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Fluido e tranfusão

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Fluido terapia
Composição Corpórea
De 55 (em idosos) a 80% (em neonatos) do peso do corpo é composto por água.
Animais adultos possuem em média 70% do peso corporal de água.
Os adultos obesos tem menos água em relação ao peso do corpo, pois o que ocupa mais espaço (e pesa) é a gordura, e ela não tem muita água. Assim ele possui menos de 70% do seu peso em água. Isso é importante pois ao fazer o teste do turgor de pele (avalia o grau de desidratação do animal puxando a pele e observando quanto tempo demora pra voltar) em animais obesos o resultado não vai ser real, pois você vai puxar apenas as “pelancas”/gorduras, e não pode dizer que esta ou não desidratado, pq tu tem idéia da gordura no SC e não a agua. E quando estou calculando não vai realista
Os neonatos tem a alimentação liquida/pastosa, e o rim não esta apto a concentrar urina (pois não estão maduros), então vai perder mais água, mas não vai desidratar, por esse motivo tem muita água no seu corpo. Se o animal esta hipotérmico ele também esta desidratado, pois o intestino não funciona direito.
Em um animal adulto o rim consegue “segurar” mais água, por isso a perda no neonato é maior que a perda do adulto.
A água esta dentro da célula (intracelular – LIC), no interstício e no vaso (intravascular IV). Para que ocorra a hidratação tem que estar ok os 3 lugares (tanto a LIC quanto a LEC (que abrange IV e intersticial - extracelular)).
LIC pra todas as funções ocorrerem de forma adequada, LIter para sinalização celular e o LIV pq tranforma nutriente em O2, e se ele tiver hipovolemia, ele tem hipotensão também, e preciso de mais liquido pra ter uma porção adequada de perfusão.
Poliúria – acomete os rins, aumenta a quantidade e aumenta a freqüência. Urina diluída.
 CERVEJA
Polaquiúria
 – acomete bexiga ou uretra, aumenta a freqüência, diminui o volumeLIC – 30-40%
LEC (extracelular) – 20-30%
Volemia – 7% em felinos, 9% em caninos
Equilíbrio Hídrico
Obtenção de água pela ingestão, e quem controla a sede é o hipotálamo, e como perdemos água: pela urina, gases espirados, pele, fezes e nas fêmeas também por lactação.
No gato a ingestão de água é menor, e os rins dele concentram mais a urina, devido a sua origem. 
O animal que recebe alimentação seca tende a consumir mais água, e produz mais urina comparado com o animal que se alimenta de comida úmida.
Desequilíbrio Hídrico entre os compartimentos (LIC, LInt, LIV)
Diminuição de ingestão de água (alteração no acesso de água, água não esta fresca, pote que o animal não gosta, pote sujo, água no sol), alterações neurológicas (alterações hipotalâmicas) e sistêmicas (doentes e debilitados, que não vão sair do local onde estão para beber água)
Os animais param de produzir lactase após os 3 meses de visa, então apenas se forem adaptados a beberem leite desde cedo não tem problema, em animais que não estão acostumados não deve dar pq pode causar flatulências, desconforto abdominal ou diarréia.
PA 
Sistólica
 – 80 a 150 
mmHg
Abaixo de 80 é 
hipotensão
(
 
prejuízo do glomérulo fazer filtração).
Acima150
 
é hipertensão (também há o 
prejuízo
 no 
gloméruloAumento da perda de fluidos – PU (aumenta a quantidade), vômito, diarréia, febre (leva indiretamente a ter o aumento de volume urinario), queimaduras extensas (perde muito LInter, efusão
 
Tem que olhar a boca do animal pra ver a saliva do animal na discreta.
CUIDAR COM ANIMAL OBESO
Se hidratar o animal que estava legal, pode levar a uma hipertensão e prejudicar a filtração glomerular, e se ele tiver desidratado o animal pode se apresentar hipotenso.
