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Capitulo 6 - Livro Métodos da Pesquisa (Sakomura e Rostagno) - Método fatorial para determinar exigências nutricionais

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Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
Capítulo6 Método fatorial para determinarexigências nutricionais
1. Introdução....................................................................197
2. Utilização da energia nos animais monogástricos ....................197
2.1. Partição da energia para manutenção e deposição corporal .....198
3. Métodos para determinar as exigências de energia para mantença e
eficiências de utilização da energia ....................................199
3.1. Produção de calor do animal em jejum............................199
3.2. Técnicas para medir a produção de calor .........................200
3.3. Ensaios de alimentação para medir os componentes do balanço
energético ....................................................................204
4. Métodos para estimar as exigências de proteína para mantença .206
5. Metodologias para determinar exigências de energia e proteína com
base no método fatorial padronizadas na UNESP-Jaboticabal ....207
5.1. Protocolo para determinar as exigências para manutenção e
eficiências de utilização da energia .....................................207
5.2. Protocolo para determinar a EMm em ensaio com apenas um
nível de alimentação ........................................................211
5.3. Fatores que afetam as exigências de energia para
manutenção ..................................................................212
5.4. Protocolo para determinar exigências de energia para o
crescimento das aves .......................................................214
5.5. Protocolo para determinar as exigências de energia para
produção ......................................................................218
5.6. Elaboração dos modelos para determinar as exigências
energéticas ...................................................................220
5.7. Protocolo para determinar exigências de proteína para
mantença .....................................................................220
5.8. Exigências de proteína para o crescimento e produção .........223
5.9. Elaboração de modelos para determinar exigências de
proteína .......................................................................223
Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
5.10. Avaliação dos modelos ...............................................224
6. Modelo para estimar a exigência de energia de porcas em
gestação ......................................................................227
7. Utilização dos aminoácidos pelos animais monogástricos ..........228
7.1. Necessidades de aminoácidos para mantença ....................228
7.2. Métodos para determinar as exigências de aminoácidos para
mantença .....................................................................230
7.3. Protocolo para determinar as exigências de aminoácidos para
mantença e eficiências de utilização dos aminoácidos ...............231
7.4. Necessidades dos aminoácidos para deposição de tecido
protéico .......................................................................234
7.5. Exigências de aminoácidos para produção de ovos ..............238
8. Metodologia das Tabelas Brasileiras para estimar a exigência
de lisina .......................................................................239
8.1. Modelos para estimar as exigências de lisina para frangos de
corte e suínos ................................................................239
8.2. Modelo para estimar as exigências de lisina para aves em
postura ........................................................................240
8.3. Cálculo das exigências de lisina para suínos em crescimento
pelo método fatorial ........................................................242
9. Estudo do crescimento e da composição corporal dos animais ....243
9.1. Curva de crescimento dos animais ..................................243
9.2. Estudo da composição corporal dos animais .......................246
9.3. Protocolo para avaliar o crescimento e deposição dos
nutrientes corporais nas aves ..............................................247
10.Aplicação de modelos de crescimento e do método fatorial na
definição das exigências nutricionais ..................................251
10.1. Uso de modelos de crescimento na definição das exigências
de energia ....................................................................253
10.2. Uso de modelos de crescimento para estimar a exigência
de lisina .......................................................................253
11. Referências bibliográficas ...............................................256
Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
1. Introdução
O método fatorial é baseado no princípio de que a exigência em energia ou
nutrientes do animal é a quantidade a ser fornecida para sua manutenção,
crescimento proteíco, engorda e produção.
Esse método tem sido a base para a elaboração de modelos que estimam as
exigências nutricionais levando em conta as diferenças de pesos, composição
corporal, potencial de crescimento e de produção dos animais, assim como do
ambiente na definição das exigências.
O método fatorial fraciona a exigência total em manutenção, crescimento e
produção, sendo expresso por: CN = Nm + Nc, em que CN é o consumo do nutriente,
Nm e Nc são as demandas de nutrientes para manutenção e crescimento e/ou
produção, respectivamente. Dessa forma, para a elaboração dos modelos
fatoriais, é necessário determinar ou estabelecer, com base na literatura, os
coeficientes ou fatores que expressam as exigências nutricionais.
Os modelos utilizados pelo NRC (1998) para estimar as exigências de energia
e aminoácidos para suínos são baseados no método fatorial. Estes são
estruturalmente simples, fáceis de usar e permitem definir programas nutricionais
para situações específicas.
O método fatorial também representa uma ferramenta para a compreensão
do metabolismo energético e protéico dos animais, importante para os estudos
de modelagem, os quais visam a definição de um sistema adequado para a produção.
Neste capítulo, são abordadas as metodologias para determinar exigências
pelo método fatorial e propostos protocolos experimentais baseados nas
metodologias padronizadas na UNESP de Jaboticabal e na Universidade Federal
de Viçosa.
2. Utilização da energia nos animais monogástricos
A energia utilizada pelos animais para o crescimento dos tecidos, produção,
atividades físicas e manutenção da temperatura corporal é derivada de
carboidratos, gorduras e proteínas da dieta. Dessa forma, a energia consumida
Método fatorial para determinar
exigências nutricionais
Capítulo6
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. pelo animal pode ser usada para as atividades, é convertida em calor ou
armazenada nos tecidos corporais. A energia que excede a necessária para
manutenção e deposição de proteína corporal não pode ser excretada do corpo
do animal; então é armazenada como gordura.
2.1 Partição da energia para manutenção e deposição corporal
Blaxter (1972), define a mantença corporal como sendo a situação em que
não ocorrem ganhos nem perdas de nutrientes pelo organismo. Portanto, as
exigências de energia para mantença podem ser definidas como a quantidade
de energia necessária para manter o balanço entre catabolismo e anabolismo,
isto é, quando não há retenção de energia. Entretanto, para Chwalibog (1991),
essa definição é aceitável para animais adultos e não para aqueles em
crescimento, nos quais o equilíbrio energético nunca ocorre. Neste caso,
Chwalibog (1985) define a exigência de energia para mantença como sendo
aquela necessária para manter o equilíbrio do turnover de proteína e gordura, a
temperatura corporal e as atividades normais de locomoção. Dessa forma, difere
da definição clássica da exigênciade energia para mantença, pois o equilíbrio
do turnover de proteína e gordura ocorre quando a retenção de gordura é
negativa, enquanto a de proteína é positiva.
Os gastos energéticos para atividade física e manutenção da temperatura
corporal fazem parte da mantença, assim deve ocorrer um balanço entre a
produção e a perda de calor.
As exigências de energia para manutenção são relacionadas ao peso corporal
e expressas pela equação: EMm = aPb, em que Pb é o peso metabólico e “a”
representa a exigência por unidade de tamanho metabólico.
A unidade de tamanho metabólico (UTM) é usada para comparar as taxas
metabólicas de animais em diferentes tamanhos corporais, uma vez que a UTM
é relativa à área de superfície corporal. A área de superfície de dois corpos de
forma e densidade similares, mas de diferentes tamanhos, são proporcionais a
3/4 de seus pesos. Conseqüentemente, as taxas metabólicas são proporcionais
ao peso elevado a 0,75 (P0,75). Este valor se originou da comparação da produção
de calor em jejum de diferentes espécies de animais adultos. Entretanto, quando
o gasto de energia para mantença é comparado para animais de diferentes pesos
da mesma espécie, o expoente pode ser menor que 0,75, sendo às vezes utilizado
0,67, que representa que a área de superfície é 2/3 de seu peso corporal (Resende
et al., 2006). Por outro lado, devido à variação na composição corporal em
gordura e água conforme a idade dos animais, Emmans (1987) recomenda
expressar as exigências para mantença em relação ao peso protéico. Apesar do
peso protéico ser a forma mais precisa para expressar as exigências de mantença,
é necessário o conhecimento da composição corporal em proteína para o cálculo
do peso protéico. Portanto, para a aplicação prática, a melhor forma de expressar
as exigências de mantença é em relação ao peso metabólico.
A EM disponível para a produção (EMp) nos animais em crescimento pode ser
calculada pela diferença entre a EMm e a EM ingerida, expressa pela fórmula:
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Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
EMp = EMI – EMm
Uma parte da EMp é destinada para retenção de proteína (ERp) e outra para
retenção de gordura (ERg).
Para galinhas poedeiras e animais em reprodução, como marrãs e porcas em
gestação ou lactação, a divisão da energia é mais complexa. Em poedeiras, a
energia disponível para produção é dividida para retenção corporal, para os
ovos em crescimento no ovário e para os ovos que estão sendo produzidos. Nos
mamíferos em reprodução, parte da energia é destinada para o corpo, outra
para os fetos e para a produção de leite. Contudo, deve-se considerar também
a mobilização de energia das reservas corporais.
Geralmente, as eficiências de utilização da energia são expressas em termos
de energia metabolizável (EM), considerando que uma parte da EM consumida é
usada para mantença e outra para a produção.
A eficiência de utilização da EM para produção pode ser definida como a
medida da conversão da EM disponível para produção de produtos, como ovos e
leite. A eficiência de utilização da EM para retenção de energia corporal (kgp) é
calculada por:
kgp = ERc/EMp
As eficiências parciais de retenção da energia como proteína (ERp) e como
gordura (ERg):
kp = ERp/EMp
kg = ERg/EMg
Em que: kp e kg são as eficiências para deposição da energia como proteína
e gordura, respectivamente, EMp e EMg, a EM consumida para deposição de
proteína e gordura, respectivamente
Na Figura 1, pode ser visualizada uma representação gráfica da partição da
EM consumida para mantença (EMm) e para o ganho corporal (EMg), e a eficiência
que a energia consumida é utilizada para a deposição corporal (kgp).
3. Métodos para determinar as exigências de energia para
mantença e eficiências de utilização da energia
Entre as metodologias utilizadas para determinar as exigências de energia
para manutenção, podem ser destacadas: medidas da produção de calor do
animal em jejum e os ensaios de alimentação para medir os componentes do
balanço energético.
