e posicionam no local adequado do ribossomo para que sejam incorporados em uma proteína.
microRNAs: reguladores na expressão gênica em eucariotos
outros RNAs pequenos: usados no splicing do mRNA, na manutenção de telômeros e em diversos outros processos celulares. 
O DNA possui éxons e íntrons, os íntrons são removidos pelo splicing de RNA.
Splicing do RNA: processo durante o qual são removidas as sequências íntrons do RNA recém sintetizado e as sequências éxons são unidas umas às outras. Após ou durante o splicing cada sequência recebe uma cauda poli-A e torna-se funcional.
Entre as sequências nucleotídicas de cada íntron existem sequências essenciais que direcionam sua remoção. 
O splicing do RNA é realizado predominantemente por outras moléculas de RNA, denominadas pequenos RNAs nucleares (snRNAs), agregadas a proteínas adicionais para formar as pequenas partículas ribonucleoproteicas nucleares (snRNPs) que formam o núcleo do spliceossomo. 
siRNAs e miRNAs : regulam e protegem o genoma. São sintetizados de acordo com estímulos externos e também em respostas a mudanças.
RNAs regulatórios pequenos controlam a expressão de milhares de genes de animais e de plantas
microRNA (miRNA): controlam a expressão de genes por pareamentos de bases com mRNAs específicos, além de controlar estabilidade e tradução. O transcrito do precursor de miRNA sofre um tipo especial de processamento para produzir o miRNA maduro. Esse miRNA se associa então com proteínas especializadas para formar o RISC (complexo silenciador induzido por RNA), que busca (no citoplasma) por mRNAs complementares ao miRNA que carregam. Assim que o mRNA pareia com o miRNA, ele é destruído por uma nuclease presente na RISC (sua tradução é bloqueada ou ele é levado a um região do citoplasma para ser degradado por outras nucleases). Uma vez que a RISC cumpriu seu papel, ela é liberada para procurar por moléculas de mRNA adicionais. Um único miRNA pode eliminar uma molécula de mRNA e depois outra. 
Duas características importantes os tornam reguladores da expressão gênica: 1. Um único miRNA pode regular um conjunto inteiro de diferentes mRNAs, e os mRNAs carregam uma sequência comum, frequentemente encontradas nas regiões 5’ e 3’ não traduzidas. 2. Um gene que codifica um miRNA possui pequeno tamanho. 
Small interfering RNAs (siRNAs): produtos resultantes da atividade da Dicer. Algumas proteínas relacionadas ao processamento de miRNAs também servem como mecanismo de defesa para a célula orquestrando a destruição de RNA “estranhos”, especificamente aqueles que possuem fita dupla (como é o caso do material genético de muitos vírus). Esse mecanismo de degradação do RNA marcado, chamado de interferência do RNA (RNAi) auxilia a manter o controle desses invasores. A presença de RNA de fita dupla na célula estimula o RNAi a atrair um complexo proteico contendo a nuclease Dicer. Essa nuclease cliva o RNA de fita dupla em pequenos fragmentos chamados de pequenos RNAs de interferência (siRNAs). Os pequenos RNAs de fita dupla são então incorporados a complexos RISC, que descarta uma das fitas do miRNA de fita dupla e usa o RNA de fita simples remanescente para localizar uma molécula de RNA estranha complementar. Essa molécula de RNA marcada é rapidamente degradada e o complexo RISC fica livre para procurar outras moléculas de RNA estranho. O RNAi é encontrado em grande variedade de organismos, em alguns organismos (incluindo plantas) sua atividade pode espalhar-se tecido a tecido e tal transferência de RNA permite à planta tornar-se resistente a um vírus depois que apenas poucas células tenham sido infectadas, lembrando, em um aspecto amplo, certos aspectos do sistema imune humano. 
DROSHA: endonuclease presente em células eucarióticas capaz de clivar uma estrutura em grampo no transcrito primário de miRNA, gerando pré-miRNAs. 
miRNAs: codificados por genes transcritos, porém não traduzidos em proteínas, análogas ao tRNA ou rRNA. Transcritos primários de miRNAs são sintetizados normalmente pela pol II, capeados e poliadenilados. Esses transcritos possuem capacidade de se dobrar em estruturas estendidas do tipo grampo reconhecidas por uma proteína ligadora de RNA (DGCR8 em humanos). Essa proteína de ligação recruta pri-miRNAs para a Drosha a fim de formar um complexo microprocessador. A drosha é uma endonuclease que cliva os grampos de duplex pri-miRNAs para produzir miRNAs. No citoplasma os pré-miRNAs são mais clivados por uma endonuclease RNA de fita dupla denominada Dicer para liberar o miRNA maduro.
