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TCCEDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

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A AVALIAÇÃO E A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
ASSIS, Juscilene Oliveira ¹
RESUMO
Este artigo apresenta uma reflexão sobre a avaliação em relação à deficiência intelectual, como deve acontecer a partir do momento em que os alunos são matriculados na escola regular, que é um direito conquistado para todos. Esclarece o que é a deficiência intelectual, as habilidades e dificuldades, mostrando aos alunos nomeados pela sociedade como “normais” que todos nós somos diferentes, e que essas diferenças têm que ser respeitadas. Nesse artigo abordaremos a avaliação no modo geral, a importância da mesma, a função na vida escolar, os diferentes tipos. Abordaremos a educação inclusiva, e a avaliação da aprendizagem para essas crianças com deficiência intelectual valorizando o conhecimento do aluno, respeitando seus limites, acompanhando suas necessidades de forma a aperfeiçoar o ensino a fim de obter uma avaliação de qualidade.
Palavras chaves: deficiência intelectual, avaliação, qualidade.
INTRODUÇÃO
O processo de avaliação sempre foi um tema complexo, gerador de dúvidas em relação às formas de avaliar que se tornaram tradicionais com o passar dos anos, aplicação de provas sempre usando os mesmos modelos orais ou escritos, nas quais os professores classificam seus alunos com o intuito de atribuir notas para reprovação ou aprovação. Enfatizando os erros que nem sempre são erros propriamente ditos, são apenas formas diferentes de responder. E quando os erros quando acontecem os alunos muitas vezes são tratados com ignorância, são ridicularizados e assim alguns professores se esquecem de que estamos em sala de aula para auxiliar os educandos e que não podemos vincular o erro a ignorância do saber ou a falta dele uma vez que não somos perfeitos e todos nós erramos.
	Sabemos que deficiência traz com ela algumas limitações ao portador e a deficiência intelectual por sua vez faz com que o individuo apresente:
“Dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas (como metáforas, noção de tempo e valores monetários) estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a regras e realizar atividades cotidianas como, por exemplo, o autocuidado.” (www.novaescola.org.br – o que é a deficiência intelectual).
Todos nós temos direito a educação, o aluno com deficiência pode ser matriculado na escola regular, e quando a inclusão desse aluno tende a começar a acontecer, ele é logo visto como “incapaz de aprender”. Surge um preconceito, uma prévia de um aluno q não aprenderá nada.
	O professor que recebe o aluno em sala de aula com deficiência muitas vezes são despreparados o que torna o processo de inclusão e o de avaliação mais difícil, mesmo que a escola disponibilize um professor auxiliar. As provas pra criança que apresentam qualquer tipo de deficiência costuma acontecer de maneira classificatória, no caso da deficiência intelectual os professores costumam considerar apenas as repetições, a rapidez, prejudicando o processo de ensino aprendizagem e o processo inclusivo que não acontece, já que a inclusão abrange muito mais que uma matrícula na escola regular. 
A contribuição dessa pesquisa é para os docentes que atuam em sala de aula com crianças deficientes, em especial no ensino fundamental ciclo I, e para os futuros docentes que podem vir a precisar de uma base para a aplicação da avaliação em crianças deficientes. 
Toda essa pesquisa tem caráter bibliográfico, para conhecer os conceitos e os diferentes tipos de avaliação da aprendizagem, assim como seus instrumentos avaliativos que a tornam ainda mais importantes em sala de aula. Grande parte dessa pesquisa é baseada em Luckesi que aborda o tema avaliação da aprendizagem, em sua totalidade. E Pan 2013, que clareia a nossa pesquisa com sua reflexão sobre deficiência intelectual e educação inclusiva. O tema foi escolhido para que possamos responder sobre como deve ser feita a avaliação da aprendizagem as pessoas com deficiência intelectual na escola regular. 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: O QUE É
	A deficiência intelectual caracteriza se por limitações do funcionamento intelectual, quanto no comportamento adaptativo, na habilidade, e se manifesta antes dos 18 anos de idade. O funcionamento intelectual é inferior a média, limitações em relação ao auto cuidado, e a comunicação, a socialização, ao trabalho, lazer e segurança. Propriamente falando a criança que nasce com deficiência intelectual apresenta dificuldades para aprender, entender, e realizar atividades, muitas vezes necessita de um sistema de aprendizado diferente.
