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FATORES DE RISCO DA DPOC EM IDOSOS

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PRINCIPAIS FATORES DE RISCO DA DPOC EM IDOSOS E PARTICIPAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM SEU TRATAMENTO
Alunos: Ana Paula, André Bernardino, Danielle Karenine, Henrique Alberto, Íris Paula, Kézia Campos, Lucas David, Pamela Albuquerque e
Uirapuan Barbosa.
Professora Fomentadora da Turma 2AN: Marcela Moura
E-mail do responsável: marcelacmoreira@gmail.com. 
Instituto Brasileiro de Gestão e Marketing (IBGM)
Curso de Fisioterapia – Interdisciplinar 2014.2 
Recife, PE. 
Palavras-chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, idosos, Programa de reabilitação pulmonar.
Introdução 
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é considerada atualmente como uma das principais causas de doenças que podem levar a morte no mundo, o número de pessoas acometidas tem aumentado progressivamente nas últimas décadas (KUNIKOSHITA, 2006).
Identificar, reduzir e controlar os fatores de risco são iniciativas importantes para a prevenção. Dentre as várias causas que podem levar alguém a desenvolver a doença, destacam-se os produtos químicos ocupacionais e domiciliares, poeiras, poluentes do ar externo e interno e o principal dentre eles, o tabagismo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de fumantes chegará a 1,6 bilhões de pessoas decorrentes do aumento da população global, nessa perspectiva a DPOC ocupará a 3º posição na causa de mortes no mundo até 2020. No Brasil, ocupa hoje a sétima causa de mortalidade, ocasionando 37.000 óbitos por ano, equivalente a 4 mortes por hora segundo dados do Ministério da Saúde (2000).
O aumento na expectativa e prolongamento de vida acarretou uma piora na qualidade de vida com consequências relevantes no nível de saúde da população provocando modificações nos padrões de morbidade, pois não houve atenção adequada nem específica para essa sobrecarga da doença.
No Brasil, o Ministério da Saúde diz que a DPOC custa ao governo R$100 milhões anualmente (2000).
Diante de toda intempérie que a doença ocasiona ao organismo, ainda acarreta uma série de problemas psicológicos e sociais que normalmente ocorrem nesses pacientes e requer um tratamento diferenciado, tal qual o Programa de reabilitação pulmonar (PRP) se predispõe a ofertar. A hospitalização de um idoso com DPOC traz à tona sensações de fragilidade, insegurança, medo e casos de depressão. Sendo assim, o profissional deverá atuar em completa solidariedade e humanização no atendimento na tentativa de resgatar a humanidade do paciente 
Objetivos
Objetivo Geral:
Abordar os principais fatores de risco responsáveis por causar DPOC em idosos. Identificar a melhor forma de tratamento com a participação do fisioterapeuta para melhorar a qualidade de vida dos pacientes idosos.
Objetivo Específico: 
 
Abordar o tabagismo como principal causa de DPOC;
Relatar a interação gene-ambiente dos fatores de risco;
Participação do fisioterapeuta no tratamento da DPOC.
Materiais e Métodos
 
