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OMC e BRASIL 1. Introdução A Organização Mundial do Comércio iniciou suas atividades em 1º de janeiro de 1995 e desde então tem atuado como a principal instância para administrar o sistema multilateral de comércio. A atuação da OMC é pautada em cima de alguns princípios que foram herdados do GATT e alguns que vieram com a criação do novo organismo. Mas como o passar do tempo essa organização vem perdendo a sua credibilidade, perdendo também força para atuar nos Estados. Esse trabalho tem por objetivo contextualizar sobre o papel que a Organização Mundial do Comércio desempenha, como seus antecedentes e seus princípios, focando principalmente na atuação brasileira referente aos diferentes acordos. Será explicado também, de maneira breve, os principais casos que o Brasil atuou como demandante, bem como a participação atual do país na OMC. Buscamos, assim, mostrar que a atuação da OMC é de extrema importância para os negócios mundiais e interfere diretamente nas relações internacionais, não podendo ser deixada de lado nem ser questionada. 2. Desenvolvimento 2.1 Antecedente O GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), antecedente à OMC, abordava de um conjunto de normas e concessões tarifárias, e consistia na negociação dos mais diversos temas, que variavam desde comércio internacional até segurança coletiva, com a participação efetiva de três ou mais países e combater as práticas protecionistas, que vinham sendo adotadas pelos países desde a década de 20 e que ficaram mais fortes ainda nos anos 40. O principal objetivo do GATT era a diminuição das barreiras comerciais e a garantia de acesso mais equitativo aos mercados por parte de seus signatários e não a promoção do livre comércio, ajudando na liberalização do comércio e na remoção de barreiras tarifárias e não tarifárias. O GATT Incorporou muitas provisões da OIT, contida na Carta de Havana, e foi adquirindo progressivamente atribuições de uma organização internacional. Durante a vigência do GATT, rodadas de negociações aconteceram, e funcionou como encontros entre todas as partes contratantes nas quais elas negociavam reduções tarifárias, diminuição de outras barreiras comerciais e outros assuntos concernentes ao comércio internacional. A oitava rodada, conhecida como Rodada Uruguai, culminou com a criação de OMC e de um novo conjunto de acordos multilaterais que formaram o corpo normativo da nova Organização, isso porque o GATT já não supria as necessidades do mercado internacional da época. 2.2 OMC A Organização Mundial do Comércio iniciou suas atividades em 1º de janeiro de 1995 e desde então tem atuado como a principal instância para administrar o sistema multilateral de comércio. A organização foi criada com o objetivo de supervisionar e liberalizar o comércio internacional, estabelecendo um marco institucional comum para regular as relações comerciais entre os diversos Membros que a compõem, além de criar um mecanismo de solução pacífica das controvérsias comerciais, tendo como base os acordos comerciais atualmente em vigor e, criar um ambiente que permita a negociação de novos acordos comerciais entre os membros. Diferente do GATT, que foi um acordo provisório, a OMC foi criada para ser um acordo permanente, e, sendo uma organização internacional, possui base jurídica sólida e seus acordos são devidamente ratificados. Para o economista Celso Grisi, da Fundação Instituto de Administração (FIA), a OMC tenta trazer um equilíbrio ao comércio internacional e, mesmo sem ter um poder impositivo – já que, por exemplo, não pode obrigar o cumprimento das retaliações aos países que perderam disputas – acaba servindo como uma proteção aos países em desenvolvimento. "Ela trabalha como um grande árbitro e assume uma função jurídica relevante na medida em que faz as regras do comércio internacional serem aplicadas", diz Grisi. "Quando um país tenta exercer de forma assimétrica seu poder econômico, a OMC é chamada e atua com imparcialidade." 