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15 Aula 3 Atividades Sobre a frase abaixo e com base no que você 1. estudou, assinale o que for correto: “Por trás de uma nação há pouco mais que um relato de origem, a história imaginada de uma comunidade nacional, e a pintura de história o que faz é dar imagens a esse relato até torná-lo real.” (Tomás Perez Vejo) Todas as identidades nacionais são criadas. I. Tais criações e invenções não partem de decretos ou ações políticas, mas sim atra- vés de valores culturais, folclóricos e artís- ticos, e dos hábitos e costumes da socieda- de em questão. O que expressa uma nação e ajuda a formar II. a identidade coletiva são os costumes co- muns e as expressões artísticas e literárias. A partir da metade do século XX iniciou o III. processo de construção e invenção da na- ção brasileira. Foi durante o século XIX que os brasileiros IV. começaram a distanciar-se das tradições coloniais para criar uma identidade na- cional diferente do colonizador. Por isso começaram a descobrir quais eram os he- róis, os costumes, os mitos, os hábitos e expressões artísticas e literárias próprias do Brasil. Todas estão certas.a) Somente I, II e IV estão certas.b) Somente II, III e IV estão certas.c) Somente II e III estão certas.d) Somente I e III estão certas.e) 2. D om ín io p úb lic o. Primeira Missa no Brasil, 1860. Victor Meirelles. Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes. Óleo sobre tela: 268 x 356cm. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 16 A Primeira Missa no Brasil, um destes ícones, é sem dúvida uma das mais importantes obras- -primas da pintura brasileira de todos os tem- pos! As obras-primas, segundo Parsons (1992), condensam as sensibilidades de uma época e exprimem plenamente suas tendências e seus ideais. Ao mesmo tempo em que encarnam os valores de uma comunidade, são inconcebíveis sem esta comunidade. Nela o artista fez mais do que qualquer pessoa isolada poderia fazer: ser- viu-se das intuições e das realizações dos outros, conjugando-os de uma nova forma, o que lhe permitiu falar em nome de toda uma geração. (FRANZ, Teresinha Sueli. Victor Meirelles e a construção da identidade brasileira. Revista 19&20, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, jul. 2007. Disponível em: <www.dezenovevinte.net/obras/ vm_missa.htm >.) Sobre a importância das imagens na constru- ção da identidade da nação brasileira, assinale o que for correto: As primeiras pinturas e gravuras que retra-I. taram imagens do Brasil foram feitas por artistas e cronistas estrangeiros que, du- rante suas viagens, fizeram descrições so- bre as paisagens, os animais e as pessoas dessa terra. As descrições escritas e as pinturas feitas II. pelos viajantes estrangeiros acabaram ser- vindo como guia e referência para os artis- tas e intelectuais que passaram a se inte- ressar pelo Brasil. A arte brasileira do século XIX teve grande III. inspiração nas imagens retratadas nos sé- culos XVII e XVIII. Tal afirmação justifica-se na referência à natureza exuberante, a ani- mais e plantas exóticas, como a palmeira imperial, que se tornou símbolo do Brasil, mesmo sendo uma planta originária da América Central. O início da arte brasileira marca o rom-IV. pimento com a visão dos viajantes. Para caracterizar o nascimento da nação, foi necessário abandonar todos os temas re- tratados pelos viajantes. Todas estão certas.a) Somente I, II e III estão certas.b) Somente II, III e IV estão certas.c) Somente II e IV estão certas.d) Somente I e III estão certas.e) Assinale a imagem que não se identifica com o esforço de criação de uma imagem de nação brasi-3. leira no século XIX: a) D om ín io p úb lic o. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 17 b) D om ín io p úb lic o. c) D om ín io p úb lic o. D om ín io p úb lic o. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 18 d) D om ín io p úb lic o. e) D om ín io p úb lic o. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 19 4. IV Quem tantos inimigos Em guerras preou? Quem canta seus feitos Com mais energia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? – Guerreiros, ouvi-me: – Quem há como eu sou? V Na caça ou na lide, Quem há que me afronte?! A onça raivosa Meus passos conhece, O inimigo estremece, E a ave medrosa Se esconde no céu. – Quem há mais valente, – Mais destro do que eu? Nesse fragmento do poema “O canto do guer- reiro”, o poeta romântico Gonçalves Dias exalta a figura do índio, idealizando-o. Com base nos seus conhecimentos, assinale o que não for correto a respeito do movimento literário e da característica acima apontada: Com o apoio de D. Pedro II aos artistas e a) intelectuais, o Romantismo, que tinha em si um projeto de construção da identida- de nacional, assumiu sua ligação com a política. Na falta do herói medieval, o índio foi esco-b) lhido o personagem nacional a ser