Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS I CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS CURSO DE FARMÁCIA SOCIOLOGIA APLICADA À SAÚDE ANA BEATRIZ GOMES DE SOUSA FARIAS CAMPINA GRANDE 2022 O processo pelo qual o indivíduo aprende e internaliza costumes, valores, crenças e normas do grupo social que está inserido é denominado socialização. Segundo o teórico construtivista Jean Piaget (1896-1980), o conhecimento se concretiza na medida que o sujeito, ativo em seu processo, se relaciona com outros e atua no mundo ao seu redor, o sujeito sendo, nessa perspectiva, dinâmico, pois estabelece relação de trocas. Já a constituição de inteligência não está relacionada a herança biológica do sujeito, mas sim por constantes construções do sujeito, mediante as interações sociais que estabelece com o meio (CARVALHO; NEVES, 2018, p 504 apud PIAGET, 1982). O escritor Saint Exupéry (1900-1944) escreveu no livro O pequeno príncipe: “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. Essa frase explica o processo de socialização, no qual o sujeito é o canal de transmissão de culturas e também receptor, pois essa troca é mútua. O processo de socialização afeta a natureza humana pois é a imposição de padrões a conduta individual, chegando a interferir nos processos fisiológicos do organismo, como por exemplo o uso do toalete, onde as funções fisiológicas são forçadas a submeter-se a um padrão (FORACCHI S/A). Essas socializações têm duas fases: a primeira fase denomina-se primária e ocorre na infância, no contexto familiar e há a aprendizagem da língua, valores, comportamentos que devem ser seguidos de acordo com a cultura do grupo que você está inserido. A segunda fase é denominada secundária, e ocorre na escola, locais de trabalho, sindicatos e está relacionada à formação completa da personalidade do indivíduo. O processo de socialização é visto por alguns sociólogos como uma série de atitudes controladoras do grupo, funcionando como uma espécie de castigo e recompensas (RAMALHO, S/A). As regras de civilidade por exemplo impõe como se comportar ou não para não parecer bruto, fazendo pouco a pouco o corpo se apagar, e as regras de civilidade controlar. Cultura pode ser definida como um conjunto de elementos que mediam e qualificam qualquer atividade física ou mental, que não seja determinada pela biologia, e que seja compartilhada por diferentes membros de um grupo social (WIIK; LANGDON, 2010). Partindo dessa linha de pensamento, a cultura é aprendida, compartilhada e padronizada. Aprendida porque heranças genéticas e biológicas não explicam totalmente o comportamento de um indivíduo, mas sim sua carga genética e as interações com o meio que está inserido. Compartilhada e padronizada por que consiste em uma criação humana e compartilhada por grupos sociais específicos. O processo saúde-doença é determinado pela ideia de que saúde é um produto social, no qual algumas organizações são mais sadias do que outras, sendo assim, os mesmos processos que determinam cultura e estruturação de um grupo, também determina desigualdades sociais e perfis epidemiológicos de saúde e doença (BARATA, 2009, p 20). As más condições de trabalho, deficientes condições de habitação (como a ausência de um saneamento básico) e desemprego influenciam na disparidade para que alguns grupos gozem de uma saúde melhor do que outros. A saúde de um indivíduo depende da sua posição social, dessa maneira, quem tiver uma boa saúde, consequentemente, tem uma boa condição social. As classes sociais mais baixas tendem a ter atividades como beber, fumar ou seguir uma dieta pobre, o que ocasiona a falta de saúde. O modelo biomédico, que existe hoje predominantemente, é um modelo que visa apenas a cura da doença enxergando a pessoa como uma máquina, sem valorizar as opiniões dos pacientes, sofre um impacto diante da experiência da doença porque os sociólogos estão interessados na experiência da doença, valorizando as opiniões do paciente, dando assistência, privilégios para minimizar os impactos da doença para que o indivíduo recupere sua saúde. A sociedade moderna está cada vez mais adotando estilos de vida saudáveis, ocasionando o crescimento da medicina alternativa em decorrência da auto-ajuda. O curioso é que muitas pessoas procuram ajuda por consequência da própria era moderna. Problemas como insônia, depressão, ansiedade, fadiga e stress são doenças mais comuns da sociedade industrializada. Embora exista à muito tempo, hoje aparenta causar mais danos a sociedade. Referências: https://www.scielo.br/j/pee/a/kwqzQ8dcXWRrR5TsPbf6GBH/?format=pdf&lang=pt https://www.sesirs.org.br/sites/default/files/paragraph--files/o_pequeno_principe_-_a ntoine_de_saint-exupery.pdf https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/16174608112012Sociologia_I_Aula _9.pdf https://static.scielo.org/scielobooks/48z26/pdf/barata-9788575413913.pdf https://www.scielo.br/j/pee/a/kwqzQ8dcXWRrR5TsPbf6GBH/?format=pdf&lang=pt https://www.sesirs.org.br/sites/default/files/paragraph--files/o_pequeno_principe_-_antoine_de_saint-exupery.pdf https://www.sesirs.org.br/sites/default/files/paragraph--files/o_pequeno_principe_-_antoine_de_saint-exupery.pdf https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/16174608112012Sociologia_I_Aula_9.pdf https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/16174608112012Sociologia_I_Aula_9.pdf https://static.scielo.org/scielobooks/48z26/pdf/barata-9788575413913.pdf
Compartilhar