Alterações laboratoriais
- Aumento HT (>50%) – exceto se anemia (no mesmo volume coletado, proporcionalmente a parte que tem hemácias e células vai ser maior que a com plasma, porque o volume plasmático diminuiu (pq diminui o volume), mas o de eritrócitos aumentou (só que isso é ilusão), ele esta apenas desidratado. Sempre no momento do exame clinico tenho que observar isso, para depois interpretar os exames,
- Aumento PP (>8 g/dL) – exceto se hipoproteinemia
- Aumento da densidade urinária (>1,035 em felinos e >1,030 em caninos) – exceto doença renal (não consegue reter a urina e manter a hidratação), hipo/hiperadrenocorticoide (aumento do cortisol, e ele aumentado, aumenta a taxa de filtração glomerular e diminui ADH que é o hormônio anti-diurético (com pouco ADH aumenta a diurese), assim o paciente não retém água. Na hipo além do cortisol há diminuição de aldosterona que faz parte do sistema renina-angiotensina-aldosterona, e ele faz com que MUITO sódio seja perdido, conseqüentemente muita água, além disso há a diminuição crônica do sódio da medular, que vai sendo perdido e não sendo reposto, e com o tempo a medular vai ficar hipotônica, então com o tempo vai perdendo mais água), uso de diurético, corticóide, fluidoterapia (depende da quantidade e velocidade de adm – se fizer muito rápido ta perdendo a fluido pra urina, e não hidratando as células. Se não puder ficar fazendo muito tempo em fluido é preferível fazer SC, que vai hidratar mais do que se fizer muito rápido IV, principalmente se for idoso ou cardiopata, que pode levar a edema pulmonar).
- Azotemia pré renal (acontece por desidratação, aumento da uréia e creatinina. Tem o mesmo número de células, porém fica mais concentrado, pois se tem menos água, consequentimente diminui o plasma também).
- Aumento de CO2 sanguineo (hemogasometria) - o animal desidratado tente a ter uma acidez metabólica, pq há diminuição de fluido em todos compartimentos (intra e extracelular), diminuindo a velocidade e o transporte de nutrientes, por isso demora mais para o CO2 fazer a troca gasosa e acaba acumulando mais CO2.
Indicações
- Correção de desidratação por hipovolemia – hemorragia (10 a 20% de perda de sangue, as vezes mais depende se é veia, artéria e o calibre), por perdas gastrointestinais (perda e diarréia), poliúria, queimaduras extensas (não é muito comum na clinica)
- Preservação da função renal do paciente anestesiado (pq vários agentes anestésicos causam hipotensão, sem pensar no sangue perdido com os cortes)
- Correção eletrolítica e ácido-basica (pode mexer com eletrolitos como quiser dependendo da necessidade do paciente)
- Suporte nutricional – a fluido terapia da um suporte mas não faz nutrição, pode ter vitaminas ou eletrólitos, mas a nutrição é dar os macro e micro elementos. Quando se fala de nutrição parenteral (Pega o Ringuer com Lactato, coloca glicose 50%, solução de ácidos graxos já digerida e aminoácidos e pequenos peptídeos – compra em uma farmácia de manipulação ou pode ser feito em uma capela, são caros, e devem ser calculados de acordo com a necessidade de cada paciente).
 Quando não passa nada no TGI por 3 dias, os órgãos começam a ficar comprometidos, ai pode fazer a microenteral por VO, e são só algumas gotinhas, que não vai fazer com que o animal “sinta” e não estimule vomite, e assim mantém a viabilidade intestinal.
Tipos de fluidos
Cristaloides – solutos eletrolíticos e não eletrolíticas capazes de penetrar todos compartimentos. Uso Geral (SC, VO ou IV)
- Solução de NaCl a 0,9% - em animais não é isotônico, o cloreto pode levar a uma ACIDEZ hipercloremica glicêmica
- Ringuer com Lactato – bastente usada, tem uma concentração um pouco menor de sódio que no sangue, então é levemente hipotônica, mas se comparar com a NaCl a 0,9% ela é mais isotônica, pq ela ainda tem cálcio e potássio, fornecendo mais eletrólitos, mas temos que lembrar que o lactato é convertido no fígado a piruvato, então fornce um pouco de energia e ALCALINIZA um pouco o sangue. Não posso usar se o paciente tiver insuficiência hepática (pq não vai fazer essa conversão) ou se o paciente esta perdendo ácido (ex vomita), assim tenho que repor acido e não base.
- Glicose a 5% (“glicofisiológica”) – fonte livre de Na+, uso quando quero a promoção de diurese, e quando quero que ele não receba nada de sódio, ex quando o cachorro ta intoxicado por sódio (por água do mar – vômitos e sinais neurológicos;ou intoxicação por bicarbonato de sódio). Não altera a glicemia.
- Ringuer Simples – parecido com o ringuer com lactato, mas sem lactato, mas tem potássio e cálcio
- Ringuer com acetato – não tem muito no Brasil. MAIOR EFEITO ALCALINIZANTE pela conversão de acetato em bicarbonato nos músculos, não depende do fígado, semelhante ao RL quanto ao sódio. Problema em animais caquéticos que não vai ter muito lugar para fazer essa conversão.
