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Pediatria SUMÁRIO Anamnese -------------------------------------------------------------------------------------- 3 Exame Físico ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 Puericultura ----------------------------------------------------------------------------------- 8 Alimentação ----------------------------------------------------------------------------------------9 Vacinas --------------------------------------------------------------------------------------------- 14 Infecção das Vias Aéreas Superiores – IVAS ------------------------------------------ 16 Amigdalite Aguda ------------------------------------------------------------------------------- 18 Faringoamigdalite -------------------------------------------------------------------------- 21 ITU Lactente --------------------------------------------------------------------------------- 22 Verminose ---------------------------------------------------------------------------------------- 25 Otite Média Aguda ------------------------------------------------------------------------ 28 Pneumonia Ambulatorial --------------------------------------------------------------------- 31 Rinossinusite Aguda ----------------------------------------------------------------------- 33 Impetigo ------------------------------------------------------------------------------------------ 34 Desidratação ------------------------------------------------------------------------------------- 36 Desnutrição -------------------------------------------------------------------------------------- 44 Anexo ---------------------------------------------------------------------------------------------- 47 Anamnese Até 6º mês – consultas mensais Rouquidão Laringite Asma (mal asmático) Resfriado Corpo estranho ROUQUIDÃO 1) Laringite Estridulosa Causa viral Rouquidão, dispneia aguda, dificuldade respiratória Ausculta: roncos (sem estertores ou sibilos), há transmissão do estridor BEG, afebril (maioria) Mais frequente em atópicos (dermatite, rinite, asma brônquica, prurigo estrófilo (alergia a picada de inseto)) e quando há mudança climática Início súbito, no meio da noite Tratamento Hidratação oral Vapor d’água (vaporização com água, sem medicação – uso de vaporizador) Corticóide VO – dexametasona Manda de volta para casa se faz vaporização, e retornar ao médico se necessário Internação: devido a condições sociais do paciente – tentativa improvisar 2) Laringite Infecciosa Aguda Causa viral Rouquidão, febre, estava com suspeita de resfriado comum Aparece após 72h – precedida de IVAS Tratamento Hidratação oral Vapor d’água (vaporização com água, sem medicação – uso de vaporizador) Corticóide VO – dexametasona Manda de volta para casa se faz vaporização, e retornar ao médico se necessário Internação: devido a condições sociais do paciente – tentativa improvisar Uso de ATB se necessário – pode evoluir para infecção secundária (rinossinusite, pneumonia, etc) 3) Epiglotite Etiologia bacteriana: Haemophilos influenza Prevenção: vacinação (2, 4 e 6 meses + reforço com 1 ano) - ↓incidência Rouquidão, dificuldade respiratória, facies toxêmica (boca entreaberta, tiragem de fúrcula e intercostal), febre alta Risco de óbito com 6 a 8h de evolução Tratamento Acesso venoso para hidratação ATB específico: ceftriaxona (cobre Haemophilos) Corticoide EV: flebocortide Avisar equipe cirúrgica – risco traqueostomia (se necessário) CHIADO Ausculta: sibilo Indica secreção baixa Diagnóstico diferencial com fungor nasal Ouve-se sem estetoscópio Com estetoscópio e nariz obstruído não é mais audível Ausculta ronco de transmissão – não há secreção pulmonar, há apenas secreção alta (nariz) Tratamento Soro fisiológico Vapor d’água Descongestionante sistêmico se necessário (naldecon®, descongex-plus®, descon®) Avaliar se há secreção superior e inferior DOR ABDOMINAL Suspeitas: Intoxicação alimentar GECA (virose) Apendicite AmigdaliteAvaliarSempre Pneumonia de base (ausculta com estertor creptante presente ou ausente e ↓MV, raio X) DISÚRIA Pensar em ITU Pedir urina I + bacterioscopia, se positiva faz cultura Quando em faixa escolar e sexo feminino perguntar sobre corrimento (verde-amarelado) e prurido (vaginal ou anal) Se presente → vulvovaginite (etiologia mais frequente são as verminoses (oxiúrus)) Avaliar higiene da paciente ALIMENTAÇÃO Mamadeira: leite de vaca, leite ninho ou NAN Preparar com leite de vaca Ao ½: 50% leite + 50% água 2/3: 75% leite + 25% água Integral: 100% leite, sem diluição Sempre quando diluir o leite deve-se acrescentar hidrato de carbono em 8% (5% de açúcar e 3% de farinha) – compensação do aporte calórico Perguntar nº de mamadeiras por dia Depois que inicia-se a alimentação máximo de 4 mamadeiras/dia Única vitamina reposta é a D (geralmente associada com vitamina A) HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA Avaliar tudo que aconteceu no berçário 1) Bossa: Coleção serossanguinolenta no couro cabeludo – geralmente ocorre por parto difícil – não é puncionada Atinge toda extensão da cabeça (difusa) – regride 24-48h de evolução 2) Cefalo-hematoma Extravasamento serssanguinolento, mais profundo a nível de periósteo Não regride em 24-48h – podendo ficar até 20 dias na criança Risco de anemia na criança – avaliar palidez cutânea Não puncionar – risco de infecção 3) Fratura de Clavícula Palpação da clavícula ao exame – sente-se creptação (semelhante ao enfisema subcutâneo) Avaliar reflexo do Moro – está alterado no lado quebrado 4) Coto Umbilical Queda normal em 7 a 10 dias Avaliar cicatrização, secreção, mau cheiro Verificar presença de granuloma Tratamento Nitrato de prata bastão – queima o granuloma Quando grandes são ligados com fio de algodão e espera-se necrosar 5) Cronologia do Crescimento 1º mês: firma a cabeça 3º mês: sustenta a cabeça, ao decúbito ventral a criança levanta a cabeça 6º mês: senta 8º mês: criança em pé com apoio 9º mês: engatinha ou não 1 ano: anda sem apoio Alterações podem ocorrer por: Falta de alimentação Falta de estímulo Alterações neurais 6) Doenças Anteriores Catapora: mácula, pápula, vesícula, crosta (polimorfismo) Começa tronco (centro para periferia) Asma HISTÓRIA FAMILIAR Sempre perguntar casos na família: Asma Diabetes mellitus Tuberculose Hipertensão arterial Atopias Câncer Exame Físico SEMPRE tirar TODA a roupa da criança GERAL 1) Pressão Arterial Somente em casos especiais Queixas: Olhos inchados Abdome e MMII edemaciados Urina avermelhada (GNDA - glomerulonefrite) 2) Pele Tirar toda roupa Escarlatina Pele em lixa – hiperemia + pele grossa Etiologia: Streptococcus β-hemolitico do grupo A Exantema puntiforme Língua em framboesa Sinal de Filatov: face hiperemiada com palidez perioral Sinal da Pastia: linhas acentuadas em região cubital, semelhante a dermetófitos Pode evoluir para GNDA 3) Gânglios Há certos aumentos de gânglios que são normais – apenas para defesa Quando há associação: gânglios maiores + febre alta + emagrecimento (↓peso) → pedir hemograma, raio X de tórax e teste de Mantu (ou PPD) ESPECIAL Crânio tabes: sinal de raquitismo, quando aperta região occiptal há afundamento Cabelos – pediculose (piolhos) Estrabismo Primeiros 6 meses a 1 ano – estrabismo fisiológico > 1 ano – encaminhar ao oftalmologista, em alguns casos encaminha-se já aos 6 meses Diagnóstico diferencial com hipertelorismo Otoscopia – 1 a 3 meses somente se necessário – risco machucar a criança Primeiros meses fazer só quando queixa Anquiloglossia – freio da língua espesso, “língua presa” Sem indicação para odontologista Tratamento: corte do freio de língua (cirúrgico ou ambulatorial) Pescoço Avaliar risco meningite (pensar quando febre + alterações) Rosário raquítico – sinal do raquitismo Auscultas Crepitação Intralveolar Mais finoPresente na inspiração Broncopneumonia Sibilos + roncos (mais grosseiro) + subcrepitante (inspiração e expiração, mais solto) – asma Bolo de ascaris Clínica Palpação reintrancias Dor abdominal Vômito Febre alta Abdome distendido Desnutrição (cílios alongados, pavilhão auricular ao dobrar não apresenta resistência) Circulação colateral Tratamento Óleo mineral por SNG até sair pelo reto Medicação própria Hérnia umbilical Cirurgia com 3 a 