A Dicer ajuda a carregar miRNAs e siRNAs nos complexos RISCs. miRNAs e siRNA maduros podem formar pares com sequencias complementares nas 3’UTRs de mRNAs específicos para induzir a degradação e/ou tradução, silenciando aqueles mRNAs.
PETÚNIAS: brancas ou variegadas – trata-se de um PTGS (post-transcriptional gene silencing)
cossupressão: supressão coordenada da expressão de um transgene e do gene endógeno pré-existente
um transgene é inserido nas células da planta, e os indivíduos adultos apresentam partes brancas em suas flores. Os genes são silenciados por RNAi, os genes inseridos produzem siRNAs complementares em sequencia a genes endógenos necessários para o desenvolvimento da cor da flor.
Esses estudos revelaram a existência de RNAi (interferência de RNA). Quando um RNA exógeno era introduzido em uma célula eucariótica o RNA era processado como siRNAs, os quais mediavam o silenciamento de certos genes. O silenciamento também pode ocorrer em vias que envolvam microRNAs codificados pelas próprias células. Os dois mecanismos são semelhantes mas apresentam diferenças importantes. Em ambos os casos os pequenos RNAs funcionam estabelecendo pareamento com os mRNAs, com frequência na região 3’UTR, resultando em degradação ou inibição de tradução, podendo até reprimir a transcrição do mRNA-alvo.
Também existe o PDR (pathogen derived resistance) – inserção de região codificadora de uma proteína viral em uma planta causando resistência ao patógeno. O silenciamento gênico é pela degradação de RNA no citoplasma. Os vírus são indutores e alvos do PGTS.
Caenorhabditis elegans nematódeo. mRNA codifica proteína muscular. Foram feitos testes de injeção com RNA senso, RNA antisenso e dsRNA -> slide
No citoplasma os siRNAs podem formar paramentos de bases perfeitos ou imperfeitos com o mRNA-alvo ou RNA viral. Esses duplex de RNA são contidos dentro da maquinaria de proteínas RISC que inclui Argonauta (atividade catalítica) e múltiplos fatores adicionais. O pareamento perfeito entre siRNA e seu alvo dispara a clivagem catalisada por Argonauta do duplex de RNA, causando a eventual degradação do RNA-alvo por meio de vias normais envolvendo deadenilação 3’, remoção do quepe 5’ e clivagem exonucleotídica subsequente. O pareamento imperfeito resulta em repressão traducional. 
MUTANTES DEFICIENTES EM RNAi: Resistem ao silenciamento.
Aula 2: a) RNAs não codificantes – exemplos
Estão envolvidos com desenvolvimento de tumores, e também desenvolvimento de flores e frutos.
ncRNA nuclear
snoRNA: existem duas classes: C/D e H/ACA. Podem ser processados como miRNA. O snoRNA ACA11 está relacionado com o câncer de fígado
scaRNA apresentam C/D e H/ACA na mesma molécula. Guia o processamento dos U snRNAs. -> disqueratose congênita
miRNA como supressor tumoral: foram encontrados diversos miRNAs deletados ou mutados em cânceres. miR-15a e miR16-1 – próstata e mielona múltiplo; família miR – 29 – leucemiamielóide aguda; miR-15a e miR16-1 – silenciados por metilação
miRNA como oncogene: miR-155 e cluster miR-17-92: primeiros descobertos -> linfomas de cels B.
antimiR: sequestro do miRNA. Reconhece o tipo de miRNA que pode causar doença que será complementar a um pedaço de RNA e parte do looping. Então o processamento do miRNA é impedido. A sequencia antimiR é sintética.
miRNA responsável pela arquitetura vegetativa -> flores e frutos. Fase de transição juvenil-adulta
lncRNA: três cores da fêmea do gato. Xist encontrado no centro de inativação do cromossomo X, através de lncRNA.
As funções dos RNAs não codificantes (resumo Mozart)
siRNA: relacionado a degradação;
miRNA: relacionado a inibição da tradução – tem efeito pré-transcricional, em que reconhece o locus correspondente ao seu gene alvo, por complementaridade de bases: causa alterações (como a desacetilação da cromatina), provocando silenciamento do locus e fazendo com que ele não seja mais transcrito.