- Glicose a 50% 
- Solução de NaCl a 0,45% - usado por cardiologistas quando o paciente tem hipertensão e hiperatremia, quando se quer hidratar o paciente dar um pouco de sódio, mas pouco. Tenho que construir essa solução – metade de NaCl 0,9% e metade de glicose 5% – se tiver capela mistura as duas, ou pode canular 2 vasos e descer as duas juntos.
Coloides – Substancias de alto peso molecular que se mantêm exclusivamente no plasma, não sai do vaso, só são excretados Via renal. USO ESPECIFICO. Usado em emergências de paciente com PA muito baixa e hipovolemia e com hipoproteinemia que esta fazendo transfusão
- Plasma (tipo tranfusão), dextranos, HES (polímero da glicose sintética – não é aproveitado energia) Eles fazem o que a albumina faria, mantém a pressão oncótica. De 10 a 20 ml/Kg, faço em meia hora, uma hora. Não faço o cálculo normal.
Quantidade de Fluido (em 24 horas)
Monitoramento
Feito pela bomba de infusão, conta gotas ou observando de acordo com cálculos e comparando as gotas caindo com o tempo. Sempre regulando como quero.
Avaliar peso (se to fazendo fluido e ele continua vomitando, e emagrecendo quer dizer que não to repondo tanto quanto ele ta perdendo. Se o animal esta engotdando quer dizer que to hiperhidratando, observar a alimentação), hidratação, produção de urina (paciente com donça renal aguda não esta produzindo urina, vai aumentar o peso), superhidratação (mucosa, auscultação, tosse, engasgo, secreção nasal – pode levar a edema pulmonar)
Avaliar sempre cateter e equipo
Dificuldade de reidratação
DR poliúrica (rim não consegue concentrar de qqr forma), Hipernatremia (fluido fica no vaso pq sódio é osmotico, não vai para o espaço intracelular, e é excretado pelos rins), Manejo errado (erro matemático, problemas mecânicos (cachorro não fica quieto, não fica com o braço esticado, come o equipo), erro na avaliação do paciente (tava mais desidratado que achava)).
Termino da fluidoterapia
Desidratação corrigida, Ingestão satisfatória de água.
Fazer redução do volume gradativo (em 24 a 48 horas), reduzir pela metade e observar de ingestão de água VO. Ai fazer por SC, e se ele continuar se hidratando posso dar alta.
Sódio e Potássio
Bomba de sódio e potássio – joga o sódio para fora e o potássio pra dentro. Deve ter uma diferença: no meio intracelular deve ter 10 mEq/L de Na+ e 140 mEq/L de K+, e no meio extracelular deve ser ao contrario, para que ocorra as trocas de eletrólitos, e os impulsos funcionem como sinais que passam de uma célula para outra.
Pode-se usar soluções cristalóides contendo Na+: NaCl 5%, NaCl 3% (são hipertônicas: uso quando tem desidratação muito intensa, e não tenho coloidal (plasma), ela puxam a água do meio extracelular pra ir para o volume sanguíneo, aumentando a volemia e tirando o paciente do risco de morte), NaCl 0,9% (salina normal), ringuer com lactato, NaCl 0,45% (num braço NaCl a 0,9% e em outro glicose no outro braço. CUIDANDO a velocidade e volume).
Glicose 5% não tem sódio.
Disnatermia
Anormalidade de Na+ ocorrem por anormalidades de água (não aumenta o sódio, mas diminui a água, aumentando a concentração – OCORRE MAIS), ou adição de sódio (que recebeu muito bicarbonato de sódio, intoxicado por água do mar).
Hipernatremia (Na+>160 mEq/L)
Causas:
Administração de bicarbonato de sódio/solução hipertônica (NaCl 3 ou 5%)
Hipodipsia voluntária ou por estado mental alterado (água suja ou quente, animal doente, com dor não vai levantar pra tomar água)
Diabete insípido (deficiência de ADH – não produz ou produz pouco que não consegue atuar nos receptores renais, por isso ele perde muita água pura, sem eletrólitos).
Vômito ou diarréia (maior perda de água que eletrólitos)
Poliúria por DRC (pode perder muito Na+ ou pouco) ou pós-obstrução (quando ta obstruído há uma parada na filtração, quando é desobstruído e volta a ter filtração, ele faz uma PU por compensação (por 2 dias mais ou menos) para eliminar o máximo de toxinas e o Na+ pode não sair na urina junto)
Administração de diuréticos
Queimaduras graves (perda de água com baixo teor de Na+)
Tratamento: Saber a causa base e tratar:
Corrijo se for aguda (pode ser sinais neurológicos, pq muito sódio desidrata as células, principalmente as células da bainha) ou crônica (o organismo vai se adaptando, e cria alterações que compensam a desidratação). A hipernatremia aumenta a osmolaridade sanguínea e isso dispara um sistema do ADH e faz o animal beber muita água.