louvado pelo Romantismo brasileiro. Honrado, puro, justo, forte, bravo e cora-c) joso, o índio transformou-se num retrato idealizado da nação, agora conduzida por D. Pedro II. Na Europa o romantismo valorizou os cas-d) telos, as batalhas e os heróis medievais. No Brasil, além do índio, o Romantismo tam- bém supervalorizou as paisagens, as terras e as riquezas nacionais. Essa característica de exaltação ao índio e) perdurou ao longo do século XX, principal- mente com autores ligados aos temas ru- rais como Graciliano Ramos e João Cabral de Mello Neto e ainda, mais recentemente, Rubens Fonseca. Não faz muito tempo que os índios começaram 5. a participar ativamente da vida nacional, ele- gendo políticos, participando no desenvolvi- mento de projetos de lei e atuando ativamente na resolução de questões relacionadas ao meio ambiente, saúde, educação e economia. Entre- tanto, ainda há espaço para a comunidade in- dígena reivindicar maior participação na esfera pública, através do reconhecimento, feito pela sociedade, da necessidade de maior envolvi- mento dos indígenas nas decisões relacionadas ao seu modo de vida. Ao mesmo tempo, ainda persiste uma idealização das comunidades indígenas na sociedade brasileira. (VENTURI, Marcelo. A Situação Atual dos Índios do Brasil. Adaptado.) Sobre a questão da idealização do índio bra- sileiro e as consequências contemporâneas, é correto afirmar, exceto: A sociedade atual ainda interpreta as po-a) pulações indígenas como se estivesse diante do “bom selvagem”, ou seja, um sujeito idealizado, pensado como puro e bom porque ainda não foi contaminado pelas corrupções morais presentes na so- ciedade considerada “civilizada”. O índio é um sujeito social, que sofreu as duras con- sequências do passado colonial brasileiro. Os indígenas, vistos de acordo com a ideia b) de bom selvagem, são tratados como os grupos populacionais que deram origem à civilização ocidental. Da mesma forma que a sociedade ociden-c) tal sofreu uma série de transformações culturais, políticas, econômicas e tecnoló- gicas, os indígenas acompanharam essas transformações e modificaram sua cultura. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 20 Um dos argumentos mais usuais para cri-d) ticar a aculturação sofrida pela sociedade indígena é o fato de os índios utilizarem roupas. Porém, deve-se ter em mente que os índios convivem com a nossa so- ciedade, a qual não permite esse tipo de comportamento.Os indígenas não precisam da distri-e) buição de terras e de melhorias sociais, tendo em vista que eles não possuem as mesmas garantias civis e políticas que os cidadãos brasileiros. De uma maneira geral, os bandeirantes são 6. vistos como desbravadores e “heróis da raça”, sendo homenageados e tendo seus nomes associados a praças, avenidas e monumentos. Entretanto, durante o chamado “ciclo de caça ao índio”, os bandeirantes foram responsáveis pelo extermínio e escravização de cerca de 300 mil índios. Por outro lado, embora desde o início da colonização a Igreja tenha se po- sicionado contra a escravidão dos indígenas, somente em 1831 foram revogadas as leis que permitiam a “guerra justa” contra os índios. Esses dados foram coletados por Kaká Werá Jecupé, tapuia, educado na cultura guarani e que se dedica a ensinar coisas sobre seus antepassados aos descendentes dos bran- cos colonizadores. Com base no que você acabou de ler, pode-se inferir que o intelectual índio transmite: uma mensagem de ódio aos religiosos e a) bandeirantes. uma série de mentiras sobre os bandeiran-b) tes, verdadeiros heróis da construção terri- torial de nossa pátria. informações sem fundamento científico, c) pois não há provas da ação destruidora dos bandeirantes. uma reflexão sobre o não esquecimento d) da barbárie cometida contra os índios que, afinal, é ainda a dos nossos tempos. uma lição de moral já aprendida pelos ad-e) ministradores brasileiros, visto a política de preservação e respeito à população in- dígena no Brasil de hoje. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 21 Gabarito Resposta: 1. B Verdadeira. A criação da identidade nacional que I. será capaz de unificar vários membros em torno de si não parte de um decreto, mas sim de um movi- mento político e cultural, cujo objetivo é formar uma história e uma cultura comum. Verdadeira. Vários elementos formam a identidade II. nacional, ajudando a fortalecer o sentimento de pertencimento a um mesmo povo e a uma mesma cultura. Entre esses elementos estão os costumes, a literatura e a arte daquele país. Falsa. A construção de uma imagem de Brasil se III. dá nas primeiras décadas do século XIX, com D. João VI. O Império e posteriormente a Procla- mação da República revigoram esse desejo de construção de identidade e de definição de mar- cos imagéticos da pátria, principalmente com Vítor Meireles e Pedro Américo. Verdadeira. O Romantismo, movimento artístico do