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AULA 07 Ergonomia Organizacional e Cognitiva


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Disciplina – Ergonomia
Curso – Engenharia Mecânica
Aula 07 – Ergonomia Organizacional e Cognitiva
Profa. Roberta Martins Couto
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ERGONOMIA COGNITIVA
 Todo trabalho humano, independente de sua natureza, solicita
daqueles que o realiza um processamento de informações;
 Importante como as pessoas percebem e agem a partir das
informações que captam no ambiente a sua volta.
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OBJETIVO DA ERGONOMIA COGNITIVA
 Compreender como os indivíduos reagem nas situações em
que estão envolvidas decisões que levam às ações.
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OBJETIVO DA ERGONOMIA COGNITIVA
 Cognição
 Conjunto de processos mentais que permite às pessoas
buscar, tratar, armazenar e utilizar diferentes tipos de
informações no ambiente.
 Processos Cognitivos:
 Tomada de decisão;
 Resolução de problemas;
 Atenção;
 Memorização;
 Categorização.
- Podem ser solicitados 
mais ou menos diante 
das exigências das 
tarefas;
- Necessário dar 
condições ao 
trabalhador para 
utilizar tais processos 
cognitivos.
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ERGONOMIA FÍSICA X COGNITIVA
Física:
 Relação física entre ser 
humano e trabalho;
 Foco de análise nas 
exigências físicas do 
ambiente de trabalho;
 Conhecimento de 
antropometria, biomecânica 
e fisiologia;
Cognitiva:
 Relação cognitiva entre 
homem e trabalho;
 Foco na análise nas 
exigências cognitivas do 
ambiente de trabalho;
 Conhecimento de psicologia 
e fisiologia.
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ERGONOMIA FÍSICA X COGNITIVA
Física - Questões:
 Trabalhar sentado por 8 
horas causará problemas 
nas costas?
 A intensidade X de ruído 
poderá causar perda 
auditiva?
 O display Y poderá gerar 
problemas de visão?
Cognitiva - Questões:
 Trabalhar sentado por 8 
horas causa redução da 
atenção?
 A intensidade X de ruído faz 
com que o trabalhador não 
perceba o sinal Z?
 O display Y gera problemas 
no entendimento da 
informação?
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ERGONOMIA
 No trabalho existem pelo menos três aspectos constantemente 
relacionados:
 Físico;
 Cognitivo;
 Psíquico.
 Mesmo em trabalhos com alta carga mental, queixas físicas 
surgem quando não há um bom projeto;
 A abordagem ergonômica deve ser ampla, focando no aspecto 
que apresenta maior ênfase na tarefa;
 O foco é a saúde e segurança do trabalhador.
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IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA COGNITIVA
 Ambientes de trabalhos complexos;
 A dinâmica das atividades, com pressão de tempo e automação, 
requer decisões rápidas e assertivas;
 Transferência de informação entre homem e máquina;
 Perda da consciência situacional pode levar a incidentes / 
acidentes;
 Com base na análise cognitiva da tarefa é possível melhorar o 
sistema de trabalho, tornando a atividade mais segura e 
eficiente.
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ERGONOMIA COGNITIVA
 São realizados estudos dos aspectos cognitivos das interações 
homem – máquina para elaborar sistemas mais seguros e 
eficazes:
 Atenção;
 Percepção;
 Memória;
 Tomada de decisão;
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ATENÇÃO
 Todo o processo de codificação e armazenagem das 
informações na memória passa pela atenção, que funciona 
como filtro do sistema (KLATZKY, 1980; Jonson-Laird, 1988; 
Sterneberg, 2000; Jou, 2001).
