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Rumo à Modernidade e à Era do Sujeito Os três pilares da fundamentação do mundo moderno: Subjetividade (sujeito) Capitalismo Estado A Formação dos Direitos Subjetivos Ordens mendicantes – Franciscanismos* O nominalismo inglês se destaca com o debate a respeito da Querela dos Universais: A existência dos universais (gêneros, árvores, cadeira, etc.) é real ou convencional? Será que esses conceitos existem na realidade (foram criados por Deus) e os homens os descobrem, ou são convenções humanas? Será que a ideia de justiça existe na natureza ou nós a atribuímos em certos contextos? Papa João XXII Guilherme de Ockham/Singulares Tomismo Nominalismo Justiça Natural A justiça é uma convenção humana – a ideia de ordem é vista como uma convenção Tradição Aposta na razão individual (alma) para afirmar o verdadeiro Devemos entender o funcionamento do bem e do mal para solucionar os problemas Para conhecer devemos partir do indivíduo e caminhar até o todo, do contrário apagamos o individualismo A navalha de Ockham: método lógico para solucionar problemas - a resposta mais simples é a verdadeira Debate sobre a Natureza da Pobreza - as roupas de Cristo Os franciscanos abrem mão do Ius abutenti ao fazer voto de pobreza Papa João XXII Guilherme de Ockham Censura papal – afirma que os franciscanos são hereges, pois usam o nome de Deus em vão Debate jurídico – há duas formas de se relacionar com a natureza: As roupas de Cristo não eram dele? -a pobreza voluntária é impossível Usus fati Ius abutendi Uso conforme a função da coisa Direito de abuso do bem Provém dos fatos, da realidade Extrapola a função da coisa Posse – direito objetivo Propriedade, poder individual – direito subjetivo Formação do Direito Mercantil – Capitalismo Surge em torno do séc. XV, através do debate sobre a usura (todo valor ou bem que é dado em troca de outro com valor menor) Do usurário (portador de pecado, forasteiro) ao banqueiro Vedação bíblica da usura Justificantes teológicos Pecado Capital avareza (manifestadora da usura) Injustiça vai contra as leis naturais Roubo contra Deus apropriação da dimensão temporal (o usurário lucra apenas com o passar do tempo) Sucessão: usura é um pecado contagioso Restituição civil – pode se devolver os bens aos donos originais (a Igreja) e pagar uma promessa a Deus para se livrar do pecado Justificantes teológicos para o perdão da usura Purgatório Proeminência do uso sem o bem Ressignificação do trabalho Mercador passa de usurário para servo de Deus Deus como um trabalhador Mercador como alguém que da gosto, alegria para vida Risco x Usura A usura passa a ser uma razão lógica, instrumental, e se desconecta do campo do mal e da moralidade O risco corrido pelo mercador justifica o uso da usura Esse conceito inaugura o direito mercantil, para compensar o risco criam-se instituições como (a) o título de crédito (b) sociedade empresária (c) contrato de seguro (d) banco - surge da união do capital e das pessoas que faziam esses contratos Modernização do Pensamento Político Transição do Bom Governo para o Governo Eficaz Enquanto na Idade Média o bom governo visava promover virtudes e a figura do governante se aproximava da de um mentor Na Idade Moderna o governo eficaz visa administrar o Estado (economia) Quatro debates fundadores: Autonomia das cidades italianas frente ao SIRG (Sacro Império Romano Germânico) Invasões de Frederico Barbarossa – resgatar a grandiosidade territorial do SIRG DOMINUS MUNDI (digesto) – para justificar as invasões a Itália Barbarossa afirma: Como o Imperador tem o domínio do mundo e eu tenho o sangue dos Imperadores, estou apenas retomando aquilo que é meu por direito Bartolo de Saxoferrato foi contratado para escrever um manifesto que legitimasse a autonomia das cidades italianas Atualização do conteúdo dos digestos – o Império está difuso As cidades são imperadoras de si mesmas – com a queda do Império o poder do Imperador se difunde por todo território e, portanto, para cada cidade Autonomia das cidades italianas frente ao papado Papa Alexandre VI a firma que o verdadeiro dominus mundi é Deus, dessa forma ele, como representante de Deus na terra, teria poderes políticos Marsílio de Pádua - O Defensor da Paz Nega o caráter jurisdicional da Igreja Daí a Cesar o que é de César os poderes de Deus se limitam a dimensão espiritual Inaugura a idéia do caráter sugestivo do poder da Igreja com a Disputa dos dois Gládios - Gládio Temporal (mundano) - Gládio Espiritual (das almas) Maquiavel e a inversão das virtudes políticas HISTORIAE MAGISTRA VITAE Realismo político – a política realmente exercida Negação do dever ser e afirmação do ser Como manter um governo estável? Inversão das virtudes políticas (força, inteligência, estratégia, etc.) Separação