Nomenclatura de miRNA: prefixo “mir” + sufixo numérico (segue ordem crescente e indica a ordem de descrição). Quando o mesmo local apresenta diferentes miRNAs, colocam-se letras: mir123A e mir123B.
Pelos miR atuarem em complementaridade de bases, podemos prever onde vão atuar. Quando atuam em mais de um local, adiciona-se um número: mir123-1 e mir123-2.
Origem dos miRNA: genes independentes, que não originam proteínas; ou a partir de íntrons de RNAm; ou a partir de éxons, sempre formando a estrutura de grampo.
Atuação: cis – se atuar no RNAm de origem; ou trans – atuante em outro local.
miRNAs podem se ligar em mais de um local através da presença da alça.
PiwiRNA: RNA associado a enzima argonauta do tipo piwi - atua regulando o transposon. É originado de um gene (fita antisenso), gerando locais que não devem ser expressos. Silenciados em células germinativas por conta da transposição - evitar mutações.
RNAs Nucleases - Exemplo: scaRNA, se localiza no corpo de Cajal e está relacionada à disqueratose congênita.
Processamento de miRNA
Em animais há um primeiro processamento no núcleo e depois mais um no citoplasma, sendo que a argonauta, presente no complexo RISC, atua inibindo a tradução. Em plantas, há dois processamentos no núcleo e ocorre um processo de metilação ao formar a fita dupla de miRNA, além de uma clivagem feita pela argonauta no 10º e 11º nucleotídeo, impedindo a tradução.
A tradução, em animais, também pode ser reprimida pelo recrutamento de inibidores ou por desadenilação, pela degradação da cauda poliA.
Em humanos, os miRNAs estão relacionados com diversos tipos de cânceres (oncomiRs, quando expressos podem produzir tumores; e miRs repressores,quando silenciados também podem promover o surgimento de neoplasias). Em experimentações de terapias gênicas, ocorre inserção de sequência complementar ao miRNA, que se liga à molécula ainda na fase de pri-miRNA, no loop. Com a ocorrência da ligação, drosha e dicer não reconhecem a molécula e não fazem seu processamento.
Em plantas: 
miR156, relacionado com a formação de um fator de transcrição associado à diferenciação celular do fruto. Quando há superexpressão, a arquitetura da planta é afetada. 
Processo de MIMICRY: alteração das bases 10 e 1, afetando o alvo pela formação de hairpin (grampo), que evita a atuação da argonauta - formação de complexo que será degradado, por falta de processamento.
miRNA artificial: usa-se a sequência e estrutura de um gene que irá gerar o miRNA, podendo alterar suas bases, sem alterar a estrutura do miRNA formado. Isso viabiliza alteração do alvo do miRNA (complementaridade de bases).
miRNAs de plantas presentes em humanos: através de alimentação - detecção do duplex metilado (acontece somente em plantas) em humanos.
IncRNA: RNAs longos e não codificantes, que atuam regulando processos, como em fêmeas de gatos:
presença de 3 cores dadas pelos alelos para preto e laranja no cromossomo X.
Inativação pelo corpúsculo de Barr
Expressão da região Xist, que codifica um RNA complementar à um IncRNA - compactação da cromatina, formando o corpúsculo.
Presença em telômeros: atuação em compactação de cromatina, formando a região G do telômero.
b) Elementos móveis - Transposons
Os transposons se movem ou “saltam” de um lugar em um cromossomo (sítio doador) para outro no mesmo cromossomo ou em um cromossomo diferente (sítio-alvo). A homologia não é necessária, o local novo é aleatório, embora haja especificidade de alvo na maioria dos transposons e alguns utilizem sequencias alvo específicas. 
A inserção de um transposon em um gene essencial pode causar morte celular, de modo que a transposição é regulada e em geral pouco frequente. Adaptados à replicação passiva dentro da célula hospedeira, podem também carregar genes úteis à mesma, contribuindo na maioria dos casos para a evolução do hospedeiro.
Sistemas básicos de transposição consistem no elemento de DNA transponível e na enzima transposase, em geral codificada por um gene dentro do elemento transponível.