 Atenção concentrada
 Atenção dividida
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ATENÇÃO PROLONGADA - VIGILÂNCIA
 Habilidade de manter um determinado nível de alerta por um 
tempo prolongado;
 Necessária em muitos ambientes de trabalho;
 Voar;
 Dirigir;
 Essas atividades exigem elevada carga mental para sua 
realização
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ATENÇÃO PROLONGADA - VIGILÂNCIA
 Tempo de reação: intervalo entre o aparecimento do sinal e a 
resposta dada – não pode ser maiorr que 100ms;
 Tempo de resposta: soma do tempo de reação com o tempo 
para realização do movimento;
 Nessa área, estudos focam na avaliação do tempo de reação e 
tempo de resposta
 O objetivo é avaliar a habilidade de desempenhar 
determinadas tarefas mentais.
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TEORIAS DE PERCEPÇÃO
 Abordagem associacionista;
 Abordagem analítica;
 Abordagem holística
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ABORDAGEM ASSOCIACIONISTA
 A percepção de formas é o resultado da soma de sensações 
isoladas;
 Inicia com a captação do estímulo ambiental pelos órgãos 
sensoriais (sob a forma de luz, calor, movimento...);
 A forma final é dada posteriormente por um processo de 
associação dessas sensações;
 Em conjunto, essas sensações geram uma forma mais 
complexa, o todo que percebemos;
 Essas associações dão significado aos estímulos iniciais, 
utilizando as informações armazenadas na memória.
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APRENDIZAGEM
 Inicia com a percepção;
 Combinação da nova informação com aquilo já conhecido, 
permitindo a tomada de decisão;
 CONHECIMENTO: Saber acadêmico, teórico, não operacional;
 COMPETÊNCIA: saber combinado, articulado, construído para 
realizar a ação.
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MEMÓRIA
 Processo de armazenamento de informação para uso posterior;
 Relacionado com o desenvolvimento cognitivo do ser humano;
 Relacionado com a capacidade de processamento da 
informação;
 Pensar é processar a informação.
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OPERAÇÕES BÁSICAS DA MEMÓRIA
 CODIFICAÇÃO
 Modo como o ser humano transforma os inputs físicos 
sensoriais em uma “representação” que pode ser colocada 
na memória.
 ARMAZENAMENTO
 Maneira como o ser humano mantém a codificação 
armazenada na memória
 RECUPERAÇÃO
 Modo como o ser humano acessa as informações 
armazenadas na memória.
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TIPOS DE MEMÓRIA
 SENSORIAL
 CURTA DURAÇÃO
 LONGA DURAÇÃO
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MEMÓRIA SENSORIAL
 As informações que impressionam os órgãos dos sentidos ficam 
retidas momentaneamente por um sistema de armazenamento 
denominado memória sensorial;
 Caso a pessoa preste atenção nas informações, estas são 
transferidas à memória de trabalho ou de curto prazo (centro de 
consciência);
 A informação passada para memória de trabalho ou é perdida.
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MEMÓRIA DE CURTO PRAZO OU OPERACIONAL
 Crucial tanto no momento da aquisição como no momento da 
evocação de toda e qualquer memória;
 Armazena temporariamente informações que serão úteis apenas 
para raciocínio imediato e a resolução de problemas, ou para a 
elaboração de comportamentos, podendo ser esquecidas logo a 
seguir;
 Mantém a informação viva durante poucos segundos ou 
minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada.
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MEMÓRIA DE CURTO PRAZO OU OPERACIONAL
 Retém todos os pensamentos, informações e experiências de 
que um indivíduo está tomando conhecimento em qualquer dado 
momento;
 É volátil pois sofre com interferências e distrações, o que pode 
ser minimizado com a utilização de códigos e treinamento;
 Tem capacidade limitada.
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MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
 É o local onde fica armazenado o conhecimento que o indivíduo 
tem do mundo;
 As informações armazenadas na memória de longo prazo 
constituem a base fundamental para a tomada de ações;
 O repertório armazenado na memória a longo prazo determina a 
maneira de dar sentido aos objetivos percebidos;
 Determina também a maneira de atribuir significados às 
informações que se pretende comunicar.