1º passo – iniciar tratamento da causa base
2º passo – determinar o estado volêmico do paciente
Quando uso uma solução com POUCO OU NENHUM Na+ tem que ser MUITO lenta, pq tem água e quase nada de sódio, então eu aumento a volemia dele, o animal esta num estado agudo, com desequilibrio eletrollitico grave, e se eu fizer rápido pode desiquilibrar os compartimentos de forma muito rápida, e piorar a situação.
Se o animal estiver hipernatremico agudo pq ingeriu muita água do mar, e esta vomitando muito (pelo vomito pode estar hipovolemico tbm), então faço infusão com glicose 0,5% ou NaCl 0,45% ou ringuer com lactato.
Com paciente em choque pode-se corrigir com solução isotônica, e a administração deve ser bem lenta (quanto mais isotônica mais lenta).
Hiponatremia (Na+ <135 mEq/L)
-ICC, polidipsia, diabete melito (insulina), vômito ou diarréia, PU por DRC ou administração de diuréticos (perda de líquido com perda de Na+).
Tratamento: 
- Aguda com sinais neurológicos: correção rápida com solução salina hipertônica a 3% ou 5% até melhora dos sinais clínicos
- Crônica: correção lenta (em 24 a 72 horas).
Hipocalemia
O mais normal é em gatos com fraqueza muscular (boneca de pano) você levanta a cabeça e ele abaixa (ventro flexão cervical). O animal fica quietinho, mal se levanta pra comer, beber água ou usar a areia...só levanta quando é estritamente necessário.
Causas:
Baixa ingestão (sem comera um grande tempo, pq todas rações comerciais tem potássio) ou fluido pobre em K+ (ele esta sem comer, vai para internação, e recebe por dias penas NaCl).
Nota-se onde P sem complexo QRS. Na auscultação ouço um sístole fraca, um TUM não tão 
claro.
t
Ou alteração da onda
 
(desnivelamento) não é 
auscutável
, quando termina a onda s não retorna pra linha de base pra começar a onda T.Maior transferência do meio extracelular para intracelular (uso de beta-adrenergicos (salbutamol), insulina (quando ela se liga na célula, para entrar a glicose, o potássio entra junto. Quando se da muita insulina, o animal acaba ficando hiperglicêmico e pode ficar com hipocalemia), soluções ricas em glicose e aminoácidos, alcalose por troca com H+ (onde tem H+ não tem K+)).
Perda GI (diarréia ou vômitos)
Perda renal (DRC EM FELINOS (leva a PU crônica, assim perde K+), hiperaldesteronismo primário (quando acontece no rim, se a aldosterona puxa muito sódio de volto e manda potássio embora) ou associado a acidose metabólica/diuréticos de alça (furosemida. Tem que associar a um poupador de potássio –espironalactona).
Efeito: fasciculação e paralisia muscular, arritmia cardíaca
Como tratar: EVITAR SOLUÇÃO COM GLICOSE
Solução rica em K+ (KCl a 30 a 40 mEq/L), a taxa <0,5 mEq//h IV diluído no soro.
Por SC a solução deve ter < 35 mEq/L de K+ - ARDE!
VO – cloreto, fosfato, gliconato, citrato, bicarbonato e acetato de potássio – 2 a 5 mEq de K+ BID em felinos
	- 2 a 44 mEq de K+ BID ou TID em caninos
Fluido pobre em K+
Todos os fluidos usados na rotina não possuem [ ] adequada de potássio pra manter a hipocalemia, então deve-se adicionar potássio.
Necessidade de potássio de caninoe felino: 15 a 30 mEq/L de fluido se considerar um animal que não esta se alimentando.
Hipercalemia
Causas: diminuição da excreção renal (ele não esta produzindo urina adequadamente, DRC oliguria (produção de urina diminuída) ou anuria (sem produção de urina), obstrução de fluxo urinário (não tem por onde sair), hipoadreno (aldosterona puxa o sódio e manda o potássio, se não tenho aldosterona, o potássio fica retido)), aumento do aporte (estou dando mais suplemento do que o paciente precisa), maior transferência de K+ (onde tem K+ não tem H+) para o meio extracelular (acidose metabólica, redução de atividade insulínica, hiperosmolaridade celular, beta-bloqueadores, digitoxina, inibidores da ECA (inibe angiotensina II que inibe aldosterona, se tenho pouca aldosterona, retenho sódio), ciclosporina (imunomodulador e em algumas quimioterapias)).