Foram realizadas buscas de relatos e evidências científicas que abordasse o tema proposto nas ferramentas de bases de dados de pesquisa como: SciELO, Google Acadêmico e Bireme, no idioma português, detendo-se aos artigos publicados entre 2006 a 2014, tendo como palavras-chave: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, idosos e Programa de Reabilitação Pulmonar, associados a problemas psicossociais, terapia alternativa e qualidade de vida. Grande parte deste resumo está embasada nas diretrizes desenvolvidas pela GOLD que tem a Organização Mundial da Saúde (OMS) como organizadora. Nove (09) estudantes fizeram a leitura dos títulos e artigos aqui descritos e reuniram suas conclusões específicas integrando-as no resumo.
Resultados e Discussão
Segundo a Gold (Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, 2006) a DPOC é evitável e tratável, possui alguns efeitos extrapulmonares que podem contribuir para um agravamento em alguns pacientes. Seu componente pulmonar é caracterizado pela limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação do fluxo aéreo geralmente é progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal do pulmão.
Entre os fatores de risco sabe-se que o tabagismo é a principal causa para DPOC, e apesar de ser a causa mais estudada e ter programas de cessação do fumo para sua prevenção, estudos epidemiológicos mostram que não fumantes também podem desenvolver obstrução crônica do fluxo aéreo, o que nos leva a falar sobre as alterações genéticas em indivíduos com DPOC (GOLD, 2006).
Ainda segundo a GOLD, com o aumento da compreensão da importância dos fatores de risco, aumentou também o reconhecimento de que todos os fatores de risco para DPOC têm uma interação gene-ambiente. Sendo considerada uma doença poligênica, onde o fator genético mais estudado é a deficiência de alfa-1 antitripsina, doença hereditária considerada grave. A alfa-1 antitripsina (AAT) é um importante inibidor da protease sérica, mais especificamente de elastase neutrofílica, que é uma das poucas enzimas humanas capaz de degradar fibras elásticas, responsáveis pelo recolhimento elástico dos tecidos, inclusive das paredes alveolares. O gene que sintetiza a AAT está localizado no cromossomo 14. Os alelos S e Z são os responsáveis pelo baixo nível da AAT no soro e nos tecidos, como resultado da herança desses dois alelos que coligem níveis baixo da proteína (GOLD, 2006; SERRA et al, 2008).
Serra (2008), identifica o genótipo SZ (PI*SZ) como o responsável pela baixa concentração da AAT, variando de 45 a 105 mg/dL, e o genótipo SS (PI*SS) com concentrações entre 100 a 140 mg/Dl. O risco de contrair a DPOC é três vezes maior em portadores do genótipo SZ. No entanto, os genótipos S e Z são raros na população, o que dificulta maiores estudos sobre a dominância da deficiência da AAT na população geral.
	Embora acometa primeiramente os pulmões, existe a possibilidade de manifestações extra pulmonares relacionadas a essa enfermidade, exemplo disso é o aumento do número de células inflamatórias. O processo inflamatório crônico causado pelos gases da fumaça de tabaco desenvolve alterações estruturais que predominam nas pequenas vias áreas (menores que 2mm). Essa agressão desencadeia um processo inflamatório que não conta apenas com a participação de macrófagos, linfócitos e neutrófilos, mas também com células estruturais como as epiteliais, musculares e fibroblastos. A interação entre macrófagos e linfócitos, especialmente CD8+, tem sido aplicada atualmente na patogênese da DPOC (DOURADO et al, 2006; COSTA et al, 2009).
As atividades funcionais humanas por mais simples que sejam causam um aumento significativo da dispneia, para aumentar a funcionalidade desses pacientes, o fisioterapeuta deve trabalhar primordialmente o quadro respiratório afetado, melhorando os movimentos torácicos que proporcionará uma melhor função da musculatura e consequentemente uma ventilação pulmonar e oxigenação ampliada. A drenagem postural é uma das técnicas favoráveis ao melhoramento da DPOC no idoso, consiste no posicionamento do paciente com aplicação de forças gravitacionais que aumentam o transporte do muco em direção as vias aéreas centrais, onde as secreções serão removidas com tosse ou aspiração (LAMARI et al. 2006).
Outra forma de tratamento é utilizar o PRP em conjunto com o tratamento farmacológico, que, segundo Costa et al, melhora não só a qualidade de vida dos portados da DPOC, como também a capacidade de executar atividade da vida diária (AVD) e os exercícios de fortalecimento muscular. Vários programas de reabilitação postural têm utilizado técnicas de conservação de energia, pois ajudam a reduzir a sensação da dispnéia e ajuda na prevenção, redução e retardamento das disfunções da AVD (COSTA, 2010).
Dados disponibilizados pela GOLD, Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde revela a dimensão problemática que a DPOC engloba, concordam que o tabagismo é o principal desencadeante da enfermidade e sabem do crescimento previsto de adeptos do cigarro em anos posteriores. Uma ação integradaentre os profissionais da saúde na atenção diferenciada e devida ao idoso e investimentos do governo em campanhas de prevenção poderiam mudar o quadro da expectativa vindoura relacionada a doença.
Conclusões 
A prevenção deve ser a primeira linha de combate a qualquer doença, pois além da alta possibilidade de manutenção da saúde do indivíduo que é o principal objetivo, reduzirá o alto custo do tratamento aos cofres públicos.
O investimento governamental não precisaria ser necessariamente na contratação de pneumologistas que é o profissional especializado no tratamento da DPOC e tem sido alvo de críticas por conta da escassez de atuantes no Sistema Único de Saúde, com empenho poderiam capacitar profissionais da rede de atendimento primário, dotando-os não apenas de conhecimentos preventivos como também de tratamento coadjuvante, o Programa de Reabilitação Pulmonar que já foi testado e comprovado cientificamente que é eficiente na melhoria do condicionamento físico funcional e redução consequente da dispneia seria um meio de tratamento convencional.
Referências 
KUNIKOSHITA, L N.; et al. Efeitos de três programas de fisioterapia respiratória (PFR) em portadores de DPOC. Revista brasileira de fisioterapia. Out./Dez. 2006, vol.10, n.4, pp. 449-455. ISSN 1413-3555.
Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Estratégia global para o diagnóstico, condução e prevenção da doença pulmonar obstrutiva crônica. Portland, Oregon, Estados Unidos, 2006, págs 18 e 19. Disponível em: <www.golddpoc.com.br/arquivos/GOLD-Report-Portugues.pdf > Acessado em 02/10/2014.
SERRA, H G.; et al. Avaliação da concentração de alfa 1-antitripsina e da presença dos alelos S e Z em uma população de indivíduos sintomáticos respiratórios crônicos. Jornal brasileiro de pneumologia, Dez 2008, vol.34, no.12, p.1019-1025. ISSN 1806-3713.
DOURADO, V Z.; et al. Manifestações sistêmicas na doença pulmonar obstrutiva crônica. Jornal brasileiro de pneumologia. Mar./Apr. 2006, vol.32, n.2, pp. 161-171. ISSN 1806-3713.
COSTA, C H.; RUFINO, R.; LAPA E SILVA, J R. Células inflamatórias e seus mediadores na patogênese da DPOC. Revista da Associação Medica Brasileira. 2009, vol.55, n.3, pp. 347-354. ISSN 0104-4230.
LAMARI, N M.; et al. Bronquiectasia e fisioterapia desobstrutiva: ênfase em drenagem postural e percussão. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2006, vol.21, n.2, pp. 206-210. ISSN 0102-7638.
COSTA, C C.; et al. Análise dos resultados de um programa de reabilitação pulmonar em portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 54 (4): 406-410, out.-dez. 2010.
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