Buscar

Os Behaviorismos 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Parte 1: O Behaviorismo Metodológico de J. B. Watson - o "manifesto behaviorista" e os primórdios de uma ciência do comportamento. 
Apresentação do tema: Nos primeiros anos do século XX, havia nos EUA um ambiente favorável à idéia de que a Psicologia deveria  produzir um conhecimento que pudesse ser  aplicado à solução dos problemas humanos.    John Watson é comumente apontado como fundador do movimento a que chamou Behaviorismo.  
Influenciado pelos modelos científicos  que enfatizavam fortemente a obtenção de dados objetivos sobre seus objetos e a produção de  conhecimento experimentalmente  comprovável, propôs que a Psicologia passasse a  se ocupar do comportamento 
(behavior, em inglês): Por que não fazemos daquilo que podemos observar, o corpo de estudo da Psicologia? (Watson, 1913). 
Em substituição ao método introspectivo, Watson  defendia  que a psicologia deveria se limitar a dados objetivos e mensuráveis.  Contrariamente ao que ocorria com a experiência privada do indivíduo que só podia ser revelada através da introspecção, o  comportamento permitia a observação pública e a medição objetiva.
Privilegiando, assim, a observação consensual (isto é, a observação que pode ser comprovada por pelo menos duas pessoas), Watson estabeleceu  um critério que definia o que poderia vir a ser estudado pela psicologia: apenas o observável.
Seguindo a visão mecanicista da época, derivada da física newtoniana, segundo a qual todo fenômeno tem uma causa, e                  negando-se a estudar a mente humana, que não pode ser diretamente observada,  Watson foi buscar as variáveis responsáveis 
pela determinação do comportamento fora do organismo.
Para Watson, o comportamento era produto da ação de variáveis externas antecedentes. Certos estímulos eliciariam determinadas  respostas, geneticamente programadas, em resultado na evolução das espécies, ou estabelecidas através da formação de hábitos  (condicionamento clássico). Watson entendia que o repertório comportamental de um organismo era resultado da ação do ambiente  sobre estas estruturas reflexas hereditárias. A resposta condicionada era vista como a menor unidade do comportamento,  a partir da qual cadeias complexas seriam originadas pela interligação de reflexos simples. Esquematicamente, podemos grafar o  modelo compreensivo de Watson como E à R (ou  S à R, um estímulo (stimulus), eliciando uma resposta (response)).
O Behaviorismo de Watson veio a ser conhecido como Behaviorismo Metodológico pela ênfase dada às definições objetivas,  aos  procedimentos de medida,  à demonstração e à experimentação – em outras palavras, ênfase no método.
Atividades:
1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados. A partir deles e de outras fontes, de sua escolha,                                                  posicione-se  criticamente frente a proposta de limitar a Psicologia ao estudo do que é consensualmente observável. 
2) Consulte via internet ou pelos meios convencionais em que consiste o chamado “Manifesto Behaviorista”. 
3) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos  textos, na tentativa de saná-las.  Caso elas persistam, apresente-as  ao professor, nas aulas presenciais.
4) A titulo de exemplo, faça o exercício abaixo:
Costuma-e considerar que a psicologia científica começa quando Wundt, em 1879, monta o primeiro laboratório de psicologia, 
em Leipzig, na Alemanha. 
Wundt concebia a psicologia como uma ciência intermediária, localizada entre as ciências naturais e as ciências da cultura. 
Desenvolveu, assim, um duplo projeto: uma psicologia experimental fisiológica, que se propunha a estudar a experiência imediata 
dos sujeitos seguindo os cânones adotados pelas demais ciências: uma psicologia experimental da consciência; e uma psicologia social ou “dos povos”, dedicada ao estudo dos processos superiores da vida mental (pensamento, imaginação, etc). 
Como seu interesse, dentro da psicologia experimental, era a percepção dos fenômenos pelos sujeitos, incluiu em seus estudos a  introspecção. Método herdado da filosofia, a introspecção consiste na observação e registro das percepções, pensamentos e  sentimentos pelo próprio sujeito. Wundt, no entanto, introduziu algumas alterações neste método. Seus sujeitos experimentais eram  treinados em auto-observação, na tentativa de torná-los aptos a fornecer relatos fidedignos. 
 