Pacientes que estão sempre suplementando potássio, na hora que o doente renal começa a fazer hipocalemia, deve ficar atento, pq ai o prognostico é desfavorável, o paciente esta em estado terminal.
Efeitos: Hiperexitabilidade (você encostas e ele ta mega excitado), arritmia importante pela aceleração da repolarização/bloqueio AV
Como tratar? 
K+ entre 5,5 e 6,5 mEq/L: tratar somente causa de base e monitorar – SEM risco de morte
K+>7,5 – intervenção rápida
Pacientes com arritmia: gluconado de Ca2+ a 200 a 1000 mg/animal in bolus
Bicarbonato de sódio a 1 a 2 mEq/L IV
Insulina a 0,5 a 1 UI/Kg com glicose – o potássio entra na célula e temporariamente tenho um beneficio
Fluidoterapia associada com diurético de alça (furosemida) e tiazidico (hidroclorotiazidico)
Vias de administração
Intravenoso
Indicação: paciente muito doente, desidratação severa, perda aguda de fluidos
Vantagem: dose precisas, rápida expansão de volume, nutrição parenteral
Acessos: veia cefálica, jugular, safena, femoral
Cuidados: Trombose, flebite, infecções, embolia, superidratação
Subcutânea
Vantagens: Prática e barata
Contraindicação: vasoconstrição periférica (desidratação severa, hipotermia) e nas perdas agudas e severas de fluidos
Cuidados: não usar soluções com K+ > 35 mEq/L, hipertônica ou sem eletrólios
Via Oral
É a mais fisiológica, porém nem sempre é viável
Indicação: ideal para soluções hipertônicas com alto teor calórico
Contraindicação: vômitos ou perda líquida aguda e severa
Cuidados: volume de fluido/avaliar temperamento do paciente
Intraóssea
Indicação: animais pequenos ou muito jovens, com trombose ou vasos colapsados por desidratação severa.
Acesso: tuberosidade de tíbia, fossa trocantérica do fêmur, asa do íleo e tubérculo maior do úmero
Cuidados: osteomielite e dor.
Afecções do Sistema Hematopoiético
Orgão – no feto – saco vitelínico, fígado, baço e medula óssea.
	No adulto – principalmente medula óssea, mas também o fígado (é um estoque de ferro em ca e fe) e baço (faz hemocaterese, pega a hemácia velha, e faz a lise).
Anemias
Anemia não é uma doença, é um achado laboratorial...
Regenerativa
Por perda de sangue
Hemorragia (trauma, procedimento cirúrgico, lesões hemorrágicas, distúrbio hemostático, intoxicação por cumarinicos (veneno de rato), trombocitopenia, parasitos internos, doação de sangue acima do volume adequado; Os sinais ocorrem com perda de 20%do volume sanguíneos total.
Hemorragia crônica/por deficiência de ferro (lesões de TGI, neoplasias com sangramento)
Anemia hemolítica
Por defeitos eritrocitários hereditário (MUITO RARO) – acomete filhote, e eles normalmente vem a óbito antes de se tornar adulto.
