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motor 2 tempos 2018

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UFG/REJ/CIAGRA – Mecanização Agrícola
Motor 2 tempos ciclo Otto
A concepção do motor 2 tempos visa um motor mais simples (com menor 
quantidade de peças móveis) consequentemente mais leve e mais barato que os 
motores 4 tempos.
Recebe a denominação de 2 tempos pois completa o ciclo de funcionamento 
(admissão, compressão, expansão e descarga) com 2 movimentos do pistão, ou 
seja, uma volta do virabrequim.
Sua constituição é apresentada abaixo, onde se verifica que não há a presença de 
válvulas, reduzindo substancialmente as peças móveis: válvulas, balancins, tuchos, 
comando de válvulas, etc..
Vela
Canal de 
admissão
Janela de 
escape
Janela de 
admissão
Cárter
A comunicação do motor com o meio externo é feita por meio das janelas, de 
admissão e escape, que são abertas ou fechadas pelo próprio movimento do pistão.
Há ainda a presença do canal de admissão, que permite a transferência da mistura 
do cárter para a câmara do cilindro. Nota-se a presença da vela, por se tratar de 
motor ciclo Otto. 
Praticamente todos os motores 2 tempos utilizam arrefecimento a ar, pela 
simplicidade e leveza. Além disso, a lubrificação é realizada por meio da mistura do 
óleo lubrificante ao combustível, o que reduz mais ainda o peso e a complexidade 
do motor pois não há necessidade de depósito de óleo,sistema de bombeamento e 
canais para circulação no motor. No seu funcionamento, ocorre:
• 1º tempo: compressão e admissão
Durante o deslocamento do pistão do PMI ao PMS as janelas de admissão e 
escape ficam fechadas pela posição do pistão. O movimento ascendente do pistão 
cria um vácuo no cárter ao mesmo tempo em que ocorre a compressão da mistura 
na câmara do cilindro.
Quando o pistão está próximo ao PMS a janela de admissão é aberta e a mistura é 
succionada para o cárter, por diferença de pressão com o meio externo.
Por ser ciclo Otto, o combustível é admitido junto com o ar. Como o motor 2 tempos 
não tem sistema de lubrificação, o lubrificante foi previamente misturado ao 
combustível.
Compressão e admissão Expansão e escape
ar + 
combustível 
+ lubrificante
• 2º tempo: expansão e escape
Quando o pistão atinge o PMS a vela produz a centelha, que provoca a ignição do 
combustível dando início ao segundo tempo. A expansão dos gases atua sobre o 
pistão, deslocando-o em direção ao PMI. Durante o curso descendente do pistão as
janelas de admissão e escape permanecem fechadas ao mesmo tempo em que a 
mistura que foi admitida no cárter no primeiro tempo é comprimida.
Próximo ao PMI a posição do pistão faz com que o canal de admissão e a janela de 
escape se abram, permitindo que ocorra a descarga dos gases resultantes da 
combustão e a transferência da mistura para a câmara do cilindro através do canal 
de admissão. A transferência ajuda a expelir os gases queimados, fato designado 
como “lavagem” do cilindro.
O motor 2 tempos notabiliza-se pela rapidez de aceleração e maior potência que um
motor quatro tempos de tamanho semelhante, pois em mesmo regime de rotação 
tem o dobro de explosões por minuto.
Por outro lado, apresenta maior consumo de combustível uma vez que na 
transferência da mistura do cárter para a câmara do cilindro podem ocorrer perdas 
de combustível pela janela de escape além de mistura indesejável com os gases de
escape.
Outro problema grave do motor 2 tempos é a poluição, pois o lubrificante é 
queimado junto com o combustível e descartado no ambiente.
Motor 2 tempos ciclo Diesel
Embora tecnicamente seja possível construir um motor dois tempos ciclo Diesel, 
atualmente não se fabrica mais esse tipo de motor. O motivo é que os motores dois 
tempos são utilizados quando se necessita de um motor leve e barato. Se for feita a
opção por um motor ciclo Diesel, naturalmente o motor se torna mais caro e 
pesado, devido às características inerentes a esse tipo de motor, especialmente a 
alta compressão, tornando inviável um motor ciclo Diesel 2 tempos.

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