3,5 anos Sem risco encarcerar ou estrangular Coto umbilical – cai com 7 a 10 dias SEMPRE avaliar órgãos genitais Fimoses: Grau I – só vê meato uretral Grau II – expões parte da glande Grau III – expõe toda glande, mas forma anel que estrangula (parafimose) Grau IV – Esmegma – sem necessidade de retirar Maior causa de prolapso retal em crianças = verminoses → reversível com tratamento Membros – avaliação após 3 a 4 meses do início da deambulação Reflexos – presentes primeiros 3 a 4 meses Moro até 3º mês Marcha reflexa – até 1 mês Sistema nervoso – avaliação não é feita na criança maior Avaliar se criança eutrófica ou não Miiase furunculóide – berne Puericultura Nova puericultura – criança que vai viver 100 anos → longevidade + qualidade de vida Peso/estatura/perímetro cefálico – tríade essencial para avaliação Promoção/prevenção saúde – da anticoncepção à adolescência Qualidade de vida Avaliação de diversas doenças que antes não eram da pediatria, com o objetivo de prevenção: Fumo Álcool Obesidade Diversas (vacinas) Sal/açúcar Tríade: mãe (ou responsável), criança e pediatra Consultas – sempre que possível ir ambos os pais Avaliar o ambiente – influência constante no desenvolvimento da criança Retirada sacarose dos leites para criança não sentir o sabor Retirar sal das sopinhas Aleitamento materno exclusivo - ↓doenças Orientar, mas não determinar Consultas: Primeiros 6 meses: mensal 6 meses – 1 ano: 2/2 meses > 1 ano: 3/3 meses Alimentação Aleitamento Materno Sem custo Vínculo mãe/filho ↓risco contaminação Profilaxia doenças ↓necessidade da chupeta – evita distúrbios ortodônticos Para mãe Uso como ACO (criança sem outro leite, água ou chá) Prevenção ca de mama Obstáculos amamentação: Medicação AINE’s e analgésicos NÃO contra-indicam a amamentação Drogas HIV Mães com depressão – avaliar a medicação utilizada Lábio leporino – assusta mãe, que recusa-se a amamentar Mamilo curto, invertido ou achatado – pode-se tentar, não é contra-indicado Uso de peça denominada intermediário – mãe acopla à glândula mamária e criança pode sugar, faz um esforço maior Pré-termo – sucção débil, não consegue amamentar Ordenha manual- retira-se o leite Movimento da mama para retirar o leite À temperatura ambiente leite fica até 6h sem alterar Geladeira – 24h Freezer – 3-6 meses Uso de vidros – ferve-se o vidro para esterilizar – retira o leite direto da mama para o vidro Apojadura dolorosa – leite demora para descer Leite endurece, pois a criança não consegue sugar Tempo de duração da mamada 10-15 minutos (até 20’) Alimenta-se de 1 mama inteira e depois, se necessário, dar a outra Se a criança é inquieta – dá 1 depois a outra na mesma mamada para ativar a criança Esvaziamento gástrico ideal de 3/3h, porém ocorre geralmente 2/2h ou 1/1h Mamada pela madrugada: Primeiros meses – altamente necessária – varia com o ritmo de dormir da criança É tolerada até os 4 meses Após 5-6 meses não é mais necessária – deve-se retirar Intervalo entre as mamadas 1º mês: livre demanda 2-3 meses: 3/3h > 3 meses: 4/4h Colostro – amarelado, grosso, espesso; com o tempo vai raleando (mais claro e fino) Queixas de vômito – pode indicar excesso de alimentação Vômito + sangue- lactente com leite materno = fissura mamária Tratamento: Sol direto no local Cremes: massê, millar, bepantol Causa: má pega da criança Prevenção: higiene com água e sabão no local, lavagem das mãos, um bom banho Mãe sente dor ao amamentar – avaliar mama Para amamentar faz-se ordenha Mastite Criança com sucção débil Acúmulo de leite Local hiperemiado e dolorido – inflamação local Tratamento: compressas frias (gelo), AINE’s (não contra-indica amamentação), tentativa de ordenha Ingurgitamento mamário Empedramento Criança não mama – acúmulo de leite Tratamento: compressa de gelo + ordenha manual Chupeta Ideal apenas amamentação – não precisa de chupeta Algumas crianças tem uma maior necessidade de sucção Usada para acalmar a criança Usada somente se necessário NUNCA usar a mel em < 1 ano – risco botulismo > 1 ano – ação laxativa Mamadeiras 1) Fórmulas Infantis Quando o leite é insuficiente – necessário complementar com fórmula infantil (NAN 1 – 1º semestre; NAN 2 – 2° semestre) Sempre dar o NAN após a mamada no peito – NUNCA um ou outro 1 medida para cada 30 mL de água fervida Leite complementar dado no copinho ou colher – evitar mamadeira (risco parar amamentação) Se não puder usar o NAN deve-se usar leite ninho ou leite de vaca Fórmulas: nestogeno 1 e 2, aptamil 1 e 2, NAN 1 e 2 2) Leite ninho 0-30 dias à 7,5% (7,5g de leite + 100mL de água fervida) + Hidrato de Carbono 1-6 meses à 10% (10g de leite + 100mL de água fervida) + HC > 7 meses à 15% (15g de leite + 100mL de água fervida) = leite integral 8% de HC (5% açúcar + 3% farinha) 3) Leite de Vaca Deve ser bem fervido, diluído em água e acrescentar hidrato de carbono 0-30 dias: LV1/2 (50% leite + 50% água) + HC 1-6 meses: LV2/3 (75% leite + 25% água) + HC > 6 meses: LV integral 8% de HC (5% açúcar + 3% farinha) 4) Medidas1 colher de café: 2,5g 1 colher de chá: 5g 1 colher de sobremesa: 10g 1 colher de sopa: 15g Volume da mamada 1º trimestre: 2 primeiros algarismos do peso em gramas X 2,5 4º/5º mês: 2 primeiros algarismos do peso em gramas X 3 Colher Rasa Cheia O volume da mamada é controlado nas consultas Quando há necessidade aumenta-se 30mL por vez – mãe reclama que o filho não fica satisfeito com o que é dado Porém muitas vezes pode ocorrer o inverso e a criança não aceitar tudo que lhe é oferecido 5) Açúcar (5%) Sacarose – ação laxativa Cristal – menos produtos químicos Pode-se usar refinado ou mascavo Destrinomaltose (Nidex®) Ação menos laxativa que a sacarose Dextrosol - glicose Tendência mais obstipante – usada quando há diarreia 6) Farinhas (3%) Primeiros 3/4 meses – ausência de enzimas desdobradoras de amido (na mucilagem não precisa de enzimas, na farinha precisa) A) MUCILAGEM Primeiros 3/4 meses Corresponde ao caldo de cozido de 1L de água + 50g de arroz Mucilagem de arroz é a mais utilizada Misturar água + leite fervido + mucilon – agitar bem – esperar esfriar a temperatura ambiente B) FARINHA Farinha de arroz = creme de arroz Corresponde a papa + caldo de cozido de 1L de água + 50g de arroz Apresentações: Pré-cozida ou instantânea: nutriton, nutribon, mucilon (arroz, aveia, 4 cereais), farinha láctea Não pré-cozida: creme de arroz (obstipante), creme de milho (laxativo), aveia, maizena SEMPRE acrescentar 50mL de água a mais para cozinhar, independente do volume da mamadeira, pois corresponde a quantidade que evapora durante o cozimento Leite de soja – utilizado quando há suspeita de alergia ao leite de vaca Deve-se ter cuidado pois a criança pode ter alergia ao leite de soja também Prosobic®, NAN soy® Zymil® - leite de vaca sem lactose – usado para intolerantes Volume mamadeiras: 240mL 150mL 50mL (chuca) REPOSIÇÃO 1) Vitamina D Primeiros 30 dias reposição apenas de vitamina D (200-400U/dia) Comercializada associada com a vitamina A Usada geralmente até os 2 anos Vitamina A + D: Ad-til®: 2 gotas/dia Aderogil D3®: 4 gotas/dia Vitadesan®: 5 gotas/dia (rede pública) Protovit®: 12gotas/dia (associa vitaminas A, D e complexo B) 650mL/dia de NAN ou leite materno exclusivo + exposição ao sol →não é necessário reposição de vitamina D 2) Ferro Feita como profilaxia de anemia Início 6º/7º mês se paciente em usode NAN/leite materno e 2º/3º mês se em uso de leite de vaca Sulfato ferroso 1mg/Kg/dia até 2 anos (diário) 1 gota = 1,25mg → 1gota/Kg/dia Neutrofer, ultrafer, noripurum (quelatos e glicinatos) 0,5 gota/Kg/dia 1 gota = 2,5 mg Em alguns casos usa-se 1x/semana Sulfato ferroso solução até 18 meses 5 mL/semana Para tratamento de anemia usa-se sulfato ferroso 3-5mg/Kg/dia por 4 meses, no mínimo A correção do hemograma ocorre geralmente com 1 mês, mas são necessários 3 meses para repor o estoque de ferro Alimentação a Partir 6º Mês 1) Criança em uso de leite materno exclusivo ou NAN 7 meses – introdução dos sucos de frutas e papa de frutas SEM AÇÚCAR Suco: introduzido entre o intervalo das mamadas – 1 a 2x/dia Laranja, cenoura, beterraba, goiaba, manga Início em pequena quantidade com aumento gradual (10mL→20mL→30mL→...) Papa: quando introduzida elimina 1 horário de mamada Banana, maçã (obstipante), mamão, abacate (laxativos), pêra, caqui (neutros) Por 3 dias dar a mesma fruta nas primeiras vezes para avaliar a resposta da criança aquela fruta Aumento gradual: ½ → 1 → 1,5 → 2 → ... As frutas são amassadas e oferecidas com colher Até 8 cuspidas é considerado normal – a criança pode recusar a alimentação nova Comer banana todos os dias = obstipação – risco sangramento 8 meses – 1ª sopa de legumes 1 pedaço de carne (músculo) + batata + cenoura + chuchu - amassados e oferecidos de colher Pouco ou nenhum sal NÃO deve-se colocar açúcar Não usar liquidificador Inicialmente criança come pouco – completa com mamada, depois com o tempo substitui totalmente 1 mamada 9 meses – 2ºª sopa de legumes + gema de ovo Nhame, abobrinha, carne Sai outra mamada Gema – não pode ser crua 10 meses – introduz substância alérgenas Clara de ovo, chocolate, peixe 11-12 meses – aumenta consistência alimentos 2) Criança em uso de leite de vaca ou ninho 0-30 dias: LV ½ + HC + água nos intervalos 1 mês: LV 2/3 + HC + água nos intervalos + Vitamina A e D + banho de sol 2 meses: suco de frutas 2x/dia 3 meses: papa de frutas 4 meses: 1ª sopa de legumes 6-7 meses: 2ª sopa de legumes 8-10 meses:introdução substâncias alérgenas (clara de ovo, chocolate, peixe) 11-12 meses: aumenta consistência dos alimentos Criança com aleitamento materno exclusivo já tem sua necessidade de água suprida Oferecer papa melhor que suco – profilaxia para obstipação Intervalos entre a introdução de um alimento e outro – mínimo de 30 dias Sempre quando introduzir um alimento tira 1 mamadeira Esquema leite de vaca 4 meses – come 3/3h 6h – mamadeira SUCO 9h – papa de frutas 12h – 1ª sopa de legumes SUCO 15h – mamadeira 18h – mamadeira 21h – mamadeira 7 meses – come 4/4h 7h – mamadeira SUCO 11h – sopa + papa de frutas (sobremesa) 15h – mamadeira ou vitamina ou mingau SUCO 19h – sopa + papa de fruta 23h – mamadeira Erupção dentária 6-7 meses – pode acordar de madrugada Pode dar danoninho como sobremesa Depois de introduzido almoço e jantar – apenas 3 mamadas/dia Mamadeira 240mL – furo – vira e goteja Crianças seletivas – poucas vitaminas – uso de pediasure® (suplemento alimentar), coloca-se com água ou leite Vacinas BCG Braço D – verificar marca Reação ulcerada com pápula, secreção, fístula, crosta = normal → reação da vacina Teste PPD ou pantu – verifica se há proteção Gânglio infraxilar – reação da vacina → BCGite – conduta expectante HEPATITE B Ao nascer 1ª dose Vasto lateral da coxa, dolorida, sem reação febril POLIO 2 meses 1ª dose (Zé gotinha) – VO A partir agosto 2012 – pólio injetável TETRAVALENTE DPT (tríplice bacteriana) – difteria, tétano e coqueluche + Hib (Haemophylos) Agosto 2012 – pentavalente = tetra + hepatite B; sai a tetra ↑dor local, febre alta (38-39ºC) – no dia da vacina, até 3 dias considerado reação vacinal – uso de medicação apenas se a criança está clinicamente mal, prostrada – uso para melhorar o quadro Exantema súbito – 6 meses a 3 anos, febre alta 3-4 dias, com exantema tronco da criança – não funciona com medicação ROTAVÍRUS Avanço contra diarreias (principal causa de morte) VO PNEUMOCOCICA-10-VALAENTE Vantagem – pode ser dada aos 2 meses IM – vasto lateral da coxa MENINGITE C ↑índice de mortalidade Febre alta + equimoses Causa meningococcemia Até 6 meses calendário completo – agora apenas reforços FEBRE AMARELA Mal estar, mialgia, febre alta TRÍPLICE VIRAL Reação: febre alta, irritabilidade, coriza, espirros, tosse, exantema macular (sarampinho) → ocorre 5º ao 12º dia da tomada da vacina – dura no máximo 3 dias DUPLA DO ADULTO Difteria + tétano VACINAS PARTICULARES Varicela R$160,00 dose 2 doses Pode levar ao óbito Hepatite A Pode levar ao óbito 3-5% hepatite fulminante 2 doses HPV Infecção das Vias Aéreas Superiores - IVAS Rinofaringite aguda – resfriado comum Tratamento básico: Analgésico + antitérmico SF 0,9% para as narinas Respeitar o apetite das crianças Complicações (grande importância): Otite média aguda Rinossinusite Pneumonia SITUAÇÕES 1) Tosse,coriza, espirros, lacrimejamento, febre (37,5-39,5ºC) Varia com o paciente ↑Tº - criança febril pode estar normal, sonolenta ou extremamente irritada → tentar ↓Tº para reavaliação Sonolência ou irritação + febre alta + Ø alterações exame físico = meningite Ausculta = pulmão limpo Coriza: clara, hialina Tratamento: Analgésico + antitérmico (preferência aos que a mãe usa) Paracetamol: 1gota/Kg de 6/6h Dipirona: 0,5 – 1 gota/Kg de 6/6h Ibuprofeno (alivium®): 1 gota/Kg/dia 8/8h SF 0,9% nasal < 2 anos: 2 a 4 gotas cada narina 4-5x/dia Pré escolar: ½ conta gotas cada narina 4-5x/dia Escolar: 1 conta gotas cada narina 4-5x/dia Respeitar apetite da criança Insistir em alimentação pode levar ao vômito – perda do parâmetro de avaliação Hidratação oral vigorosa 2) Queixa: tosse + peito cheio – tosse, coriza (amarela ou esverdeada), com ou sem febre, pulmão com roncos de transmissão OBS: febre = Tº > 37,6ºC Fungor nasal – escuta sem esteto Com esteto ausculta ronco de transmissão Oclui a narina e não escuta-se mais Modifica com a mudança de posição da secreção Tratamento Analgésico + antitérmico (preferência aos que a mãe usa) Paracetamol: 1gota/Kg de 6/6h Dipirona: 0,5 – 1 gota/Kg de 6/6h Ibuprofeno (alivium®): 1 gota/Kg/dia 8/8h SF 0,9% nasal < 2 anos: vapor d’água ou inalação Pré escolar: ½ conta gotas cada narina 4-5x/dia Escolar: 1 conta gotas cada narina 4-5x/dia Respeitar apetite da criança Insistir em alimentação pode levar ao vômito – perda do parâmetro de avaliação Hidratação oral vigorosa 3) Tosse + peito cheio; ausculta com roncos pulmonares + subcreptantes + sibilos esparsos (asmático resfriado) Tratamento: Uso de mucolítico Ambroxol (bissolvon®, fluibron®) < 2 anos: 2,5 mL 8/8h Pré-escolar: 5 mL de 8/8h Escolar: 7,5 mL de 8/8h N-acetilcisteína Acebrofilina (bricanil®) – usado para asmáticos resfriados, ajuda como anti-alérgico 4) Queixa: tosse seca; ausculta: normal, pulmão limpo Pode ser a evolução do caso A Quando interferir? Quando a criança deita e começa a tossir Quando a criança tosse quando alimenta e vomita Tratamento Uso de sedativo da tosse Fendizoato de cloperastina (seki®) < 2 anos: 2,5 mL de 8/8h Pré-escolar: 5 mL de 8/8h Escolar: 7,5 mL de 8/8h Tosses rebeldes – tosse com vômito sem melhora com seki® > 15 dias Gotas binelli: 1 gota/Kg de 8/8h Belacodid: 1 gota/Kg de 8/8h Sempre informar a mãe que pode evoluir (piorar) Sem necessidade pedir raio X de seios da face Diagnóstico rinossinusite aguda = clínica Exantema súbito – doença febril viral, surge exantema após 3 dias em tronco Complicação: convulsão devido o estado febril Crianças com tendência à crise convulsiva – uso anti-térmico 4/4h Dipirona melhor para ↓Tº Amigdalite Aguda Hiperemia NÃO é igual à amigdalite Hiperemia + febre = analgésico + antérmico + observação por 72h É um inflamação da mucosa da faringeque envolve as amígdalas e extensões adjacentes Podem ser divididas em: Amigdalites Faringoamigdalites Nasofaringites ETIOLOGIA Bacteriana (20%) 1º agente: Streptococcus β-hemolítico do grupo A Alguns casos (raro): Haemohylos, S. aureus Viral (80%) Rinovírus (400 tipos) Adenovírus Influenza (já existe a vacina) Para influenza Sincicial respiratório Lactente < 2-3 anos – é viral até que se prove o contrário CLÍNICA Inicio súbito de febre (38-39ºC, varia de criança para criança) e dor de garganta A criança encontra-se: Prostrada Abatida Cefaleia (mais frequente pré-escolar e escolar) Náuseas Dor abdominal (comprometimento de gânglios mesentéricos – adenite mesentérica) Vômitos Anorexia (podem estar se alimentando normal) Se com otite média aguda concomitante SEMPRE há recusa alimentar Observar (raramente) – clínica de etiologia viral: Rouquidão Coriza Tosse Obstrução nasal EXAME FÍSICO Abatida Febril (39ºC) Linfoadenomegalia cervical dolorosa Orofaringe: Viral Hiperemia Hipertrofia Pontilhados brancos Bacteriana (pensar em estreptococus β-hemolítico grupo A) Hiperemia Hipetrofia Petéquias no palato Exudato amarelo Quando desconfiar que é viral? Lactentes Tosse Rouquidão + dor de garganta Coriza Obstrução nasal Recomendações para o exame físico: Contenção da criança Braços para cima e para trás Não dar mamadeira antes do exame Existem estudos que demonstram a presença