Associação a corpúsculos de Heinz 
- Gatos (1 a 2% das hemácias possem naturalmente) – DM, hiperadrenocorticismo, linfoma, ingestão de cebola e paracetabol, fenozopiradina (Trato Genito Unirário) ~ azul de metileno
- Cachorro – ingestão de cebola, paracetamol em doses altas e objetos estranhos contendo Zinco
Tratamento: Eritropoetina, SAME (s-adenosil-metonina), n-acetilcisteina, silimirina, vitamina C, vitamina E, complexo B
Causadas por agentes infecciosos – Babesiose em caninos (testes realidados para o diagnóstico é o esfregaço, PCR e sorologia. O tratamento é realizado com imidocarb – ATB SC, porém 15 minutos antes, faz atropina (NÃO FAZER EM EQUINOS)), micoplasmose em felinos (só se apresenta quando a imunidade estiver baixa a micoplasmose se apresenta, o diagnóstico também é realizado através de PCR, esfregaço e sorologia, e o tratamento feito com doxaciclina – VO ou injetável)
Anemia hemolítica imunomediada
Primaria (idiopática) em cães – só quando descartei outras
Secundária a neoplasia, helmintoses, doenças infecciosas virais, bacterianas e fungicas, vacinas com vírus vivo modificado (cinomose) e medicamentos (ampicilina, paracetamol, diclofenaco (só pode usar tópico), cefalosporina (cefatiofur, cefalexina...), dipirona, furosemida, heparina, insulina, ranitidina, sulfas, tetraciclina)
Curso agudo/hiperagudo
Hemograma há presença de esferócitos
Diagnóstico
Anemia regenerativa/arregenerativa... esferócitos, leucocitose, neutrófilos tóxicos, trombopenia, bilirrubinas/hemoglobinúria, contagem de reticulócitos, alteração celular de hemácias e leucócitos que possam indicar etiologia (Babesiose, Mycoplasma haemocanis, Erlichia, Anaplasma platys, Hepatozoon), teste de fragilidade osmótica (esferócitos leva a maior fragilidade), teste de fragilidade osmótica (esferócito leva a maior fragilidade), teste de autoaglutinaçãom teste de antiglobulina direta (TAD) ou testes de Coombs baixa sensibilidade e especificidade (Ac se ligam aos Ac que estão ligados e fazendo mal as hemácias)
Tratamento
Quando o animal tem sinais clínicos importantes (taquipneia, taquicardia e dispnéia – grave hipóxia tecia), devo fazer transfusão de sangue e oxigenoterapia.
Corticoides: predinisolona 1 a 2 mg/kg BID ou dexaetasona 0,3 a 0,9; Azatiprina 2 mg/kg SID
Maiores complicações da AHIM: formação de trombos e CID (fazer heparina)
Não regenerativa
Observa-se pouca ou nenhuma resposta celular
-Anemia por doença crônica – Células inflamatórias: desequilíbrio de citocinas – produção maior de outras células da linhagem mieloide; seqüestro de ferro (na medula)
-Anemia por deficiência de ferro – Perda crônica de sangue (TGI)
-Anemia por perda aguda de sangue – Sem tempo para adaptação medular.
-Anemia por doença renal - Uremia leva a diminuição do tempo de vida das hemácias (hemólise); Diminuição de eritropoetina quando funcionalidade renal < 5%
-Anemia por doença hormonal – anemia de baixa intensidade/assintomática. T3 e T4.
-Anemia hipoproliferativa – Hipoplasia eritroide: neoplasias, quimioterápicos, leucemia, estrógenos, Erlichia, destruição imunomediada, vírus da cinomose, parvovirose, FIV, FeLV, deficiência de folato/vitamina B12.
Diagnóstico
Hemograma com anemia normocitica normocrômica, microcítica hipocrômica. Baixa contagem de reticulácitos, e mielograma.
Tratamento
Trataar causa base, transfusão sanguinea (quando? Como?), DCR – eritropoetina: 100 UI/kg SC (associar ao sulfato ferroso – 60-300 mg/animal SID VO).
Policitemia – áudio OK
-Relativa (desidratação): tenho que corrigir a causa da desidratação
-Absoluta – primária (rara em animais), secundária (= eritrocitose; aumenta produção de eritropoetina eritropoetina aumentada que o normal (aguda tipo hemorragia ok), mas crônicas (hipóxia tecidual – doenças pulmonares/cardiovasculares crônicas, hipoperfusão renal (neoplasia comprometendo artéria renal), meteglobinemia (hemoglobina oxididada por alguns venenos tipo paracetamol)))
Fisiopatologia
Aumenta a viscosidade sanguínea pq aumenta o nº de hemácias, diminui o débito cardíaco, há hipoxia tecidual, que leva a diminuição do débito cardíaco
Antigamente se fazia sangria. Colocava sangue sugas. Mas é uma coisa paleativa, pois vai continuar havendo maior produção de eritrócitos.
Neoplasias hematopoiéticas da linhagem leucocitária
Leucemia
Não é muito comum.
A célula acometida dentro da medula óssea pode interferir na produção de outras células, levando a citopenia. Pq o pacientevai ter o aumento de uma determinada célula, e acaba prejudicando a produção de outras, por exemplo: se eu tenho leucemia de linfócitos T e B , o meu paciente pode ter anemia.
Classificação: linfoproliferativa (linhagem que leva a produção de linfócitos) ou mierloproliferativa)/aguda ou crônica (linhagem que leva a produção de neutrófilos, eosinófilos etc).
