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* UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Anemia aplástica Socorro Cardoso 2013 * INTRODUÇÃO Considerações gerais: Distúrbio da hematopoiese. S/ evidência de infiltração neoplásica e de síndrome mieloproliferativa. Podem ser: Parciais ou seletivas. Globais. Falência da célula primordial: Defeito intrínseco adquirido e/ ou mecanismo auto-imune. * INTRODUÇÃO Incidência: oriente>ocidente Incidência total em países ocidentais: 5 a 10 casos por milhão hab/ ano EUA: 1.000 casos novos/ ano Brasil: 2,4 casos por milhão hab/ ano Pode acometer qualquer faixa etária: Adultos jovens: 15 – 30 anos Idosos: > 60 anos Homens = Mulheres * Drogas: (1) Regularmente aplasiantes: onde a aplasia de medula faz parte de sua farmacodinâmica Agentes citotóxicos (arabinosídeo-C, antraciclínas, ciclofosfamida, bussulfan, melfalan etc) (2) Ocasionalmente aplasiantes: onde a aplasia ocorre em casos de idiossincrasia Cloranfenicol, fenilbutazona, sulfonamidas, fenitoína, sais de ouro, salicilatos, nifedipina, diclofenaco, fenotiazinas etc ETIOLOGIA * ETIOLOGIA Radiação: Exposição aguda: mielossupressão transitória. Doses baixas e localizadas: falência medular permanente tardia. Benzeno e Inseticidas: Benzeno: 1º solvente orgânico ligado a anemia aplástica. Relação dose-efeito: citopenias Exposição crônica Catabólicos diretamente tóxicos p/ cel primordiais DDT e lindano. * ETIOLOGIA Vírus: Evento precipitante. Mais comum: hepatite viral aguda. 1 a 5% dos casos Vírus da hepatite não-A, não-B, não-C, não-G 1-2 meses após o quadro hepático Hepatite: não grave Jovens, ♂ Parvovírus B19: ag. etiológico do eritema infeccioso Aplasia eritróide transitória nos pc c/ hemoglobinopatias e anemias esferocíticas Falência medular crônica em imunodeficientes Infecta e lisa cel primordiais. * ETIOLOGIA Vírus: Epstein-Barr: Raramente Recuperação espontânea Citomegalovírus: Receptores de transplante de medula HIV: Causa rara de Aplasia medular Gestação: Alguns casos resolvem-se c/ término natural ou prematuro da gestação Patogenia e relação causal desconhecidos * ETIOLOGIA Hemoglobinúria paroxística noturna: Hematopatia clonal provocada por um defeito no gen PIG-A. Incapacidade de construir âncora de GPI p/ fixação de proteínas de membrana. AA manifestação hematológica inicial. 15-30% dos pcts com AA desenvolve células HPN Mecanismo deconhecido. O clone de HPN pode inibir o crescimento de progenitores medulares. História de trombose e evidência de hemólise Diagnóstico: teste de Ham e citometria de fluxo * Hereditárias Anemia de Fanconi Inicialmente, descrita como uma aplasia medular, associada a malformações congênitas. Defeito de reparo do DNA e a maior sensibilidade a radicais tóxicos de oxigênio (superóxido) determinam ligações cruzadas e quebras do DNA. Herança é autossômica recessiva. Alterações hematológicas: Ao nascimento: apenas em 3% dos casos após os 16 anos: 10% Diagnóstico na idade entre 7 e 9 anos. * Hereditárias Anemia de Fanconi Trombocitopenia costuma ser o primeiro achado. A anemia costuma ser macrocítica e a Hb fetal esta aumentada. Anomalias congênitas: Baixa estatura, polegares anormais, microcefalia, manchas cutâneas, hipo ou hiperpigmentadas (café-au-lait), e um fácies característico, representado por base nasal larga, epicanto e micrognatia. Citopenia isolada (trombocitopenia ou leucopenia) seguida por pancitopenia é a evolução mais comum. * Hereditárias Anemia de Fanconi Medula óssea é hipocelular e sinais displásicos podem estar presentes. Comprovação diagnóstica: estudo citogenético, estimulado c/ diepoxibutano, mitomicina C ou cisplatina. Quando a aplasia se estabelece e o tratamento é apenas de suporte, a sobrevida é de 2-6 anos. TMO muda a história natural da doença. * Hereditárias Disceratose congênita É uma forma rara de displasia ectodérmica. Tríade diagnóstica: Hiperpigmentacão reticulada, distribuída na face, pescoço e ombros Unhas distróficas Leucoplasia em mucosas, aparecendo na 1ª e 2ª década. Aplasia ocorre em 50% dos casos (2ª década) 10% dos pacientes desenvolvem leucemia aguda e tumores sólidos (3ª e 4ª décadas) 3 formas de herança, a + comum é a recessiva, ligada ao cromossomo X Papel do TMO ainda não está bem definido. * Hereditárias Eritroblastopenia congênita de Blackfan- Diamond Hipoplasia eritróide pura. Herança pode ser autossômico dominante ou recessivo e também ligado ao cromossomo X. Defeito básico que determina hipoplasia é desconhecido. 