avaliação diagnóstica 3 teoria da literatura

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Leia o trecho do texto a seguir:
É muito importante e interessante o problema da interação de gêneros no interior da unidade da literatura, em dado período. Em certas épocas no período clássico dos gregos, no século de ouro da literatura romana, na época do classicismo - na grande literatura (ou seja, na literatura dos grupos sociais preponderantes), todos os gêneros, em medida significativa, completavam-se uns aos outros de modo harmonioso, e toda literatura, enquanto totalidade de gêneros, se apresentava em larga medida como uma entidade orgânica de ordem superior. Porém, é característico: o romance não entrava nunca nesta entidade, ele não participava da harmonia dos gêneros. Naquela época, o romance levava uma existência não oficial, fora do limiar da grande literatura. Na entidade orgânica da literatura, organizada hierarquicamente, entravam somente gêneros constituídos, com personagens fixados e definidos. Ele [sic] podiam se limitar e se completar mutuamente, conservando a natureza de seu gênero. Eles eram únicos e aparentados entre si por suas profundas particularidades estruturais. As grandes poéticas orgânicas do passado de Aristóteles, de Horácio e de Boileau são marcadas pelo profundo sentimento da literatura como um todo e da harmoniosa composição de todos os gêneros nesse todo. Tais poéticas como que parecem ouvir concretamente esta harmonia de gêneros. Nisto está a força, a plenitude, incomparável e íntegra, e o caráter exaustivo destas poéticas. Todas elas, sistematicamente, ignoram o romance (BAKHTIN, 2014, p.398).
(BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini...[et al]. São Paulo: Hucitec, 2014.)
Considere tudo o que foi dito sobre a interação dos gêneros literários e atente-se para as afirmações:
I. O romance, dentro da configuração total dos gêneros clássicos, teve sua expressão rejeitada enquanto expressão digna de ser estudada.
II. As poéticas antigas esforçaram-se para integrar o romance em seus estudos e isso é evidente.
III. O romance, como gênero novo, não participava do todo harmonioso que era formado pelos outros gêneros.
IV. No período clássico, os gregos tratavam a literatura como uma expressão única, de forma independente da classificação de gêneros.
V. Na época da grande literatura, todos os gêneros conviviam harmoniosamente, completando-se uns aos outros.
Muito se discute, ainda hoje, sobre a interação, a composição e as definições dos gêneros literários. Cada nova obra pertencente a algum dos gêneros existentes faz com que os teóricos e críticos tenham que lidar com novas possibilidades e configurações.
É correto o que se afirma em: 
Alternativas:
a)
apenas I, II e IV.
b)
apenas I, II e V.
c)
apenas I, III e V.
Alternativa assinalada
d)
apenas I, III e IV. 
e)
apenas II, III e IV.
2)
Leia o trecho do texto a seguir:
Outro aspecto importante da doutrina clássica dos géneros literários consiste na hierarquização estabelecida entre os diversos géneros, distinguindo-se os gêneros maiores dos gêneros menores. Esta hierarquização não se fundamente exclusiva, ou mesmo predominantemente, em motivos hedonísticos, como parece admitir Warren, isto é, no prazer maior ou menos suscitado no receptor pelos textos integráveis nos vários géneros. Tal hierarquia correlaciona-se antes com a hierarquia que se acredita existir entre os vários conteúdos e estados do espírito humano: a tragédia, que imita a inquietude e a dor do homem ante o destino, e a epopeia, imitação eloquente da ação heroica e grandiosa, são logicamente valoradas como géneros maiores, como formas poéticas superiores à fábula ou à farsa, por exemplo, classificadas como géneros menores, visto que imitam ações, interesses e estados de espírito de ordem menos elevada. Esta hierarquia dos gêneros relaciona-se também com a diferenciação do estatuto social das respectivas personagens ou dos ambientes característicos de cada género: enquanto a tragédia e a epopeia apresentam como personagens principais reis, grandes senhores, altos dignatários e heroicos capitães, a comédia escolhe em geral as suas personagens na classe média ou burguesa e a farsa procura as suas entre o povo (SILVA, 2011, p.354 e 355, grifos do autor).
(SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. 8a. Ed. 1º. Vol. Coimbra: Edições Almedina, 2011.)
Tendo isso em mente considere as afirmações, analise se as afirmativas a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) A questão da separação hierárquica dos gêneros literários não se restringiu à representação dos estratos da formação social em questão.
( ) O estado de espírito revelado na forma literária, assim como a forma de imitação foram as noções de valores utilizadas para classificar, hierarquicamente, os gêneros literários.
( ) A doutrina clássica dos gêneros se estabeleceu através de uma hierarquização calcada em noções valorativas do período em questão.
( ) Em uma formação social onde os letrados são sempre os mais abastados, não se pode pensar em retratar a aristocracia como gênero literário elevado, já que a burguesia enquanto classe emergente era quase totalmente iletrada.