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MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
 As informações podem ser armazenadas, recuperadas e 
sobreviver a um maior espaço de tempo quando:
 As informações são repedidas e acessadas com uma certa 
frequência;
 A apreensão da informação ocorre de forma recente e 
espaçada ao longo do tempo;
 As informações são organizadas de forma que tenham 
vivacidade, sentido e significado para o sujeito;
 As informações fazem referência a domínios do 
conhecimento concretos e familiares de forma que possam 
ligara esquemas pré-estabelecidos.
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APERFEIÇOAR A MEMÓRIA
 Construir redes neurais – relacionar significados, conceitos –
puxar o “fio da meada”;
 Usar informações chave – sistematização 
 Construir imagens visuais;
 Dar significado – associar com algo que já tenha significado
 Ex. 182279 – ano da independência + sete de setembro
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TOMADA DE DECISÃO
 Resultado de todo o processo de atenção, percepção, uso da 
memória;
 Resultado do processamento da informação;
 Esse processo de decisão é baseado no controle cognitivo.
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TOMADA DE DECISÃO – CONTROLE COGNITIVO
 O controle cognitivo está estruturado em três níveis:
 Nível baseado no conhecimento
 Nível baseado nas regras
 Nível baseado na habilidade ou aptidão
 Estes níveis são ativados conforme a informação é interpretada
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TOMADA DE DECISÃO – CONTROLE COGNITIVO
 Nível habilidade:
 Informação interpretada como sinal;
 Condução de tarefas rotineiras de modo automático
 Nível regras:
 Aplicações de rotinas memorizadas ou escritas de modo 
consciente
 Nível Conhecimento:
 Informação interpretada como símbolo
 Utilizado em situações novas, nas quais regras nem rotinas 
podem ser aplicadas.
ERGONOMIA 
ORGANIZACIONAL 
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AS CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS DO 
TRABALHO
 A organização do trabalho é o conjunto dos processos que 
permitem a realização de uma potencialidade;
 A organização do trabalho é a definição das tarefas e de suas 
condições de execução por instâncias exteriores aos 
trabalhadores;
 A organização do trabalho é o resultado de um equilíbrio 
momentâneo, reconstruído de forma cotidiana, entre diferentes 
grupos sociais.
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ABORDAGEM ERGONÔMICA DA OT
 A organização do trabalho é baseada em uma visão teórica dos 
sistemas de produção;
 A organização do trabalho não permite o progresso do sistema 
organizacional;
 Na maioria das empresas, há uma confusão entre ferramentas 
destinadas a prever pelo cálculo um primeiro dimensionamento 
dos meios de trabalho e a utilização dessas ferramentas para 
controlar o trabalho real.
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RELAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
E A PRODUÇÃO
Objetivos
Meios
Produção
Regulação
Saúde
Modos 
operativos
TAREFA ATIVIDADES DE TRABALHO
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AS CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS DO 
TRABALHO
Do ponto de vista da ergonomia, a organização do trabalho 
pode ser decomposta em três objetivos:
 Definir e repartir as funções, as tarefas e os postos de trabalho
necessários a obtenção de uma determinada produção;
 Decidir, escolher e implantar os meios materiais (espaços de
trabalho, máquinas, logística) e humanos (recrutamento e
seleção, formação e treinamento, alocação e promoção do
pessoal);
 Assegurar o desenvolvimento e o acompanhamento das
atividades de trabalho (planificação e ação, coordenação e
regulação, avaliação do alcance dos objetivos).
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EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE OT
As diferentes formas de Organização do Trabalho são:
 Taylorismo e Fordismo;
 Escola das Relações Humanas;
 Abordagem Sistêmica;
 Corrente Sócio-Técnica;
 Abordagem Contingencial;
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ORGANIZAÇÃO TAYLORISTA / FORDISTA DO 
TRABALHO
Hipóteses da Organização Taylorista / Fordista do Trabalho:
 Existe uma melhor maneira de realizar uma tarefa, para obtê-la
deve-se examinar a realidade do trabalho de uma forma
científica;
 É necessário separar o planejamento da execução do trabalho;
 Deve-se promover a seleção do melhor operário para cada
tarefa, promovendo-se o seu treinamento e o seu
desenvolvimento;
 Todo trabalhador procura maximizar seus ganhos monetários;
 Deve-se evitar a formação de grupos de trabalho.