2.3 Princípios da OMC A atuação da OMC é pautada em cima de alguns princípios que foram herdados do GATT e alguns que vieram com a criação do novo organismo. O primeiro, e muito importante, é o princípio da não-discriminação, que significa que se um país conceder a outro país um benefício terá obrigatoriamente que estender aos demais membros da OMC a mesma vantagem ou privilégio. O segundo a ser citado neste trabalho, é o princípio da Previsibilidade, que foi criado para impedir a restrição ao comércio internacional. Este princípio garante a previsibilidade sobre as regras e sobre o acesso ao comércio internacional por meio da consolidação dos compromissos tarifários para bens e das listas de ofertas em serviços O princípio da Concorrência Leal visa garantir um comércio internacional justo, sem práticas desleais, como os subsídios, e está previsto nos artigos VI e XVI. No entanto, só foram efetivados após os Acordos Antidumping e de Subsídios, que, além de regularem estas práticas, também previram medidas para combater os danos delas provenientes. O princípio da Proibição de Restrições Quantitativas impede que os países façam restrições quantitativas, ou seja, imponham quotas ou proibições a certos produtos internacionais como forma de proteger a produção nacional. A OMC aceita apenas o uso das tarifas como forma de proteção, desde que a lista de compromissos dos países preveja o uso de quotas tarifárias. O último, o princípio do Tratamento Especial e Diferenciado para Países em Desenvolvimento: estabelece que os países em desenvolvimento terão vantagens tarifárias, além de medidas mais favoráveis que deverão ser realizadas pelos países desenvolvidos. 2.4 Rodadas da OMC com Participação do Brasil De acordo com o artigo XXVIII do extinto GATT, os membros podem realizar reuniões, ou rodadas, com o objetivo de estabelecer acordos comerciais entre países, que podem visar desde a diminuição das tarifas até a abertura dos mercados. Enquanto ainda existia o GATT foram realizadas oito rodadas de negociação, já no âmbito da OMC foi lançada em novembro de 2001, durante a IV Conferência Ministerial da OMC, a Rodada de Doha, que acontece até hoje, e tem como principal objetivo ser a Rodada do Desenvolvimento por meio da qual os Ministros das Relações Exteriores e de Comércio comprometeram-se a buscar a liberalização comercial e o crescimento econômico, beneficiando principalmente os interesses dos países em desenvolvimento. A Rodada Doha surgiu devido ao desequilíbrio de interesses entre países desenvolvidos e em desenvolvimento durante a Rodada Uruguai, que marcou o fim do GATT. As negociações da Rodada incluem vários setores como agricultura, comércio de serviços, regras sobre antidumping e subsídios, comércio e meio ambiente, etc. Porém, o Brasil e outros países em desenvolvimento concluíram que o centro das negociações deveria ser no âmbito da agricultura, setor que concentra grande parte das exportações desses países. Por conta disso, em agosto de 2003 foi criado, às vésperas da Conferência Ministerial de Cancun, o agrupamento denominado G-20 Comercial. Esse grupo, composto por países em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África, defende o cumprimento, de forma ambiciosa, dos três pilares do mandato agrícola da Rodada Doha: acesso a mercados (redução de tarifas), eliminação dos subsídios à exportação e redução dos subsídios de apoio interno (mormente à produção). O Brasil exerceu papel de grande relevo na coordenação das posições dessa coalizão durante as negociações agrícolas na OMC. 3. Acordos no âmbito da OMC O acordo multilateral que cria a OMC é o Acordo de Marraquexe,firmado ao final da Rodada Uruguai do GATT (1986-1994), o qual serve de base para todos os demais acordos multilaterais em vigor. Esse acordo estabelece a finalidade, as funções e a estrutura da OMC, além de dispor sobre o Secretariado, a personalidade jurídica e o processo decisório da organização (normalmente por consenso, mas que também prevê a possibilidade de decisões por maioria). Os Anexos 1, 2 e 3 ao Acordo de Marraquexe estabelecem a lista dos acordos multilaterais firmados ao final da Rodada Uruguai, isto é, aqueles que se tornaram obrigatórios para todos os Membros da OMC, sendo assim, para o Brasil também. O Anexo 1A estabelece os acordos sobre o comércio de bens, entre os quais estão abrangidos os seguintes: • Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994 (GATT 1994), que abrange o GATT 1947; • Acordo sobre Agricultura; • Acordo sobre a Aplicação das Medidas Sanitárias e Fitossanitárias; • Acordo sobre Têxteis e Vestuário; • Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio; • Acordo sobre Medidas de Investimento relacionadas ao Comércio; • Acordo Antidumping; • Acordo sobre Valoração Aduaneira; • Acordo de Inspeção Pré-Embarque; • Acordo sobre Regras de Origem; • Acordo sobre Procedimentos de Licenciamento de Importação; • Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias; • Acordo sobre Salvaguardas. O Anexo 1B estabelece o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS) e o Anexo 1C compreende o Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (TRIPS). O Anexo 2 estabelece o Entendimento sobre Solução de Controvérsias (ESC) e o Anexo 3 dispõe sobre o Mecanismo de Revisão de Política Comercial. O Anexo 4, por fim, compreende os Acordos Plurilaterais, isto é, aqueles que somente produzem efeitos para os seus signatários, sendo eles: • Acordo sobre o Comércio de Aeronaves Civis; • Acordo sobre Compras Governamentais; • Acordo sobre Produtos Lácteos (não está mais em vigor); • Acordo sobre Carne Bovina (não está mais em vigor); e • Acordo sobre Tecnologia da Informação. 