3.1 Produção de calor do animal em jejum
As exigências de energia para mantença podem ser obtidas pela produção de
calor (PC) no animal em jejum, o qual deve estar em estado pós-absortivo,
mantido em ambiente termoneutro, e com um mínimo de atividade física. A
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. produção de calor medida sob essas condições é proveniente da catabolização
dos tecidos e corresponde à exigência de energia líquida de mantença (ELm)
(Chwalibog, 1991). Para quantificar a EMm, é necessário saber a eficiência de
utilização da energia para mantença (km), calculada pela fórmula:
EMm = PC/km
3.2. Técnicas para medir a produção de calor
A produção de calor é a energia perdida pelo animal, podendo ser mensurada
por calorimetria direta e indireta, ou ainda pela utilização de outros métodos
indiretos, como o método do abate comparativo.
3.2.1. Calorimetria direta
Na calorimetria direta, segundo Resende et al. (2006), o calor desprendido
pelo animal é medido pelo aumento da temperatura de um volume conhecido de
água ou por meio de corrente elétrica gerada pelo calor que passa através de pares
termoelétricos, podendo ser usado o calorímetro adiabático ou de gradiente.
No calorímetro adiabático (Figura 2), o animal é confinado no interior de
uma câmara construída de tal modo que ocorra um mínimo de perda de calor
através das suas paredes. A parede externa é aquecida a uma mesma temperatura
da parede interna, evitando a perda de calor do interior para o exterior. O calor
desprendido pelo animal é removido pela água corrente que circula através de
uma série de tubos colocados no teto da câmara. O volume de água circulante e
as mudanças na temperatura da água permitem calcular as perdas de calor. Esse
calor, mais o calor latente de vaporização de água condensada sobre o aparelho
ou transportada na corrente de ar, fornece as perdas totais de calor.
Figura 1 - Representação da partição da EM consumida para mantença (EMm) e para
o ganho corporal (EMg), e eficiência que a energia consumida é utilizada para a
deposição corporal (kgp).
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O calorímetro de gradiente térmico, em vez de utilizar um dispositivo
adiabático para evitar as perdas de calor do interior da câmara para o exterior,
permite que o calor passe através das paredes do calorímetro. Se a espessura e
a condutividade térmica das paredes são uniformes, pode-se dizer que a
quantidade de calor perdida pelo calorímetro é proporcional ao gradiente térmico
(diferença entre as temperaturas externa e interna) do calorímetro.
3.2.2. Calorimetria indireta
Na calorimetria indireta, a produção de calor é obtida através do quociente
respiratório, o qual é determinado pelo balanço conjunto de oxigênio e carbono,
ou das perdas e ganhos de tecidos pelos animais. Os quocientes respiratórios
(CO2:O2) de carboidratos, proteínas e gordura são 1,0; 0,8 e 0,7, respectivamente
(Resende et al., 2006)
A calorimetria indireta é baseada no princípio de que a produção de calor
metabólico é resultado da oxidação de compostos orgânicos. Dessa forma, se
fossem oxidados completamente todos os compostos, a produção de calor poderia
ser calculada pela quantidade de oxigênio consumida e a quantidade de gás
carbônico produzida.
Existem diversas técnicas para medir as trocas gasosas na respiração, sendo
que todas elas levam em consideração o consumo de O2 e a produção de CO2 por
unidade de tempo. As câmaras de respiraçãopodem ser de circuito aberto ou fechado.
Nas câmaras de respiração de circuito aberto, o ar externo passa através da
câmara sendo ele amostrado na entrada da câmara e a sua composição analisada.
Conhecendo-se a quantidade de ar que passa e a composição dos gases que
saem, podem-se calcular as quantidades de CO2 e metano produzidas e a
quantidade de oxigênio consumida (Figura 3).
Na câmara de respiração de circuito fechado, o ar é recirculado dentro dela,
sendo que a composição do ar que sai é mantida em níveis normais pela adição
de novas quantidades de O2, enquanto o CO2 é retido em absorventes, tais como
hidróxido de sódio ou potássio. A pressão dentro do sistema é mantida através
do suprimento de O2 puro (Figura 4).
Para determinar a produção de calor (PC) por meio das trocas gasosas, Fuller
et al. (1983) recomendam a equação proposta por Romijn e Lokhost (1961):
PC = 3,871 O2 + 1,194 CO2
Em que PC é a produção de calor em quilocalorias e as quantidades de O2 e
CO2 em litros.
Chwalibog (1991) faz várias críticas aos métodos de calorimetria. A primeira
refere-se ao tempo para o animal atingir o estado pós-absortivo, isto é, quando
o QR = 0,7. Nesse caso, o animal usa apenas as reservas energéticas corporais,
que é suposto de 24 a 48 horas. A segunda é a dificuldade de aplicar as estimativas
feitas em um animal em jejum para o animal normalmente alimentado. Os animais
em jejum usam as reservas corporais para manter os processos metabólicos. No
entanto, as eficiências de utilização da energia da gordura corporal não é a
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. mesma dos carboidratos, lipídios e proteínas da dieta. Na terceira crítica, a PC
medida em câmaras de metabolismo é reduzida em razão da menor atividade
dos animais. E a quarta, é pelo fato do método requerer o conhecimento do km.
Figura 2 - Medidas da produção de calor por calorimetria direta – calorímetro
adiabático.
Figura 3 - Diagrama esquemático simplificado de uma câmara de respiração de circuito
aberto (Adaptado de Resende et al., 2006).
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3.2.3. Técnica do abate comparativo
A produção de calor também pode ser determinada por análise corporal,
denominada calorimetria animal, pela diferença:
 PC = EMI – ERc
A EMI é quantificada considerando-se o consumo da dieta e a EM da dieta
determinada em ensaio metabólico; e a ERc é a energia retida corporal
quantificada pela técnica do abate comparativo.
Pela técnica do abate comparativo, a ER corporal durante o ensaio
experimental é quantificada avaliando-se a composição corporal inicial de um
grupo de animais que representam os animais experimentais e a composição dos
animais no final do ensaio. A ER corporal é calculada pela diferença entre a
composição energética corporal final e a inicial.
Para Wolynetz e Sibbald (1987), a metodologia do abate comparativo é baseada
na premissa de que a composição corporal de um grupo de animais pode
representar a composição da população estudada. Dessa forma, a deposição ou
remoção de um determinado nutriente no corpo do animal pode ser estimada
por meio de abates representativos no início e final do período experimental.
Figura 4 - Diagrama esquemático simplificado de uma câmara de respiração de circuito
fechado (Adaptado de Resende et al., 2006).
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. Entretanto, esse método tem sido criticado pelo fato dos animais amostrados
não representarem aqueles do ensaio experimental. Portanto, a obtenção de
amostras representativas e homogêneas é essencial para evitar erros
experimentais.
3.3. Ensaios de alimentação para medir os componentes do balanço
energético
3.3.1. Ensaios com apenas um nível de alimentação
O ensaio de alimentação é conduzido para quantificar o consumo de EM e a
ER corporal durante um determinado período. Os animais são alimentados com
uma dieta cujo nível de EM é determinado para quantificar a EM ingerida. Pela
técnica do abate comparativo é quantificada a ERc. Esse método requer o
conhecimento das eficiências de utilização da energia para retenção corporal
(kgp) ou das eficiências para retenção de proteína (kp) e gordura corporal (kg).
A EMm é calculada pelas fórmulas:
EMm = EM ingerida – ERc/kgp
EMm = EM ingerida – ERp/kp – ERg/kg
O problema desse método é a necessidade de conhecer as eficiências de utilização
da energia. Podem-se usar valores da literatura, contudo, esses valores são bastante
variáveis porque são afetados principalmente pela composição das dietas.
3.3.2. Ensaios com diferentes níveis de alimentação
As exigências de mantença e as eficiências energéticas podem ser estimadas
em ensaios com diferentes níveis de alimentação, os quais proporcionam variação
na energia ingerida e retida.
As estimativas da exigência de mantença e da eficiência de utilização da
energia são determinadas pela relação linear da ER (no corpo e/ou produtos)
em função da EM ingerida. Assumindo que um animal em equilíbrio energético
não está ganhando nem perdendo energia, a EMm pode ser calculada como sendo
a EM ingerida quando a ER=0, conforme:
ER = a + b.EMI Modelo (1)
A inclinação da reta b estima a eficiência de utilização da energia para
retenção de energia corporal (kpg), representa a eficiência total de utilização
da energia para deposição de proteína e gordura em animais em crescimento.
Considerando que: a + b.EMI = 0, a EMm é estimada pela relação do intercepto a e
b, EMm = a/b.
O modelo inverso também pode ser usado:
 EMI = a + b.ER Modelo (2)
Nesse modelo, a EMm representa o intercepto da equação a quando a ER=0,
(EMI = a + b.0) e a eficiência total kpg é o inverso de b, kpg = 1/b.
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A eficiência de utilização da EM para deposição corporal também pode ser
calculada pela relação entre a ERc e a EM disponível para a retenção corporal,
a qual é determinada pela diferença entre a EM ingerida e a EMm, representada
pela fórmula:
kpg = ERc/(EMI – EMm)
Tendo em vista que a EM ingerida (EMI) pode ser fracionada em três
componentes: mantença (EMm), ER como proteína (ERp) e gordura (ERg) nos
animais em crescimento (ou outros componentes como ovo ou leite produzido),
pode ser desenvolvido um modelo de regressão linear múltipla:
EMI = EMm + b1.ERp + b2 .ERg Modelo (3)
Esse modelo estima as exigências de EM para mantença, e as eficiências parciais
de utilização da EM para deposição de proteína (kp = 1/ b1) e deposição de gordura
(kg = 1/ b2).
A validade do modelo (1) para estimar a eficiência de utilização da EM tem sua
limitação, porque é baseado no princípio que a eficiência de utilização da energia
para a deposição de proteína e gordura é a mesma (kp = kg), entretanto, sabe-se
que kp é menor que kg. Da mesma forma, a proporção ERp:ERg deveria permanecer
constante durante o experimento, contudo, em animais em crescimento, essa
proporção não é constante. Por outro lado, o modelo pode ser usado para animais
adultos, que retêm apenas gordura no corpo, para estimar a eficiência total para o
crescimento e produção de ovos num intervalo limitado de tempo (Chwalibog, 1991).
