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1) Dentre as etiologias virais e bacterianas, qual é a mais frequente em uma faringite aguda nas crianças abaixo de 2 anos? Viral. 2) Como é o exame clínico de uma faringite aguda de etiologia viral? O principal desafio diagnóstico é o da distinção entre faringite/amigdalite viral e estreptocócica. Baseada apenas na clínica, é frequentemente imprecisa quer por os portadores de infecção estreptocócica nem sempre apresentarem o quadro clássico quer, e sobretudo, por este quadro poder ser mimetizado por outros agentes. A dor de garganta é o principal desses sintomas, mas outros também podem entrar para a lista: • Dificuldades para engolir ou falar • Garganta seca • Voz rouca e abafada. Os sintomas são semelhantes tanto na faringite viral quanto na bacteriana. Em ambos os casos, a membrana mucosa que reveste a faringe pode estar ligeira ou intensamente inflamada e coberta por machas brancas ou pus. A febre, a inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço e uma contagem elevada de glóbulos brancos no sangue são típicos tanto da faringite viral como da bacteriana, embora estes sintomas possam ser mais evidentes na forma bacteriana. O modo correto de diagnosticar o tipo de afecção é fazendo a coleta de material para posterior análise laboratorial. Usa-se uma vareta com um pedaço de algodão em sua ponta e a coloca em contato com a garganta do paciente. Desta forma, através de exames específicos, se distinguirá o tipo de agente infeccioso que causou a faringite. Porém, como este diagnóstico laboratorial costuma demorar de 48 a 72 horas para finalizar e o paciente está com vários sintomas desagradáveis, o otorrino normalmente opta pelo tratamento baseado nos sinais apresentados. Como citamos, a faringite bacteriana apresenta febre intensa e secreção na garganta. Se não forem percebidas estas características no exame clínico, o tratamento para faringite pode ser iniciado antes mesmo da análise laboratorial. Este exame, quando enviado para o laboratório, irá comprovar ou descartar a presença de bactérias na secreção coletada da garganta do paciente. Se não forem percebidas, confirma-se o diagnóstico de inflamação viral e o tratamento pode ser continuado até a cura do paciente. 3) Sobre a Febre Faringoconjuntival ou Ceratoconjuntivite epidêmica, descreva agente etiológico e clínica. Apresenta como agentes etiológicos, principalmente vírus e bactérias. A conjuntivite de origem viral, na maioria dos casos tem como agente causador os Adenovírus (AdVs): AdV-3 (AdV-B), AdV-4 (AdV-E), AdV-8, -19a, -37, -53, e - 54 (AdV-D). A conjuntivite pode ainda ser causada por outros vírus como Herpes Virus, Coxsackievirus, Rhinovirus, Echovirus, Enterovirus, Molluscum Contagiosum Virus, dentre outros. O Enterovirus 70 e Coxsackievirus A4 estão ambos relacionados à forma hemorrágica da conjuntivite viral. Grande parte das afecções oculares, secundárias à infecção por adenovírus, apresenta-se na forma de conjuntivite folicular simples, febre faringoconjuntival e ceratoconjuntivite epidêmica. A conjuntivite folicular simples é autolimitada, transitória e não se associa a disfunções sistêmicas. Os sorotipos 1 a 11 e 19, são as causas primárias de conjuntivites foliculares não específicas. A febre faringoconjuntival, mais comumente causada pelos sorotipos 3, 4, 5 e 7 do adenovírus, caracteriza-se por febre, cefaleia, faringite, conjuntivite folicular e adenopatia pré-auricular. Em alguns casos isolados, os sinais sistêmicos podem mimetizar uma infecção causada pelo vírus influenza. A ceratoconjuntivite epidêmica é frequentemente causada pelos sorotipos 8, 19 e 37 do grupo AdV-D, com envolvimento significativo da córnea. Na maioria dos pacientes ela se apresenta na forma bilateral, precedida por infecção do trato respiratório superior. 4) Sobre a Herpangina, descreva agente etiológico e clínica. Essa enfermidade é causada por vários tipos de vírus. Usualmente, a herpangina é produzida por uma linhagem particular de coxsackievirus A, mas também pode ser causada por coxsackievirus B ou echovirus. É mais comum em crianças. Se caracteriza por lesões vesiculosas e ulcerativas na boca das crianças, afetando o paladar (língua), a faringe, as amídalas, etc. A criança menor de 5 anos, poderá apresentar febre alta, vômitos, diarréia, dor de garganta e muita babação. A duração desses sintomas é de 2 a 7 dias, aproximadamente. 