Existem 3 vias principais de transposição : 
se movem na forma de DNA: 
corte e colagem. Transposição não-replicativa e conservativa (cut and paste) – mais comuns
os cortes em cada lado do transposon causam sua excisão e o transposon se move para um lugar novo, deixando uma quebra na fita do DNA doador. Ex: transposon bacteriano Tn5 – as transposases ligadas a cada extremidade do transposon se agrupam a fim de formar um complexo antes de uma reação de clivagem. Cada subunidade do transposon catalisa a clivagem da extremidade 3’ de uma fita de DNA do transposon. A extremidade 3’ faz um ataque nucleofílico em uma ligação fosfodiéster em cada extremidade, criando as extremidades 3’ livres necessárias para etapas subsequentes de transferência de fita que inserem o transposon no sítio alvo. Os pontos de inserção resultam na duplicação de uma sequencia curta de DNA derivada do alvo em qualquer uma das extremidades do elemento inserido. O DNA doador clivado é reparado por ligação ou reparo recombinatório de DNA ou é degradado.
Copia e cola: replicam o DNA e integram nova cópia em outro local (eucariotos e procariotos) - transposição replicativa: extremidades do transposon são novamente unidas em um complexo com a transposase, mas apenas uma fita é clivada em cada extremidade do DNA do transposon para iniciar o processo. A clivagem expõe a extremidade 3’ de cada fita de DNA do transposon, e essas extremidades são então usadas para preparar a replicação do transposon inteiro. Cointegrado: intermediário no processo (é uma região doadora ligada ao DNA no sítio-alvo)
Retrotransposons: produzem intermediário de RNA no processo de transposição. Utilizam a transcriptase reversa (RNA ou DNA como molde para sintetizar DNA). Gera fragmento de DNA fita dupla a partir de RNA fita simples, é formado um duplex híbrido DNA-RNA. A fita de DNA é molde para formar um DNA completo fita dupla. O RNA é degradado pela RNase H. Para os retrotransposons LTR a iniciação ocorre quando o RNA não está ligado ao cromossomo. LTR – promotor, direciona a transcrição do DNA do transposon em RNA. Integrase – catalisa a inserção da cópia livre
Retrotransposons não LTR: o intermediário de RNA é trazido e ocasionalmente ligado ao sitio-alvo do DNA por uma enzima codificada pelo elemento, antes da reação da transcriptase reversa. A enzima faz um corte em uma fita do DNA-alvo e a extremidade 3’ liberada é usada como iniciador da síntese de DNA. Um segundo corte libera um iniciador à síntese da segunda fita de DNA, processo acoplado à eliminação da fita de RNA. O produto é um transposon de DNA de fita dupla unido ao sítio-alvo. 
Sequência de inserção: módulo de transposição bem simples; codifica proteínas para mobilização e inserção (transposase). A integração de uma sequencia dessas traz consequências ao genoma, podem ocorrer mutações espontâneas, alterar a expressão de genes vizinhos, provocar deleções e inversões no DNA adjacente e pode resultar em crossing-over. A transposição desses elementos requer transposase codificadapelo IS, a transposição começa com reconhecimento das repetições terminais invertidas pela transposase. Modelo recorta e cola, sendo que no alvo é realizado deixando uma extremidade de fita simples, após a inserção uma DNA polimerase celular preenche as lacunas e a ligase refaz as ligações. Footprint – duplicações são deixadas.
Transposons bacterianos (Tn): semelhantes aos IS, mais complexos (estrutura). Podem ser de dois tipos: compostos e não compostos. Inserção resulta em sequencias duplicadas curtas no DNA receptor. Na maioria não replicativos.
Compostos não replicativos: carregam genes flanqueados por elementos IS; transpostas e regiões ITR fornecidas pelos elementos IS.