Ao aplicar essa metodologia, recomenda-se usar variações nos níveis de ingestão
da EM abaixo da mantença para evitar que a EMm seja definida porextrapolação.
Quando a extrapolação para ER=0, para obter a EMm pelo intercepto da regressão
no eixo x, sai da faixa de variação das observações, pode levar a erros na estimativa
da EMm.
Uma outra crítica ao modelo refere-se ao estado de equilíbrio do balanço
energético ER=0, podendo ocorrer com a retenção de proteína e gordura corporal
diferente de zero. Muitas vezes, esta condição ocorre com uma grande mobilização
de gordura.
Por outro lado, a regressão EMI em função da ER (modelo 2) permite obter a
EMm sem usar o princípio da extrapolação ER=0, mas assume que a EM ingerida
é uma variável dependente, quando, na realidade, é independente.
Biologicamente, esse modelo não é válido porque a energia retida é dependente
da ingerida. Um outro problema para o uso desse modelo é a necessidde de
estimar um desvio padrão para o valor estimado de EMm, não sendo possível
obter da regressão da EMI em função da ER (Henckel, 1976).
Segundo Chwalibog (1991), a regressão da EMI em relação a energia retida como
proteína e gordura, requer que a proporção entre a retenção de proteína e gordura
não seja constante. Chwalibog (1990) constatou que houve variação na deposição
de proteína e gordura em galinhas durante o período de produção. Entretanto, para
os animais em crescimento, o problema é mais complexo, porque as diferenças nas
relações ERp:ERg devem ser atribuídas às variações nos níveis de ingestão de EM e
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. não às diferenças entre os pesos corporais. Além disso, as estimativas de EMm
num longo período de crescimento podem ser subestimadas em animais mais
jovens e superestimadas em animais adultos. Dessa forma, as estimativas da
eficiência de utilização da EM para retenção de proteína e gordura devem ser
interpretadas e usadas com cautela, devido ao alto grau de multicolinearidade
existente entre o peso e as taxas de retenção de proteína e gordura em animais
em crescimento. Embora as estimativas de kg permaneçam constantes entre as
espécies (0,7 – 0,8), as de kp e EMm tendem a variar (Eggum et al., 1980).
Os métodos mencionados para determinar os componentes do balanço
energético tem suas vantagens e limitações. As determinações por calorimetria
necessitam de equipamentos, a calorimetria direta é realizada em calorímetros,
e a indireta em câmaras de respiração. O método do abate comparativo, apesar
de trabalhoso, desde que realizado com critérios, é uma alternativa bastante
viável para medir os componentes energéticos, principalmente por proporcionar
uma medida direta da retenção de energia corporal.
4. Métodos para estimar as exigências de proteína para
mantença
A mantença é definida como a situação em que a ave se encontra em equilíbrio
de nitrogênio (N), ou seja, a quantidade de N ingerida deverá ser igual à de N
excretada. Dessa forma, a exigência de N para mantença pode ser estimada
como sendo a quantidade de N ingerida necessária para manter o animal em
equilíbrio de N, ou seja, quando o balanço ou retenção de N for zero (Scott et
al., 1982).
A retenção corporal de N é medida usando-se a técnica do abate comparativo,
pela qual um grupo de animais é abatido no início; e, no final do ensaio, os
animais que receberam dietas com diferentes níveis de N são abatidos para
quantificar a retenção de N.
O balanço de N é determinado pela diferença entre o N excretado e o N
ingerido, medidos em ensaio de metabolismo.
As exigências de N ou PB para mantença podem ser estimadas pelas relações
matemáticas entre a ingestão e retenção corporal de N (Boorman,1981; Albino
et al., 1995) ou do balanço de N em função do N ingerido (MacLeod, 1990;
Basaglia et al., 1998).
Nos primeiros estudos conduzidos na UNESP-Jaboticabal para determinar as
exigências de nitrogênio para mantença pelo método do abate comparativo,
foram encontrados valores superiores (604 mgN/kg0,75/dia para matrizes em
crescimento, 439 mgN/kg0,75/dia para poedeiras) àqueles relacionados na
literatura (201 a 224 mgN/kg0,75/dia para poedeiras), segundo Scott et al. (1982).
Dessa forma, para determinar as exigências de proteína para mantença nestes
estudos, foi padronizada a Técnica do Balanço de Nitrogênio.
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5. Metodologias para determinar exigências de energia e proteína
com base no método fatorial padronizadas na UNESP-Jaboticabal
Em estudos realizados na UNESP de Jaboticabal, com a finalidade de estimar
as exigências nutricionais de energia e proteína pelo método fatorial, foram
padronizadas metodologias para determinar as exigências de mantença e
eficiências de utilização da energia em ensaios com vários níveis de
alimentação, com base na técnica do abate comparativo e nos princípios e
conceitos sobre a utilização da energia, comentados anteriormente. A técnica
do balanço de nitrogênio foi utilizada para determinar as exigências de proteína
para manutenção. Para estudar as exigências para o crescimento e produção
de ovos, foram desenvolvidas técnicas para determinar a composição corporal
e dos ovos e as eficiências de utilização dos nutrientes.
A seguir, são apresentados protocolos para determinar exigências pelo
método fatorial, com base nas metodologias padronizadas nestes estudos. As
pesquisas foram realizadas com aves, mas as metodologias podem ser
aplicadas para outros animais monogástricos.
5.1. Protocolo para determinar as exigências para manutenção e
eficiências de utilização da energia
5.1.1. Ensaios com vários níveis de alimentação
Os ensaios podem ser conduzidos em instalações com temperaturas
controladas, utilizando aves da mesma linhagem, idade, sexo e dentro de uma
faixa de variação de peso corporal (PM±10%). As aves são alojadas em gaiolas ou
boxes experimentais durante um período de 6 semanas, sendo 2 semanas para
adaptação às instalações e 4 semanas de coleta de dados. As aves são distribuídas
em um delineamento inteiramente casualizado, com 4 tratamentos (4 níveis de
alimentação), no mínimo 4 repetições e o número de aves por repetição varia
conforme a dimensão das gaiolas e boxes.
As aves são alimentadas com uma dieta formulada para atender as
necessidades nutricionais recomendadas. Cada grupo recebe diferentes níveis
de alimentação: ad libitum, 70%, 50% e 30% em relação ao consumo ad libitum.
A quantidade de ração a ser fornecida aos grupos restritos é baseada no consumo
do grupo ad libitum, o qual deve ser controlado diariamente.
O consumo de ração, o ganho de peso e a produção de ovos (se o ensaio for
com aves em produção) devem ser medidos durante o período experimental.
5.1.2. Determinação da EM das dietas experimentais
O consumo de EM dos grupos de animais submetidos aos diferentes níveis de
alimentação é calculado de acordo com o consumo alimentar e a EM das dietas.
Por causa dos animais aproveitarem a EM da dieta de forma diferente quando
submetidos aos níveis de restrição, é importante determinar a EM das dietas de
acordo com os níveis de alimentação. Conforme resultados obtidos em ensaio
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. conduzido com matrizes (Tabela 1), as aves submetidas aos maiores níveis
de restrição aproveitam melhor a energia da dieta.
Durante o ensaio de alimentação, se este for conduzido em gaiolas, é possível
realizar as coletas das excretas para determinar a EM das dietas. Entretanto, se
realizado em piso, é necessário conduzir simultaneamente um ensaio de
metabolismo, em gaiolas, nas mesmas condições daquele de alimentação.
Tabela 1 - Valores de energia metabolizável aparente corrigida(kcal/kg) da dieta
experimental determinada com matrizes pesadas, submetidas a diferentes
temperaturas e níveis de alimentação.
Níveis de alimentação Temperatura (0C)
13 21 30 Médias(1)
Ad libitum 2.773 2.728 2.852 2.784 a
70% do ad libitum 2.840 2.831 2.894 2.855 ab
50% do ad libitum 2.886 2.839 2.864 2.863 ab
30% do ad libitum 2.900 2.916 2.872 2.896 b
Médias 2.850 2.829 2.871
(1) Médias seguidas de letras diferentes na coluna são estatisticamente diferentes (P<0,05)
pelo teste de Tukey. (Rabello, 2001 - Dados da Tese de Doutorado-UNESP-Jaboticabal).
O método da coleta total das excretas é usado para quantificar o consumo de
ração e a produção de excretas por um período de 4 dias. As aves são tratadas
conforme os quatro níveis de alimentação: ad libitum, 70%, 50% e 30% do ad
libitum.
Os procedimentos de coleta das excretas, análises laboratoriais e cálculos
da EMAn da dieta são descritos no Capítulo 2 (ver Protocolo para Determinar
EMA e EMAn dos Alimentos com Aves – Metodologia de Coleta Total).
5.1.3. Técnica do abate comparativo
A técnica do abate comparativo foi padronizada para quantificar a retenção
de energia corporal durante o período experimental.
Um grupo representativo de animais do ensaio é abatido no início para
quantificar a EBc inicial, e todos aqueles submetidos aos níveis de alimentação
são abatidos no final do período experimental para quantificar a EBc final.
Antes dos abates, os animais são submetidos a um jejum de 36 horas para
limpar o trato digestório, evitar contaminação das amostras com digestas e
obter o peso corporal em jejum (PCJ). O sacrifício das aves deve ser de
acordo com as normas estabelecidas pela comissão de ética local. Após o
sacrifício, as aves são pesadas, é retirada uma amostra representativa de
penas, são depenadas e pesadas novamente para determinar o peso das penas
pela diferença entre a ave com penas e depenada. Recomenda-se separar as
amostras corporais das penas para se obter amostras homogêneas. As aves são
acondicionadas em sacos plásticos identificados e congeladas para serem
processadas posteriormente.
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5.1.4. Processamento das aves
As aves podem ser processadas por dois procedimentos: moídas em moinho
industrial de carne ou em autoclave. Por causa da temperatura mais elevada na
autoclave (127 oC), não é recomendado esse procedimento para as amostras
destinadas a análises de aminoácidos.