3.1 Atuação do Brasil referente aos principais acordos Como explicado anteriormente, todos os acordos dos Anexos 1, 2 e 3 ao Acordo de Marraquexe são obrigatórios a todos os membros da OMC e, 1 consequentemente, ao Brasil. Entretanto, o país não é signatário de nenhum dos acordos plurilaterais (Anexo 4) negociados na OMC. Entre os principais acordos dos quais o Brasil faz parte estão: Para ler na íntegra o Acordo Constitutivo da OMC, acesse: http://sinus.org.br/2014/wp-content/1 uploads/2013/11/OMC-Acordo-Constitutivo-da-OMC.pdf • Propriedade intelectual – TRIPs (1994) No âmbito do GATT 1947, a questão da propriedade intelectual não foi muito desenvolvida. Havia grande resistência, especialmente por parte dos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, à proteção da propriedade intelectual. Tais países detinham bases industriais e tecnológicas que lhes permitiam copiar processos, produtos e marcas desenvolvidos por países industrializados. No entanto, principalmente empresas multinacionais, as grandes responsáveis e beneficiárias das inovações intelectuais, exerciam pressões sobre governos para que o campo fosse regulamentado. Em junho de 1967 foi criada a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), que, em 1974, teria status de organização especializada da ONU. Porém, no seio da OMC, as maiores negociações se deram justamente na Rodada do Uruguai. Ao fim da Rodada, foi celebrado o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relativos ao Comércio (TRIPs – Agreement on Trade-Related Intellectual Property Rights). Dentre as matérias abrangidas pelo TRIPs, podemos citar: direitos de autor; marcas; indicações geográficas; desenhos industriais; patentes; proteção de informação confidencial, entre outros. O TRIPs, no entanto, não estabelece um sistema global sobre proteção à propriedade intelectual, mas sim uma lista de regras básicas, que devem ser respeitadas e regulamentadas pelos sistemas e órgãos de proteção à propriedade intelectual de cada país. Foi concedido aos países um pequeno período de transição para se adequarem aos compromissos estabelecidos pelo TRIPs e, para o Brasil, como país em desenvolvimento, o prazo expirou em 2000. Como leis centrais a questões de propriedade intelectual no país podemos citar: a Lei de Programa de Computador, nº 9.609/98; a Lei de Direitos Autorais, nº 9.610/98; a Lei de Biossegurança, nº 8.974/95; e a Lei de direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, nº 9.279/96. • Salvaguardas (1994) No artigo XIX do GATT 1947 já se previam medidas de salvaguardas, que foram regulamentadas na Rodada do Uruguai, com a celebração do Acordo Sobre Salvaguardas em 1994. Por conta de sua redação, o artigo suscitava dúvidas de interpretação, de modo que o objetivo primordial do Acordo de Salvaguardas foi, justamente, esclarecê-lo. Assim, o Acordo estabeleceu condições, limites e procedimentos para a adoção de medidas de salvaguardas. Dessa forma, o regime de salvaguardas constitui um regime de exceção. Sempre que necessário, qualquer uma das partes poderá adotar as medidas necessárias contra as importações que causem ou ameacem causar grave perigo à economia nacional ou a um setor produtivo desse país. Para que não ocorra um desequilíbrio na relação, a parte que adotar uma medida de salvaguarda deverá oferecer uma compensação comercial à outra. A postura oficial do governo brasileiro em relação às salvaguardas é: (i) Dar aviso público sobre abertura de investigação de salvaguardas, conforme Art. 3.1 do Acordo. É publicada Circular SECEX/MDIC no Diário Oficial da União, a qual é 2 devidamente disponibilizada no sítio do MDIC. (ii) Notificar o Comitê de Salvaguardas da OMC sobre abertura de investigação, conforme requisitos do Art. 12.1 (a) do Acordo. (iii) Notificar o referido Comitê, sob o Art. 12.1 (b), a determinação de prejuízo grave ou de ameaça de prejuízo grave causado por surto de importações. (iv) Notificar o Comitê, sob o Art. 12.1 (c), a decisão de aplicar ou estender uma medida de salvaguarda. (v) Notificar o Comitê, sob a nota de rodapé 2 do Art. 9.1 do Acordo, se for o caso, a exclusão de países em desenvolvimento do escopo da aplicação de medida de salvaguarda. Além disso, o Governo publica no Diário Oficial da União – e disponibiliza no sítio do MDIC - as Resoluções CAMEX de aplicação, prorrogação ou encerramento de 3 Circular da Secretaria de Comércio Exterior e/ou do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e 2 Serviços. Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior.3 medidas de salvaguardas, as quais oferecem conteúdo detalhado das razões em que se basearam as decisões da autoridade brasileira. • Antidumping (1994) Dumping pode ser conceituado como a prática de pôr à venda produtos a um preço inferior ao do mercado, especialmente no mercado internacional, para se desfazer de excedentes ou para derrotar a concorrência. No artigo VI do GATT 1947 já havia a previsão de aplicação de direitos antidumping, nos casos em que a prática de dumping pudesse causar ou ameaçar causar dano a uma empresa estabelecida no território de outro país. Na Rodada do Uruguai negociou-se acordo sobre a implementação deste artigo, objetivando evitar que o dumping fosse utilizado como uma forma de protecionismo. O resultado foi a assinatura do Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do GATT 1994 – Acordo Antidumping, também em 1994. O artigo 2.1 prevê quando um produto será considerado como objeto de dumping, enquantoo artigo 3.1 prevê os casos nos quais as autoridades dos países poderão impor as medidas antidumping. Não basta analisar se o dumping ocorre ou não, mas também se faz necessário observar se ele causa algum dano material a um produto doméstico similar. Somente neste caso é que as medidas podem ser implementadas. O Brasil é um dos países que, desde a assinatura deste acordo, mais abriu investigações contra práticas de dumping. No total, foram cerca de 130 investigações, o que o coloca em nono lugar na lista de países que mais abriram casos contra produtos importados. Por outro lado, também é um dos mais demandados neste aspecto, totalizando cerca de 90 investigações abertas contra produtos brasileiros, situando-se em décimo lugar na lista dos mais investigados. • Agricultura – AARU (1995) O Brasil sempre participou de diversas negociações sobre agricultura nos foros multilaterais de comércio. As tratativas têm sido pautadas pela liberalização do comércio agrícola, envolvendo questões tarifárias e não tarifárias, subsídios e créditos à exportação. A postura do Brasil é ofensiva nestas negociações, visando sempre o estabelecimento de um livre-comércio. O tema da agricultura tem um histórico de grandes controvérsias. Isto porque era regulamentado, assim como outros bens, pelo GATT 1947. Porém, para o caso dos bens agrícolas, sempre foram admitidas exceções em relação à aplicação de diversos dispositivos do tratado. Tais exceções deixaram a agricultura à margem da regulamentação do GATT, de modo que fosse permitida a adoção de barreiras não tarifárias e a permanência de elevadas tarifas e a concessão de subsídios. Na Rodada do Uruguai iniciaram-se discussões sobre a implementação de regras mais rígidas para o setor agrícola, culminando na aprovação do Acordo sobre Agricultura da Rodada do Uruguai (AARU), que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1995. O AARU foi benéfico aos países que lutavam pela liberalização e regulamentação do setor, como o Brasil. Dentre os benefícios trazidos pelo mesmo estão: redução dos subsídios à exportação e do apoio doméstico aos produtores; tarifação e redução média das tarifas; e garantia de acesso mínimo e corrente para produtos antes bloqueados por conta da alta proteção a que eram submetidos. A regra geral deste Acordo é que todas as barreiras não tarifárias deveriam ser eliminadas, sendo substituídas por tarifas equivalentes. Foram estabelecidas tarifas máximas para cada produto agrícola, de modo que os países se comprometeram a reduzir o total tarifário durante o período de implementação. Tendo em vista que os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil, como carne, açúcar e suco de laranja, sofrem restrições, a efetiva liberalização é muito importante para o país, pois auxilia na consolidação de sua posição de destaque no mercado internacional. • Acordo de Facilitação de Comércio - AFC (2017) No dia 22 de fevereiro de 2017, entrou em vigor o Acordo de Facilitação de Comércio (AFC), ao alcançar-se o número mínimo de ratificações (108 dos 162 Membros da OMC). O Brasil ratificou o acordo em março de 2016, por ocasião de visita a Brasília do Diretor-Geral da OMC, Embaixador Roberto Azevêdo. O AFC simplifica a burocracia e agiliza os procedimentos para o comércio internacional de bens, com medidas de reforço de transparência na elaboração de normas e a cooperação entre as autoridades aduaneiras. Seu principal objetivo é diminuir os custos e o tempo que a mercadoria fica na fronteira, “tempo morto” que onera as transações mundiais. O Acordo de Facilitação de Comércio foi concluído em Bali, por ocasião da IX Conferência Ministerial da OMC, em dezembro de 2013, e foi o primeiro acordo multilateral celebrado pela OMC desde sua criação em 1995. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, a implementação no Brasil de apenas uma das medidas previstas no acordo, o Portal Único de Comércio Exterior , 4 implicaria aumento de 9 bilhões no saldo comercial anual do Brasil, gerando impacto positivo de mais de 2% no PIB brasileiro. De acordo com o Itamaraty, Além do Portal Único, o governo brasileiro já vem colocando em prática medidas como o processamento eletrônico de documentos e a estruturação do Comitê Nacional de Facilitação de Comércio (CONFAC), no âmbito da CAMEX, para a implementação das disposições do Acordo. O Programa Portal Único de Comércio Exterior é uma iniciativa de reformulação dos processos de 4 importação, exportação e trânsito aduaneiro. Com essa reformulação, busca-se estabelecer processos mais eficientes, harmonizados e integrados entre todos os intervenientes públicos e privados no comércio exterior. Saiba mais em http://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/ programa-portal-unico-de-comercio-exterior-1/programa-portal-unico-de-comercio-exterior. 4. Sistema de Solução de Controvérsias A Organização Mundial do Comércio conta, desde o início de seu funcionamento em 1º de janeiro de 1995, com um mecanismo de solução de controvérsias criado com o objetivo de assegurar maior efetividade à aplicação das regras que pautam o sistema multilateral de comércio. A solução de controvérsias é considerada o grande avanço da OMC, pois este mecanismo estabelece novidades entre as relações dos Estados pertencentes a esta entidade. Esta estrutura é composta por grupos que avaliam as reclamações dos Estados Membros e se propõe a solucionar as divergências. Este sistema consolidou uma visão mais legalista que o seu antecessor, o antigo GATT, mas também manteve algumas regras do anterior, como as soluções negociadas diretamente entre os membros de forma diplomática. O objetivo principal do sistema de controvérsias é garantir “… uma solução positiva e pacífica para as controvérsias... ” e preferencialmente dar soluções que 5 sejam aceitáveis entre os membros envolvidos e que esteja em conformidade com os acordos abrangidos. O Sistema de Solução de Controvérsia (SSC) é reconhecido como uma das áreas mais dinâmicas da Organização, e permitiu, ao longo dos anos, definir o alcance dos Acordos que compõem o acervo normativo da OMC, contribuindo, dessa forma, para conferir maior segurança e transparência ao funcionamento do sistema multilateral do comércio. Constitui importante instrumento de promoção e proteção dos interesses comerciais dos membros da OMC. Por causa da tradição do Brasil de privilegiar a solução pacífica de controvérsias e o multilateralismo, o SSC é um dos eixos centrais da ação do país na área comercial. O Brasil não hesita em recorrer ao sistema quando medidas adotadas por outros países em desrespeito as regras multilaterais de comércio afetem interesses comerciais brasileiros. Mello. Curso de Direito Internacional Público. 2004, p. 329. 5 4.1 Brasil no Sistema de Solução de Controvérsias da OMC Ao longo de seus 20 anos de existência, a Organização Mundial do Comércio (OMC) serviu de palco para várias lutas do Brasil contra as políticas comerciais de países e blocos econômicos. Entre os emergentes, o país é um dos mais ativos no sistema de solução de controvérsias da organização. Com 29 casos como demandante, 19 como demandado e 103 participações como terceira parte em contenciosos sobre os mais variados temas, o Brasil está entre os seis principais usuários do sistema, atrás apenas dos EUA, da União Europeia, do Canadá, da China e da Índia. Ainda hoje, Brasil é o país em desenvolvimento que mais vezes participou como Parte demandante de procedimentos de solução de controvérsias. Essa forte atuação permitiu ao país uma influência crescente na definição do alcance de vários dos compromissos assumidos no âmbito da OMC, se mostrandofundamental para a eliminação de barreiras às