Em oposição à proposta de Wundt, Watson (1878 -1958) propõe um novo projeto para a psicologia. 
Do ponto de vista do método de investigação, em que diferem as duas propostas?
 
A) No que se refere ao método de investigação, não há divergências, na medida em que tanto a                                                                      auto-observação, quanto a observação consensual são técnicas consideradas adequadas 
     para a produção de conhecimento fidedigno.
B) As propostas diferem no que diz respeito ao objeto de estudo: experiência imediata para Wundt, e comportamento para Watson. 
Quanto ao método, porém, não há diferenças significativas. 
C) A divergência metodológica está no fato de Wundt treinar os sujeitos em 
auto-observação enquanto Watson treinava os experimentadores.
D) A divergência metodológica está na insistência de Watson de considerar como válida apenas a observação feita, no mínimo, dois  observadores independentes.
E) A diferença está na ênfase na precisão das medidas: Watson era rigoroso em seus critérios de medição, enquanto Wundt considerava suficiente o relato da experiência pelos sujeitos, em sua riqueza subjetiva.
R: Se voce compreendeu corretamente a proposta de Watson, assinalou a alternativa D. Watson questionado o projeto de psicologia  wundtiana tanto em relação ao seu objeto quanto em relação ao método. Para garantir a fidedignidade da observação do objeto a ser investigado, o dado deveria ser constatado por pelo menos dois observadores independentes.
 
Parte 2: Behaviorismo Radical de B. F. Skinner. Uma abordagem funcional do comportamento: o conceito de operante. 
 Apresentação do tema: 
Seguindo a tradição behaviorista, B. F. Skinner (1904 - 1990), não obstante, introduz inovações fundamentais no projeto científico de  Watson. Embora reconhecesse a existência, no repertório humano, de um conjunto de comportamentos que atendiam ao paradigma  reflexo proposto por seu predecessor  (E -- >R), Skinner salientava que esta classe de comportamentos, 
que denominou comportamentos respondentes  (reflexos incondicionados + hábitos adquiridos), 
somente englobava uma parte muito limitada desse repertório. 
Para Skinner, a maior parte dos comportamentos humanos não estavam sujeitos a este tipo de controle primário, não sendo possível encontrar, no meio ambiente, estímulos que os eliciassem. 
Estes limites levaram-no, em 1937, à conceituação de uma nova classe de comportamentos, os operantes. 
 
A denominação “operante” se aplica àqueles comportamentos que operam sobre o ambiente (ou seja, produzem algum efeito 
sobre o ambiente). 
Para Skinner, são justamente estes efeitos da ação humana que, retroagindo sobre o comportamento, 
alteram a probabilidade de sua ocorrência futura. Em outras palavras, algumas conseqüências ambientais de um dado 
comportamento atual tornam maior ou menor a probabilidade de ocorrência deste mesmo comportamento no futuro. 
Observando um organismo, é possível identificar que, quando algumas circunstâncias seguem uma dada “resposta” comportamental, 
há um aumento na freqüência de ocorrência desta mesma resposta. 
Chamamos estas conseqüências de reforçadores. Em outros casos, uma dada conseqüência reduz a freqüência de um dado 
comportamento. Chamados  esta ocorrência de “estímulo” aversivo[1].
 
Em sua análise funcional, Skinner, além das variáveis que seguem um dado comportamento, também considera  
as condições ambientais que antecedem o comportamento. Na proposta de Skinner, por ele denominada Behaviorismo Radical, 
as condições vigentes na ocasiãoem que um dado comportamento ocorre adquirem conexões com este determinado comportamento. 
Esta conexão estímulo-resposta é, no entanto, fundamentalmente diferente daquela que ocorria no comportamento 
respondente ou reflexo estudado por Watson. 
Aqui, o estímulo não elicia (produz) a resposta, mas tão somente assinala a ocasião em que a resposta foi seguida de reforçamento 
no passado. 
Desta forma, em presença destas mesmas condições ambientais, é mais provável que a mesma classe de resposta ocorra. Chamamos a este estímulo antecedente de SD (estímulo discriminativo) e podemos esquematicamente grafar a relação funcional estabelecida do  seguinte modo: SD   --> R --> SR (um estímulo discriminativo indicando a ocasião em que uma dada resposta provavelmente será reforçada).
 