Para o processamento em moinho de carne, recomenda-se moer a ave
depenada para obtenção de amostras homogêneas. As aves congeladas são
serradas em pedaços em serra de fita, moídas em moinho de carne industrial e
uma amostra é armazenada em freezer. As penas são cortadas com tesoura e
amostradas.
Para o processamento em autoclave, não é necessário depenar as aves que
são acondicionadas em autoclave (AV-225, Phoenix) a 127°C e 1 atm, e o tempo
de permanência é de acordo com o tamanho e número delas. Logo após retirá-
las da autoclave, elas são homogeneizadas em um liquidificador industrial (8L
Skynsen) para obtenção de uma amostra homogênea.
Para secar as amostras recomenda-se a liofilização. As amostras são pesadas
e colocadas em placas de Petri, e submetidas à secagem a vácuo a -50°C, e o tem-
po de permanência no liofilizador depende do equipamento e tamanho das mesmas.
Após a secagem, as amostras são pesadas novamente para obtenção da matéria
seca e moídas novamente em moinho de bola (MA-350, Marconi, SP) ou em
micromoinho (Ika).
5.1.5. Análises químicas corporais
As amostras corporais e das penas são analisadas para obtenção da composição
em energia, nitrogênio, gordura e matéria seca, segundo metodologia descrita
pela AOAC (1997).
5.1.6. Determinação dos componentes do balanço energético
A energia retida corporal é determinada pela diferença entre a energia corporal
inicial e a final ERc = EBc final – EBc inicial. A produção de calor (PC) é calculada
pela diferença entre a energia metabolizável ingerida (EMI) e a energia retida corporal
(ERc) expressas em (kcal/kg0,75 PCJ/dia), pela fórmula: PC = EMI – ERc.
5.1.7. Dados para calcular a EMm, ELm e as eficiências de utilização da
EM
Na Tabela 2, são apresentados dados obtidos de EMI, energia retida corporal
(ERc), produção de calor (PC), extrato etéreo (EEr) e proteína corporal retida
(PBr) em ensaio conduzido com aves de postura em crescimento.
5.1.8. Modelos para determinar a EMm e eficiências de utilização da
energia
As variáveis, ingestão de energia (EMI), energia retida corporal (ERc) e
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. produção de calor (PC) expressas em (kcal/kg PCJ0,75/dia), são ajustadas
conforme os modelos para a obtenção das exigências de energia metabolizável
para mantença (EMm), energia líquida de mantença (ELm) expressas em (kcal/
kg0,75/dia) e eficiências de utilização da EM da dieta para mantença (km) e
acima da mantença (kgp).
Modelo (1): ER = a + b.EMI, no qual a EMm representa a EMI quando a ER
é zero, calculada por EMm = a/b. Esse modelo baseia-se no princípio de que o
estado de mantença ocorre quando a ave não está retendo energia, isto é,
encontra-se em balanço energético nulo. A inclinação da reta b representa a
eficiência de utilização da EM da dieta para deposição de energia corporal (kgp),
a qual indica a proporção da EMI que foi retida no corpo.
Conforme dados relacionados na Tabela 2, a equação obtida foi: ER = -83,92
+ 0,62.EMI (R2=0,99). A EMm é determinada pelo intercepto da reta no eixo x,
(EMm = 133,97 kcal/kg0,75/dia) e a eficiência de utilização da EM da dieta para
deposição de energia corporal (kgp = 0,62), representada pela inclinação da
reta (Figura 5).
Tabela 2 - Dados obtidos de EM ingerida, energia retida corporal (ERc), produção de
calor (PC), extrato etéreo retido (EEr) e proteína corporal retida (PBr) em aves de
postura alimentadas com diferentes níveis de alimentação.
Grupos EMI ER PC log PC EEr PBr ERg1 ERp2
(kcal/kg0,75 PCJ/d) (g/kg0,75 PCJ /d) (kcal/kg0,75 PCJ/d)
1.Ad libitum 208,34 47,25 161,10 5,08 3,42 3,00 32,00 17,00
2. Ad libitum 206,02 52,00 154,02 5,04 3,58 3,02 33,51 17,07
3. Ad libitum 206,32 41,69 164,62 5,10 3,31 2,43 30,99 13,77
4. Ad libitum 204,61 44,69 159,92 5,07 3,86 2,36 36,20 13,35
1.70% ad lb 154,29 8,03 146,27 4,99 0,28 1,29 2,64 7,29
2.70% ad lb 152,50 8,69 143,81 4,97 0,75 1,23 7,01 6,96
3.70% ad lb 153,65 8,83 144,82 4,98 0,59 1,31 5,52 7,39
4.70% ad lb 156,04 9,09 146,95 4,99 0,82 1,68 7,68 9,52
1. 50% ad lb 116,98 -3,79 120,77 4,79 -0,30 0,13 -2,85 0,75
2. 50% ad lb 121,99 -8,05 130,04 4,87 -0,74 0,16 -6,95 0,92
3. 50% ad lb 120,54 -6,80 127,34 4,85 -0,60 0,03 -5,58 0,16
4. 50% ad lb 119,76 -5,03 124,78 4,83 -0,35 -0,07 -3,27 -0,40
1. 35% ad lb 87,15 -29,78 116,93 4,76 -2,42 -0,95 -22,72 -5,35
2. 35% ad lb 86,24 -25,52 111,76 4,72 -1,62 -1,35 -15,21 -7,62
3. 35% ad lb 85,85 -33,87 119,72 4,79 -2,31 -1,67 -21,61 -9,45
4. 35% ad lb 88,38 -29,70 118,09 4,77 -2,05 -1,09 -19,21 -6,18
1ER como gordura calculada considerando 9,37 kcal/g de gordura. 2 ER como proteína
calculada considerando 5,66 kcal/g de proteína. (Neme, 2004 – Tese de Doutorado - UNESP-
Jaboticabal).
A exigência de energia líquida para mantença (ELm) é determinada pelo
modelo:
log PC = a + b.EMI Modelo (4)
A ELm representa a produção de calor da ave em jejum, calculada pelo
antilogarítimo da produção de calor, quando a ingestão de EM é extrapolada a
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Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricoszero (log PC = a + b.0), ou seja,
PC = antilog de a.
Na Figura 6, é apresentada
a relação da PC e a EMI, conforme
dados da Tabela 2. A equação
obtida foi: PC = 83,93 +
0,374.EMI, R2=0,94. A ELm
representa a PC da ave quando a
EMI=0, ELm=84 kcal/kg0,75/dia.
Modelo (3): EMI = a + 1/kg
.(ERg) + 1/kp.(ERp), em que a é
a EMm. Representa a EMI quando
a ERg e ERp são iguais a zero;
1/kp é a eficiência da utilização
da EM para deposição de
proteína e 1/kg é a eficiência
da utilização da EM para
deposição de gordura. As
eficiências são calculadas pelo
inverso dos coeficientes em
decorrência da inversão dos
parâmetros no modelo, isto é,
EMI em função da ERp e ERg.
Conforme dados de EMI, ERg
e ERp, apresentados na Tabela
2, a equação determinada foi:
EMI = 127,48 + 1,24.ERg +
2,41.ERp, R2=0,99. Com base na
equação, a EMm = 127 kcal/kg0,75/dia, kg = 0,81 e kp = 0,42.
A eficiência de utilização da EM para mantença é calculada pela relação:
km = ELm/EMm
De acordo com os valores determinados, km = 84/134 = 0,63, indicando
que 63% da EMm foi efetivamente usada para mantença.
5.2. Protocolo para determinar a EMm em ensaio com apenas um nível
de alimentação
A EMm pode ser determinada em ensaio conduzido com apenas um nível de
alimentação, no qual é quantificado a EMI, a ERc, e a EMm é determinada pela
diferença: EMm = EMI – ERc/kgp. Para aplicação desse método é necessário o
conhecimento da eficiência de utilização da EM para retenção de energia corporal.
5.2.1. Ensaio de alimentação
As aves são distribuídas em um delineamento com número mínimo de 4
Figura 5 - ER corporal em função da EMI em
aves de postura em crescimento.
Figura 6 - Produção de calor em função da EMI
em aves de postura em crescimento.
En
er
gi
a 
re
tid
a 
(k
ca
l/k
g0
,7
5 /d
ia
)
Energia metabolizável ingerida (kcal/kg0,75/dia)
Pr
od
uç
ão
 d
e 
ca
lo
r (
kc
al
/k
g0
,7
5 /d
ia
)
Energia metabolizável ingerida (kcal/kg0,75/dia)
EMn = 134R2 = 0,94
EMn = 134EMm = 134
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. repetições, e o número delas por repetição é definido conforme as instalações
disponíveis. São alimentadas com uma dieta que atenda as exigências nutricionais.
Durante um período de 4 a 6 semanas, deve ser controlado o consumo de ração
e o peso das aves no início e final do ensaio.
A técnica do abate comparativo é usada para quantificar a retenção de energia
corporal no período experimental. Os procedimentos usados são os mesmos
descritos em (5.1.3. Técnica do abate comparativo). Se o ensaio for conduzido
com aves em produção deve ser considerada também a retenção da energia nos
ovos produzidos. Para isso, a produção e o peso dos ovos devem ser controlados
diariamente para quantificar o total de massa de ovos produzida. Semanalmente,
uma amostra de ovos deve ser coletada para análises da composição em energia
dos ovos.
5.2.2. Determinação da EMm
Com base nos parâmetros, EMI, ER e kg, a EMm é calculada pela fórmula:
EMm = EMI – (ER/kgp),
em que:
EMI = energia metabolizável ingerida (kcal/kg0,75/dia);
ER = energia retida no corpo e produtos (kcal/kg0,75/dia); e
kgp = eficiência total de utilização da energia.
5.2.3. Dados obtidos em ensaio com matrizes e determinação da EMm
Exemplo de cálculo da EMm conforme dados obtidos em ensaio realizado
com matrizes em produção é mostrado na Tabela 3.
Tabela 3 - Médias da ingestão de EMAn, energia retida total (corpo e ovos), produção
de calor e EMm obtidas em ensaio realizado com matrizes em produção em diferentes
temperaturas.