Não compostos replicativos: carregam genes mas não são flanqueados por elementos IS; tem sequencias terminais invertidas mas não relacionadas com os IS
PLANTAS: Os elementos genéticos móveis foram descobertos em milho, através do estudo de pigmentação dos mesmos: foram encontrados grãos de milho albinos/ setorizados como resultado da transposição -> segregação da característica fugia às proporções mendelianas. Observou que o local da quebra variava de cromossomo para cromossomo e entre as linhagens de milho. Concluiu que o alelo “c” resultava da inserção no gene C de um elemento móvel que denominou Ds – um transposon não autônomo que me mobiliza na presença de outro transposon, o Ac (autônomo), que controlava sua transposição. Não são replicativos e são controlados por metilação do DNA. Existem 2 tipos: elementos autônomos – mobilizam de forma autônoma e codificam transposase funcional; elementos não autônomos – não se mobilizam pois não tem transposase ativa, precisam de um Tn autônomo para transposição
Selvagem: Ac + Ds + Cgene normal expressando pigmentos; Mutante (germinativa): Ac ativa transposição de Ds que pode transpor no Cgene; Setorial: Ac ativa transposição de Ds para o Cgene durante desenvolvimento. A reversão de c para C (sem o Ds) desenvolve grãos com pontos
Em Drosophila: elemento P codifica repressor (herdado maternalmente) e transposase. O repressor mantém os elementos P estáveis inibindo a transcrição do gene que codifica a transposase. Portadores do citótipo M não têm repressor no citoplasma então ocorre mobilização do P provocando esterilidade dependente de temperatura e rearranjos cromossômicos
LTR: LTR são sequências que se repetem a cada lado do transposon e funcionam como promotores. Isso permite que a RNApol faça a transcrição e produza um RNA a partir desse elemento transponível. Nesse caso, a transcrição reversa acontece em um corpúsculo produzido pela transcriptase reversa – semelhante à partícula viral: compartimentalização do processo para que aconteça de forma específica para o retrotransposon;
Retroelementos com LTR-Ty de levedura: organização similar aos retrovírus.
Retrotransposons humanos
- sem LTR: possuem duas regiões ORF1 e ORF2. A ORF1 é homóloga às transcriptases reversas virais e a ORF2 funciona como uma endonuclease. São transcritos a partir de um promotor reconhecido pela polII. A transcrição reversa utiliza o sítio alvo do DNA, onde o elemento de transposição será inserido. O DNA é clivado internamente (endonuclease sítio específica: ORF2) em uma sequência que tem complementaridade à cauda poliA (rica em T). O OH livre permite a transcriptase reversa produzir uma fita de DNA (cDNA) a partir do mRNA. Esse tipo é o mais comum no genoma humano (30% do genoma total).
- LINEs: contem duas regiões codificadoras: uma codifica a proteína que liga RNA e outra com domínio homologo às transcriptases reversas virais e outro com atividade de endonuclease. Autônomos e transcritos pela RNA polimerase II
	- Alu SINEs: sequencias moderadamente repetidas contendo sítio para a enzima de restrição Alu I (ne todos). Não são autônomas e se mobilizam com o auxilio dos L1. Transcritos pela RNA polimerase III e apresentam similaridade com o 7SL RNA. Detectadas em neurofibromas, resulta na perda de um exon no gene NF1 = uma proteína não-funcional. 
TEs: fonte genômica de mutações e seleção natural. Papel fundamental na evolução das funções gênicas e estrutura genômicas dos eucariontes. Fornecem elementos regulatórios em cis, alteram o splicing, promovem “exon shufling”, facilitam rearranjos cromossômicos. -> mudanças temporais e espaciais do padrão de expressão gênica do hospedeiro e até geração de novos genes – plasticidade genômica.
Integração Posicional: integração específica em determinadas regiões do genoma – manutenção da integridade genômica, causa o menor dano possível.
Controle da mobilização:
Integrase faz a inserção em pontos específicos – reconhecimento do sítio se dá por reação com os fatores de transcrição. A inserção ocorre acima da região regulatória do gene.
Silenciamento: produção de siRNAs (RNAs interferentes, produzidos a partir de dupla fita de RNA);
Perda do padrão de metilação: mais mobilização. DNAs tem transposons em regiões hipermetiladas – quando ele é hipometilado, a mobilização é favorecida.
Aula 3: Transdução de sinais biológicos
As células respondem a sinais do ambiente externo e interno. Os passos básicos para a sinalização celular são: síntese do sinal, liberação do sinal (molécula sinalizadora) pela célula sinalizadora: exocitose, difusão, contato célula a célula, transporte do sinal para a célula alvo, detecção do sinal por um receptor de membrana específica, transdução e sinalização intracelular induzindo determinada resposta e remoção do sinal.
Transdução de sinal: processo pelo qual uma célula converte um sinal extracelular em uma resposta específica. Está envolvida com comunicação célula a célula, com a resposta celular ao ambiente, homeostase intracelular – comunicação interna.
Via de transdução genérica: sinal – receptor – transdução – alvos (enzima metabólica, proteína regulatória, proteína de citoesqueleto) – resposta (metabolismo alterado, expressão gênica alterada, alteração na estrutura celular, respectivamente).
Na transdução dos sinais, mantém-se a especificidade e a seletividade (só se aciona a resposta de acordo com o sinal que está sendo recebido). Além disso, há a amplificação do sinal (cascata de ativação enorme, a partir de um sinal apenas) – geração de diferentes respostas.