Sinais clínicos: Letargia, febre, tendências hemorrágicas (megacariocitos neoplásicos gerando fragmentos afuncionais ou outras células cometidas levando a plaquetopenia ou trombocitopenia), sinais de anemia não regenerativa (emagrecimento, mucosa palida, dispinéia, taquipnéia)
Quando é aguda é muito pouco identificadas, pq quando animal começa a apresentar esse sinal, não se da muita importância pro hemograma e o animal morre. Por isso há um sub-diagnóstico.
O que mais se tem é da linhagem dos linfócitos.
Diagnóstico: Hemograma (presença de células jovens (blastos) das células acometidas, características de malignidade (anisocariose (núcleo de tamanho diferente), anisocitose (tamanhos diferentes), macrocitose (células maiores), pleomorfismo (formatos diferentes), vacuolização citoplasmática), mielograma (exame da medula óssea, nos ajuda pq posso saber qual a célula mais priordial afetada, e isso afeta o prognóstico, quanto mais jovem a célula acometida, mais importante)).
Mielograma normalmente se faz nos ossos que se faz é o fêmur e o xifóide, se o animal estiver apático faço só anestesia local (xilocaina), e ai entro com o trocater, ou com uma agulha grossa (40x12 40x16) e ai tu aspira com pressão, e vai sair uma sujeira, e já coloca na lama. Se o paciente tiver trombocitopenia já é um problema, tem que pensar no que eu tenho que fazer antes, transusão de sangue, ou só de plaquetas.
Tratamento: Clorambucil, COP
Sobrevida média: 15 meses
Faixa etária: normalmente em filhotes não são acometidos, mas em humanos quando é em crianças o prognóstico é maior.
Diferença entre leucemia e linfoma: linfoma não leva a aumento exagerado de linfócito, e os linfócitos tem que passar no linfonodo pra amadurecer então vão estar estranhos, e tenho que ter alteração de linfonodo (posso ter linfoma: cutâneo, de mediastino (pode levar a efusão, mais comum em gatos, ligado a FeLV), multcentrico, alimentar). Já na leucemia não há linfonodo alterado, os linfócitos vem da medula óssea.
Se não tem linfócito alterado na circulação é melhor o prognóstico.
Se os linfócitos do linfoma estiverem alterados, podem levar a metástase na medula óssea.
Leucemia não é normal, mas linfoma sim, principalmente se for associado a FeLV em gatos.
Transfusão Sanguínea
A transfusão sanguinea é mais complicada que parece. Quando, como fazer? Qual volume pode doas? Quanto deve receber...
Deve ser feita com o objetivo de aumentar o carreamento de oxigênio (paciente em hipóxia, anêmico taquipneico, trombocitopenia, restaurar a volemia (teve/tem hemorragia), filhotes que não receberam colostro.
Quando fazer?
- Anemia: em pacientes crônicos anêmicos, quando a estiver com hematócrito em menos de 10% (já é uma anemia grave, e o organismo vai se adaptando, e tem que cuidar pois a transfusão tbm tem efeito deletério), para pacientes anêmicos agudos 10-20%.
- Quando há queda rápida (em 1 ou 2 dias de intervalo ficou super anímico)
- Hemorragia água sem resposta para tratamento convencional para choque (que é fluido, e solução hipertonica)
- Trombocitopenia, coagulopatia aguda, cromocitopatia – risco de vida associado ao sangramento. Ex: Erlichiose, ou quando há fatores de coagulação alterado, ou quando na cirurfia já sei que vai sangrar muito
- Hipoalbuminemia – aumento da albumina. Sabe-se que vai perder a albumina novamente, então é algo paleativo.
O que usar? 
Se o animal for grande posso coletar da cefálica ou da jugular. Devo coletar nas bolsas próprias (com CPTA), ou numa seringa com heparina, se for em seringa tenho que usar logo, não pode estocar.
A bolsa já vem com o equipo e com a agulha própria. 
Como coletar o sangue?
Anestesiar gatos, em cães pode ser só com contensão adequada.
Em decúbito lateral para coletas da jugular, e pode ficar sentado ou deitado para a cefálica.
Não passar de 15 minutos de coleta, devido a estresse do animal.
A bolsa fica mais baixa que o animal, e você tem que misturando suavemente, para misturar com o anticolagulante. Deve ser feito hemostasia pós-coleta de 15 minutos.
Pesar a bolsa (aproximadamente 500 mg, é igual a 500 ml de sangue com coagulante).
A bolsa vem 63 mL de anticoagulante. Se não quer a bolsa cheia devo retirar um pouco do anticoagulante (fazer regra de 3: 63 ml para 500...). Posso coletar a bolsa toda para um paciente, e o que sobrou uso em outro se tiver muita rotina.