Variáveis Temperatura (0C)
(kcal/kg0,75/dia) 13 21 30
Ingestão de EM 164,98+2 169,15+2 169,94+2
Energia Retida total 20,80+5 33,97+4 33,38+2
Produção de calor1 144,18+6 135,18+6 137,56+3
Exigência de EM para mantença2 130,83+7,0 112,86+8,7 110,97+4,7
1 PC = EMI – ER. 2 EMm = EMI – ER/kg, (kg = 0,61, 0,60 e 0,57, respectivamente a 13, 21 e
30°C). (Rabello, 2001- Tese de Doutorado UNESP-Jaboticabal).
5.3. Fatores que afetam as exigências de energia para manutenção
Entre os fatores que afetam as exigências de energia para manutenção da
ave, estão aqueles relacionados ao ambiente, como temperatura e umidade, e
os que são inerentes ao animal, tais como empenamento, genética e atividade.
Nos estudos da UNESP-Jaboticabal, foi avaliada a temperatura ambiente e
também o empenamento das aves sobre as exigências de energia para mantença.
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As exigências energéticas de manutenção (EMm) foram determinadas nas
temperaturas abaixo (15oC), acima (35oC) e na zona termoneutra (20 – 24oC) em
ensaios realizados com vários níveis de alimentação, conforme protocolo descrito
no item 5.1. As EMm foram ajustadas em função das temperaturas por meio de
equações de regressão relacionadas na Tabela 4 e representadas graficamente
na Figura 7.
Tabela 4 - Efeito da temperatura ambiente sobre as exigências de energia
metabolizável para mantença, determinado para matrizes, poedeiras e frangos de
corte.
Tipo de Aves Equações R2
Aves de postura em crescimento EMm = P0,75. (257,5 – 12,87.T + 0,247.T2) 0,82
Poedeiras em produção EMm = P0,75. (165,74 – 2,37.T) 0,99
Matrizes em crescimento EMm = P0,75. (174,15 – 1,88.T) 0,92
Matrizes em produção EMm = P0,75.(192,76 - 6,32.T + 0,12.T2) 0,72
Frangos de corte EMm = P0,75.(307,87 – 15,63.T + 0,31.T2) 0,93
EMm = exigência de EM para mantença (kcal/ave/dia); P = peso corporal (kg); T = temperatura
ambiente (ºC). Sakomura, 2004.
Outro estudo conduzido por
Neme et al. (2005) com aves de
postura em crescimento, para
avaliar o efeito da temperatura
(12ºC, 18ºC, 24ºC, 30ºC e 36ºC) e
do empenamento (100%, 50% e 0%
do empenamento normal das aves)
sobre as necessidades energéticas
para mantença. As aves com 50%
de cobertura de penas tiveram o
lado direito do corpo totalmente
depenado com o uso de uma
máquina de tosquia e tesoura. As
aves com 0% de cobertura de
penas foram totalmente depena-
das. As EMm foram determinadas
conforme protocolo descrito no
item 5.2. O efeito da temperatura e do empenamento sobre as EMm foi
determinado de acordo com os modelos:
EMm = B + d . (TCI - T) + ei, para T < TCI (Modelo 5)
EMm = B + s . (T - TCI) + ei, para T ≥ TCI (Modelo 6)
Em que:
TCI = L0 - L1 . E (TCI = Temperatura crítica inferior);
T = Temperatura ambiente (°C);
E = Fração de empenamento (0 a 1);
B, d, s, L0 e L1 = Parâmetros do modelo;
ei = erro aleatório da observação i.
Figura 7 - Efeito da temperatura ambiente
sobre as exigências de EM para manutenção de
aves de postura, matrizes pesadas e frangos de
corte. (Sakomura, 2004).
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. A temperatura crítica inferior foi
estabelecida conforme o grau de
empenamento da ave (TCI=24,54 –
5,65.E), sendo maior para as aves
totalmente depenadas, (TCI=24,54–
5,65x0,0), uma vez que as aves nestas
condições perdem calor com mais
facilidade e respondem mais
rapidamente à redução da temperatura
ambiente. Já, para as aves totalmente
empenadas, a TCI é menor (TCI=24,54–
5,65x1,0).
De acordo com a equação obtida e
demonstrada graficamente na Figura 8,
observa-se que a TCI está na
dependência do grau de empenamento
das aves, sendo maior quanto menor o
empenamento. Ou seja, 19ºC, 22ºC e 24ºC para 100%, 50% e 0% de penas,
respectivamente. A TCI relacionada com o grau de empenamento das aves, indica a
temperatura em que a ave se encontra em conforto térmico, que apresenta menor
gasto energético paramanutenção do metabolismo basal.
Segundo o modelo estimado, EMm = P0,75 .92,40 + 0,88.(T–TCI), à medida que
a temperatura aumenta 1ºC, a partir da TCI de cada empenamento, há um
aumento na exigência de mantença na ordem de 0,88 kcal/kg0,75/dia. O aumento
da EMm em temperaturas acima da faixa de termoneutralidade é atribuído aos
gastos energéticos da ativação de mecanismos para perda de calor, sendo o
principal, o aumento na taxa respiratória para perdas evaporativas. Por outro
lado, à medida que a temperatura diminui em relação à TCI de cada
empenamento, há um aumento na exigência de mantença na ordem de 6,73 kcal/
kg0,75/dia para cada 1ºC, segundo o modelo EMm=P0,75 .92,40 + 6,73.(TCI–T).
5.4.Protocolo para determinar exigências de energia para o crescimento
das aves
Nos estudos realizados na UNESP-Jaboticabal, os coeficientes que definem
as exigências de EM por grama de ganho de peso corporal (EMg) foram
determinados, considerando-se as exigências de energia líquida por grama de
peso corporal (ELg) e as eficiências de utilização da EM da dieta para a deposição
de energia corporal (kgp).
5.4.1.Ensaio para determinar as exigências de energia líquida para o
crescimento
As aves são distribuídas em 3 grupos de 20 aves e alimentadas com ração
formulada de acordo com a recomendação da linhagem.
Semanalmente, cada grupo é pesado para obtenção do peso médio corporal
e, com base no peso médio de cada grupo, amostras de aves são abatidas para
Figura 8 - Efeito do empenamento da
ave e da temperatura ambiente sobre a
EMm de aves de postura em crescimento.
(Neme et al., 2005).
0% empenamento
50% empenamento
100% empenamento
E
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l/d
ia
/k
g0
,7
5 )
Temperatura ambiente (°C)
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quantificar a energia corporal. Antes do abate, as aves são submetidas a um
jejum de 36 horas para limpeza completa do trato gastrintestinal e obtenção do
PCJ. Em seguida, são sacrificadas, pesadas e, após depenadas, são pesadas
novamente para quantificar as penas. As amostras de penas e carcaças são
processadas para análises da composição corporal, conforme procedimento
descrito no item 5.1.4.
A energia bruta corporal (EBc) é calculada multiplicando-se o PCJ pelo teor
de EB corporal.
5.4.2. Dados obtidos em ensaio com aves de postura em crescimento
Na Tabela 5, são apresentados dados da composição corporal em energia
(kcal/g) e pesos corporais em jejum (PCJ) e EBc obtidos em um ensaio realizado
com aves de postura em crescimento da linhagem Hy Line marrom de 1 a 18
semanas de idade.
5.4.3. Modelos para determinar as exigências de energia para o
crescimento
Os coeficientes que representam as exigências de energia líquida por grama
de peso corporal podem ser otidos por dois modelos:
EBc = a + b.PCJ (Modelo 7)
Os dados da composição corporal em energia (EBc) são relacionados com os
pesos corporais (PCJ). A exigência de energia líquida por grama de ganho de
peso (ELg) é obtida pelo coeficiente de regressão b, o qual representa o teor de
energia por grama de peso corporal.
Para exemplificar, as equações obtidas, ajustando-se os dados de EBc em
função dos PCJ apresentados na Tabela 5, estão relacionadas na Tabela 6.
As exigências aumentam com o avançar da idade devido à maior deposição
de gordura corporal. Dessa forma, a exigência média (3,141 kcal/g) obtida de 1
a 18 semanas, não representa as exigências de cada fase. Recomenda-se ao usar
esse modelo, determinar as exigências por fase. As EMg são determinadas
dividindo-se as ELg pela eficiência de utilização da energia kgp.
As exigências de EMg também podem ser determinadas por outro modelo.
A equação alométrica prediz a composição corporal em energia em função
do PCJ:
log10EBc= a + b.log10PCJ (Modelo 8)
Para estimar a composição energética por unidade de ganho de peso, a
equação é derivada, obtendo-se:
EBc= b.10a.PCJ(b-1)
Aplicando-se o peso corporal (PC) na equação, determina-se a composição
em energia por unidade de ganho de peso (EBc), a e b são parâmetros
determinados pela equação alométrica logaritmizada.
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. Tabela 5 - Peso corporal (PCJ) e energia bruta corporal (EBc) de frangas de postura
de 1 a 18 semanas de idade.
Idade (sem) PCJ (g) EB1 (kcal/g) EBc LogPCJ LogEBc
1 59,92 1,467 87,90 1,78 1,94
2 109,25 1,556 170,05 2,04 2,23
3 177,92 1,845 328,34 2,25 2,52
4 281,81 1,731 487,90 2,45 2,69
5 369,85 1,784 659,75 2,57 2,82
6 485,05 1,873 908,27 2,69 2,96
7 605,37 1,960 1186,53 2,78 3,07
8 717,36 2,078 1490,47 2,86 3,17
9 821,77 1,962 1612,58 2,91 3,21
10 938,30 2,260 2.120,28 2,97 3,33
11 1035,30 2,429 2.514,59 3,02 3,40
12 1.168,46 2,499 2.920,07 3,07 3,47
13 1.291,04 2,626 3.389,99 3,11 3,53
14 1.393,98 2,905 4.048,98 3,14 3,61
15 1.480,95 2,793 4.136,31 3,17 3,62
16 1.500,50 2,999 4.500,45 3,18 3,65
17 1.595,10 2,954 4.712,39 3,20 3,67
18 1.679,22 3,178 5.336,23 3,23 3,73
1 EB carcaça + EB penas. (Neme, 2004 – Tese de Doutorado - UNESP-Jaboticabal).
Tabela 6 - Equações lineares da EBc em função do PCJ, ELg e EMg determinados para
as diferentes fases de crescimento das aves de postura.