de placas nas amígdalas, mesmo de etiologia viral – observar 72h → viral regride, bacteriana evolui Apenas hiperemia: uso apenas de analgésico + observação por 72h Viral – melhora Bacteriana – evolui com febre persistente, placa e pontilhado Bacteriana: auto-limitada, ↓Tº com 7 a 8 dias – pode evoluir para complicações (febre reumática) Presença de petéquias + faixa escolar fala à favor de bacteriana ESCARLATINA Alterações orofaringe + hiperemia intensa em tronco (infra-axilar, pubiana) + febre Pele em lixa – lesões puntiformes (exantema) Língua em framboesa Sinais patognomônicos Sinal de Filatov: palidez Peri-oral Sinal de Pastia: linhas acentuadas, como dermografismo em face extensora de MMSS Todos os sinais podem estar presentes ou não Após algum tempo = descamação de todas as mãos e pés (mais tardio) – necessário tratar o estreptococos Evolução: Hematúria Olhos inchados Edema de MMII Evolução para GNDA (glomerulonefrite difusa aguda) Diagnóstico diferencial com alergia Tratamento igual ao da amigdalite (penicilina) Pode-se usar depaciclina TRATAMENTO 1) Viral Analgésico + antitérmico (preferência aos que a mãe usa) Paracetamol: 1gota/Kg de 6/6h Dipirona: 0,5 – 1 gota/Kg de 6/6h Ibuprofeno (alivium®): 1 gota/Kg/dia 8/8h ↓uso devido efeitos colaterais e mascara evolução dos quadros SF 0,9% nasal < 2 anos: vapor d’água ou inalação Pré escolar: ½ conta gotas cada narina 4-5x/dia Escolar: 1 conta gotas cada narina 4-5x/dia 2) Bacteriana Penicilina benzatina (bezetacil®) – 50.000 U/Kg < 25 Kg 600 000 U – ½ frasco – dose única > 25 Kg 1 200 000 U – 1 frasco dose única 300 000, 600 000 e 2 400 000 saíram do mercado – apenas 1 200 000 ainda no mercado Aplicada apenas intra-hospitalar Associar penicilina benzatina + penicilina procaína (despacilina®) Início de ação rápido ↑diluição e ↓ efeito doloroso Penicilina procaína: < 10Kg 200 000U – ½ frasco > 10Kg 400 000U – 1 frasco Associação com benzatina = dose única; só penicilina procaína uso por 7 dias Amoxicilina 50 mg/Kg/dia de 8/8h por 10 dias Apresentações: Para cada 5 mL: 500, 250, 125 mg Cápsula: 500 mg Pode ser usada 12/12h amoxicilina BD 5 mL = 400 mg Alérgicos à penicilina Eritromicina Efeito colateral: vômito 40 – 50 mg/Kg/dia 6/6h por 10 dias Apresentações: 5mL = 125, 250 ou 500mg Azitromicina Grande espectro de ação Efeito colateral: vômito 10mg/Kg/ dia 24/24h por 3-5 dias Apresentação: 600, 900 e 1500mg 5mL = 200mg 3 dias – virgem de tratamento 5 dias – refratária, não responde a outro ATB Quando a criança está vomitando + alergia à penicilina Lincomicina (frademicina®) Infantil 300mg, adulto 600mg – IM 12/12h ou 24/24h por 10 dias Oral - ↓absorção – não usado 3º dia sem febre mas com placa NÃO indica que não foi solucionado CUIDADO! Com caseum não faz o tratamento Faringoamigdalite Amigdalite Aguda Bacteriana Amígdalas congestas, hiperemiadas, exudato, febre sem sinal de resfriado, petéquias em palato mole Uso de ATB aguarda 72h – tempo para ação do ATB Estreptococos β-hemolítico Criança com amigdalite bacteriana – uso amoxicilina – após 72h continua com febre e sem melhora do quadro Verificar se o ATB está sendo dado corretamente Associar com clavulanato (amoxicilina + clavulanato) – aguarda mais 72h – criança volta apática e desanimada SEMPRE antes de trocar ATB pedir um hemograma Linfocitose + linfócitos atípicos = MONONUCLEOSE Várias apresentações: febre, febre + dor de garganta, febre + dor abdominal Tratamento: repouso + sintomático Penicilina benzatina – lactente – agulha 25x7 ou 25x8 Gengivoestomatite Aguda REG Intensa hiperemia em orofaringe Apenas hiperemia = sintomático (analgésico +antitérmico) + observar por 72h → pode evoluir para cura ou piorar Coloca espátula = sangramento – devido gengiva extremamente hiperemiada Febre alta – mesmo com uso de antitérmicos dura 6-7 dias Altamente doloroso – criança não deixa higienizar o local – pode ocorrer infecção secundária Orientar a mãe quanto a patologia – baixa resposta à medicação, febre 6-7 dias, tentar alimentar a criança Complicações: Infecção secundária Desidratação Desnutrição Tratamento: Analgésico sistêmico + tópico (região oral) Paracetamol: 1gota/Kg de 6/6h Dipirona: 0,5 – 1 gota/Kg de 6/6h Ibuprofeno (alivium®): 1 gota/Kg/dia 8/8h Cepacol, cepacaína Hexomedine (hexomedina) spray 2 a 3x/dia principalmente antes das refeições Herpangina Apenas na orofaringe – só palato e pilares – não é extensa como gengivoestomatite herpética Febre mais baixa Criança come um pouco melhor Tratamento Analgésico sistêmico + tópico (região oral) Paracetamol: 1gota/Kg de 6/6h Dipirona: 0,5 – 1 gota/Kg de 6/6h Ibuprofeno (alivium®): 1 gota/Kg/dia 8/8h Cepacol, cepacaína Hexomedine (hexomedina) spray 2 a 3x/dia principalmente antes das refeições Mononucleose Infecciosa Sinais de resfriado: respiração bucal, coriza, espirros Tratamento: SF 0,9% + sintomático Febre Faringoconjuntival Febre alta + dor de garganta + conjuntivite Adenovírus Conjuntivite folicular Pode apresentar: Se criança com quadros de base (rinite, adenoide, etc) – acúmulo secreção alta → tosse + vômito Tratamento: Sintomático Hidratação Alimentação leve, líquida e fracionada Demora 72h para ↓Tº - 6 a 7 dias Candidíase Língua + mucosa esbranquiçada Candidíase = monilíase = sapinho Preocupação mãe = passar para estomago Tratamento Nistatina 0,5 a 1 mL de 6/6h por 10 dias ITU Lactente “...ao mesmo tempo que é hiper diagnosticada é hipodiagnosticada” Mãe induz pensamento do pediatra SITUAÇÕES DE CLÍNICA Criança com 8 meses, com febre há 24h Exame clínico sem alterações (avaliar gengiva) Pode ser resfriado, erupção dentária, virose, exatema súbito (febre por 3 dias com surgimento de exantema no tronco, também chamada roséola infantum ou 6ª moléstia) Se em 72h não desaparecer a febre, pedir urina I + bacterioscopia ...se está irritada 6-7 meses erupção dentária Tríade: Irritabilidade Acorda várias vezes ao dia Recusa alimentação 20 dias de vida, chorosa, sem alteração ao exame, e em aleitamento materno → cólica 1º pensar em fome – leite insuficiente – observar no fim do mês se não houve um crescimento adequado Choro fácil, emburrada, não dorme direito → ITU (?) Pedir urina I + bacterioscopia ...leva muito a mão ao ouvido OMA ou otalgia, eczema de conduto, atopia ...anorexia e/ou recusa alimentação Pode ser por excesso de alimentação No momento em quese inicia almoço e jantar são aceitos no máximo 2 a 3 mamadeiras – intervalos entre as refeições são de 4/4h ...vômito e diarreia Se não achar uma causa, realizar orientação (dieta) e, se necessário prescrever anti-emético Se a diarreia parou, mas o vômito não, e a criança volta ao hospital → deixar em observação, se não melhorar deve internar e pedir urina I + bacterioscopia Atentar a possibilidade de meningite – criança pode convulsionar ...curva pondo-estatural que não vai bem 3000g + 700g + 700g + 100g → pode ser ITU, portanto deve-se pedir urina I + bacterioscopia 4-5 meses peso nascimento duplica 1 ano peso nascimento triplica 2 anos peso nascimento quadruplica ...dermatite amoniacal refratária aos tratamentos habituais Retirar casos alergênicos (fralda, xixi, ...) Tratar com pomada protetora – se não melhorar ou até mesmo piorar pode ser infecção secundária (ex: cândida) ou ITU Para cândida prescrever nistatina e corticoide e em casos resistentes cetoconazol ... cor e odor acentuado Pré-escolar – atentar a queixa de “dor de barriga” 1º pensar em verminose e tratá-la Lembrar que pode coexistir verminose e ITU Escolar ♀ - questionar corrimento Pensar em ITU após o corrimento, se existir, for tratado EXAMES 1) Urina I + bacterioscopia Como colher? 