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UFG/REJ/CIAGRA – Mecanização Agrícola Motor 2 tempos ciclo Otto A concepção do motor 2 tempos visa um motor mais simples (com menor quantidade de peças móveis) consequentemente mais leve e mais barato que os motores 4 tempos. Recebe a denominação de 2 tempos pois completa o ciclo de funcionamento (admissão, compressão, expansão e descarga) com 2 movimentos do pistão, ou seja, uma volta do virabrequim. Sua constituição é apresentada abaixo, onde se verifica que não há a presença de válvulas, reduzindo substancialmente as peças móveis: válvulas, balancins, tuchos, comando de válvulas, etc.. Vela Canal de admissão Janela de escape Janela de admissão Cárter A comunicação do motor com o meio externo é feita por meio das janelas, de admissão e escape, que são abertas ou fechadas pelo próprio movimento do pistão. Há ainda a presença do canal de admissão, que permite a transferência da mistura do cárter para a câmara do cilindro. Nota-se a presença da vela, por se tratar de motor ciclo Otto. Praticamente todos os motores 2 tempos utilizam arrefecimento a ar, pela simplicidade e leveza. Além disso, a lubrificação é realizada por meio da mistura do óleo lubrificante ao combustível, o que reduz mais ainda o peso e a complexidade do motor pois não há necessidade de depósito de óleo,sistema de bombeamento e canais para circulação no motor. No seu funcionamento, ocorre: • 1º tempo: compressão e admissão Durante o deslocamento do pistão do PMI ao PMS as janelas de admissão e escape ficam fechadas pela posição do pistão. O movimento ascendente do pistão cria um vácuo no cárter ao mesmo tempo em que ocorre a compressão da mistura na câmara do cilindro. Quando o pistão está próximo ao PMS a janela de admissão é aberta e a mistura é succionada para o cárter, por diferença de pressão com o meio externo. Por ser ciclo Otto, o combustível é admitido junto com o ar. Como o motor 2 tempos não tem sistema de lubrificação, o lubrificante foi previamente misturado ao combustível. Compressão e admissão Expansão e escape ar + combustível + lubrificante • 2º tempo: expansão e escape Quando o pistão atinge o PMS a vela produz a centelha, que provoca a ignição do combustível dando início ao segundo tempo. A expansão dos gases atua sobre o pistão, deslocando-o em direção ao PMI. Durante o curso descendente do pistão as janelas de admissão e escape permanecem fechadas ao mesmo tempo em que a mistura que foi admitida no cárter no primeiro tempo é comprimida. Próximo ao PMI a posição do pistão faz com que o canal de admissão e a janela de escape se abram, permitindo que ocorra a descarga dos gases resultantes da combustão e a transferência da mistura para a câmara do cilindro através do canal de admissão. A transferência ajuda a expelir os gases queimados, fato designado como “lavagem” do cilindro. O motor 2 tempos notabiliza-se pela rapidez de aceleração e maior potência que um motor quatro tempos de tamanho semelhante, pois em mesmo regime de rotação tem o dobro de explosões por minuto. Por outro lado, apresenta maior consumo de combustível uma vez que na transferência da mistura do cárter para a câmara do cilindro podem ocorrer perdas de combustível pela janela de escape além de mistura indesejável com os gases de escape. Outro problema grave do motor 2 tempos é a poluição, pois o lubrificante é queimado junto com o combustível e descartado no ambiente. Motor 2 tempos ciclo Diesel Embora tecnicamente seja possível construir um motor dois tempos ciclo Diesel, atualmente não se fabrica mais esse tipo de motor. O motivo é que os motores dois tempos são utilizados quando se necessita de um motor leve e barato. Se for feita a opção por um motor ciclo Diesel, naturalmente o motor se torna mais caro e pesado, devido às características inerentes a esse tipo de motor, especialmente a alta compressão, tornando inviável um motor ciclo Diesel 2 tempos.
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