Skinner adota a concepção evolucionista de Darwin, segundo a qual determinadas características das espécies de seres vivos permitem maior adaptação desses organismos a seus ambientes, favorecendo sua sobrevivência e reprodução. Assim, pelo mecanismo de  seleção natural, estas características são mantidas, enquanto aquelas menos adequadas ao ambiente acabam por desaparecer.  Skinner propõe a seleção de comportamentos por suas conseqüências: alguns comportamentos ocorrem aleatoriamente e 
são selecionados os mais aptos à sobrevivência do organismo. 
Esta seleção por conseqüências deve ser considerada em três níveis:                                                                                                          - - em primeiro lugar, em nível filogenético, estão as características da espécie, de natureza genética, 
com seus padrões comportamentais típicos. 
– em segundo lugar o nível ontogenético, onde através da modelagem e da imitação, os membros da espécie  vem a desenvolver um repertório comportamental aprendido ao longo de sua história de vida 
ocorre ainda um terceiro nível de seleção por conseqüências 
- em terceiro lugar, no caso da espécie humana, o nível cultural, que depende da participação de outros elementos do grupo 
no qual o indivíduo se insere. 
Assim, para entender o comportamento, é necessário inseri-o nestes três contextos: filogenético, ontogenético e cultural.
 
Temos, então, aqui delineada a forma pela qual Skinner concebe o ser humano. De acordo com suas próprias palavras:
 
“Numa análise comportamental, uma pessoa é um organismo, um membro da espécie humana que adquiriu um repertório de  comportamento. (...) Uma pessoa não é um agente que origine; é um lugar, um ponto em que múltiplas condições genéticas e  ambientais se reúnem num efeito conjunto. Como tal, ela permanece indiscutivelmente única. 
Ninguém mais (a menos que tenha um gêmeo idêntico) possui sua dotação genética e, sem exceção, 
ninguém mais tem sua história pessoal. Daí se segue que ninguém mais se comportará precisamente da mesma maneira.” 
(B. F. Skinner, Sobre o Behaviorismo, São Paulo, Cultrix/Ed USP, 1982, p. 145)
 
Para ele, o comportamento humano é controlado por sua história genética e ambiental e não pela própria pessoa, como agente criador,  dotado de vontade e propósitos. Skinner manteve-se, até o final da vida, fiel a esta concepção.
 
