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Universidade Federal Da Paraíba Centro De Ciências Da Saúde Departamento De Ciências Farmacêuticas Fisiopatologia Da Dor E Uso Da Morfina Como Analgésico Central Equipe: John Anderson José Venâncio Manoel Fernandes Nelson Filho Dor Interpretação do cérebro da informação sensorial transmitida ao longo das vias que começam nos nociceptores Pode ser classificada em fisiológica e patológica Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central A dor é a conseqüência perceptual final do processamento neural de determinada informação sensorial. Ocorre em resposta a um estímulo intenso ou nocivo. De forma geral para um acontecimento da dor: o estímulo inicial surge na periferia e é transferido, sob múltiplos controles, através de Transmissores sensoriais no SNC até o córtex, que torna a sensção consciente. 2 Dor Dor Fisiológica Reflexo protetor Dor Patológica Inflamatória Lesão tecidual Neuropática Lesões de nervos periféricos ou do sistema nervoso central Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central GOOLAN Dor Fisiológica – Reflexo (sistema de proteção) Essa dor fisiológica nos ajuda a evitar uma possível lesão, atuando como alerta precoce ao sinal protetor. Dor patológica pode surgir de diferentes tecidos e pode ser classificada comdor inflamatória (envolvendo estruturas somáticas ou viscerais) ou neuropática (envolvendo lesõesdo sistema nervoso). Também pode ser classificada com nociceptiva Dor Inflamatória - há lesão tecidual e inflamação, os estímulos nocivos provocam dor mais intensa do que o normal, devido a um aumento na excitabilidade do sistema somatossensorial, e estímulos que normalmente não causariam dor tornam-se dolorosos. (modulação) Neuropática - Dor considerável na ausência de estímulos nocivos ou de inflamação ou lesão do sistema nervoso. 3 Nocicepção É o componente fisiológico da dor, que compreende os processos de transdução, transmissão e modulação do estímulo nociceptivo Cadeia de três neurônios Neurônios sensoriais primários Neurônios aferentes primários Neurônios de projeção secundários Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Neurônios sensoriais primários (nociceptores) A dor neuropática não utiliza dessa cadeia A dor é a nocicepção mais a interpretação pelo córtex, que é um componente subjetivo (segundo a silverthorn) 4 Nociceptores Respondem a vários estímulos nocivos que causam ou têm potencial de causar dano ao tecido Podem ativar duas vias Vias protetoras reflexas Vias ascendentes para o córtex sensorial Ativação pode ser modulada Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Os nociceptores são os neurônios sensoriais primários cuja função é preservar a homeostasia tecidual, assinalando uma injúria potencial ou real São de alto limiar, uma vez que necessitam de um forte estímulo capaz de lesar o tecido para a despolarização de suas terminações nervosas. (1) respostas protetoras reflexas, que são integradas na medula espinal, (2) vias ascendentes para o córtex cerebral, que torna a sensação consciente. 5 Nociceptores Fibras Aδ: 2 a 6 µm, mielinizadas Responsáveis pela dor rápida Fibras C: 0,4 a 1,2 µm, não mielinizadas Responsáveis pela dor lenta Fibras Aβ: Maior de 10 µm, mielinizada São conectados as fibras Aδ, C e Aβ Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central São os neurônios aferentes primários Aδ são responsáveis pela primeira fase da dor, rápida e forte, do tipo picada ou ferroada e são sensíveis a estímulos mecânicos intensos (mecanorreceptores de alto limiar). Tem velocidade intermediária comparadas a fibras Abeta. As fibras C produzem uma segunda fase de dor mais difusa e persistente (lenta) e formam, na periferia, receptores de alto limiar para estímulos térmicos e/ou mecânicos. Fibras ABeta (Aβ) : São fibras de diâmetro grande (maior que 10 μm), mielinizadas e de condução rápida, responsáveis por sensações que não são ofensivas, Como vibração e movimento do pelos e são mais rápidas que as fibras Adelta. 