Idade (sem.) Equações R2 ELg (kcal/g) EMg1(kcal/g)
1 a 6 EBc = - 0,39,707 + 1,905.PCJ 0,99 1,905 3,072
7 a 12 EBc = - 805,39 + 3,155.PCJ 0,99 3,155 5,089
13 a 18 EBc = - 2612,8 + 4,675.PCJ 0,96 4,675 7,540
1 a 18 EBc = - 485,67 + 3,141.PCJ 0,97 3,141 5,066
1 EMg = ELg/kgp (kgp=0,62).
As equações alométricas determinadas, conforme dados da Tabela 5, para
cada fase de crescimento estão relacionadas na Tabela 7. Essas equações são
derivadas para estimar a composição energética do ganho de peso. Aplicando-se
o peso médio nessas equações, obtém-se a energia por unidade de ganho (ELg)
(Tabela 7). Para determinar a energia metabolizável para ganho de peso (EMg),
a ELg é dividida pelo coeficiente de utilização da energia (kgp = 0,62).
Tabela 7 – Equações alométricas da EBc e PC, ELg e EMg determinados pela derivada
das equações, para as diferentes fases de crescimento das aves de postura.
Idade Equações alométricas Derivadas Peso ELg EMg1
 (sem.) Médio (g) (kcal/g)(kcal/g)
1 a 6 log EBc = - 0,0219 + 1,1103 log PCJ EBc = 1,0557.PCJ0,1103 247 1,938 3,126
7 a 12 log EBc = - 0,8161 + 1,394 log PCJ EBc = 0,2129.PCJ0,394 881 3,080 4,968
13 a 18 log EBc = - 1,4739 + 1,6107 log PCJ EBc = 0,0541.PCJ0,6107 1490 4,689 7,563
1 EMg = ELg/0,62.
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A diferença básica entre os modelos, é que o modelo 8 prediz as exigências
de energia líquida com base no PC da ave, sendo possível considerar a variação
do peso e, conseqüentemente, a composição corporal para estimar as exigências.
Nesse caso, as exigências (kcal/g de ganho de peso) são obtidas aplicando-se os
pesos médios na equação. Por outro lado, o modelo 7 estima o coeficiente
(kcal/g de ganho de peso). Para determinar os coeficientes expressos em kcal
de EM por grama de ganho de peso, é preciso levar em conta a eficiência de
utilização da EM da dieta para deposição corporal.
5.4.4. Eficiências de utilização da energia para deposição corporal
As eficiências de utilização da energia (kgp) podem ser determinadas pelo
modelo 1 (ER = a + b.EMI), em que o coeficiente de regressão b representa a
eficiência de deposição da energia, isto é, a proporção de ER para cada kcal de EM
ingerida.
Um exemplo podeser observado na Figura 5, considerando-se a equação
obtida (ERc = -83,92 + 0,62.EMI), a eficiência de utilização da EM para deposição
corporal é 62%.
Para galinhas poedeiras e matrizes em reprodução, a grande dificuldade é
separar a eficiência de utilização da energia consumida para deposição corporal
e no ovo. Nos estudos com matrizes em produção, foram conduzidos dois ensaios
para determinar as eficiências de utilização da energia, separadamente, para
deposição corporal (kgp) e no ovo (ko).
5.4.5. Ensaio para determinar eficiência de utilização da energia para
deposição corporal
Para separar a eficiência de utilização da energia para deposição corporal
daquela para deposição no ovo em poedeiras ou matrizes, é preciso evitar que
as aves entrem em produção. Para evitar que as aves produzissem ovos, nestes
estudos, foi fornecido uma dieta com baixo teor de cálcio e evitada a luz artificial.
As aves devem ser alojadas individualmente, em gaiolas, para serem
controladas e eliminar aquelas que entram em produção. São distribuídas em 3
grupos de 20 aves. A ração é formulada para atender as exigências, exceto para o
cálcio (nível abaixo do recomendado) para evitar a produção de ovos. Além disso, as
aves são mantidas somente com luz natural para não estimular a produção.
O peso das aves e o consumo de ração são controlados semanalmente e uma
amostra de aves de cada grupo é abatida para determinar a composição de
energia corporal.
Com base nos dados obtidos, calcula-se a EMI e a ERc. A EMm é determinada
pelo fator: EMm = P0,75 (191,21 – 8,15.T + 0,16.T2), aplicando-se os dados de
peso e temperatura registrados. A EM usada somente para o ganho de peso
(EMg), é obtida pela diferença:
EMg = EMI – EMm
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. A eficiência de utilização de energia para ganho de peso (kgp) é
determinada por meio da relação da energia retida corporal (ERc) e a energia
metabolizável destinada apenas para o ganho de peso (EMg), pela fórmula:
kgp = ERc/EMg
5.4.6. Dados obtidos em ensaio conduzido com matrizes e cálculo da
eficiência
Um exemplo da determinação da eficiência (kgp) com os dados obtidos no
ensaio realizado com matrizes de 26 a 33 semanas é mostrado na Tabela 8.
Tabela 8 - Médias de peso inicial (PI) e final (PF), ingestão de energia metabolizável
(EMI), Energia metabolizável para mantença (EMm), energia metabolizável disponível
para ganho (EMg), energia retida corporal (ERc) e a eficiência de utilização da energia
(kgp).
Grupos PI (g) PF (g) EMI EMm1 EMg2 ERc kgp3
 kcal/ave/dia (%)
A 2.844+26 3.855+57 339+2,21 221+2,03 118+3,59 61+3,92 51+4,86
B 2.825+83 3.775+160 339+3,07 219+5,98 120+5,78 56+6,92 46+4,81
C 2.956+58 3.849+58 338+2,81 220+5,43 117+3,08 52+1,92 45+0,55
Médias 2.851+71 3.833+127 339+2,62 220+5,20 220+5,20 55+4,99 47+3,71
 1EMm = P0,75 (191,21 – 8,15.T + 0,16.T2). 2EMg = EMI - EMm. 3kgp = ERc/EMg. (Rabello, 2001)
Tese de Doutorado - UNESP-Jaboticabal).
5.4.7. Cálculo das exigências de EM para o crescimento
Considerando-se o coeficiente determinado ELg (kcal/g) e a eficiência de
utilização (kgp), estima-se o coeficiente que define a exigência de EM por grama
de ganho de peso:
EMg = ELg/kgp
Exemplificando com base no coeficiente obtido para as matrizes em produção
(ELg = 3,58 kcal/g) e a eficiência (kgp = 0,47), a exigência de EM para o ganho
de peso pode ser calculada: EMg = 3,58/0,47 = 7,62 kcal/g
5.5. Protocolo para determinar as exigências de energia para produção
5.5.1. Ensaio com aves em produção
As exigências e eficiências de utilização da EM para deposição no ovo são
determinadas em ensaio conduzido com reprodutoras ou poedeiras, alojadas
em gaiolas, por um período de 6 semanas.
As aves são distribuídas em 3 grupos e alimentadas com uma ração formulada
para atender as exigências nutricionais de acordo com as recomendações da
linhagem. O fornecimento de ração é controlado de acordo com as recomendações
do manual da linhagem.
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Durante o período experimental, são quantificados semanalmente o peso
das aves, a produção e o peso dos ovos. Uma amostra de ovos de cada grupo é
coletada, homogeneizada por 2 minutos em liquidificador e armazenada em
freezer. As amostras são preparadas para análises de matéria seca e energia
bruta, conforme metodologia descrita pela AOAC (1997).
5.5.2. Determinação das exigências e eficiência de utilização da energia
para deposição no ovo
A exigência de energia líquida para produção de ovos (ELo) é baseada na
composição média de energia do ovo (kcal/g de ovo).
A eficiência de utilização da energia para produção de ovos (ko) é determinada
considerando-se a energia retida no ovo (ERo) dividida pela energia metabolizável
ingerida (EMI), descontando-se a energia metabolizável destinada para mantença
(EMm) e para ganho de peso (EMg).
ko = ERo/[EMI-(EMm + EMg)]
A exigência de energia metabolizável para produção de ovos (EMo) é
determinada considerando-se a composição média de energia dos ovos (ELo) e a
eficiência de utilização (ko):
EMo = ELo/ko
5.5.3. Dados obtidos em ensaio realizado com matrizes em produção e
cálculo da eficiência de utilização da EM para deposição no ovo
Tabela 9 - Médias dos valores da energia bruta dos ovos, EM para mantença (EMm),
EM para o ganho de peso (EMg), EM disponível para a produção de ovos (EMo), energia
retida no ovo (ERo) e eficiência de utilização da EM para produção de ovos (ko) obtidos
em ensaio com matrizes.
Idade EB ovo EMm1 EMg2 EMo3 ERo4 ko5
Sem. kcal/g (kcal/ave/dia)
31 1,64+0,05 239,82+0,51 50,07+15,70 133,93+16,26 88,81+5,03 66,77+6,62
32 1,48+0,15 240,03+0,49 85,27+16,30 113,50+13,82 85,17+11,27 75,10+0,99
33 1,47+0,11 242,94+0,17 63,50+11,17 132,36+11,31 78,62+6,57 59,59+5,94
34 1,55+0,08 241,94+0,13 52,25+15,39 144,82+14,26 87,97+11,93 65,87+5,76
35 1,52+0,07 243,63+1,13 39,91+15,25 155,26+16,27 86,97+3,21 56,36+5,29
36 1,56+0,04 246,00+0,10 51,16+3,08 145,69+3,18 86,97+7,01 60,33+8,12
Médias 1,54+0,10 242,20+2,18 57,69+19,38 136,61+18,58 85,88+7,70 64,12+8,06
 1EMm = P0,75 (191,21 – 8,15.T + 0,16.T2), P = peso corporal (kg) e T a temperatura (°C);2EMg
= 7,61.G, onde G é o ganho de peso (g). 3EMo = EMI-(EMm+EMg), onde EMI= energia
metabolizável ingerida; 4ERo = 1,54Kcal/g x MO, em que, 1,54 é o valor energético dos ovos
e MO é a massa de ovos. 5ko = ERo/EMo. (Rabello, 2001 Tese de Doutorado, UNESP-
Jaboticabal).