exportações brasileiras e para a estratégia de desenvolvimento do país. O Itamaraty, desde 2001, conta com uma área, vinculada a SGEF, dedicada exclusivamente à preparação e acompanhamento dos casos no âmbito da OMC, com o objetivo de facilitar a participação do Brasil no SSC. Atuando em estreita articulação com o setor privado brasileiro e outras áreas do Governo, a Divisão de Contenciosos Comerciais é responsável, entre outros, pelo acompanhamento permanente dos casos em andamento (elaboração de petições, participação em consultas e audiências, pesquisa e análise de jurisprudência), como também pela condução das discussões pré-contencioso (receber as ponderações de setores afetados, elaboração de pareceres jurídicos, coordenação com os setores e órgãos governamentais envolvidos) e, não menos importante, o monitoramento da implementação dos contenciosos. (ITAMARATY) A decisão de iniciar um contencioso na OMC é tomada pela Câmara de Comércio Exterior, tendo presente a análise preliminar sobre a viabilidade jurídica do caso, de responsabilidade da Coordenação Geral de Contenciosos e o parecer dos demais áreas do Governo com competência na matéria sobre os interesses econômicos e políticos em jogo, sempre em articulação com o setor privado. Para tanto, a CAMEX pode atuar de ofício ou provocada pelo setor privado interessado, que participa ativamente da preparação de todas as etapas do contencioso. (ITAMARATY) 4.2 Principais casos em que o Brasil atuou como demandante : 6 • Estados Unidos – Gasolina: O Brasil questionou as restrições impostas pelos EUA, sobre o pretexto de proteção do meio ambiente, à importação de gasolina. O Brasil conseguiu demonstrar que a gasolina importada era submetida a condições de venda menos favoráveis do que as oferecidas à gasolina doméstica, e que a medida americana não poderia ser justificada por meio das exceções aos acordos da OMC. • Embraer-Bombardier : O embate entre Embraer e Bombardier iniciou-se em 1996, quando a empresa canadense questionou junto à OMC os subsídios concedidos à Embraer por meio do “PROEX-Equalização”. Em resposta, o Brasil iniciou disputa contra o Canadá em razão dos subsídios concedidos pela Província de Quebec à Bombardier. O Brasil logrou, assim, empatar o jogo: obteve autorização para retaliar o Canadá em montante semelhante àquele que havia sido obtido pelo governo canadense contra o Brasil. Isso levou ambos os países à mesa de negociação, o que resultou, em 2007, na revisão das regras de crédito de exportação de aeronaves no âmbito da OCDE. • Comunidades Europeias – Açúcar Em 2002, o Brasil recorreu à OMC contra os subsídios concedidos pelas Comunidades Europeias (CE) ao açúcar. Embora as CE fossem o maior exportador mundial de açúcar, o custo de produção de açúcar na Europa era 4 a 6 vezes maior do que no Brasil. As CE produziam açúcar a um custo altíssimo e vendiam no mercado internacional a um preço muito mais baixo, o que só era possível em virtude dos vultosos subsídios pagos aos produtores. Como resultado da vitória brasileira no contencioso, as exportações europeias de açúcar passaram de quase 7 milhões de toneladas na safra 2000-2001 para 2,2 milhões de toneladas na safra 2011-2012, e as exportações brasileiras de açúcar dobram a partir do primeiro ano do contencioso. Informação fornecida pela Divisão de Contenciosos Comerciais – DCCOM através do site <http://6 www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/diplomacia-economica-comercial-e-financeira/15581-o- sistema-de-solucao-de-controversias-da-omc> • Estados Unidos – Algodão: Em dos mais longos contenciosos da história da OMC (2002-2014), o Brasil questionou os subsídios concedidos pelos EUA à produção doméstica e à exportação de algodão no período 1999-2002 (US$ 12,9 bilhões). Em 2001, para um valor total de produção de US$ 3 bilhões, os subsídios chegaram a quase US$ 4,2 bilhões. Diante da recusa americana em cumprirem as decisões do Órgão de Apelação da OMC, o Brasil obteve o direito de retaliar os EUA, tanto em bens como em propriedade intelectual, no valor de US$ 829 milhões para o ano de 2009. Com a determinação do governo brasileiro de levar adiante as de retaliação, os EUA viram-se obrigados a negociar com o Brasil uma solução de mutuamente acordada. Disso resultou Acordo Quadro nos termos do qual, como contrapartida para o fim do contencioso, os EUA acordaram em pagar ao Brasil compensação superior a de US$ 800 milhões. Os recursos são destinados para projetos de desenvolvimento e modernização da cotonicultura brasileira empreendidos pelo Instituto Brasileiro do