6 Transmissão da dor Transdução periférica Golan, Princípios de Farmacologia 2ªed Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Aqui está um neurônio sensorial primário. Esses 4 são canais iônicos (receptores) que respondem a uma série de estímulos, cada um com seu respectivo estímulo. Esse mecânico por exemplo quando você leva um biliscão ele muda de conformação e permite o influxo de íons positivos, resultando nem uma despolarização, que quando alcança o limiar de excitação do canal de cálcio voltagem dependente, vai propagar o potencial de ação para os neurônios primários aferentes que Transferem ao sistesma nervoso central a duração e intensidade do estímulo. (Para que ocorra a propagação os canais de sódio regulados por voltagem também devem ser despolarizados, não só os de cálcio) Esses canais são alvo de anestésicos, pois inibem a condução. 7 Transmissão da dor Via Ascendente Golan, Princípios de Farmacologia 2ªed Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Visão mais macro. Focar nos tipos de neurônios Os neurônios sensoriais primários, denominados nociceptores pelo fato de responderem a estímulos nocivos. Os potenciais de ação resultantes são conduzidos até o SNC pelos axônios dos neurônios sensoriais aferentes primários, seguindo o seu trajeto inicialmente nos nervos periféricos e, a seguir, nas raízes dorsais que, em seguida, fazem sinapse em neurônios no corno dorsal da medula espinal. Os neurônios de projeção secundários transmitem a informação do corno ao tronco encefálico e ao tálamo que,a seguir, transmitem sinais ao córtex. As vias também enviam ramos para o sistema límbico e para o hipotálamo, como resultado a dor pode ser acompanhada por dor emocional (sofrimento) e algumas reações autonômicas como náuseas, vômito e sudorese. Na sinapse entre os aferentes primários e os de projeção secundários (nos cornos) há a liberação de neurotransmissores que depende dos canais de cálcio regulados por voltagem tipo N. Golam 243 Obs: Na condução no corno dorsal, entre as fibras C (mais lentas) e as de projeção secundária, está a substância P que é liberada por esses quando estimuladas. Essa substância P é co-liberada com o glutamato e age sob receptores metabrotópicos, que tem resposta mais lenta (vai despolarizando mais lentamente os secundários), por isso que mesmo o estímulo seja tirado, como uma picada de uma agulha, ainda é sentida a dor. O feixe paleoespinotaiámico atua na transmissão da dor lenta e é um sistema muito mais antigo. 8 Modulação da dor Por ativadores químicos: excitam diretamente as terminações Prótons, íons potássio, ATP, citocinas, fator de crescimento de nervos, etc... Por agentes sensibilizadores: aumentam a sensibilidade da terminações (hiperalgesia) Prostaglandinas, leucotrienos Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Os principais ativadores químicos que excitam os nociceptores são os prótons e o ATP. Prótons: o pH extracelular baixo, que é observado na isquemia e na inflamação, produz um influxo de cátions despolarizante através do TRPV1 e dos canais iônicos sensíveis a ácido (CISA). ATP: também sinalizam a presença de lesão celular, visto que a ruptura da célula libera concentrações de ATP da ordem de milimolares no espaço extracelular (onde a concentração de ATP é, em condições normais, muito baixa). LTs e PGs aumentam a sensibilidades dos nociceptores potencializando a percepção da dor. A PGE2 ativa uma via que reduz o limiar de estimulação Dos nociceptores causando sensibilização periférica. 9 Modulação Lesão tecidual Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Transmissão geral: explicar focando na hiperalgesia Obs!modulação da transmissão, teoria do portão A modulação da transmissão ocorres em todos os níveis do sistema nervoso por interneurônios inibitórios e excitatórios remotos Ex: teoria do portão: As fibras AB fazem sinapse com os interneurônios inibitórios e aumentam sua atividade, inibindo parcialmente as vias ascendentes, de modo que a dor percebida pelo cérebro é menor. Quando coça o local estimulado ativa as fibras AB 10 Analgesia Alívio da Dor Regulação inibitória local e descendente na medula espinal NT inibitórios no corno dorsal: Peptídeos opióides Norepinefrina GABA Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central A transmissão da dor na medula espinal é regulada pelas ações de interneurônios inibitórios e de projeções que descem do tronco para os cornos. Os quais podem ser alvos de analgésicos. Os NT atuam tanto em nível pré quanto pós sináptico Pré – reduzindo a atividade dos canais de cálcio Pós – Aumentando o influxo de cloreto e efluxo de potássio 11 Peptídeos opióides Inibem a transmissão sináptica e são liberados no SNC em respostas a estímulos nocivos Entre eles estão os peptídeos endógenos: β-endorfoina, encefalinas e dinorfinas Liberados de precursores maiores como a pró-opiomelanocortina