Considerando-se a composição média em energia dos ovos (ELo = 1,54 kcal/
g de ovo) e a eficiência (ko = 64%), pode-se obter o coeficiente que estima as
exigências de EM para produção de ovos:
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. EMo = 1,54/0,64 = 2,40 kcal/g de ovo
5.6. Elaboração dos modelos para determinar as exigências energéticas
Com base no método fatorial e nos coeficientes determinados para
mantença, crescimento e produção, são elaborados modelos para predição
das exigências de energia.
Para aves em crescimento:
EMI = EMm.P0,75 (T) + EMg.G (Modelo 9)
EMI = EMm.P0,75 (T) + ERg.Gg + ERp.Gp (Modelo 10)
Para as aves em produção:
EMI = EMm.P0,75 (T) + EMg.G + EMo.MO (Modelo 11)
EMm= exigência de EM para mantença, em função do peso metabólico
(P0,75) e da temperatura ambiente (T);
EMg = exigência de EM para ganho de peso (kcal/g de ganho de peso);
EMo = exigência de EM para produção de ovos (kcal/g de ovo produzido);
ERg = energia retida como gordura (kcal/g de gordura);
ERp = energia retida como proteína (kcal/gde proteína);
G = ganho de peso (g/ave/dia) e MO = massa de ovos (g/ave/dia);
Gg = ganho de gordura corporal e Gp = ganho de proteína corporal (g/
ave/dia).
5.6.1 Modelos elaborados nos estudos realizados na UNESP-Jaboticabal
Os modelos elaborados considerando os coeficientes determinados nos estudos
são apresentados na Tabela 10.
5.7. Protocolo para determinar exigências de proteína para mantença
5.7.1.Ensaio de metabolismo
A exigência de proteína bruta para mantença (PBm) pode ser determinada
pela Técnica do Balanço de Nitrogênio (BN). Um ensaio de metabolismo é realizado
usando-se a metodologia da coleta total, com duração de 8 dias, sendo 4 dias de
adaptação às dietas experimentais e 4 dias para coleta de excretas. As aves são
alojadas em gaiolas de metabolismo em grupos com número adequado de aves
para cada repetição e, no mínimo, 4 repetições para cada dieta.
Dietas experimentais
As aves são alimentadas com dietas isocalóricas com níveis decrescentes de
proteína, a fim de proporcionar balanço de nitrogênio positivo, próximo a zero
e negativo. As dietas são formuladas para atender as necessidades nutricionais
de todos os nutrientes exceto de proteína e aminoácidos. Para formulação das
dietas com baixo teor protéico é necessário utilizar ingredientes com reduzido
teor protéico, como a farinha de mandioca (1,7% PB) e a fécula de mandioca
(0,05% PB). Exemplos de formulação de rações com níveis de proteína variando
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de 2% a 16% PB e mantendo a mesma relação proteína/aminoácidos são
apresentados na Tabela 11.
Tabela 10 - Modelos de predição das exigências de energia metabolizável para
matrizes, poedeiras e frangos.
Idade (sem.) Modelos
Matrizes em crescimento1
3 a 8 EMI = P0,75 .(174 – 1,88.T) + 2,83.G
9 a14 EMI = P0,75 .(174 – 1,88.T) + 2,50.G
15 a 20 EMI = P0,75 .(174 – 1,88.T) + 3,24.G
Matrizes em reprodução2
EMI = P0,75 .(192,76 – 6,32.T + 0,12.T2) + 7,62.G + 2,40.MO
Aves de postura em crescimento3
1 a 6 EMI = P0,75 .92,40 + 6,73.(TCI–T) + 3,13.G (T<TCI)
EMI = P0,75 .92,40 + 0,88.(T–TCI) + 3,13.G (T >TCI)
7 a 12 EMI = P0,75 .92,40 + 6,73.(TCI–T) + 4,97.G (T<TCI)
EMI = P0,75 .92,40 + 0,88.(T–TCI) + 4,97.G (T>TCI)
13 a 18 EMI = P0,75 .92,40 + 6,73.(TCI –T) + 7,56.G (T<TCI)
EMI = P0,75 .92,40 + 0,88.(T–TCI) + 7,56.G (T>TCI)
Poedeiras4
EMI = P0,75 .(165,74 – 2,37.T) + 6,68.G + 2,40.MO
Frangos de corte5
EMI = P0,75.(307,87 -15,63.T + 0,3105.T2) + 13,52.Gg + 12,59.Gp
EMI = exigência de EM (kcal/ave/dia); P0.75 = peso metabólico (kg); T = temperatura
(C); G = ganho de peso diário (g); MO = massa de ovos (g); Gg = ganho em gordura
corporal (g); Gp = ganho em proteína corporal (g); TCI = 24,54 – 5,65E; E escore de
empenamento (0 a 1). 1Sakomura et al., 2003; 2Rabelo et al., 2006; 3Neme et al.,
2005; 4Sakomura et al., 2005a; 5Sakomura et al., 2005b).
Tabela 11 - Composições percentuais das dietas experimentais usadas em ensaio
para determinar as exigências de mantença de proteína para poedeiras.
Ingredientes (%) Níveis de PB das dietas
16% 8% 4% 2%
Milho 56,11 40,41 20,05 12,63
Farelo de soja 24,39 8,68 3,00 -
Farinha de mandioca 5,43 30,00 48,11 48,18
Fécula de mandioca 2,00 5,65 12,00 18,00
Fosfato bicálcico 1,59 1,95 2,08 2,15
Calcário calcítico 8,48 9,12 9,05 9,04
Óleo de soja degomado 1,08 1,36 2,12 3,52
Sal comum 0,35 0,35 0,35 0,35
DL-Metionina (98%) 0,02 0,09 0,02 0,02
L-Lisina (78%) - 0,09 0,09 0,09
Areia lavada - 1,80 2,58 5,47
Suplemento Mineral 0,25 0,20 0,25 0,25
Suplemento Vitamínico 0,30 0,30 0,30 0,30
Total 100,00 100,00 100,00 100,00
As dietas são isocalóricas (2.800 kcal/kg), isocálcicas (4% Ca), isofosfóricas (0,42% Pd), e os
aminoácidos variaram conforme os níveis de PB das dietas. (Basaglia, 1999 Tese de
Doutorado, UNESP-Jaboticabal).
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. Coleta total das excretas
Pelo método de coleta total, são controlados o consumo de ração e a
produção total de excretas durante o ensaio. As amostras de excretas são
preparadas e, juntamente com as rações, são encaminhadas ao laboratório
para análises de N e MS. Com base nos dados de consumo e de nitrogênio das
rações, determina-se o consumo de N; e com os dados de excreta produzida e
N das mesmas, calcula-se a excreção de N. O balanço de N é calculado pela
diferença entre o N consumido e o N excretado.
5.7.2. Dados obtidos em ensaio realizado com poedeiras
Tabela 12 - Médias da ingestão de N (NI), excreção de N (NE) e balanço de nitrogênio
(BN) obtidos em ensaio de metabolismo realizado com poedeiras.
Níveis de PB NI NE BN
(%) (g/kg0,75/dia)
16 2,63 ± 0,13 1,27 ±0,16 1,36 ± 0,25
8 1,04 ± 0,09 0,58 ± 0,07 0,46 ± 0,06
4 0,45 ± 0,04 0,39 ± 0,10 0,054 ± 0,001
2 0,27 ± 0,01 0,28 ± 0,04 0,008 ± 0,004
(Basaglia, 1999. Tese de Doutorado - UNESP-Jaboticabal).
5.7.3. Determinação da Nm, Ne e eficiência de utilização do N
A exigência de nitrogênio para mantença (Nm) é determinada pela regressão
do balanço de nitrogênio (BN) em relação ao nitrogênio ingerido (NI). Essa equação
fornece no intercepto do eixo Y as perdas endógenas de nitrogênio (Ne); e no
intercepto do eixo X, o Nm, o
qual, multiplicado pelo fator de
conversão 6,25, fornece a PBm.
A inclinação da reta representa
a eficiência de utilização do
nitrogênio da dieta.
A relação do BN com o NI
obtida pelos dados apresentados
na Tabela 12, é expressa pela
equação de regressão linear: BN
= -0,1812 + 0,5894.NI, R2=0,97.
Considerando-se o BN=0, a
exigência de N para mantença,
Nm = 310 mg/kg0,75/dia. As perdas
endógenas de N da ave em jejum
é representada pelo intercepto da
equação, Ne = 181,2 mg/kg0,75/
dia e a eficiência de utilização do N da dieta, k = 0,59, conforme mostra a
Figura 9.
Nitrogênio ingerido (g/kg0,75/dia)
B
al
an
ço
 d
e 
ni
tro
gê
ni
o 
(g
/k
g0
,7
5 /d
ia
)
Figura 9 - Relação entre balanço (BN) e
ingestão de nitrogênio (NI), ambos expressos em
g de N/kg0,75/dia.
223
M
ét
o
d
o
 f
at
o
ri
al
 p
ar
a 
d
et
er
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in
ar
 e
xi
g
ên
ci
as
 n
u
tr
ic
io
n
ai
s
Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
5.8. Exigências de proteína para o crescimento e produção
As exigências de proteína para o crescimento e produção podem ser
determinadas pelos mesmos procedimentos descritos em 5.4.( Protocolo para
determinar exigências de energia para o crescimento) e 5.5. (Protocolo para
determinar as exigências de energia para produção).