da política e da moral Metáfora do xadrez Jean Bodin e a soberania Seis livros sobre a república Inimigos internos e externos Unificação do poder no vértice (rei) da hierarquia natural Diferença entre lei (loi) e Direito (droit) costumes cultivados por uma população comandos Pensamento Jurídico Moderno Características Gerais Racionalidade (lógica) postura anti-tradicionalista Generalidade e abstração Macro-organização a modernidade possui um ponto de visão aéreo Busca melhorar a sociedade (natureza) e não se encaixar na realidade Escolas Jurídicas da Alta Modernidade (XVI - XVIII) Common Law Mos Galicus Usus modernus pandectarum Ius Commune Escolástica Ibérica Mos Galicus ou Escola Culta Humanismo Jurídico Crítica filológica e histórica do Corpus Iuris Civilis Releitura buscando observar a origem das palavras e as conectar no contexto histórico correto Buscava fazer uma depuração para entender melhor o que os romanos queriam dizer Enfoque nas institutas de Gaio (parte mais filosófica) Busca pelos axiomas do Direito Princípios Gerais de Direito Postulado que da validade a uma linguagem (regra; ponto de partida; limitação; dedução lógica) Buscavam formar um Direito baseado em axiomas lógico sistêmicos Início do raciocínio dedutivo do Direito Jacques Cujácio e Andreas Alciatus Funda a Tradição Racionalista do Direito Premissas precisas – direito fruto de um uso disciplinado da razão (universal e transhistórico) D origem ao jus racionalismo – código – BGB, 1900 Usus Modernus Pandectarum Importantes mudanças: Enfoque no estudo das decisões dos tribunais História do Direito Reestruturação do ensino jurídico Passagem da escolástica para a sistemática a partir de um objeto Professorenrecht Direito produzido por intelectuais acadêmicos Die Rezeption - a grande recepção prática para ajudar a solucionar conflitos Chegada da tradição Italiana somente no século XV (importação ativa) Tribunal Imperial exigência de estudos da tradição romanista para metade dos juízes Negação da vigência teórica da Ius Commune Recepção prática das pandectas - atualização Leitura a partir dos costumes locais a validade do Corpus Iuris Civilis sofisticar os costumes que já existem no território Funda a tradição historicista do Direito O Direito é produto da história Sequência de costumes Escola Histórica Alemã Common Law Direito dos Comuns (aqueles independentes de laços vinculantes) Insularidade jurídica Guerras Normandas centralização precoce Shire Reeve Formação dos tribunais régios – writ (breve) Crise do poder Real (1215) Parlamento – Câmara dos Lordes nobres Câmara dos Comuns cidadãos livres* King in the Parlament Reino x Rei Reinar sem governor O Direito é filho da política, do povo e, portanto, não é uma ciência Escolástica Ibérica (contexto da contra reforma) Concílio de Trento Formulação da companhia de Jesus Século de ouro Ibérico – Portugal e Espanha potências mundiais União Ibérica (1580-1640) Releitura de São Tomás de Aquino – releitura modernaque adapta para algo mais apropriado para época Crítica ao protestantismo Leitura inovadora dos Jesuítas Recuperação do pluralismo de fontes teológicas Resgate do Direito Natural – construção de um Direito independente da fé Em crise desde o nominalismo (séc. XIV) Afirmação de uma ordem Natural compreendida pela razão Deslocamento do papel de Deus Direito das Gentes Ius Gentium – tratar bem para ser bem tratado Francisco Suarez; Francisco de Vitória; Domingo de Soto Criou a área do Direito Internacional Direito de Hospitalidade – receber bem para ser bem recebido Guerra Justa Modelo político-jurídico do Império Português Monarquia corporativa polissidonal Monarquia portuguesa Guerra da reconquista Característica cruzadista (filha da contra reforma) – encontrar novas almas Protetor da religião Protetor do povo/pai Busca do bem comum comunidade Corporativa Manutenção de múltiplas ordens concorrentes Pluralidade de estatutos pessoais Influência das tradições do Ius Commune Polissidonal (muitos nós) Vilas formam os nós do Império Grande rede de relações diplomáticas e negociais Forte descentralização do poder – autonomia local Economia moral do Dom Governo ultramarino – distribuição dos cargos Detentores da jurisdictioVice-rei Governador geral Capitão povoador Juiz régio Ouvidores Município e Câmara Centralidade do concelho Câmara: concentra os poderes (julgar, legislar e administrar) Administração não-burocrática - cristão -sangue puro - português - detentor de terrasMembros do Poder Juiz ordinário Homens Bons Vereadores Almotacé Alcaide Ofícios (cargos públicos) e Prebendas (jóia de clube) Coletor de impostos, oficiais, notórios Caráter patrimonial, sucessório e negocial (comprado em leilões) Disponível às elites locais Base da burocracia do governo