Algodão. • Comunidades Europeias – Frango Salgado: Em 2003, o Brasil questionou a mudança da classificação tarifária aplicada pela CE às importações de frango salgado, que resultou em acentuada elevação da tarifa de importação com consequentes prejuízos às exportações brasileiras. O Brasil saiu-se vitorioso na OMC, o que lhe permitiu não apenas preservar seu acesso ao mercado europeu de frango, mas também obter concessões em outros produtos. Foram acordadas as seguintes quotas: (i) 170 mil ton/ano de frango com tarifa de 15,4%; (ii) 92 mil ton./ano de carne de peru com tarifa de 8,5%; (iii) 79 mil ton./ano de preparações à base de frango com tarifa de 8%. • Estados Unidos – Suco de Laranja: Em 2007, o Brasil questionou a sistemática adotada pelos Estados Unidos para aplicação de medidas antidumping adotadas pelo Departamento de Comércio dos EUA contra as exportações brasileiras de suco de laranja, bem como à forma de cálculo da margem antidumping por meio do zeroing. Este método de cálculo não somente afeta a determinação sobre a existência de dumping, como infla as margens de direitos anti-dumping. Após a condenação desse método de cálculo no contencioso movido pelo Brasil, os EUA decidiram por fim ao uso do zeroing, que já havia sido objeto de outras disputas. • Indonésia – Frango: Em 2015, o Brasil questionou na OMC as barreiras comerciais impostas pela Indonésia à importação de carne de frango e produtos de frango. Desde 2009, esse conjunto de medidas restritivas resultou na proibição da importação de frango de qualquer origem. As restrições comerciais da Indonésia são variadas, envolvendo um complexo sistema de licenciamento de importação, atraso na aprovação sanitária do Brasil e de seus produtores, proibição de importação de certos produtos de frango e limitação da venda do frango importado a determinados segmentos do mercado local. O contencioso ainda está em fase de painel, estando prevista a divulgação do relatório final apenas no primeiro semestre de 2017. • Indonésia – Carne Bovina: O Brasil solicitou, em abril de 2016, consultas à Indonésia em função de restrições impostas pelo país asiático às exportações de carne bovina brasileira. O contencioso diz respeito a uma série de medidas legais e administrativas indonésias que dão ensejo, de fato e de direito, ao banimento da carne brasileira daquele mercado, em desconformidade com as obrigações assumidas por aquele país asiático no âmbito dos acordos aplicados na OMC. O Brasil ainda não solicitou o estabelecimento de painel, pois o caso está em fase de análise e preparação. • Tailândia - Açúcar: Em 2016, o Brasil apresentou ao Órgão de Solução de Controvérsias da OMC pedido de consultas à Tailândia em que questionava prática do governo tailandês de concessão de apoio aos produtores de cana e de açúcar, elevando a produção e a exportação. O Brasil conseguiu identificar problemas relacionados a incentivos concedidos pela Tailândia para o setor, em particular o esquema tailandês de quotas (avaliadoem US$ 775 milhões anuais), que, ao dividir o lucrativo mercado doméstico entre as usinas segundo sua produção total, estimula artificialmente a geração de excedentes exportáveis, mesmo que vendidos no exterior abaixo do preço de custo, em afronta às obrigações contidas nos Acordos da OMC, notadamente no Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias. 5. Participação Atual do Brasil A Organização Mundial do Comércio (OMC) confirmou em agosto de 2017 a decisão que considerou como subsídios ilegais e regras discriminatórias uma série de programas de incentivo do governo à indústria brasileira. De acordo com o G1 trata-se da maior condenação contra subsídios à indústria que o Brasil já sofreu. Após queixas da União Europeia e Japão, o painel aberto pelo órgão internacional concluiu que programas estabelecidos nos últimos anos no Brasil taxam excessivamente produtos importados na comparação com os nacionais. O motivo apresentado por esse países é de que o Brasil utiliza vantagens competitivas, como isenções fiscais. Na conclusão, o painel da OMC considerou que a grande maioria das medidas adotadas pelo Brasil não estão em conformidade com as regras do comércio internacional e deu um prazo de 90 dias para o Brasil suspender 7 programas adotados. Ainda que o governo consiga rever alguns dos pontos da condenação, a decisão da OMC deverá levar a uma revisão dos programas que foram considerados subsídios ilegais, o que coloca em xeque a continuidade ou prorrogação das medidas de incentivo sob questionamento. Entre os setores hoje beneficiados pelos programas e que podem ser afetados pela decisão da OMC estão os de informática, automobilístico e aqueles voltados à exportação. 