Uma cartilha de pessoas deficientes disponibilizada pela Prefeitura de Caxias do Sul, em 2010 aborda a deficiência intelectual em quatro áreas:
Motora: No caso de uma deficiência leve, o aluno apresentará apenas algumas alterações na motricidade fina, e em casos severos o comprometimento no equilíbrio, e na manipulação de objetos.
Cognitiva: Dificuldades de concentração, que afeta a memorização, fazendo o ensino aprendizagem acontecer de forma lenta, mas podendo atingir os mesmos objetivos que os outros alunos.
Comunicação: Este pode acontecer por falta de estímulo com as pessoas que convivem, o que causa dificuldade de compreensão.
Socioeducacional: A capacidade de interagir diminui por conta de a idade mental ser diferente da cronológica. Aparentemente o aluno piora em turma de idade mental igual, mais com outras crianças de idade cronológica igual é que o desenvolvimento comportamental acontece. Uma pesquisa da APAE SP em 2008 mostra que 29% das causas são de origem genética.
Os fatores que contribuem para a deficiência intelectual são muitos, porém o mais comum é o fator genético que diz respeito aos processos biológicos. Existem também os fatores comportamentais crianças maltratadas, abusadas, negligenciada, e esses fatores também podem ser educacionais, ou seja, a criança não foi atendida como deveria, e não teve suas habilidades adaptativas, e por último o fator social, que diz respeito à interação familiar.
	
 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
	O Direito a educação é independente de gênero, etnia, idade, ou classe social. O acesso escolar vai além da matrícula, lhe dar direito ao saber, esse direito abrange as pessoas com necessidades educacionais especiais, que podem frequentar o ambiente educacional regular em um processo chamado inclusão, que respeita as diferenças. Segundo o portal do MEC, escola inclusiva é aquela que... 
“garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.” (portal. mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aescola.pdf )
Ou seja, uma escola inclusiva oferece possibilidades para que os alunos possam se desenvolver, respeitando as diferenças para alcançar o sucesso no ensino aprendizagem.
A matrícula de alunos com necessidades especiais é lei em escola regular, mesmo com todo o preconceito que acontece por parte das famílias em achar que a escola não vai saber atender a criança, os números só vêm aumentando, em relação ao ingresso de alunos com necessidades educacionais especiais nas instituições regulares.
Quando falamos de escola inclusiva é importante ressaltar que essas desenvolvem um currículo especifico que contempla as necessidades de cada individuo. Essas adaptações ocorrem juntamente com outros documentos como, por exemplo, o diagnóstico clínico que é emitido por um médico, atestando a deficiência. 
“O diagnóstico clínico como informação que complementa as características pessoais do educando devem ser tratadas no ambiente escolar com muito cuidado e critério para que não se construa uma pedagogia prescritiva baseada em hipóteses e sintomas que passam a explicar o funcionamento do aluno...”.
As adaptações curriculares auxiliam o corpo docente, tanto no dia a dia do aluno na escola como nas atividades que lhe são dadas, mesmo sendo iguais as atividades requerem adaptações às necessidades dos alunos. E isso se estende para a avaliação daaprendizagem escolar, surgem dúvidas de como usar essa ferramenta em sala de aula em relação ao aluno deficiente, e os questionamentos só crescem se tratando de criança com deficiência intelectual, que infelizmente são vistas por muitos docentes desde seu ingresso na escola como o “aluno que não vai aprender nada”. Esses docentes que mantém esse tipo de pensamento ignoram o fato de que em sala de aula professor é um meio de ensino, não o único portador de sabedoria.
	
A AVALIAÇÃO
	A Avaliação é importante em todo o processo escolar e o que auxilia o professor no ensino aprendizagem de todos os alunos para obtenção do sucesso na vida escolar de ambas as partes. Tal atividade implica na forma de alcançar os objetivos, os conteúdos, as formas de ensinar e avaliar. Para o sucesso na educação inclusiva a avaliação continua sendo uma ferramenta importante, porém a forma tradicional não contempla as diversidades. Atualmente a avaliação vem sendo desenvolvida de uma forma que não remete a muitos avanços. Esta voltada para quantificar o saber, perdendo a “essência” de auxiliar no processo ensino aprendizagem.