5) Sobre a Mononucleose infecciosa, descreva agente etiológico e clínica? A mononucleose é uma infecção viral que causa febre, dor de garganta e glândulas linfáticas inchadas, principalmente no pescoço. Em geral está ligada ao vírus Epstein-Barr (EBV), mas também pode ser causada por outros organismos como o citomegalovírus (CMV). Os sintomas mais comuns são: - mal estar, - febre, - amigdalite, - aumento de tamanho dos gânglios do pescoço e submandibulares, - crescimento do fígado, do baço, - alterações do hemograma, com surgimento de glóbulos brancos modificados que são chamados linfócitos atípicos. 6) Qual o tratamento da Mononucleose infecciosa? Deve-se colher algum exame laboratorial para seu diagnóstico? Medidas gerais de suporte, repouso e medicação visando os sintomas são empregados na fase inicial. O uso de corticosteróides pode ser benéfico em caso especiais. A prática esportiva, principalmente de contato, deve ser proibida até o desaparecimento dos aumentos do fígado e ou do baço. O emprego de antivíricos é de aplicação muito restrita. Pacientes com história recente da infecção não devem doar sangue. Sim, deve-se colher exames de sangue. 7) Sobre a Faringite Bacteriana aguda, qual o pico de incidência e cite 2 principais agentes etiológicos. A faringite bacteriana apresenta um pico de incidência que ocorre entre os 5-11 anos. A bactéria mais importante neste diagnóstico é a presença da bactéria chamada de streptococcus beta-hemolítico do grupo A. 8) Descreva o quadro clínico da faringite bacteriana aguda. O quadro inicia-se com uma febre alta de inicio súbito acompanhado de dor de cabeça e dor de garganta intensa. Ao ser examinado o paciente apresenta uma faringe com muita vermelhidão acompanhada de material purulento. Associa-se a isso o aumento do volume do pescoço com aumento dos linfonodos que podem estar dolorosos. 9) Qual o tratamento e complicações da Faringite bacteriana aguda. O tratamento é realizado com a famosa penicilina benzatina ou benzetacil ou com amoxicilina oral. O tratamento preferencial é a benzetacil por que é dose única e sem chance para falha no tratamento (falha de doses, por exemplo). As complicações possíveis de uma faringite estreptocócica incluem a febre reumática, inflamação dos rins, bacteremia (bactérias na corrente sanguínea) e, excepcionalmente, a sindrome de Shock por streptococcus. Em algumas formas mais graves de faringite (por exemplo faringite por mononucleose grave), pode-se apresentar obstrução das vias aéreas. É possível que se apresente um abcesso peritonsilar ou um abcesso retrofaríngeo. 10) Descreva clínica, diagnóstico e tratamento do Abscesso amigdaliano. Os sintomas incluem: 1. dor de garganta persistente 2. dificuldade em engolir ou abrir a boca 3. glândulas inchadas no pescoço 4. dor de cabeça 5. calafrios ou febre 6. inchaço da face 7. alterações específicas na fala, às vezes chamado de “a voz nasal ou batata quente”, pois soa como se estivesse a falar com a boca cheia de batatas. Diagnóstico do abscesso periamigdaliano O médico examina a garganta, boca e pescoço e remove uma amostra da sua garganta. O material extraído é enviado ao laboratório para a cultura, onde pode ser identificado o tipo de bactéria causadora da infecção. O médico pode observar a sua garganta com um endoscópio. O médicopoderá pedir a realização de radiografias ou uma tomografia computadorizada (TC) para ver melhor a extensão da infecção nos tecidos do pescoço. O tratamento é realizado por meio de antibioticoterapia. Em casos de infecções graves, antibióticos podem ser administrados por via intravenosa. Muitos abcessos não respondem aos antibióticos sozinhos, e precisam ser drenados. Isso pode ser feito com uma agulha ou de uma pequena incisão e a sucção do líquido. Como os sintomas tornam difícil para comer e beber, algumas pessoas podem precisar de fluidos intravenosos para tratar ou prevenir a desidratação. Se o abcesso periamigdaliano continuar a aparecer, pode precisar remover as amígdalas cirurgicamente (amigdalectomia).
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