5.1 Liderança d Brasil na OMC 7 Dentro da organização, o atual diretor-geral é um brasileiro, Roberto Azevedo, que foi indicado pelo Brasil em 2012 para o cargo, venceu a disputa e assumiu o posto em setembro de 2013. Informação baseada na notícia de CHADE, Jamil. Liderança do Brasil na OMC ganha admiradores 7 e críticos. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/329243> Com isso o Brasil passou a fazer parte do grupo de países com poder de influenciar as negociações da OMC. Mas essa nova realidade também modificou a forma como o governo atua nos bastidores das reuniões em Genebra e como é visto pelos outros países e, até mesmo, pela empresa estrangeira. Ao mesmo tempo que a diplomacia brasileira na organização ganhou admiradores por ser ativa, também provou um sentimento de suspeita e desconfiança entre vários governos, alguns até da América do SUl. Durante décadas, as regras do comércio internacional eram praticamente decididas por americanos e europeus. O restante da comunidade internacional pouco conseguia influenciar. Mais recentemente, porém, os países emergentes conseguiram redesenhar a geometria das negociações. Os primeiros passos foram dados pelo Brasil no lançamento da Rodada Doha, em 2001, e com a decisão de lançar disputas contra os subsídios americanos e europeus, em 2002. Mas ganhou força com a criação do G-20 (grupo de países emergentes), em 2003. Desde então, o País é um ator constante nas negociações. (CHADE, 2007) "O Brasil se tornou um dos líderes das negociações e atua de forma incisiva. De fato, sua liderança é vista por alguns até mesmo como sendo desproporcional à sua participação no comércio internacional", afirma o jornalista americano Daniel Pruzin, que há nove anos cobre a OMC e é presidente da Associação de Jornalistas Credenciados na ONU em Genebra. Americanos e europeus acreditam que há uma divisão dos países emergentes. O embaixador dos Estados Unidos na OMC, Peter Allgeier, publicou um artigo no The Wall Street Journal, no qual questiona até que ponto o Brasil representa os emergentes. Já o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, alerta que os países em desenvolvimento não podem ser tratados como um só grupo. Entre os embaixadores estrangeiros procurados para comentar a situação do Brasil, ninguém quis falar abertamente. "Isso não seria bom para as relações entre os nossos países", justificou um. "Se eu falar o que penso, amanhã sou enviado de volta a meu país", disse outro. 6. Conclusão A partir desse trabalho, concluímos que o Brasil é um dos membros mais ativos dentro da Organização Mundial do Comércio, principalmente em relação ao sistema de solução de controvérsias, além de estar entre os principais países emergentes (BRICS), com uma participação significativa no cenário e no comércio internacional. O Brasil tem uma posição favorável dentro da OMC, especialmente por obter ganhos nas ações que entrou contra as políticas comercias de protecionismo dos países desenvolvidos e de blocos econômicos, o que além de ajudar o Brasil a conquistar mais mercados para as suas exportações, mostrou um domínio brasileiro sobre as normas e suas aplicações no âmbito dos acordos. As ações mais emblemáticas que o Brasil participou é o caso Brasil-Canadá, entre as empresas Embraer e Bombardier; Brasil-EUA na questão dos subsídios americanos em relação ao algodão; Brasil-União Europeia também na questão dos subsídios, mas dessa vez relacionado ao açúcar. Atualmente, o Brasil ameaçou recorrer mais uma vez a OMC contra os EUA, onde Trump impôs tarifas nas importações de aço e alumínio, e cerca de 1/3 das exportações de aço brasileiro são para o mercado americano. 7. Referências: ALVARENGA, Darlan. Entenda por que a OMC condenou o Brasil e quais os setores impactados. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/entenda-por- que-a-omc-condenou-o-brasil-e-quais-os-setores-impactados.ghtml> Acesso: 20 de mar de 2018 BARBOSA, Rubens. O Brasil e os acordos comerciais. Disponível em: <http:// opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-brasil-e-os-acordos-comerciais, 10000086962> Acesso: 12 de mar. 2018 BIZZO, Luciana. Com a Evolução do GATT à OMC, Qual é a Função da OMC no Cenário Atual? Disponível em: <https://estudosaduaneiros.com/funcao-da-omc-no- cenario-atual/> Acesso: 11 de mar. 2018 CAULYT, Fernando. Brasil é um dos mais ativos na OMC e ampliou mercados em 20 anos. 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