Parte 3: As Abordagens Cognitivo - Comportamentais: o desafio cognitivo 
Apesar deste posicionamento mantido por Skinner, a partir do final da década de 60, começou a surgir nos EUA um novo 
desdobramento do projeto inicial Behaviorista, especialmente dentro da área clínica de atuação. Os adeptos deste movimento entendiam que o modelo não mediacional skinneriano (ou seja, um modelo que excluía a ação de variáveis internas na determinação dos 
comportamentos) era insuficiente para explicar todos os aspectos da atividade humana, especialmente o comportamento 
humano complexo –  os processos de formação de crenças, a ação empreendida visando um objetivo  etc. 
Na tentativa de lidar com o comportamento humano complexo, Bandura (1969) conceituou a aprendizagem vicariante que ocorre quando o aprendiz apenas observa um modelo atuar e ser reforçado ou punido, por exemplo, ou a aprendizagem de regras comportamentais, 
que parece ocorrer quando o sujeito se comporta com relativa originalidade em situações novas, a partir da observação de um “estilo” de comportamento de um modelo. 
Estas são situações nas quais faz sentido falar em cognição, expectativas e processamento de informação como fatores determinantes 
do comportamento.
Outra área cujo estudo contribuiu para a expansão do cognitivismo entre os behavioristas foi a do auto-controle (Mahoney, 1974), 
que focalizava o controle voluntário do ambiente pelo sujeito. 
Além disso, Ellis (1974) e Beck (1979) desenvolveram técnicas de modificação do comportamento cognitivo baseadas em princípios 
comportamentais. As mesmas leis da aprendizagem associativa se aplicariam às cognições que seriam incorporadas 
como respostas encobertas capazes de representar simbolicamente, para o sujeito, estímulos ausentes.
Assim, uma facção da clinica comportamental passou a se deslocar  na direção de um "neo-mentalismo", abrindo a “caixa preta” 
conceituada por Skinner, em cujo paradigma era negado qualquer valor causal a variáveis organísmicas. 
O modelo cognitivista postula que entre a estimulação ambiental e a resposta comportamental do indivíduo 
ocorre a intermediação da atividade do pensamento, que atribui significados aos eventos do mundo externo. 
Entende-se aqui que o modo como um indivíduo estrutura as suas experiências – seus padrões de pensamento, 
formados nos primeiros anos de vida, como resultado de aprendizagens relacionadas 
à inserção da criança em um dado grupo social – determina em grande parte o modo como ele sente e se comporta[2].
 
Dentro desta concepção, determinados padrões cognitivos podem ser desadaptativos, na medida em que não correspondam aos dados da realidade. Uma atuação clínica baseada nesta conceituação teórica tem o objetivo de levar o paciente a conhecer seus esquemas 
básicos de funcionamento mental (sistemas de crenças e suposições sobre si mesmo, sobre o mundo, 
expectativas quanto ao futuro etc.), identificando padrões disfuncionais e desenvolvendo formas alternativas de pensamento. 
 
 
Atividades: 
 
1) Realize uma leitura criteriosa dos textos indicados. A partir deles e de outras fontes, de sua escolha, elabore um quadro comparativo 
dos modelos propostos por Watson e Skinner, com relação aos seguintes aspectos: concepção de mente; 
objeto de estudo; método; compreensão da determinação dos comportamentos humanos ; noção de causalidade; 
posicionamento frente a continuidade evolutiva animais inferiores-homem; influências positivistas.
 
2) Realize os exercícios, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de reexame dos 
textos, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.
 
 3) Realize este exemplo de exercício.
 
Quanto ao Behaviorismo Radical, afirma-se:
 
I) Difere do Behaviorismo Metodológico, porque, além dos comportamentos respondentes (reflexos condicionados e incondicionados),  inclui e enfatiza os operantes, comportamentos voluntários.
II) Embora se caracterize como um behaviorismo, a proposta de Skinner aceita estudar os eventos privados através do método 
introspectivo.
III) Entende que o repertório comportamental humano é fruto da aprendizagem que se desenvolve a partir de reforços que o ambiente 
lhe proporciona, especialmente os reforços positivos.
 
Responda: É falso o que se afirma em:
 
a) I, apenas
b) II, apenas
c) III, apenas
d) I e II, apenas
e) II e III, apenas
 
R: b. As afiirmações I e III apresentam adequandamente o pensamento de Skinner. A II, porém, é falsa: Skinner, dentro da tradição 
behaviorista, rejeitava a introspecção.
  
[1] As aspas utilizadas em resposta e estímulo foram utilizadas para lembrar que, no caso do paradigma operante, 
os termos são inadequados, embora amplamente utilizados. Se, no caso dos operantes,não é possível identificar uma ocorrência 
ambiental antecedente que cause mecanicamente o comportamento, como ocorre nos respondentes, não se aplicam as nomenclaturas “estímulo” – que produz -, e “resposta” – que ocorre em resultado de algo.
[2] No modelo cognitivista, os pensamentos e os sentimentos têm um relacionamento linear direto: todas as reações emocionais são o resultado de um pensamento ou de uma imagem, mantidos pelo indivíduo. Sendo assim, se os pensamentos podem ser modificados, os sentimentos também podem mudar.

Continue navegando