Em Luckesi (1995) há pontos que auxiliam a compreender algumas questões, o ato de avaliar esta voltada para uma atividade classificatória entre alunos bons e ruins, e se desviando do meio diagnóstico.
Para Saraiva (2005) um sistema de ensino comprometido com o desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos encontra na avaliação, não é um instrumento para aprovar ou reprovar e, sim, uma referência á analise de seus propósitos, permitindo lhes buscarem caminhos para que os alunos sejam bem sucedidos na travessia da passarela da aprendizagem.
A avaliação da aprendizagem deveria ser praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos alunos. Com o objetivo final de uma tomada de decisões, a fim de direcionar o aprendizado.
O processo avaliativo tende a observar o aluno, verificar, analisar, interpretar. Segundo Luckesi “(1995),” o ato de avaliar, tem basicamente três passos, que é conhecer o desempenho do aluno, constatando a realidade. “Comparar essa informação aquilo que é considerado importante no processo educativo, tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (p.148)”.
Todo o processo avaliativo não é importante só na vida do alunado, mais do educador também. Independente da forma de avaliar que for utilizado, o professor deve ter um comprometimento profissional, uma vez que é um processo que auxilia e avalia o trabalho desse profissional em sala de aula, se o resultado for considerado positivo, significa que o objetivo do professor na hora de transmitir o conhecimento foi alcançado com sucesso.
Para alcançar o sucesso na transmissão do conhecimento, o professor deve listar o que é importante informar aos alunos, já que a avaliação só tem sentido quando acontece continuamente.
Por ser um tema polêmico que amedronta alunos e professores, que levam em consideração apenas a quantidade do conhecimento. Segundo Luckesi (2002, p.23) afirma que:
“As provas e exames são realizados conforme o interesse do professor ou sistema de ensino” Ainda segundo Luckesi (2002, p.23) “Nem sempre se leva em consideração o que foi ensinado, mais importante do que ser uma oportunidade de aprendizagem significativa, a avaliação tem sido uma oportunidade de prova de resistência do aluno ao ataque dos professores, as notas são operadas como se não tivessem a ver com a aprendizagem”. 
Para professores que classificam os alunos os métodos avaliativos são vistos como sinônimos de medir ou testar, uma vez que a palavra “avaliação” é vista como função de educação que é apenas transmissora de conhecimentos, ou seja, acontece uma medição na quantidade de informações que o aluno assimilou.
3.1 FORMAS E INSTRUMENTOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
São muitas as formas de avaliação que atendem as necessidades dos professores no ambiente escolar, que são empregadas de acordo com o que se pretende verificar. As mais comuns são as provas escritas, e as atividades em grupos.
A prova escrita ainda é o instrumento avaliativo mais utilizado em sala de aula, aplicadas de forma individual, no ambiente escolar que exige do aluno um estudo anterior em casa, durante determinado período, que pode ser um bimestre ou um mês. De fato o aluno pode não ter tido tempo de estudar por diversos motivos, ou estudou uma parte da matéria que o educador não pediu na prova, outro fator que pode levar o aluno ao mau desempenho na atividade é o estado emocional dele, o nervoso, a ansiedade talvez tudo isso deva ser levado em consideração pelo educador.
Supondo que todos os alunos estivessem em boas condições de fazer a prova, essa seria uma boa atividade para saber o quanto eles aprenderam. Levando em consideração que o professor pretende verificar. Se a intenção não for verificar o quanto o alunado assimilou, então a prova é um bom momento para que professor e aluno faça uma revisão do conteúdo, para futuramente aprimorar o conhecimento. Na escola o objetivo é ensinar, e com a avaliação não é diferente, se essa não servir de nada para eles, não há justificativa para o tempo de elaboração e aplicação da mesma. 
3.2 FUNÇÃO DA AVALIAÇÃO
Segundo Haydt (2000), Sant’anna (2001), Luckesi (2002), as avaliações apresentam-se em três modalidades. A primeira é a avaliação somativa que também pode ser classificatória. Segundo Haydt (2000): 
“A avaliação somativa tem como função classificar os alunos, ao final do ano letivo... o objetivo dessa avaliação é classificar o aluno, o resultado então remete a aprovação ou reprovação do mesmo”. A ação da avaliação está vinculada a noção de medir.
Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou o grau de alguma coisa... O resultado de uma medida é expresso em números, á medida se refere ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito. (Haydt, 2000, p.9)
Para as instituições que aplicam essa modalidade de avaliação no processo ensino-aprendizagem, pretende se que os alunos aprendam da mesma maneira, quem tem facilidade para a compreensão do conteúdo aprende mais, caso contrário às pessoas com dificuldades aprendem cada vez menos, e consequentemente sofre uma exclusão do processo de escolarização. Para Luckesi, avalia se mais o que o aluno não sabe do que ele talvez possa saber. Há também a avaliação formativa e diagnóstica.
A avaliação classificatória é limitada á verificação do desempenho dos alunos, bem como a mera “nota fiscal”. 
Assim, enfatiza o erro assumindo a função de punição, pois através da avaliação classificatória o aluno é repreendido.
A avaliação formativa como o próprio nome já diz, tem caráter informativo. Com o propósito de informar o professor, sobre o conhecimento do aluno, possibilita ao educador que reconheça algum tipo de erro na organização do ensino, encontrando o erro o educador pode reformular o mesmo para alcançar os objetivos propostos. Esse tipo de avaliação fornece informações para os professores saibam como esta o desenvolvimento dos alunos no processo ensino aprendizagem.
Basicamente, tem a função de informar o aluno e professor sobre os resultados que estão alcançados durante o desenvolvimento das atividades, melhorar o ensino e a aprendizagem, localizar, apontar, discriminar deficiências, insuficiências, no desenvolvimento do ensino aprendizagem para elimina-los, proporcionar feedback de ação(leitura, explicações, exercícios) (SANT’ANNA,2001,P.34)
É fundamental e necessário que o educador dê valor para o tempo de correção das provas, é nessa oportunidade que se identifica nos erros dos alunos, suas principais dificuldades, e que compartilhe isso com os alunos, para que haja a oportunidade de o educador aprimorar o conteúdo, e toda sua atividade pedagógica. 
A avaliação tem por objetivo detectar problemas, ser uma ferramenta de serventia para que sejam detectados problemas de aprendizagem, sem rotular os alunos, superando as possíveis deficiênciasdo ensino aprendizagem.
Segundo a LDB 9394/96 a avaliação não é definitiva, mais impõe uma nova avaliação para verificar mudanças implantadas, portanto o processo de avaliação da aprendizagem vai muito além da aprovação e reprovação.
Ainda segundo a LDB 9394/96 art.24-inciso V- a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios.
Avaliação continua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre as eventuais provas finais;
Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
Possibilidade de avanços nos cursos e nas séries mediantes verificação do aprendizado;
Aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
Obrigatoriedade de estudos de recuperação de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
 
3.4 O MEDO EM RELAÇÃO AOS ERROS
Ensinar o que é correto, está na raiz da profissão docente. Por anos, foi esperado que o professor encontrasse os erros dos alunos e em seguida viesse a puni-los.
O sistema de avaliação adotado pela maioria das instituições de ensino escolar, é a prova que o erro e a punição “andam juntos”. Os estudantes são testados o tempo todo, e os professores enfatizam os erros.
Para Leite “os resultados negativos da avaliação são utilizados principalmente contra os alunos”.
O erro na avaliação da aprendizagem é um indicador de raciocínio do educando, que na maioria das vezes leva o mesmo á criar situações inadequadas.
Se o educador mantiver um olhar atento na turma, logo saberá identificar e entender os erros, que são de diferentes tipos: 
CONSTRUTIVO: É o que demonstra as hipóteses do aluno acerca de qualquer conhecimento (matemático, linguístico, cientifica, histórico, geográfico, artístico). É o erro mais comum, que dá origem a novas estratégias de ensino.
CONCEITUAL: Reflete a não compreensão de determinado conceito ensinado. Se o aluno não entende, não consegue responder a pergunta.