1ª opção: punção supra-púbica 2ª opção: saco coletor, com vários inconvenientes como o uso e a antissepsia Espera-se encontrar na urina I presença de leucócitos, porém a presença desse não é patognomônica de ITU, podendo ocorrer também infecção de orofaringe e outras situações SEMPRE pedir bacterioscopia 2) Urocultura, contagem de colônias e antibiograma É o melhor exame para avaliar a real presença de ITU e os ATB resistentes e sensíveis Solicitado quando urina I + bacterioscopia alterados Quando o nº de colôicas > 100 000 Se for necessário entrar com ATB sem o resultado da cultura TRATAMENTO (antes antibiograma) Sulfametazol + trimetropin (bactrin®) 40 mg/Kg/dia 12/12h por 10 dias Apresentação 5mL = 200 mg Tem no SUS e fácil administração Cefalexina – 100 mg/Kg/dia de 6/6h por 10 dias Apresentação: 5mL = 250 ou 500 mg 1 cápsula = 500 mg Mais segura que a sulfa porém sua administração é mais difícil , pois deve ser realizada em 4 tomadas Verminose Queixas: Dor abdominal Comer terra Vontade de comer coisas continuamente Barriga grande Machas hipocrômicas na face (ptiríase alba) – estreita relação com crianças portadoras de atopias (asma, rinite, bronquite, etc) Ideal: realizar primeiramente o exame protoparasitológico para identificar o agente causador Exames: Protoparasitológico ou apenas parasitológico quando informar que o material a ser analisado são as fezes → coleta de 1 amostra simples Pouco pedido Baixa chance de detectar agente Protoparasitológico (MIF – mertiolate, iodo, formol) - 1 pote com o líquido utilizado pelo laboratório → coleta de 3 amostras (1 pote) em dias diferentes (consecutivos ou alternados) Mais solicitado Grande facilidade para as mães Protoparasitológico seriado 3 amostras fezes frescas → coleta de 3 amostras em dias diferentes e levar ao laboratório no mesmo dia da coleta Mais trabalhoso e dispendioso Positividade maior Pedir sempre quando a queixa é dor abdominal crônica (“dor abdominal a esclarecer”), e já foram descartados como possibilidade: ITU, intolerância à lactose, alergia a proteína do leite de vaca, alterações psicossomáticas Giardia lamblia – criança nauseada na hora da alimentação, vômito, dor abdominal, alimentos saem nas fezes não digeridos (atapetamento da mucosa intestinal), dor semelhante a gastrite, diarreia que pode cronificar Quando resultado do exame vier negativo, usa-se vermífugo polivalente (mebendazol ou albendazol), mesmo quando a criança não apresentar qualquer clínica Se possível repetir exame (ideal) Os polivalentes não agem sobre a Giardia e sobre a Entamoeba hystolitica e Entamoeba coli Oxiúrus aparece com exame especial – swab anal Pode levar ao corrimento e dermatite em meninas Infecção vaginal secundária Realizar exame protoparasitológico 6 em 6 meses Polivalentes (exame negativo) Mebendazol – 100mg, 2x/dia por 3 dias Após 15 a 20 dias repetir tratamento (proto +) Se amostra negativa não é necessário repetir Apresentações: 5mL = 100mg ou 1cp = 100mg Nomes comerciais: pantelmin®, necamin® Usado a mais tempo, mas vem sido substituído pelo albendazol por este ser dose única Albendazol – dose única, 400mg Apresentações: 1cp = 400mg Comprimido mastigável - > 4anos 10mL = 100mg Mais usado em crianças menores Nomes comerciais: zentel®, parasin® Repetir após 15 a 20 dias Dose dupla → tratamento tênia Ascaris lumbricoides Conhecida como lombriga Causa semi-oclusão intestinal Tratamento Polivalentes (mebendazol ou albendazol), repetindo esquema após 7 dias (pico reprodução ascaris) Levamisol (droga específica) Pouco usada, pois não tem na rede pública e sua apresentação é apenas como comprimidos Apresentações: 1cp = 80mg até 6 anos 1cp = 150mg ≥ 7 anos Dose única Repetir após 7 dias 1º exame protoparasitológico – 2 anos Contaminação pode ocorrer pela água do banho Os vermífugos podem ser usados a partir dos 2 anos, porém se a criança se contaminar antes deve ser tratado Giárdia lamblia Metronidazol (flagil®) 20mg/Kg/dia 12/12h ou 8/8h por 7 dias Tem na rede pública Entamoeba histolytica Tipos Histolytica – enteropatogênica Coli – não patogênica Difícil diagnóstico diferencial Dor abdominal, diarreia, enjoo com exame positivo para Histolytica → tratamento Com essa clínica, mas com exame positivo para Coli – o que predomina é a clínica, portanto trata-se como Histolytica Metronidazol 40mg/Kg/dia por 10 dias 2 ou 3 tomadas Apresentações 10 mL = 400mg (5mL = 200mg) Oxiúrus Crianças irritadas, humor alterado, agitadas, inquietas → tentativa coçar Meninas – corrimentos, hiperemia vulvar, prurido, escoriações locais Exame: swab anal (se possível) Pode iniciar o tratamento sem o exame protoparasitológico Tratamento Mebendazol 100mg, 2x/dia por 3 dias Repetir após 15 a 20 dias Albendazol 400mg dose única Repetir após 15 a 20 dias Pamoato de pirvínio (pyr-pam®, py-verm®) 10mg/Kg/dia, dose única Repetir após 15 a 20 dias Específico para oxiúrus Apresentação: 5mL = 50mg 1cp = 100mg Fezes ficam vermelhas, semelhante a sangramento → informar a mãe Exame protoparasitológico positivo para mais de um verme, tratar 1º o ascaris lumbricoides com droga específica, devido ao risco de migração (fígado, pulmão (sd Loeffer)) Otite Média Aguda Processo inflamatório agudo do ouvido médio; é usualmente complicação bacteriana da reação inflamatória da rinofaringe, sobretudo de origem viral Criança chega com sintomas de resfriado comum – tosse, coriza, febre ou não → tratamento sintomático Inflamação da mucosa nasal (resfriado) → trompas auditivas → ventilação e drenagem (alteração) → infecção do ouvido médio por bactérias FATORES DE RISCO Lactente – 29 dias a 2 anos Trompa mais curta, mais horizontalizada (predisposição acúmulo de secreção) Criança – hipertrofia do tecido linfoide (maior dificuldade respirar e ventilar) Dificulta drenagem de secreção Criança ronca, tem voz anasalada, respira pela boca, baba Postura (horizontalizada ao mamar) → afeta crianças entre 6 e 36 meses → posição da trompa do lactente (horizontalizada) Não mamar deitado, pois o leite vai para a trompa e causa otite química pelo leite Criança com rinite alérgica – maior predisposição a OMA Resfriado = maior acúmulo de secreção Sexo masculino (sem explicação) Desmame precoce Creches (epidemia resfriado) Crianças socialmente menos favorecidas (desnutridas) ETIOLOGIA Viral – 25% Bacteriana – 60 a 75% (principal etiologia, diferente das amigdalites) Pneumococo (S. pneumoniae) Haemofilos influenza frequência Moraxella catarralis S. pyogenes5% dos casos S. aureus DIAGNÓSTICO História clínica Iniciou com um resfriado comum foi prescrito SF 0,9% e sintomáticos Após 3 a 4 dias apresenta choro intenso e dor de ouvido Diferenciar cólica e otalgia em RN e lactente → otalgia = dor constante, choro contínuo Recomendar analgésico em gotas e aplicação de calor local QUADRO CLÍNICO Dor, inquietude, febre alta, recusa alimentação Coriza serosa e mucopurulenta Reclama de dor na nuca, secreção nasal mucopurulenta Pode haver vômito, diarreia (reflexo à infecção e excesso de secreção), e as vezes meningismo (dor na nuca e febre intensa) Conduta para diferenciar OMA e meningite: Medicamentos sintomáticos (analgésicos) + observação por 24 horas (dá o diagnóstico diferencial) – se for meningite o quadro fica mais claro, podendo aparecer rigidez de nuca e sinais mais claros da meningite OTOSCOPIA Muito importante Feita com boa contenção e otoscópio adequado Achados Maioria das vezes hiperemia está sempre presente Isolada não é considerado OMA Choro intenso pode causar hiperemia na membrana Opacificação da membrana timpânica (+ febre e dor) Abaulamento (fácil de ser visualizado) Perfuração Mãe chega com queixa que o filho está com o “ouvido vazando” Líquida, catarral, inodoro Otorréia: secreção purulenta e fétida Em alguns casos existe apenas otalgia, sem nenhum achado otoscópico Está resfriada, mas reclama de dor no ouvido Pode ser uma otalgia isolada, sem OMA → tratar com analgésico Em alguns casos uma otite de 20-30 dias atrás deixa uma hiperemia residual Choro intenso pode causar hiperemia à otoscopia (reflexo vermelho) Não considerar OMA Opacificação + febre alta + dor = OMA TRATAMENTO Apenas hiperemia Calor local Analgésicos sistêmicos Aguardar 24-48h Quando há rinofaringite associada + ↑↑secreção Soro fisiológico Descongestionantes Locais: neosoro ou rinoton 3x/dia por 5 dias Sistêmicos: decongex plus 1 gota/Kg 8/8h ou xarope 2,5 mL 8/8h Usar apenas com mães confiáveis, que não vão fazer uso abusivo (leva à dependência) ATB Amoxicilina 50mg/Kg/dia, 8/8h, por 10 dias Apresentações: Cada 5mL 125, 250 ou 500mg Se a criança for alérgica a penicilinas: Azitromicina 10 mg/Kg/dia, 1x/dia (dose única diária), por 5 dias Apresentação: 5 mL = 200mg Paciente em uso de antibióticoterapia - observar por 72h: Se melhorou – continuar até completar 10 dias Se não melhorou nem um pouco nessas 72h – trocar ATB: Pensar em pneumococo resistente, Haemofilos influenza ou Moraxella catarralis Amoxilina + ácido clavulânico (clavulanato de potássio) 50mg/Kg/dia, 12/12h u 8/8h, por 10 dias Novamox® Apresentação: 5mL = 200 ou 400mg Clarrelin®, Sigmaclav® Outra opção: introduzir uma cefalosporina de 2ª geração Cefaclor (ceclor®) 40mg/Kg/dia, 8/8h, por 10 dias Apresentações: 5mL = 125, 250 ou 375mg Em caso de pneumococo resistente a penicilinase Amoxicilina 90mg/Kg/dia, 8/8h, por 10 dias Usada com famílias que não tem condição de comprar novamox® ou ceclor® (ausentes da rede pública) Paciente que chega com OMA + vômitos incoercíveis: Ceftriaxona 50 mg/Kg/dia, 1x/dia, por 3 dias Apresentações: frasco/ampola: 250mg, 500mg ou 1g Dolorosa, IM, diluição na lidocaína Alto custo, porém é uma opção mais fácil Antes da ceftriaxona era usada a penicilina procaína 12/12h por 7 dias apenas intra-hospitalar Se houver apenas hiperemia na otoscopia – tratar apenas sintomatologia – não dar ATB Se a criança recusa alimentação: não forçar, usar apenas TRO, ver o que a criança aceita Uso de AINE’s prescrito no PS podem mascarar o quadro de OMA, possibilitando a evolução para uma meningococcemia Pneumonia Ambulatorial CASO CLÍNICO 4 anos, vômito + dor abdominal há +/- 12h Nega diarreia Febre 39ºC, hidratada, REG, AP e AC normais, otoscopia normal, orofaringe sem alterações Abdome distendido, flácido, sem dor a descompressão brusca Ausência de sinais meníngeos Comeu baconzitos, coisa que geralmente não come Qual seria a conduta? 1º momento: Dipirona 6/6h Pausa alimentar por algumas horas Hidratação oral em pouca quantidade Anti-emético se necessário Observação Não foi pedida urina I (EAS + bacterioscopia), não foi requisitado protoparasitológico, nem hemograma → deve-se esperar 72h para requisitar esse exames No 2º dia a criança foi examinada Febre mais baixa (38,7ºC) Cessação do vômito, mas dor abdominal persistia Ausculta: ↓MV Pedido raio X → condensação em base pulmonar E Criança tratada a nível ambulatorial PNEUMONIA Quando uma criança desta está com pneumonia a primeira dúvida é tratar ou não tratar á nível hospitalar Tratar em nível ambulatorial se em BEG ou REG Agentes etiológicos mais comuns nesta faixa etária: Pneumococo – início abrupto Haemophillus – início insidioso TRATAMENTOFórmulas de Peso: ♂ idade x 2 + 8 ♀ idade x 2 + 10 Pneumonia por pneumococo Penicilina procaína 50 000U/Kg/dia Apresentação: 1 frasco = 400 000U < 10 Kg ou < 1 ano: 200 000U, 12/12h, por 7 dias > 10 Kg ou > 1 ano: 400 000U, 12/12h, por 7 dias Pedir para a mãe adquirir um termômetro para aferir temperatura da criança por 5 dias, 3x/dia – montar um tabela M T N 5ª (dia do atendimento) 39ºC 38ºC 6ª 37ºC 36,9ºC 36,7ºC Sab 35,8ºC 37ºC 36,5ºC Dom (reatendimento) 36,9ºC 36,4ºC 37ºC 2ª 36,8ºC 36,5ºC 36,5ºC Pedir para reavaliar a criança 3 dias depois – a criança apresentou apenas mais um pico febril no mesmo dia do atendimento Indica que o diagnóstico etiológico foi certeiro e que a criança está respondendo ao tratamento Caso Clínico: no dia do reatendimento a AP tinha ↓MV ainda, com crepitações (significa que a pneumonia está em resolução), dor abdominal havia desaparecido Como só teve mais 1 pico febril, mostra que a penicilina procaína foi eficaz Outro esquema terapêutico, usado quando a criança está vomitando muito: < 25Kg: 600 000U de penicilina benzatina (1/2 frasco) > 25Kg: 1 200 000U de penicilina benzatina (1 frasco) + Penicilina procaína 400 000U IM, dose única Para criança que não está vomitando: Amoxicilina 70mg/Kg/dia, de 8/8h ou 12/12h por 10 dias Lembrar que a febre pode levar até 72h para ceder – observar mais o estado geral da criança Opção para Haemophillus Ceftriaxona 100mg/Kg/dia, 12/12h ou 24/24h, por 5 dias VO Em caso de alergia a amoxicilina, pode-se usar cefalexina (cefalosporina de 3ª geração) Rinossinusite Aguda IVAS – evolui para: Pneumonia OMA Rinossinusite aguda Diagnóstico de IVAS – é feita medicação, mas a criança retorna ↓alimentação – recusa-se a alimentar Secreção (coriza) amarelo-esverdeada Febre contínua Diagnóstico da rinossinusite é clínico 7 a 10 dias de evolução, sem melhora do quadro Em casos mais graves pode evoluir com 2 a 3 dias Há: febre (↑↑Tº) edema palpebral, cefaleia frontal, tosse noturna, secreção amarelo-esverdeada Secreção fluindo para orofaringe – tosse, engasga Analgésico não mascara patologia AINE’s mascaram a doença – pode interferir – mudança viral para bacteriana ETIOLOGIA Pneumococo Haemophylos Moraxela catarralis TRATAMENTO Amoxicilina 50 mg/Kg/dia de 8/8h ou 12/12h por 10 dias Se melhora em 72h: Amoxilina + ácido clavulânico (clavulanato de potássio) 50 mg/Kg/dia, 2x/dia (12/12h), por 10 dias Novamox® Apresentação: 5mL = 400mg Dobra-se a dose se pneumococo resistente: 100mg/Kg/dia Outra opção: introduzir uma cefalosporina de 2ª geração Cefaclor (ceclor®) 40mg/Kg/dia, 8/8h, por 10 dias Apresentações: 5mL = 125, 250 ou 375mg Alérgicos à penicilina: Eritromicina Efeito colateral: vômito 40 – 50 mg/Kg/dia 6/6h por 10 dias Apresentações: 5mL = 125, 250 ou 500mg Azitromicina Grande espectro de ação Efeito colateral: vômito 10mg/Kg/ dia 24/24h por 3-5 dias Apresentação: 600, 900 e 1500mg 5mL = 200mg 3 dias – virgem de tratamento 5 dias – refratária, não responde a outro ATB Arredondar dosesempre para cima Impetigo Mais frequente no RN e crianças até 5-6 anos Altamente contagioso, provocando auto-inoculação Mais frequente face e extremidades Pode haver linfoadenopatia ETIOLOGIA Estreptococos Estafilococos Misto (associa os dois agentes) FISIOPATOLOGIA Mácula eritematosa puntiforme Vesículas ou bolhas serosas Melicéria Rompem-se e deixam erosão Crosta mais amarelada Borda sircinada (serrilhada) CURA Vai desaparecendo Lesão crosta CLÍNICA Piodermite mais frequente na criança RN 7-10 dias de vida Lesões bolhosas axila, pescoço, couro cabeludo, face, virilha – pouca quantidade Impetigo bolhoso do recém nascido Agente etiológico: estafilococos Raramente há febre, porém tem o maior risco de septicemia (RN = imunodeprimido) 5-6 anos Lesões bolhosas ou feridas (face (próximo narina (impetigo nasal) e pavilhão auricular (impetigo auricular)), tronco, extremidades) Infecção secundária à OMA, IVAS, etc Secreção purulenta – coça – contamina Pode ocorrer com pele saudável ou por infecção secundária (pediculose, estrófilo (alergia à picada de inseto), escabiose (sarna)) Tratamento: primeiro para infecção depois da causa primária Linfoadenopatia – cervical, occiptal Reacional ao processo inflamatório Presença ou não de bolhas Classificação: Bolhoso Não bolhoso Bolhas mais frequentes no estafilococos (secreção mais espessa), mas também presente no estreptococos (rompe rapidamente – secreção mais fluida – forma crosta) Pode comprometer o estado geral Febre presente ou não TRATAMENTO 1) Do RN (estafilo) Oxacilina – interna a criança Cefalexina (cefalosporina 2ª geração) 100 mg/Kg/dia de 6/6h por 10 dias 5 mL = 250 ou 500mg 2) Estreptococos Penicilina benzatina (bezetacil®) – 50.000 U/Kg < 25 Kg 600 000 U – ½ frasco – dose única > 25 Kg 1 200 000 U – 1 frasco dose única 300 000, 600 000 e 2 400 000 saíram do mercado – apenas 1 200 000 ainda no mercado Aplicada apenas intra-hospitalar 3) Tratamento Tópico Lavar bem local: Água + sabão Permanganato de potássio Comprimido: 1cp para 2, 3 ou 4L de água Microcristais Neomicina + bacitracina (nebacetin®) Estafilo é resistente Mupuricina (bactroban®) Ácido fusídico (verutex®) Tratamento sistêmico – necessário na maioria dos casos Quando há apenas 1-2 lesões e há possibilidade de acompanhamento diário pode-se TENTAR apenas o tratamento tópico COMPLICAÇÕES GNDA – glomerulonefrite difusa aguda Desidratação Definição: Baixo nível de líquido (água, sais minerais, sais orgânicos) no corpo ↓água → ativa região cerebral da sede ↓pouco líquido e este não é reposto - ↑Na Condições perda de água: Perdas insensíveis: sudorese, expiração, febre, atividade muscular, lágrimas Perdas renais: urina Perdas gastrointestinais: doenças agudas do TGI (depleção do K+ está muito mais relacionada a intensidade e duração da diarreia do que com a depleção de Na+ e Cl-), fezes, vômitos, diarréia Mata rapidamente Maior causa de mortalidade em pediatria Sinônimo de distúrbio