geral do Brasil Privado e familiar O homem cordial - homem que usa o coração no espaço público (coloca os sentimentos na frente da razão), vem da tradição de misturar o público com o privado Festas coloniais Eram um dever das câmeras coloniais para relembrar os cidadãos que eles eram portugueses Festas monárquicas e religiosas Inquisição e Pensamento Jurídico Inquisições: moderna ≠ medieval portuguesa e espanhola ≠ italiana católica ≠ calvinista ≠ luterana A inquisição italiana estava sobre controle exclusivamente papal. Isso a tornou mais fraca do que as outras (controladas diretamente pelo poder real), porque dependia de jogos políticos. Precedentes históricos: Reformas Gregorianas (séc. XII) Revolução Papal Ortodoxia católica X Heresias Direito canônico concordância entre os cânones cumprir premissas da bíblia através dos sacramentos Busca a salvação da comunidade Poder pastoral Tribunal do Santo Ofício Garantidor da integridade teológica Persegue heresias e não hereges A heresia, diferente do pecado, é um desvio tão grande que torna pecados escusáveis, é justificar teoricamente o pecado com base em uma leitura teológica Inquisição na América Portuguesa Não houve!!! O que houve foram visitas inquisitoriais que investigaram heresias como: Crimes sexuais Catolicismo Barroco Criptojudaísmo Jus racionalismo na Modernidade Central Direito Natural Moderno Precedentes: Jus racionalismo Aristotélico-Tomista Potência/tendência natural da organização do cosmos existem regras que formam o mundo e devem ser demonstradas através da razão filosófica (meta) Direito Natural como reafirmação da ordem natural É objetivo – está nas coisas e é descoberto e anunciado por nós Encontrável e compreensível através da Boa-Razão (boa=justa) Processo de conhecimento moderno que exige que todo conhcecimento seja obtido através de um valor de justiça O ato de conhecer é intrínseco a fé O Jus racionalismo rompe metodologicamente com o anterior Derruba a idéia de Boa-Razão Eu posso independentemente e da moral explicar por que algumas coisas são justas Diferencia-se no método de obter conhecimento Construção de bases racionais para justiça Evidentes ao espírito, Descartes Tudo aquilo que o outro é capaz de concluir também sozinho Direito Natural é subjetivo Intuído, explicado e demonstrado pelo uso rigoroso da razão Uso disciplinado da demonstração de um ponto, da razão individual Ontologia (estudo do ser) Epistemologia Ordem Vontade medida pela razão Reformismo Ilustrado em Portugal (séc. XVIII) Antecedentes União Ibérica (1580 – 1640) Crise econômica Guerras coloniais Início dos protestos reformistas (séc. XVII) Industrialização Com a descoberta do ouro no Brasil, o Império muda os planos de se industrializar Terremoto de Lisboa em 1755 Reorganização do Império a partir de Lisboa Prática e ideologicamente, ou seja, reconstrução das cidades e organização burocrática do Império Marques de Pombal – iluminista e conservador Consequências Jurídicas do Pombalismo Lei da boa-razão (1769) Hierarquiza e organiza as fontes do Direito Bane a autoridade de Bártolo e Acúrsio Dispõe o uso subsidiário das Leis das Nações Polidas e Civilizadas Reforma dos Estatutos das Universidades de Coimbra (1772) Direito Nacional Direito Natural Polizeimissenschaft Ciência de Polícia Ciência de administração pública Transforma cada vez mais a ciência do Direito em uma Engenharia Social A Era das Codificações (séc. XVII - XIX) O código Maior símbolo da modernidade jurídica Produto jurídico da Revolução Francesa LEI Absolutismo Jurídico - P. GrossiCaracterísticas: Fonte unitária Fonte completa Fonte exclusiva Ponto de vista sobre o que é ou o que deveria se o Direito Todo direito deve ser projetado da lei Código Civil Napoleônico eterno, universal e imutável Fonte Completa: possui tudo que é necessário para resolver os problemas Fonte Exclusiva: não precisa ser fundamentada por nenhuma outra fonte Escola de Exegese (saber desconectado da sociedade) Representante maior da ideologia da codificação Inauguram o Formalismo Jurídico - Hans Kelsen Análise da forma da lei (fonte única do Dire) Competência, lógica, extensão Afirmam uma ciência positiva do Direito Escola Histórica Alemã Alemanha não era um Estado, mas uma cultura Crítica ao universalismo e abstração do Direito Francês Crítica ao legalismo Busca por fontes não estatais do Direito Ciências naturais de segunda geração Movimento da História Consequências: Antilegalismo: Savigny x Thibaut Valorização da doutrina professoremecht Valorização da história do Direito Interpretação histórica Reformulação formalista: jurisprudência dos conceitos/pandectuística Indução + Dedução formação de clausulas gerais BGB (1900): código civil alemão parte geral
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