20% apresentam outras anomalias associadas (faciais, esquelética, viscerais e nanismo). Diagnóstico é feito no 1º ano de vida, na grande maioria dos casos. Anemia normocrômica e normocítica, de grau moderado a intenso, associada a profunda hipoplasia eritróide da medula óssea. * Hereditárias Eritroblastopenia congênita de Blackfan- Diamond - Tratamento Glicocorticóides: Boa resposta em 80% dos casos. Dose de 2,0 mg/kg/dia Resposta reticulocitária em 10-14 dias. Doses de 5mg diárias são suficientes para manter a remissão. Nos casos resistentes, o TMO é a melhor opção terapêutica * PATOGENIA Mecanismos não estão perfeitamente esclarecidos. 3 possíveis mecanismos: 1) lesão intrínseca da célula progenitora hematopoética 2) participação imune no desencadeamento e manutenção das citopenias 3) perturbações do microambiente da medula óssea Radiações ionizantes, agentes alquilantes, metabólitos do benzeno, cloranfenicol. * MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Relacionam-se diretamente às citopenias. Instalação habitualmente insidiosa. Esplenomegalia e aumento de linfonodos não são encontrados. Sintomas mais comuns: Fraqueza e fadiga progressivas Sangramentos: pele, nasal, vaginal,GI. Achados do exame físico: Palidez cutânea e conjuntival, hemorragias Infecção raramente está presente. * Diagnóstico Diagnóstico é confirmado apenas quando substanciado por achados laboratoriais. Sangue periférico: Pancitopenia e linfócitos em nº normal. Anemia: normocítica ou macrocítica e normocrômica, Leucopenia se deve à moderada ou intensa neutropenia e também não se encontram eosinófilos e basófilos. Contagem de plaquetas abaixo de 50.000 é o mais comum. Reticulocitopenia de grau variado. * Diagnóstico MO: aspiração e biópsia espículas da medula estão habitualmente substituídas por gordura c/ poucas células residuais Celularidade:células do estroma, macrófagos contendo pigmento férrico, linfócitos, plasmócitos e raríssimos elementos das linhagens granulocítica, eritróide e megacariocítica. Avaliação histológica é essencial: Define o grau de celularidade. Contribui p/ excluir outras doenças infiltrativas nas quais o aspirado pode ser hipocelular ou seco. * Diagnóstico Eletroforese de hemoglobina: Hb fetal pode estar aumentada nas anemias aplásticas constitucionais. Ferro sérico/ Índice de saturação da transferrina/ Ferritina: Podem se apresentar aumentados pela diminuição do clearence do ferro e nos casos de pacientes previamente transfundidos. CD55 e 59 por citometria de fluxo: Diferencial com HPN. * Diagnóstico Dosagem de vitamina B12 e do folato eritrocitário: Diferencial c/ anemia megaloblástica que cursa c/ pancitopenia. Sorologia para infecções virais: CMV, Parvovírus, EBV, HIV e das hepatites A, B e C; Coombs direto e indireto: controle de presença de anticorpos relacionados a transfusões anteriores. Tipagem HLA: para detecção de doador HLA compatível * Diagnóstico Radiografia simples: Diagnóstico diferencial c/ timoma. Beta-HCG: Identificação de uso de drogas possivelmente tóxicas ao feto. Estudo citogenético: Excluir síndromes mielodisplásicas e anemia de Fanconi. * TRATAMENTO Terapia de Suporte Terapia Definitiva Transplante de Medula óssea Alogênico Terapia Imunossupressora * TERAPIA DE SUPORTE Tratamento de suporte hemoterápico: Uso sistemático de concentrados de glóbulos vermelhos filtrados (> chance de rejeição ao TMO) As transfusões plaquetárias serão oferecidas por aférese ou em unidades calculadas em 1U/10kg. Transfusão profilática → plaq<5.000/mm3 Os produtos transfundidos serão irradiados de forma sistemática com 2500 rads e devem ser utilizados com filtros leucocitários. * TERAPIA DE SUPORTE Infecções: Principal causa de morbi-mortalidade dos pacientes c/ aplasia medular. Febre pode ser a única manifestação de infecção. É importante iniciar empiricamente o uso de antibióticos de amplo espectro. Critérios: a) Febre: T> 38,5 ºC (1vez) ou T> 38,0 ºC (2 a 3 vezes em 12h); b) Neutropenia: Neutrólifos < 500 /mm3. * TERAPIA DEFINITIVA / TMO AA grave ou muito grave. “Este paciente é um potencial candidato ao alo-transplante de medula-óssea?” Jovem (idade ideal <30) Irmãos P/ os pacientes que possuem doador HLA compatível, o TMO é o tto de escolha. 25% dos pacientes possuem um doador disponível: imunossupressor (75%). * TERAPIA DEFINITIVA / IMUNOSSUPRESSÃO Pacientes não candidatos ao alo-transplante. Imunossupressão ideal: baixa toxicidade com uma alta taxa de resposta e um baixo risco de recidiva e complicações tardias. O tratamento propõe a utilização de três drogas (ATG, corticóide e ciclosporina). Esquema alternativo com duas drogas (ciclosporina e corticóide). * EVOLUÇÃO E DESFECHO Critérios de resposta: Resposta Completa: Sem necessidade de transfusão de hemoderivados, Hb > 11g/dl,Neutrófilos > 1.500/mm3, Plaquetas > 100.000/mm3. Resposta Parcial: Sem necessidade de transfusão de hemoderivados, Hb > 8g/dl, Neutrófilos > 500/mm3, Plaquetas > 20.000/mm3. Não Resposta: Persistência da necessidade transfusional; Todos aqueles que não se encontram nos critérios acima.
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