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ORGANIZAÇÃO TAYLORISTA / FORDISTA DO 
TRABALHO
Princípios da Organização Taylorista do Trabalho: 
 Organização como um sistema fechado;
 Organização como um sistema determinístico;
 Divisão técnica do trabalho entre planejamento e execução;
 Ser humano é reduzido a gestos e movimentos;
 Ser humano pode ser programado a priori;
 Ser humano desprovido de sua capacidade de raciocínio.
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ORGANIZAÇÃO TAYLORISTA / FORDISTA DO 
TRABALHO
Princípios da Organização Fordista do Trabalho: 
 Henry Ford retoma e desenvolve o taylorismo através de dois 
princípios complementares: 
 Integração, por meio de esteiras ou trilhos, dos diversos 
segmentos do processo de trabalho, assegurando o 
deslocamento das matérias primas em transformação; 
 Fixação dos trabalhadores em seus postos de trabalho.
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ORGANIZAÇÃO TAYLORISTA / FORDISTA DO 
TRABALHO
Consequências ergonômicas:
 No Fordismo, a segmentação dos gestos do taylorismo torna-se
a segmentação das tarefas, o número dos postos de trabalho é
multiplicado, cada um recobrindo o menor número de atividades
possíveis;
 O sistema taylorista-fordista percebe as organizações como
mecânicas e administrá-las significa fixar metas e estabelecer
formas de atingi-las;
 Organizar tudo de forma racional, clara e eficiente, detalhar
todas as tarefas e, principalmente, controlar, controlar,
controlar...
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A CONTRIBUIÇÃO DA ERGONOMIA
A ergonomia pode contribuir na definição da organização do
trabalho evidenciando os seguintes aspectos:
 Problemas ambientais e de procedimentos técnicos;
 Os grandes modos operativos;
 Características dos recursos humanos disponíveis;
 Vantagens e inconvenientes do sistema implantado;
 Evolução contínua do sistema organizacional implantado.
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A CONTRIBUIÇÃO DA ERGONOMIA
A ergonomia propõe algumas recomendações gerais, para a
definição dos termos de referência/organização trabalho:
 Definição dos objetivos da OT ao nível de cada posto de
trabalho;
 A OT deve favorecer a antecipação das diversas disfunções;
 A OT deve permitir um contínuo progresso das estruturas
organizacionais;
 A OT deve favorecer o progresso contínuo das competências
dos diferentes trabalhadores;
 A OT deve propiciar um ambiente saudável para o ser
humano.
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CRITÉRIOS ERGONÔMICOS DA DECISÃO 
ORGANIZACIONAL
Critérios utilizados pela ergonomia para avaliar as diferentes
soluções organizacionais propostas:
 Condicionantes temporais imediatas;
 Condicionantes dos horários de trabalho: escala cotidiana,
semanal, mensal e anual de rolamento das equipes;
 Efeitos sobre a alimentação, sono, transporte e vida social;
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CRITÉRIOS ERGONÔMICOS DA DECISÃO 
ORGANIZACIONAL
 Possibilidades de modificar a alocação de recursos (materiais e 
humanos), na ocorrência de um problema;
 Possibilidades de encontrar esses recursos em caso de 
dificuldade; 
 Condições de passagem de uma tarefa à outra, durante uma 
mesma jornada de trabalho;
 Possibilidades de planificação de diferentes ações e as 
alterações prováveis da planificação inicial;
 Condições que favoreçam ou dificultam a colaboração entre 
diferentes funções;