DISTRAÇÃO: Ocorre quando o aluno possui a estrutura cognitiva necessária para a compreensão de um fenômeno e já se mostrou capaz disso, mais deixa de dar a resposta correta. Para a correção desse erro, basta apontar para o aluno a falta de atenção, e pedir cuidado na realização da atividade.
USO DA LÓGICA DIFERENTE DA PROPOSTA PELO PROFESSOR:
Acontece quando o aluno lança mão de meios cognitivos alternativos para resolver a questão. Mesmo que a resposta esteja correta, o que está em jogo nesse caso é a aprendizagem.
PROCURADO PELA PERGUNTA: Resultado da falta de compreensão sobre um termo ou conceito do enunciado, ou da questão em si por estar mal formulada.
SUSCITADO PELA FALTA DE CONHECIMENTO DIDÁTICO DO PROFESSOR: Facilmente identificável quando a maioria dos estudantes apresenta respostas que indicam a não compreensão do tema trabalhado em sala. Adotar outra forma de ensinar o conteúdo é fundamental em momentos como esse.
Equívocos esses que influenciam no resultado final da avaliação da aprendizagem, impulsionam o professor a levar em consideração apenas a quantidade da aprendizagem e não valorizar a qualidade.
No momento de se aplicar uma prova deve se estabelecer critérios para a correção. Ou uma soma de valor por questão, por exemplo, atribuir uma nota final, fazer a comunicação aos alunos. Faz toda a diferença analisar as informações obtidas, isso enriquece o professor, o ajuda a trabalhar melhor.
Necessário também que o educador tenha em mente que os erros dos alunos devem ser levados em consideração, principalmente na ação de planejamento das aulas, assim estará dando ênfase à qualidade, e não a quantidade.
Em outros tempos, o professor tinha como meio de punir os alunos a violência física, quando reconhecia um erro. Atualmente, educadores criam clima de tensão, de medo, ansiedade quando se trata de erro na avaliação da aprendizagem. A vergonha e o medo de não saber, deixa o aluno tenso e publicamente desvalorizado.
A avaliação deveria ser uma atividade para auxiliar o educando, e o educador, um suporte que tem por objetivo fazer os alunos se qualificarem.
“por sobre o insucesso e o erro, não se devem acrescer a culpa e o castigo. Ocorrendo o insucesso e o erro, aprendemos a retirar deles os melhores e mais significativos benefícios... eles devem ser considerados percalços de travessia...”. (Luckesi, 2008, p. 59).
Um erro ás vezes ajuda no percurso pra se encontrar a resposta correta de uma questão. Assim mesmo que o erro por vezes desprezado e rejeitado, podem se tornar um caminho, para que o professor trabalhe melhor o determinado conteúdo, garantindo um trinômio de sucesso, ensino-aprendizagem e avaliação, ajudando o aluno a se recuperar numa próxima avaliação. Nessa perspectiva, “o erro torna se um percurso curto para o acerto e a verdade”. (Both, 2011, p. 53).
A AVALIAÇÃO DIANTE DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A grande dificuldade que há em volta da deficiência intelectual é como avaliar a aprendizagem, essa duvida surge em todas as disciplinas. Primeiramente a avaliação que uma criança dita como normal faz é a mesma aplicada ao aluno com deficiência, para determinado aluno que necessite será disponibilizado um recurso de acessibilidade, como letras ampliadas, tecnologia assistida e tudo que o aluno necessitar para a realização da prova. O que importa no momento é que a avaliação seja inclusivamente, que ocorra dentro de um tempo, um caminho e com recursos para alcançar o sucesso.
A avaliação que apenas tem como objetivo medir o conhecimento do aluno, sem nenhum outro objetivo inclusivo, e não respeita as diferenças não servem nem para alunos deficientes, nem tão pouco para alunos no modo geral. A uma contribuição de qualquer modo, que investiga a prática do ensino aprendizagem em sala, que deve ser aperfeiçoada. Isso nos mostra que a criança com deficiência intelectual deve ser acompanhada nos seus cadernos, no seu dia a dia no ambiente escolar, nas relações com a sociedade, porque essas observações também são uma forma de avaliar. Segundo Mantoan
“... A educação inclusiva é um ato linear, continuo mais fruto de uma rede de relações, que vai sendo tecida em vários ambientes.”