5.9. Elaboração de modelos para determinar exigências de proteína
As exigências de proteína, considerando-se os coeficientes determinados para
manutenção, crescimento e produção, podem ser determinadas pelos modelos:
Para aves em crescimento: PB = PBm.P0,75 + PBg.G (Modelo 12)
Para aves em produção: PB = PBm.P0,75 + PBg.G + PBo.MO (Modelo 13)
PBm = coeficiente de PB para mantença (g de proteína/P0,75/dia);
PBg = coeficiente de PB para ganho de peso (g de PB/g de peso corporal);
PBo = coeficiente de PB para produção de ovos (g PB/g de ovo);
PB = consumo de PB (g/ave/dia);
P0,75 = peso metabólico (kg);
G = ganho de peso diario (g);
MO = massa de ovos produzida por dia (g).
5.9.1. Modelos elaborados nos estudos realizados na UNESP-Jaboticabal
Os modelos para determinar as exigências de proteína para aves de postura,
corte e reprodutoras, elaborados com base nos estudos realizados na UNESP-
Jaboticabal, são relacionados na Tabela 13.
Tabela 13 - Modelos para predizer as exigências de proteína para matrizes, poedeiras
e frangos.
Idade (sem.)Modelos
Aves de postura em crescimento1
3 a 8 PB = 2,39.P0,75 + 0,41.G
9 a 12 PB = 2,39.P0,75 + 0,54.G
13 a 18 PB = 2,39.P0,75 + 0,56.G
Matrizes em crescimento2
3 a 8 PB = 2,02.P0,75 + 0,350.G
9 a 14 PB = 2,02.P0,75 + 0,406.G
15 a 20 PB = 2,02.P0,75 + 0,463.G
Matrizes em Reprodução3
PB = 2,282.P0,75 + 0,356.G + 0,262.MO
Poedeiras em Produção4
PB = 1,94.P0,75 + 0,480.G + 0,301.MO
Frangos de corte – Machos5
1 a 3 PB = 1,32.P0,75 + 0,256.G
4 a 6 PB = 1,32.P0,75 + 0,277.G
7 a 8 PB = 1,32.P0,75 + 0,283.G
PB = exigência de PB (g/ave/dia);, P = peso corporal (kg); G= ganho diário de peso (g/ave/
dia);, MO = massa de ovo (g/ave/dia). 1Basaglia et al., 1998; 2Silva et al., 2000; 3Rabello et
al., 2002; 4Sakomura et al., 2002; 5Longo et al., 2001).
224
Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
Sa
ko
m
u
ra
, 
N
.K
. 
&
 R
o
st
ag
n
o
, 
H
.S
. 5.10. Avaliação dos modelos
Os modelos antes de serem utilizados devem ser validados. Para isso há vários
critérios: os modelos podem ser avaliados em ensaios de desempenho, por
simulação, aplicando-se nos modelos dados de desempenho esperado, e por
comparação dos dados preditos pelo modelo com aqueles observados em ensaios.
 5.10.1. Protocolo para avaliar os modelos em ensaios de desempenho
Os modelos desenvolvidos na UNESP-Jaboticabal foram avaliados em ensaios
de desempenho realizados com matrizes pesadas em crescimento, matrizes em
reprodução e poedeiras. Para exemplificar, será descrito o protocolo usado para
avaliar o modelo de predição das exigências de energia em ensaio conduzido
com matrizes em reprodução (Rabello et al., 2006).
Ensaio de desempenho
O experimento foi conduzido com 600 matrizes de corte, fêmeas, Hubbard
Hy-Yield e 60 machos Petterson, com 31 semanas de idade, com duração de 112
dias. As aves foram distribuídas de acordo com o delineamento inteiramente
casualizado, com dois tratamentos (controle e modelo) e 5 repetições com 40
fêmeas e 4 galos. O fornecimento diário de EM para o grupo controle foi de
acordo com o manual da linhagem; e para o outro grupo conforme o modelo:
EM=P0,75(192,76–6,32.T+0,12.T2) + 7,62.G + 2,40.MO.
A ração era fornecida diariamente e a quantidade baseada na exigência de
EM calculada pelo modelo ou conforme a recomendação da linhagem. A exigência
de EM foi determinada aplicando-se no modelo dados de peso corporal médio,
ganho de peso diário, produção de ovos e temperatura ambiente. O peso e a
produção eram controlados semanalmente e a temperatura, diariamente.
Para o fornecimento diário das rações visando ao atendimento das exigências
de EM, conforme os tratamentos e dos demais nutrientes segundo as
recomendações do manual da linhagem, foram formuladas dietas para diferentes
consumos, variando de 145 a 165g/ave/dia (Tabela 14). As dietas foram
formuladas com os mesmos níveis energéticos e diferentes concentrações dos
demais nutrientes, para promover a mesma ingestão dos nutrientes, exceto a
energia que variava com as quantidades fornecidas de ração.
Foi avaliado o desempenho produtivo (peso corporal, consumo diário de
energia, conversão alimentar e energética, produção e peso dos ovos), e as
características reprodutivas (taxa de eclosão, eclodibilidade, fertilidade dos
ovos e o peso dos pintos) (Tabela 15).
Os resultados da Tabela 15 mostram que o grupo de aves alimentadas de
acordo com o modelo, apesar de ter consumido menos energia, tiveram
desempenho produtivo e reprodutivo semelhantes ao do grupo tratado segundo
as recomendações da linhagem. Entretanto, as aves alimentadas conforme o
modelo tiveram melhores conversões alimentar e energética. Os resultados
evidenciam que o modelo foi eficaz em predizer as exigências energéticas das
aves. Além disso, as diferenças entre o desempenho predito e observado do
grupo alimentado conforme o modelo foram pequenas (Tabela 16), indicando
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o seu bom ajuste. Portanto, o modelo avaliado pode ser recomendado para a
elaboração de programas de alimentação para reprodutoras pesadas.
Tabela 14 - Composições nutricionais das dietas formuladas para os fornecimentos
diarios de ração variando de 145 a 165 g/ave/dia.
 Rações conforme o fornecimento diário
Níveis nutricionais 165g 160g 155g 150g 145g
Proteína bruta (%) 14,55 15,00 15,48 16,00 16,55
Energia Metabolizável (kcal/kg) 2.870 2.870 2.870 2.870 2,870
Metionina (%) 0,446 0,460 0,475 0,491 0,508
Metionina + Cistina (%) 0,698 0,720 0,743 0,768 0,794
Lisina (%) 0,735 0,758 0,782 0,809 0,836
Cálcio (%) 3,200 3,300 3,406 3,520 3,641
Fósforo disponível (%) 0,407 0,420 0,434 0,448 0,463
Sódio (%) 0,145 0,150 0,155 0,160 0,166
Colina (mg/kg) 1.066 1.100 1.135 1.173 1.213
 (Rabello et al., 2006).
Tabela 15 - Resultados do desempenho das matrizes de 31 a 46 semanas de idade.
Variáveis Controle Modelo
Consumo de EM (kcal/ave/dia) 455 a 444 b
Produção de ovos (%ave/dia) 83,30 84,15
Massa ovo (g/ave/dia) 52,71 53,14
Conversão alimentar (kg/kg ovos) 3,011 a 2,914 b
Conversão energética (kcal/kg ovos) 8,641 a 8,363 b
Peso corporal às 46 sem. (g) 3.942 3.906
Taxa de eclosão (%) 90,77 91,35
Eclodibilidade (%) 93,36 95,31
Peso dos pintos (g/ave) 44,92 44,92
Médias seguidas de letras diferentes diferem pelo teste F. ( Rabello et al., 2006).
Tabela 16 - Médias do ganho de peso diário (GP) e da produção de massa de ovos
(MO) observadas e preditas e as diferenças entre os valores observados e preditos
para cada tratamento de 31 a 46 semanas de idade.
GPP1 GPO1 Diferenças MOP1 MOO1 Diferenças
(g/dia) (g/dia) GPO-GPP (g/dia) (g/dia) MOO-MOP
Controle 3,08 3,61 0,53 52,89 52,71 -0,18
Modelo 3,15 3,50 0,35 53,35 53,14 -0,21
1Valores calculados considerando-se o ganho de peso inicial e final observado (GPO) e predito
(GPP) e a massa de ovos observada (MOO) e predita (MOP).
5.10.2. Protocolo para avaliar modelos por simulação comparando com
resultados observados
O modelo pode ser avaliado comparando-se os consumos de EM preditos por
ele com os consumos observados em um ensaio experimental ou com outros
modelos da literatura. Os consumos de EM são determinados por simulação,
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Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos
Sa
ko
m
u
ra
, 
N
.K
. 
&
 R
o
st
ag
n
o
, 
H
.S
. aplicando-se nos modelos os dados de peso corporal, ganho diário de peso ou
de proteína e gordura corporal e temperatura ambiente.
No exemplo apresentado na Tabela 17, são relacionados os consumos de
EM diários observados em um ensaio realizado com frangos de corte na UNESP-
Jaboticabal e os calculados pela aplicação dos dados de peso, ganhos diários de
proteína e gordura corporal e temperatura ambiente observados durante o ensaio
no modelo UNESP (EM = (307,87-15,63.T + 0,311.T2) P0.75 + 13,52.Gg + 12,59.Gp ), e
nos propostos por Emmans (1989) (ME = 0,275.BP + 11,95.Gp + 13,38.Gg) (BP =
peso protéico, g) e por Chwalibog (1991) (ME = 111,1.P0.75 + 8,03.Gp + 13,38.Gg).
Para comparar os valores preditos pelos modelos com os consumos observados no
ensaio, foram calculadas as diferenças entre eles (P-O) e a soma de quadrados dos
desvios (SQD).
Tabela 17 - Avaliação dos modelos de predição das exigências energéticas para frangos
de corte por simulação comparando-se com valores observados.
Idade EMI 1 UNESP P– O5 Emmans P – O5 Chwalibog P – O5
(dias) Observados (2005)2 (1989) 3 (1991) 4
kcal/ave/dia
7 a 14 148 154 6 121 -27 127 -21
15 a 21 255 272 17 217 -38 222 -33
22 a 28 401 405 4 331 -70 342 -59
29 a 35 516 536 20 445 -71 448 -68
36 a 42 586 567 -19 465 -121 501 -85
43 a 49 660 713 53 602 -58 619 -41
50 a 56 721 619 -102 513 -208 520 -201
SQD6 14356 73910 59336
1EMi = EM consumida

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