( ) O estatuto social, representado pelo literatura, tinha seus gênero literário próprio em consonância com as características e posição assumida pelos diferentes estratos sociais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas:
a)
F - V - V - F - V
Alternativa assinalada
b)
F - F - V - F - V 
c)
V - V - V - F - V 
d)
F - F - V - V - V 
e)
F - F - V - F - F 
3)
Leia o trecho do texto a seguir:
Finalmente, há toda uma importância histórica que tem o fato de narrativa épica se a representação de um povo, uma nação e sua trajetória evolutiva. O lugar histórico que se tem de epopeia resulta das narrativas tribais que eram unificadoras dos grupos, alguns completamente primitivos. O poeta narrador nunca era um indivíduo sozinho. Ele recitava seus versos em meio ao círculo, ouvido por todos, e contava os fatos e os feitos heróicos dos que vieram antes e desbravaram ou descobriram. Tais narrativas tinham que ser modelares, explicativas do Bem, da Verdade e de seus opostos, para que os membros do grupo pudessem encontrar o caminho qualificante do herói virtuoso e nobre. O narrador épico constituiu-se, assim, em um herói virtuoso, pois, por meio de sua narrativa, veiculava as normas adequadas para gerar a felicidade do/no grupo social ao qual ele devia forçosamente pertencer, como Homero pertencia aos gregos. Por que ele deve seu um membro do grupo? Porque só assim pode conhecer e reconhecer as necessidades e as hábitos dos ouvintes e, assim, e só assim, pode fazer-se compreender e convocar a unificação (PAULA, 2011, p.145).
(PAULA, Laura da Silveira. Teoria da literatura. Curitiba: Ibpex, 2011.)
Considere tudo o que foi dito sobre a narrativa épica e atente-se para as afirmações:
I. O herói épico é uma projeção do poeta épico, pois ambos se relacionam somente entre si.
II. A narrativa épica volta-se ao coletivo, à comunidade, a todos que pertencem a contexto histórico-geográfico em questão.
III. A narrativa épica não possuía um senso de moral e também nenhuma tentativa de orientação ao leitor.
IV. Justamente por ser um exemplo, o herói épico é sempre coletivo em sua representação e nunca uma unidade.
V. O herói épico é retratado através de suas qualidades, é um modelo de harmonia e perfeição, um exemplo a ser seguido.
É correto o que se afirma em:
Alternativas:
a)
apenas III, IV e V.
b)
apenas II, IV e V.
Alternativa assinalada
c)
apenas I, III e IV.
d)
apenas II, III e V. 
e)
apenas I, II e IV.
4)
Leia o trecho do texto a seguir:
Um último aspecto das relações entre romance e teatro diz respeito ao fator tempo. No capítulo referente a este tópico, vimos como se comporta o romance. Agora cabe vê-lo comparativamente ao teatro. A modo de síntese, seria lícito afirmar que o romance corre com o tempo e o teatro imobiliza este no espaço. A história contada pelo romancenão tem limites temporais: a história contada pelo teatro está sujeita às três unidades de Aristóteles. Com efeito, durante a leitura dum romance podemos presenciar o desenvolvimento da vida inteira da personagem, desde o nascimento, ou mesmo antes dele, até o fim dos seus dias. Ou podemos ter só vinte e quatro horas da existência dum irlandês nos começos do século (Ulisses), embora elas valham por uma vida e a sintetizem como um símbolo. Não assim a peça teatral: conquanto seja discutível que continue presa às três unidades de Aristóteles e seja certo que o filósofo grego só doutrinou acerca de duas delas (tempo e ação) e a outra (lugar), além de sua origem certa, deve ter-se destacado lentamente da unidade de tempo por efeito do princípio da verossimilhança, na verdade a obra de teatro está condicionada ao tempo (MOISÉS, 1973, p.303 e 304, grifos do autor).
(MOISÉS, Massaud. A criação literária: introdução à problemática da literatura. São Paulo: Melhoramentos, 1973.)
Como base no trecho lido, analise se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) O romance, diferentemente do teatro, não depende do curso real do tempo de recepção por parte do leitor (espectador).
( ) Aristóteles afirma que das três unidades propostas para o teatro (tempo, espaço e ação), somente o tempo importa para o estudo teórico.
( ) A duração da unidade de tempo no teatro está sujeita ao tempo em que o espectador consegue manter sua atenção no espetáculo.
( ) A dimensão limitada do tempo ficcional do teatro se deve à sua duração de expressão em tempo real.
( ) O romance se limita às três unidades postuladas por Aristóteles enquanto o teatro não se fundamenta a partir delas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas:
a)
V - F - V - F - V
b)
V - F - V - V - F
Alternativa assinalada
c)
F - V - F - V - F
d)
V - F - F - V - V 
e)
F - F - V - F - V