Sendo assim devemos levar em consideração todo o processo vivido pela criança, nos ambientes que esses não vivam discriminados, rotulados. A escola tem como dever oferecer chances de sucesso, dentro dos interesses, focando nas habilidades de cada um, e criando chances de sucesso para todos.
As avaliações na educação inclusiva acontecem de acordo com o que se quer avaliar. Quando se avalia reprodução são usadas avaliações que medem a memorização da criança, ou seja, comportamentos que acontecem “automaticamente”.
Para esses alunos com D.I podemos optar por observação em sala de aula, atentar as respostas que são dadas pela criança em sala de aula, as atividades que o aluno faz, e as tarefas que lhe são passadas para fazer fora do ambiente escolar, ou seja, em casa.
Como auxilio para que a avaliação da aprendizagem aconteça, além das avaliações temos como grande aliado o portfólio. Esse por sua vez, nos permite conhecermos o aluno, acompanhar o percurso escolar, a evolução, fazendo com que seja uma ferramenta eficiente nesse processo de avaliação de aprendizagem escolar. É através dessa produção individual do aluno que os professores descobrem ainda mais a respeito da criança, sobre o que os motiva a aprender, como aprender, e como serem avaliados. 
Tendo o portfólio da criança deficiente como ferramenta, é possível descobrir além da produção, o que deve ser oferecido como recursos de acessibilidade para obter sucesso na vida escolar, tomando conhecimento das habilidades e dificuldades.
Devemos ressaltar a produção do aluno em sala de aula como meio de avaliação do mesmo. Essa produção diária do aluno na escola se dá por conta do auxilio do professor de atendimentoeducacional especializado. Esse profissional ajuda o professor regente no esclarecimento de dúvidas que possam surgir, e também na questão da avaliação, desde que o portfólio seja utilizado de forma adequada. Para que o portfólio seja uma ferramenta de grande valia no processo avaliativo, ele deve melhorar a dinâmica da criança em sala de aula, envolver a família nesse processo, incorporar o sentido inclusivo. Porém de forma alguma a avaliação para criança com deficiência intelectual deve ser um instrumento de classificação, mesmo que o professor tenha constatado erros nesse processo de construção do conhecimento.
O professor que recebe o aluno com deficiência intelectual, descobre que cada aluno tem sua maneira de construir conhecimento, e uma única maneira da avaliação acontecer não é o caminho correto, não é homogeneidade de aprendizagem, também é importante ter em mente que o objetivo da escola inclusiva é uma educação de qualidade assim como para os outros passando pelo processo da avaliação, essa que por sua vez precisa acontecer de forma útil e adequada para os alunos no modo geral. 
__________
¹ASSIS, Juscilene Oliveira formada em Pedagogia, pelo Centro Universitário Uninter, matriculada no curso de Pós Graduação Educação Especial e Educação Inclusiva.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada através de livros, sites. Livros e sites que contemplam esse tema polêmico da avaliação que abordam as funções e a importância da avaliação.
Essa então torna se uma pesquisa bibliográfica, baseando se em justifica e esclarecimentos de acordo com os autores, não possuindo coleta de dados para análise.
O critério utilizado para o desenvolvimento dessa monografia foi autores que abordam o tema, que se justificam, e esclarecem dúvidas, já que essa é a dúvida criada na atividade anterior, o projeto. Levando em consideração que essa atividade auxilia educadores, e educandos de Pedagogia.
Dentre os autores que foram citados na atividade, o que mais se destaca é Cipriano Carlos Luckesi, com grandes estudos, e citações sobre avaliação, trata do tema em sua obra, de forma a auxiliar o leitor, quanto ao tema.
Sites e revistas eletrônicas além dos livros também foram consultados para a conclusão do desenvolvimento, o acesso a sites tornou se uma fonte ainda mais esclarecedora para futuros educadores quando nos mostra que a avaliação além de função de diagnosticar o desempenho do alunado, pode ser aplicada de outras maneiras, como no dia a dia, por exemplo, de uma criança deficiente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
	A inclusão escolar exige muitas mudanças em seu currículo escolar, adaptações de acordo com a deficiência, mais em todo esse artigo que foi inteiramente bibliográfico sobre a avaliação da aprendizagem para crianças deficientes intelectuais ficou claro que a avaliação tradicional não comtempla a escola no modo geral, e que necessita de mudanças. Por isso o tema complexo, polêmico nos fez pensar sobre como a avaliação deveria ser aplicada em deficientes intelectuais, especificamente crianças. 