IV. século XIX, tinha como uma de suas características um forte sentimento antilusitano, uma vez que de- sejava romper com o passado colonial e criar a pró- pria identidade brasileira. Resposta: 2. B Verdadeira. Os pintores e viajantes estrangeiros, I. convidados para retratar o Brasil desde a chegada de Dom João IV, foram os primeiros artistas e cronistas que representaram as singularidades do Brasil. Verdadeira. Os viajantes que vieram para o Brasil II. convidados por Dom João VI foram responsáveis pe- las primeiras obras que retrataram as características próprias do Brasil. Por isso tornaram-se os fundado- res de uma tradição artística. Verdadeira. Como os temas tratados pelos pintores III. viajantes transformaram-se em referência para os artistas brasileiros, as obras posteriores nunca para- ram de retratar a natureza exuberante, a fauna e a flora aqui presente. Falsa. O Romantismo, movimento artístico ocorrido IV. durante a independência política do Brasil, teve in- fluências dos viajantes, pois estes buscavam retratar as características próprias da jovem nação, repetin- do algumas vezes os temas dos viajantes. Resposta: 3. E Verdadeira. A obra representa o teatro da corte im-a) perial, no Brasil. Verdadeira. A imagem retrata o indígena, herói na-b) cional do período. Verdadeira. A imagem retrata a cena cotidiana de c) um família típica brasileira. Verdadeira. A paisagem mostra o trabalho dos escra-d) vos em uma cidade. Falsa. O quadro de Franz Post, datado do século XVII, e) retrata um engenho, não caracterizando uma situa- ção singular do Brasil. Resposta: 4. E Verdadeira. Uma das principais características do a) Romantismo é privilegiar a natureza brasileira e es- colher o herói nacional, o índio. Ao valorizar os ele- mentos de origem nacional em contraponto à cul- tura portuguesa, o romantismo relaciona-se com a independência política do Brasil, ocorrida em 1822. Verdadeira. Várias pinturas e outras tantas obras li-b) terárias comprovam a transformação do índio como herói nacional. Como exemplo, destacamos o poe- ma épico “A Confederação dos Tamoios”, escrito por Gonçalves de Magalhães. Verdadeira. Durante o Romantismo, o índio transfor-c) mou-se no herói nacional, trazendo consigo todas as características positivas de um herói. Verdadeira. O Romantismo brasileiro valorizou a na-d) tureza exuberante nacional e estabeleceu o índio como personagem símbolo do herói. Falsa. O Romantismo foi questionado já na segunda e) metade do século XIX com o Naturalismo e o Realis- mo. Os autores citados na alternativa não guardam qualquer relação com o tema nem com o estilo. Resposta: 5. E Verdadeira. É importante que os brasileiros reconhe-a) çam nos índios um cidadão como todos os outros, que sofreu muitas perdas com as ações dos seus exploradores – os povos que habitaram e habitam essas terras. Verdadeira. Entre parte da população brasileira, os b) índios ainda são considerados como representantes do “bom selvagem”. Em uma escala evolutiva, eles são o berço da nossa civilização. Verdadeira. Desde os primeiros contatos realizados c) entre os indígenas e os portugueses, na ocasião dos descobrimentos, os indígenas não conseguiram mais preservar intacta a sua cultura, sem a influên- cia dos costumes dos brancos. Por isso eles também sofreram uma série de transformações nos seus há- bitos e costumes. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 22 Verdadeira. Os índios também são brasileiros e por isso d) devem se adequar às regras sociais demarcadas pela sociedade. Entre elas está a proibição de andar nu. Falsa. Evidentemente não se pode continuar a es-e) tereotipar os índios e a relegá-los a “cidadãos de segunda classe”. A idealização do Romantismo do século XIX perpetuou-se pela falta de interesse em integrar a imagem do índio ao processo de constru- ção do Brasil contemporâneo, mantendo-o, assim, como de admiração exótica e suas práticas culturais como “diferentes” e “interessantes”. Resposta: 6. D Falsa. O texto não propaga nenhuma mensagem de a) ódio aos bandeirantes. Falsa. O texto aponta os atos cruéis que estes ho-b) mens fizeram às nações indígenas. Falsa. Existe uma série de trabalhos historiográficos c) que provam todas as informações do texto, como os assassinatos e a escravidão. Verdadeira. No seu livro d) A Terra dos Mil Povos: história indígena do Brasil contada por um índio, da Editora Vozes, Kaká Werá Jecupé busca recuperar um pas- sado mascarado da ação destruidora dos coloni- zadores sobre os índios, mas não com o intuito do revanchismo, e sim da reflexão e da busca por uma conciliação com o passado sem esquecê-lo ou dis- torcê-lo. Falsa. Apesar de as pesquisas históricas já desmistifi-e) carem o papel dos bandeirantes, os administradores públicos brasileiros ainda não respeitam os direitos da população indígena no Brasil. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br