Se ligam aos receptores opióides Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Produzidos endogenamente junto com norapinefrina e GABA Os peptídios opióides inibem a transmissão sináptica e são liberados em vários locais do SNC em resposta a estímulos nocivos. Todos os peptídios opióides endógenos, que incluem a -endorfina, as encefalinas e as dinorfinas, compartilham a seqüência N-terminal Tyr-Gly-Gly– Phe-Met/Leu. Os opióides são liberados proteoliticamente das proteínas precursoras maiores, a pró-opiomelanocortina, a proencefalina e a prodinorfina. Não confundir com OPIÓIDES 12 Opióides Qualquer composto, independentemente da sua estrutura, que possua propriedades funcionais e farmacológicas de um opiáceo Opiáceo refere-se aos compostos relacionados estruturalmente com os produtos encontrados no ópio (Papaver somniferum) Também se ligam aos receptores opióides Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Entre os opióides está a morfina 13 Receptores opióides GPCRs acoplados a Gi/Go Três classes: µ (mu) Medeiam a analgesia induzida pela morfina δ (delta) Ƙ (kappa) Distribuem-se amplamente pelo cérebro e medula espinal Também estão localizados nos tecidos periféricos Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Os receptores opióides são divididos em três classes, designadas como , e , que possuem receptores acoplados à proteína G que atravessam sete vezes a membrana. Os receptores opióides medeiam a analgesia induzida pela morfina. Essa conclusão ( de que o receptor da morfina é um receptor mu) baseia-se na observação de que o camundongo com nocaute do receptor de opióides não apresenta analgesia nem efeitos colaterais em resposta à administração de morfina. Relacionar os receptores nos tecidos periféricos com efeitos colaterais 14 Receptor opióide Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Leucina-2-Alanina+Encefalina&lang=3 Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Estrutura típica dos GPCRs 15 Morfina Agonista opiáceo Denominada em 1806 por Frederich Sertürner, em referência a Morfeu (Deus grego dos Sonhos) Papaver somniferum http://someinterestingfacts.net/facts-about-daffodils/papaver-somniferum/ Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Frederich Sertürner era assistente de farmacêutico e descreveu o isolamento por cristalização da morfina no ópio. A síntese da morfina é difícil, o fármaco ainda é obtido do ópio ou extraído da palha das papoulas (Papaver Somniferum). O ópio é obtido das cápsulas das sementes não germinadas da papoula. O suco leitoso é desidratado e pulverizado para obter o pó de ópio, que contém vários alcalóides, dos quais apenas uns poucos – a morfina, a codeína e a papaverina – tem utilidade clínica. Esses alcalóides podem ser divididos em duas classes químicas destintas, os fenantrenos e as benzilisoquinolinas. Os principais fenantrenos são a morfina (que constitui 10% do ópio), a codeína (0,5%) e a tebaína (0,2%). As principais benzilisoquinoleínas são a papaverina (1%) e a noscapina (6%). 16 Morfina Produz efeitos analgésicos No cérebro Altera o humor, produz sedação Na medula espinal Inibem a liberação de vesículas dos aferentes primários e hiperpolarizam os neurônios pós-sinápticos Nos tecidos periféricos Diminui ativação dos aferentes primários Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Goodman 490-491; Goolan 245 estudar 17 Morfina Estrutura química Relativamente hidrofílica http://pt.wikipedia.org/wiki/Morfina Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Embora tenha todos esses aneis, possui hidroxilas que dao a ela certa solubilidade em água. Permite administração intravenosa e raquidiana 18 Morfina A nível pré-sináptico: Reduz a secreção dos principais transmissores peptídicos aferentes (inclusive a substância P) A nível pós-sináptico: Bloqueia a excitação dos neurônios do corno dorsal Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Analgesia Terminação nervosa Golan, Princípios de Farmacologia 2ªed Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central No potencial de ação normal, sem interferência da morfina, que se inicia na periferia ativa os canais de cálcio pré-sinápticos sensíveis a voltagem, resultando em um influxo de cálcio e liberação das vesículas, que contem os neurotransmissores excitatórios (glutamato, neuropeptídeos, substância) vão atuar sobre os receptores pós-sinápticos. Se for os ionotrópicos leva a uma despolarização rápida, enquanto