hidroeletrolítico É a mais frequente das emergências pediátricas (morte rápida) Ocorre principalmente no lactente – perdas acentuadas por mais vias (respiração, TGI, choro, suor) e falta de ingestão Principal doença que causa desidratação: diarreia infecciosa OBS: as 3 grandes causas de mortalidade em pediatria DDD (Desidratação, Desnutrição, Diarréia) Tripé dos fatores causais: Baixo nível socioeconômico e cultural ↓idade Condições climáticas adversas BASES FISIOLÓGICAS A criança ao nascer apresenta 79% do seu peso constituído por água, com o crescimento esse percentual diminui (↓água extracelular) Acompanhando essa perda há variação da concentração iônica: ↓Na corpóreo (principal cátion extracelular) ↑K (acompanhando o aumento proporcional do líquido intracelular) 500g de fezes de uma criança de 5Kg corresponde a 10% da massa corpórea – é um percentual muito elevado O pH sanguíneo da criança normal é entre 7,3 e 7,4 O sistema tampão é o mais importante do organismo e evita variações bruscas do pH “Base excess” (BE) – é a diferença entre as bases tampão totais de uma amostra de sangue e se valor de referência Diferença positiva – excesso ou acúmulo de base Diferença negativa – déficit de base ou excesso de ácidos RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA (↓O2 celular) HIPOVOLEMIA (perda sanguínea ou perda de líquidos e eletrólitos) DESIDRATAÇÃO AUMENTO DA SÍNTESE DE ÁCIDO LÁTICO (ácido forte) As compensações são feitas pelos rins e pulmões (1º mecanismo de compensação é o tamponamento) Distúrbios gasométricos: 1) Alcalose metabólica (↓HCO3, ↑H+) Acúmulo de ácidos fixos ou ↓ do bicarbonato estracelular Mecanismos compensadores: Hiperventilação: ↓pCO2 ↑absorção renal de HCO3 e ↑excreção de H+ (tardio) O rim captura CO2 e forma HCO3 + H+, eliminando o H+ na urina e devolvendo o HCO3 para o sangue 2) Alcalose metabólica (↑HCO3) ↑bicarbonato por ganho exógeno, perda de ácido do líquido extracelular e acompanha os casos de depleção de K+ Mecanismo compensador Hipoventilação (↑pCO2) 3) Acidose respiratória (↑CO2) ↑pCO2 Mecanismos compensatório Reabsorção de bicarbonato (tardio) 4) Alcalose respiratória (↓CO2) ↓pCO2 Mecanismo compensatório Renal: ↑ excreção de bicarbonato (tardio) CO2 + H2O ←→ H2CO3 ←→ H+ + HCO3- Distúrbio metabólicos não são totalmente compensados pelo mecanismo respiratório, mas distúrbios respiratórios podem ser totalmente compensados por mecanismos metabólicos Na idade pediátrica há proporcionalidade direta entre massa corpórea e necessidade de água e eletrólitos GRAUS DE DESIDRATAÇÃO D I: perda de até 5% da volemia D II: perda de 5 a 10% da volemia D III: perda de 10 a 15% da volemia ↓PA HIPOVOLEMIA PERDA HÍDRICA ↓FLUXO PLASMÁTICO RENAL ↓ABSORÇÃO HCO3 ↓EXCREÇÃO H+ ↑ADH ↓RFG ↑REABSORÇÃO NA+ E H2O OLIGÚRIA COM URINA HIPERTÔNICA (↓H2O urina muito concentrada) Diarreias são perdas hipotônicas SEMPRE (perda de grande quantidade de água - ↓concentração) Toxicose – há perda > 15% da volemia → óbito da criança por IRA ou choque hipovolêmico SINAIS CLÍNICOS Queda do estado geral Irritabilidade Prostração Facies Perda de peso Fontanela deprimida Olhos encovados (fundos) Baixa elasticidade e turgor da pele Palidez Pulso fraco (↓RV) Taquicardia/taquipnéia Febre (falta de água - ↑temperatura corporal) Mucosas ressecadas Diurese diminuída (oligúria) Fase tardia: Pele marmórea (acinzentada e fria) Extremidades frias (devido vasoconstrição periférica) Retardo do enchimento capilar Bradicardia FATORES QUE COLABORAM COM A DESIDRATAÇÃO 80% do corpo é água Imaturidade renal Reabsorção de água nos túbulos renais e colaterais é menor – rim não consegue segurar Urina hipotônica – muito diluída Dependência do seio/mamadeira e de outros alimentos (hidratação dependente) Frequência respiratória maior que no adulto (maior perda insensível) Relação entre a superfície corpórea e massa corpórea – maior na criança – maior perda insensível Grande perda pela cabeça – quase igual a metade do corpo – manter sempre coberta para evitar perda de calor (barreira hematoliquórica é mais permeável quanto menor a idade) Imaturidade imunológica (predisposição a inflamações e infecções) Ao nascer criança tem apenas os anticorpos IgG maternos Adquiri inicialmente pelo leite materno os demais anticorpos 3 meses – janela imunológica – imunidade materna ↓ e a criança passa a produzir seus próprios anticorpos até 8 anos – nesse período criança torna-se predisposta a infecções Metabolismo elevado (pelo crescimento e desenvolvimento constante) Maior superfície intestinal em relação a superfície corpórea – qualquer distúrbio gera grande perda de água e torna-se mais propenso a diarreia (vilos curtos – difícil digestão) Baixo nível socioeconômico – maior propensão a desnutrição - ↑infecções TGI – diarreia e vômitos (desidratação igual para adultos ecrianças) Imaturidade centro termorregulador – maior facilidade para febre e hipotermia (pode fazer 38ºC se muito agasalhado ou hipotermia em temperaturas baixas) CLASSIFICAÇÃO 1) Isonatrêmica Mais frequente (50-60%) Perda proporcional de água e eletrólitos (Na+) → 130-150 mEq/L Principal causa: diarreia e vômitos Não há alteração da pressão osmótica e nem grandes diferenças entre a osmolaridade intra e extracelular A clínica depende do grau de desidratação Sinais de espoliação do líquido intersticial Perda de peso, depressão de fontanelas, olhos encovados, mucosas secas, ↓elasticidade cutânea, ↓turgor e tônus muscular Sinais de espoliação de líquido vacular Alteração do estado geral, inquietude, ansiedade, prostração, palidez, colapso circulatório, oligúria/anúria Diurese normal: 1,5 a 4 mL/Kg/h Oligúria: < 0,6 mL/Kg/h ou < 15mL/Kg/dia Anúria: débito urinário < 1mL/Kg/dia ou < 50mL/dia Características: Na sérico: 130-150 mEq/L Osm sérica: 280-310 mosm/L ↓volume extracelular – sem modificar pressão osmótica Nenhuma alteração do líquido intracelular Acidose metabólica acompanhante → palidez cutânea é mais precoce e a respiração é do tipo Kusmaull (rápida e profunda) 2) Hiponatrêmica Pensar quando hidratação oral não surgir efeito Diagnóstico pela falha terapêutica 15% dos casos Maior gravidade Maior perda de Na do que água Causas: diarreias e jejum prolongado Água passa do meio extracelular para o intracelular → sinais clínicos ↓Na+ extracelular → intracelular torna-se mais concentrado → água entra no meio intracelular Maior risco de edema cerebral (transitório) e hipertensão liquórica Após 2-3h o volume celular volta ao normal e os sintomas neurológicos são explicados pela depleção intracelular de K+ Se não fizer nada além da hidratação a criança morre Características: Na sérico: < 130 mEq/L Osm sérica < 280 mosm/L (hiposmolaridade) ↓Na extracelular ↑passagem de água para intracelular Sinais clínicos Perda ponderal, sinais clássicos muito acentuados, mucosas secas, sede discreta, diurese presente, hipotensão, hiporreflexa, coma, choque precoce 3) Hipernatrêmica Junto com a isonatrêmica é de grande frequência Maior perda de água – grande possibilidade de lesão cerebral Água sai do intracelular (menos concentrado) para o extracelular (mais concentrado) – desidratação intracelular Causas: Febre polongada Pneumopatia (hiperpnéia) Vômitos Alimentos concentrados Grandes queimados Diabetes insipidus Uso de diurético osmótico Clínica: febre, sede intensa, irritabilidade, convulsão, coma, mucosas muito secas, choque tardio, oligúria acentuada (↑perdas insensíveis), fontanela abaulada Pesquisar turgor e elasticidade Características: Na sérico: > 150 mEq/L Osm sérica: > 310 mosm/L (hiperosmolaridade) Maior perda de água do que de eletrólitos Maior concentração de eletrólitos no extracelular Saída de água do intracelular ↑Na extracelular → extracelular ↑[ ] → água sai do intracelular → desidratação intracelular Considerada uma EMERGÊNCIA pediátrica GRAUS DESIDRATAÇÃO D I: Mucosa pouco seca Pele seca Com sede Pulso normal Lágrimas presentes Elasticidade normal D II: Fontanela deprimida Olhos encovados Taquicardia Oligúria Taquipnéia D III (grave): Retardo do enchimento capilar Bradicardia Prostração Extremidades frias Anúria Pele marmórea (acinzentada e fria) Irritabilidade TRATAMENTO Identificar clinicamente o nível de desidratação e depois usar as percentagens (maior valor) Graus: D I: até 5% da volemia D II: 5 a 10% da volemia D III: 10 a 15% da volemia > 15% = toxicose – incompatível com a vida 1) Fase de Reparação Fase de expansão ou fase ápida Prevenção: IRA e choque hipovolêmico Repara a volemia perdida Dá apenas água, pois a função renal está prejudicada Administrar água o mais isotônico possível em relação ao plasma½ SF NaCl 0,9% ½ SG 5% Fazer em tempo rápido (poucas horas) O tempo varia com o grau de desidratação: DI: uniforme 20 mL/Kg/h correr em 2,5hNº de gotas = Volume total 4 x tempo D II: correr em 3,5h 1ªh: 50 mL/Kg/h 2,5h: 20 mL/Kg/h D III: correr em 4,5h 1ªh: 50 mL/Kg/h 2ªh: 50 mL/Kg/h 2,5h: 20 mL/Kg/h O soro deve correr até desaparecerem os sinais clínicos de desidratação E 2 urinas claras e abundantes Se o soro acabar e não desaparecerem os sinais clínicos de desidratação ou 2 urinas claras e abundantes devemos parar o tratamento e reavaliar o caso NÃO deve-se passar para próxima fase até desaparecerem os sinais clínicos de desidratação E 2 urinas claras e abundantes Bexigoma: houve a filtração, porém não excretou Coloca-se a criança em banho quente, se não urinar faz punção supra-púbica (raro) NUNCA colocar sonda uretral Não tem bexigoma: débito renal está normal, mas não houve filtração Faz estimulação renal com furosemida (2 mL = 20 mg) 0,5 a 1 mg/Kg/dose EV Se não urinar repetir em 30 minutos, se não urinar repetir mais 1 vez Avaliar possível IRA Desidratação hiponatrêmica: pedir e avaliar ionograma se Na sérico < 130 mEq/L confirma hipótese Enquanto não corrigir o Na, não passa para a próxima fase Conduta: em uma veia continua a reparação (corrigindo a desidratação) e em outra corrigi-se o sódio Na = 0,6 x PESO x (Na normal – Na do paciente) NaCl 3% - 1mL = 0,5 mEq de Na Velocidade: 10 mL/Kg/h 2) Fase de Manutenção Fase lenta: 24h Manter equilíbrio hídrico (água), eletrolítico (Na e K) e calórico (glicose) Soro deve correr em 24h Usa-se: Soro Glicosado 5% para repor a água NaCl 20% e KCl 19,1% para repor os eletrólitos Glicose 50% para reposição calórica Para avaliar a quantidade a ser reposta devemos saber a necessidade calórica diária mínima (NCDM) dessa criança: Até 10 Kg: 100 cal/Kg/dia 10-20 Kg: 1000 cal + 50 cal/Kg/dia para cada quilo que ultrapassa 10 Kg > 20 Kg: 1000 cal + 20 cal/Kg/dia para cada quilo que ultrapassa 20 Kg Para cada 100 calorias: -SG 5% 100mL -NaCl 20% 3mEq -KCl 19,1% 2,5 mEq -G 50% 8g Nº de gotas = Volume total 4 x 24h NaCl 20% Cada 0,9mL = 3 mEq KCl 19,1% Cada 1mL = 2,5 mEq G 50% Para calcular sua quantidade deve-se descontar a quantidade de glicose já oferecida através do SG5% Ex: 800mL de SG5% e você precisa de 64g de G50%, no SG5% já existe 40g de glicose, então deve-se calcular quanto mL de G50% para 24g 3) Fase de Reposição Feita em 24h Só é feita quando há diarreia Feita em associação a manutenção (M + R) Deve-se repor: água, pouco Na e muito K SF NaCl 0,9% ½ SG 5% ½ KCl 19,1% 1mL/Kg Perdas diarreicas:Nº de gotas = Volume total 4 x 24h Leve (6-8x/dia): 20 mL/Kg/dia Moderado: (8-14x/dia): 40 mL/Kg/dia Grave (> 14x/dia): 60 mL/Kg/dia 4) Correção da acidose metabólica BIC 8,4% = 0,3 x PESO x (HCO3 normal – HCO3 exame) Nas asma e pneumonia é dado metade do valor obtido em 1h, pois o pulmão está prejudicado (CO2 aprisionado no alvéolo) Na meningite (urgência) se dá o valor total e em 15 minutos Dar o BIC 8,4% diluído em SG 5% (6x) – por ser hipertônico em relação ao plasma Desnutrição É um estado crônico de carência calórico-proteica, no qual o organismo apresenta desaceleração, interrupção ou involução da evolução normal de seus parâmetros bioquímicos, funcionais e anatômicos ↑mortalidade – patologias dos 3D: Desidratação, Desnutrição, Diarréia Diluição: um dos mais precoces, ocorre nos 3 compartimentos (intracelular, intersticial e intravascular); todas as proteínas estão diminuídas, o que causa déficit enzimático Disfunção celular: as reações bioquímicas para produção de ATP não funcionam Depleção: os sistemas que mais consomem energia são os mais prejudicados Criança com aleitamento materno não desnutre IMPORTÂNCIA Doença crônica Alta relação socioeconômica cultural Grande repercussão no desenvolvimento da criança, criando perdas irreversíveis Falta de crescimento neurológico Falta de mielinização (mielina = proteína)Grande causa de mortalidade pela supressão do sistema imune, gerando infecção e consequente diarreia e pneumonia ↓proteína → ↓imunidade → ↑infecção → diarreia + pneumonia CLASSIFICAÇÃO Quanto à intensidade: Leve – desaceleração do crescimento (volume) e desenvolvimento (maturação, funções psíquicas) normal Moderado – parada do desenvolvimento normal Grave – involução do desenvolvimento normal Quanto à etiologia Primária – falta de oferta de calorias e nutrientes, ↓ condições socioeconômicas Secundária – devido à outras etiologias (doenças renais, estenose pilórica, neoplasia, síndrome da má absorção intestinal) Déficit ponderal (GOMEZ) DPC I: 10 – 25% DPC II: 26 – 40% DPC III: > 40% DESNUTRIÇÃO PRIMÁRIA GRAVE 1) Marasmo Deficiência predominantemente de ingestão calórica Comum em crianças < 1 ano Causas mais comuns: Retirada precoce do aleitamento materno Substituição por fórmulas caloricamente deficientes ↑risco de infecções Apetite preservado Não há edema e lesões de pele ↓tecido celular subcutâneo = emagrecimento Edema não é visualizado devido ao emagrecimento, mas há edema de células 2) Kwashiokor Deficiência de ingestão proteica Sinônimo de desnutrição hipoalbuminêmica edematosa Instalação rápida Peso e altura menores do que o esperado Criança apresenta-se consumida Presença de edema (manifestação clínica mais importante) Criança apática, hiporreativa, anoréxica, desinteressada pelos fatos que ocorrem o seu redor Não há apetite Há tecido celular subcutâneo Afeta mais crianças 2 a 3 anos COMPLICAÇÕES Aumenta susceptibilidade à infecções (pneumonia, sepse, gastroenterites) Hipoglicemia (↓caloria → ↓carboidrato → ↓glicose) Hipotermia Bradicardia + ICC – predisposição à parada cardíaca FISIOPATOLOGIA1º perda de peso 2º parada de crescimento Criança hipoativa ↓ Ingestão Alimentar Alterações metabólicas Gliconeogênese Glicogenólise Lipólise Alterações hormonais ↓glicose, ↓AA, ↓insulina Consumo gradativo de musculatura esquelética e gordura para hemostasia ↑ consumo muscular (gliconeogênese) Infecção + restrição energética ↑ cortisol ALTERAÇÕES 1) Boca Alterações da mastigação por hipotrofia dos masseteres Atrofia das glândulas salivares – não ocorre a 1ª digestão ↓ ou Ø ptialina ↓produção de saliva Dentição deficiente Ao mastiga, não saliva, não digere → digestão já começa errada 2) Estômago pH normal = 2 Diminuição da produção enzimática – Ø anidrase carbônica – não produz HCl – meio alcalino (pH 6-7) – dificultando a digestão Favorecimento proliferação bacteriana (gram negativos) Atrofia cárdia e piloro (musculatura) 3) Intestino Turn-over celular das vilosidades está deficitário – epitélio “careca” ↓borda em escova - ↓digestão enzimática e superfície absortiva ↓IgA + ↓produção de HCl no estômago = contaminação (favorece proliferação bacteriana) ↓tônus das alças intestinais - ↓peristalse - ↑risco contaminação O que não é digerido, também não é absorvido → diarreia osmótica 4) Ânus Atrofia do esfíncter anal e do assoalho pélvico Pode ocorrer: prolapso retal (ø sustentação pélvica) e sangramento (risco anemia, porta de entrada para bactérias) 5) Fígado ↓produção de proteínas totais Anexo Terminologia pediátrica 1ª infância: 0 - 2 anos 0 - 28 dias: RN (período neonatal) 28 dias - 2 anos: lactente 2ª infância: 2 - 10 anos 2 - 7 anos: pré-escolar 7 - 10 anos: escolar Puberdade: 10 - 20 anos 10 - 12/14 anos: pré-púbere 12/14 - 14/16: púbere 14/16 - 18/20 anos: pós-púbere Estado febril: 37 - 37,5ºC Febre: > 37,6ºC Frequência cardíaca média: RN – 3 meses: 140-160 bpm 3 meses – 2 anos: 130 bpm 2 anos – 10 anos: 80 bpm > 10 anos: 75 bpm Frequência respiratória: RN: 40-45 ipm Lactente: 25-35 ipm Pré-escolar: 20-25 ipm Escolar: 18-20 ipm Peso: Até 1 ano: 700g/mês 1º trimestre 600g/mês 2º trimestre 500g/mês 3º trimestre 400g/mês 4º trimestre 1 – 2 anos 200g/mês 1º semestre 150g/mês 2º semestre 2 – 6 anos: 2 Kg/ano
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