Integração dos sinais: dois sinais e dois receptores diferentes – pode-se acionar a mesma cascata de reação.
Dessensibilização/Adaptação: bloqueio da sinalização e produção de resposta. Finalização da sinalização. Em geral, ocorre por feedback negativo.
Definições: 
Ligante: é a molécula sinalizadora que vai ser recebida pelo receptor;
Receptor: ativado pela ligação do ligante e geralmente envolve mudança de conformação. Tem sítios específicos para ligação.
Há receptores de superfície celular e há receptores intracelulares. Para o uso de receptores intracelulares é necessário que o ligante seja lipossolúvel. Para uso de receptores de superfície, o ligante, normalmente, é hidrofóbico e o receptor facilita sua passagem/transduz o sinal.
Resposta: induzida pela ligação de um sinal ao seu receptor. Podem ser rápidas ou persistentes. As respostas rápidas não requerem mudanças na expressão gênica, envolvem alterações em proteínas pré-existentes e são limitadas ao citoplasma. Nas respostas persistentes há alteração na expressão gênica e, para tal, o sinal precisa ser transduzido até o núcleo.
Principais tipos de sistemas de transdução:
Canal de íon: passagem para dentro da célula e início da sinalização. Ligação do ligante provoca mudança conformacional que permite a passagem de determinados íons. O íon que vai sinalizar dentro do contexto intracelular (mudança na homeostase);
Receptor de superfície (JAK/STAT): associados a uma cinase – ligação do ligante provoca dimerização do receptor e ativação de uma cinase citosólica.
Receptores associados à proteína G trimérica: mudança conformacional e ativação da proteína G para início da sinalização. Geralmente tem a conformação de 7 hélices ligadas na membrana. A proteína G inativada é associada à GDP – quandoocorre ativação, libera GTP.
Receptores de esteroides: ligantes passam pela membrana livremente e ligam-se a um receptor no núcleo – regulação da expressão gênica.
Receptor de atividade enzimática – exemplo: conversão do GTP em GMP cíclico, como fatores de crescimento RTK, na qual o receptor fosforila fatores de crescimento e o ativa.
O que determina a especificidade das respostas celulares ao ligante?
Presença ou ausência do receptor em determinada célula;
A forma de transdução do sinal interno ou o maquinário de resposta de determinados tipos celulares – diferentes tipos celulares podem apresentar diferentes respostas ao mesmo ligante em função dos componentes envolvidos.
Várias vias de transdução do sinal contém grandes complexos multiprotéicos que são mantidos por proteínas adaptadoras – sinalização envolve interação proteína-proteína: isso confere especificidade para o sistema.
Amplificação do sinal: efeitos de vários ligantes são mediados por mensageiros secundários.
Consequência comum da ligação de um ligante ao seu receptor: ativação intracelular de proteínas cinases, resultando na fosforilação reversível da mesma e de outras proteínas intracelulares (em resíduos de serina, treonina ou tirosina).
Exemplos de vias de trnasdução de sinais
Proteína G: receptores GPCRs são ativados por um ligante e ativam a proteína G, que se liga com GTP/GDP e muda a conformação, ativando os efeitos (inibição ou ativação de enzimas geradoras de mensageiros secundários específicos). A proteína G só está ativa quando está ligada ao GTP, e então pode produzir efeitos.
Receptor Beta-adrenérgico: ligação da epinefrina ao receptor específico – substituição do GDP pelo GTP, ativando a proteína G, que se move até a Adenil-ciclase e a ativa – Adenil-ciclase catalisa a formação do cAMP que ativa a PKA – a PKA fosforila proteínas celulares, causando a resposta celular à epinefrina – degradação do cAMP, revertendo a ativação da PKA.
Transdução mediada por Ras: proteína G monomérica relacionada aos receptores de tirosina cinase (RTK). A dimerização faz a fosforilação do receptor e isso ativa uma proteína adaptadora e um fator de troca GEF, que substitui o GDP por GTP. Assim, a Ras é ativada e atua na cascata de fosforilação – ativação de fatores de transcrição ou ativação das quinases de nitrogênio.
Ras é uma proteína de membrana capaz de ligar nucleotídeos de guanina.
Via JAK-STAT: receptor de citocina associado a uma cinase citoplasmática – fosforilação da STAT – ativa o fator de transcrição – dimerização – entra no núcleo e ativa a transcrição.

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