A pesquisa nos mostrou com clareza de dados coletados de autores que abordam o tema que na sua complexidade avaliação para crianças com D.I deve acontecer de forma diária, numa observação continua da sua evolução no ambiente escolar. Tudo com o auxilio de adaptações que começam no primeiro passo da educação inclusiva que é a matricula na escola regular, um direito para todos nós. 
Toda a bibliografia estudada mostra a nós professores que as dificuldades devem ser superadas, e as habilidades exaltadas, que o aluno deve ser tratado de forma igualitária, porém respeitando seu tempo, suas diferenças, e que o processo avaliativo deve acontecer da mesma forma que com os outros alunos e a escola deve disponibilizar recursos de acessibilidade se esse for o caso. 
O aluno visto como “a criança que não aprende” aprende sim, e muito, só que cada um no seu tempo, e pra que isso aconteça o professor deve se aperfeiçoar para alcançar o sucesso e a educação de qualidade, juntamente com o professor de atendimento especializado, o portfólio do aluno, a avaliação e todas as outras ferramentas de ensino que lhe dispuserem no ambiente escolar, para que todos tenham acesso ao ensino aprendizagem de qualidade, e a inclusão realmente aconteça de forma correta.
	
REFERÊNCIAS
apaelimeira.org. br/?page_id=301
BOTH, Ivo José. AVALIAÇÃO PLANEJADA,APRENDIZAGEM CONSENTIDA: É ENSINANDO QUE SE AVALIA, É AVALIANDO QUE SE ENSINA. 3° ed. rev – Curitiba: IBPEX, 2011.
http://cgceducacao.com.br/educacao_especial/, acesso em 24/03/17.
HAYDT, Regina Cazaux. A AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM. São Paulo: Ática, 2000.
HOFFMANN, Jussara. AVALIAÇÃO MEDIADORA: UMA PRÁTICA EM CONSTRUÇÃO DA PRÉ ESCOLA Á UNIVERSIDADE. 8°ed. Porto Alegre. Mediação,2005.
www.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/201161510199578deficiencia_intelectual.pd. Acesso em 23/03/2017.
https://inclusaoaee.wordpress.com/2010/08/28/como-avaliar-a-crianca-com-deficiencia-intelectual/, acesso em 24/03/17.
http://www.institutoparadigma.org.br/pergunte/educacao-inclusiva/181-qual-a-importancia-do-diagnostico-clinico-para-as-acoes-educacionais-visando-o-desenvolvimento-do-aluno-em-seus-aspectos-intelectual-emocional-e-social. Acesso em 24/03/17.
https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectua. Acesso em 24/03/2017.
LEITE, S.A da S. O ENSINO DE PRIMEIRO GRAU DA CRITICA A PROPOSTAS ALTERNATIVAS. IN: BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR. EDUCAÇÃO SUPERIOR E EDUCAÇÃO BÁSICA: coletânea de textos. Brasília, Mec,1988.
LUCKESI, Cipriano C. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: estudos e proposições. São Paulo: 19°ed. Cortez, 1994.
LUCKESI, Cipriano C. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR, São Paulo; Cortez, 1995.
LUCKESI, Cipriano C. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR, São Paulo, 13°ed. Cortez, 2002.
SANT’ANNA, Ilza Martins. PORQUE AVALIAR? COMO AVALIAR? Critérios e instrumentos. 7°ed. Vozes: Petrópolis, 2001.
SARAIVA, T. AVALIAÇÃO: UMA ABORDAGEM AMPLA. Folha Dirigida, Rio de Janeiro, março. 2005.
http://portal. mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aescola.pdf . acesso em 23/03/2017.
PAN, Miriam. O DIREITO A DIFERENÇA: UMA REFLEXÃO SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. 1° ed. – Curitiba: Intersaberes,2013.- (Série Inclusão Escolar)	.

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