a ativação de outros receptores (gpcr) mais lenta. Quando a morfina se liga ao receptor opióide, vai ocorrer uma diminuição dessa despolarização. Explicar o porque 20 Morfina Mecanismo de ação Ativação do receptor µ : Inibição da atividade da adenililciclase Redução da abertura dos Cav Estimulação do efluxo de K+ Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central GOLAN - Os efeitos da sinalização dos receptores opióides consistem em redução da condução de cálcio présináptica, aumento da condutância pós-sináptica de potássio e redução da atividade da adenil ciclase. A primeira função impede a liberação pré-sináptica de neurotransmissores; a segunda reduz as respostas neuronais pós-sinápticas a neurotransmissores excitatórios; e o papel fisiológico da última permanece desconhecido. Ou seja pós-sináptico atua de forma parecida como os receptores M2 (relaxamento do coração) 21 Morfina http://blogdosar.blogspot.com.br/2010/12/anestesia-geral-hipnose-analgesia.html Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Via clássica da Gi 22 Morfina Medicamento referência DIMORF ® Formas farmacêuticas Comprimido, solução oral, injetável e supositório Vias de administração Oral Raquidiana Analgesia controlada pelo paciente Retal Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Obs – Parenteral são todas essas outras vias que não são a oral Raquidiana – Doses menores e redução dos efeitos colaterais – NA COLUNA- não sei se é bom especificar Via intratecal- injeção no canal raquideano, diretamente no espaço subaracnoide (evita a barreira hematoencefálica) Via epidural – Injeção no espaço entre a dura-máter e a parede do canal raquideano Outras vias – Goodman 513, 514 – Golam 250 Não vamos falar da posologia pois varia muito de via para via A indicação específica da morfina (relacionado a via d adminstração) vai depender da situação do paciente 23 Morfina Absorção Trato gastrintestinal, mucosa retal, medula Distribuição e metabolismo Meia vida de ~2h Conjugação com ácido glicurônico Morfina-6-glicuronídeo, morfina-3-glicuronídeo Excreção Filtração glomerular Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Absorção- A morfina por ser hidrofílica é modestamente absorvida no trato gi e na mucosa retal e na medula por infusão espinal. Ela não é bem absorvida pela mucosa nasal ou via transdérmica devido sua baixa lipofilicidade, não consegue atravessar a membrana. A morfina é bem utilizada por infusão espinal como dito, porque ela vai atravessar a dura-máter. Como a maior parte dos opióides a morfina ela é absorvida mais por via parenteral do que oral, aumenta a biodisponibilidade, que é.... E a morfina por ser hidrofilica novamente, tem mais dificuldade de atravessar a barreira hematoencefalica quando comparada a codeína ou heroína, que são opióides sintéticos. Distribuição – 1/3 se liga a proteínas plasmáticasMeia vida de aproximadamente 2 horas e 24h após uma dose terapêutica, a morfina propriamente dita não persiste nos tecidos. Isso porque ela vai estudar conjugada com o ácido glicurônico no fígado, e os dois metabólitos principais que são gerados dessa conjugação são a M6G e M3G. Embora sejam muito polares, conseguem atravessar a barreira e produzir efeitos clínicos. Tem o triplo da meia vida da morfina, que gera, digamos, uma menor excreção e é mais potente que a morfina. Excreção- Principalmente na forma de morfina-3-glicuronídeo (90% ocorre durante o primeiro dia). Pequenas quantidades de morfina são excretadas sem alterações. E é possível detectar nas fezes morfina após algum dia, por que ela vai estar na circulação do fígado, junto com os glicurónídeos. 24 Morfina Efeitos colaterais Depressão respiratória Sedação Potencial de abuso Hipotensão Náuseas Vômito Tosse Fisiopatologia da Dor e Morfina como Analgésico Central Efeitos colaterais – efeito diferente daquele considerado principal por um fármaco. Diferente de efeito adverso, que se refere a um efeito colateral indesejado NÃO ACHEI UMA MANEIRA DE FALAR DA DEPENDÊNCIA. SE FOR FALAR ELA VAI COBRAR OS MECANISMOS, E É COMPLICADO 25 Universidade Federal Da Paraíba Centro De Ciências Da Saúde Departamento De Ciências Farmacêuticas Fisiopatologia Da Dor E Uso Da Morfina Como Analgésico Central Equipe: Jonh Anderson – jonh.borges@hotmail.com José Venâncio – juniorjampa_@hotmail.com Manoel Fernandes – fernandox-w@hotmail.com Nelson Filho – nf _santista@hotmail.com
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