Quando transfundir?
Após a transfusão devo ter ganho no cães de 25 a 30% e no gato 15 a 20%.
Quanto maior o hematócrito do doador, menor o volume necessário.
Fazer a conta!
E se eu não tiver como fazer exame? Faço um cálculo empírico: 20 ml/Kg pra aumentar 10% do hematócrito.
Não ultrapassar 4 horas pq corre risco de contaminação.
Se for cardiopata ou nefropata (pode hemolisar), devo fazer mais lenta ainda.
Os componentes sanguineos devem estar aquecidos a 37 graus, mas não pode esquentar no microondas!!! É em banho Maria que se aquece.
Monitorar paciente, aferindo a temperatura a cada 15 minutos.
Por quanto tempo posso guardar a bolsa na geladeira? Até 1 semana.
Teste de compatibilidade sanguinea, ou prova cruzada
Não é muito disponível, e não é tão barato saber o tipo sanguineo.
Tenho o sangue do doador e do receptor com EDTA, e mistura os sangues (gota) e vejo se teve alguma alteração (hemólise ou aglutinação).
Só costuma dar problema se o animal já recebeu transfusão antes.
Tipos sanguineos
Cães tem 8: DEA 1.1, 1.2, 1.3, DEA2, DEA 3, DEA 4 (doadores universais), DEA 5 e DEA 7. 
Gatos tem 3: A, B e AB (receptor universal)
Doador de sangue ideal:
Cães: exame físico, hemograma, prova de reação cruzada. De 1 a 8 anos, com mais de 30 kg, fêmea não pode estar prenha ou no cio ou lactante, vacinado, sem ectoparasitas, e sorologicamente negativo para brucelose, dirofilariose e erlichiose, mas se tiver em uma área endêmica para leishmaniose, tbm fazer o teste. Maximo doar 10 mL por kg, a cada 21 dias.
Gatos: exame físico, hemograma, prova de reação cruzada. De 1 a 8 anos, mínimo 5 Kg, fêmea não pode estar prenha ou no cio ou lactante, vacinado, sem ectoparasitas, e sorologicamente negativo para brucelose, etc, mas se tiver em uma área endêmica para leishmaniose, tbm fazer o teste. Maximo doar 15 mL por kg, a cada 31 dias.
Não usar animais obesos! Já foi comentado o pq proporção
Complicações da transfusão
- Reação febril é a mais comum, por isso tem que aferir a temperatura a cada 15 minutos.Fatores que levam: Transmissão de doenças infecciosas, holise, fator de reação cruzada. Se ocorrer ou paro a transfusão
- Reações alérgicas: hipersensibilidade tipo 1, imediata. Edema de face, prurido, levanta placas avermelhadas pelo corpo, diarréia, vomito. Indica-se para a tranfusão e administrar cordicoide ou antihistaminico (dexametasona ou fludocortisona (paciente com hipoadreno) ou predinisona (mais usada pra Ca) ou predinisolona (mais usada pra Fe e cães com IH), IV), e depois posso tentar retomar com uma velocidade mais lenta.
- Anormalidades metabólicas (citrato (tem na bolsa pra não coagular) pode levar a hipocalcemia (faz reação com o Ca “consome” o Ca), pode ficar inquieto, tremor muscular, arritmia cardíaca)
- Anormalidade hemostática acontece se fizer com uma bolsa que não for aquecida, e pode apresentar disfunção plaquetária. Pode ter hemorragia, só que não vou ver durante a transfusão, só depois.
- Anomalia hemolítica: a hemólise pode ser pré-transfusão dentro da bolsa (por não mexer direito), ou se o sangue esta guardado há mais de 1 semana, ou pode ser imunomediada, durante a tranfusão, por grupo sanguineo incompatível. Podem ser leves ou fatais. Sinal de hemólise (sinais de anemia, traquipneico,dispnéia, hipotensão, e pode entrar em choque e vir a óbito), hemoglobinúria
- Reação retardada são reações que não são notadas no período de transfusão, e sim ocorre depois. O mais normal é reação hemolítica lenta que ocorre com os dias. O animal começa a apresentar bilirrubinuria (urina alaranjada) e bilirrubinemia, queda brusca do hematócrico (provavelmente aconteceu incompatibilidade sanguinea).
Há bancos de sangue que fazer transfusão de componentes, fazem a separação, hemácia, leucócitos com plaquetas e plasma. E fazem separada a transfusão de acordo com a necessidade do animal.

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