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18a aula A SENTENÇA TRABALHISTA

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. Marcílio Florêncio Mota
profmarciliomota@hotmail.com
Tema: A SENTENÇA TRABALHISTA
1. Referências legais e jurisprudenciais: arts. 831 a 835 e 852-I da CLT. Arts. 162, 267, 269 e 458 a 466-C do CPC. Súmulas 219, 329 e 396 e OJ 305 da SDI-1.
2. Definições:
2.1. Definição legal
A CLT não define a sentença trabalhista. A definição legal que nós encontramos para a sentença enquanto ato processual está no § 1º do art. 162 do CPC:
Art.162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.232, de 2005).
A definição legal não se preocupa com a ciência, mas com o sistema recursal e o principio da correspondência.
Definição doutrinária:
A sentença é o ato de juiz monocrático que ao final de um procedimento promove a entrega da prestação jurisdicional por ele devida sem prejuízo de uma atuação suplementar para completar ou aclarar o julgamento ou de execução ou de efetivação do que houver decidido.
A definição acima apresentada tem em vista a perspectiva da atividade jurisdicional de cognição. No processo cautelar e na execução o juiz profere sentença correspondendo ao ato de encerrar o procedimento perante ele instaurado. Na sentença cautelar o juiz diz da necessidade ou não do provimento cautelar reclamado, enquanto que na sentença da execução ele reconhece uma causa extintiva da obrigação e, por conseguinte, da atividade executiva.
O legislador adotou a definição de sentença como ato de extinção do processo na perspectiva de estabelecer um recurso especifico contra o ato do juiz. No caso do processo civil o recurso cabível é a Apelação e no processo do trabalho o recurso para atacar uma sentença pode ser o Ordinário, para as sentenças da fase de cognição, ou o Agravo de Petição, para as sentenças proferidas na fase de execução.
Objeto
O objeto da sentença é o conflito submetido á apreciação jurisdicional. A litiscontestatio, conjunto formado pelos argumentos e pedidos do autor e pelos argumentos e pedidos do réu, é o limite imposto à atuação do juiz. Tal limite é expresso nos arts. 2º, 128 e 460 do CPC:
Art.2º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.
Art. 128 O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
Art.460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso que lhe foi demandado.
A sentença, em vista dos limites traçados pelas partes, não pode ser “extra petita”, “ultra petita” ou “citra petita”.
Sentença “extra petita” é aquela que julga objeto diferente do pedido. O autor pediu uma indenização e o juiz, diversamente, do pedido, decidiu pela dissolução do contrato. Essa sentença é nula. No processo do trabalho, porém, temos a exceção do art. 496 da CLT, que prevê a possibilidade de que o juiz profira uma sentença de quantia no lugar de fazer (reintegração) requerida pelo autor.
A sentença “ultra petita” é aquela que vai além do pedido do autor concedendo-lhe direito não postulado. O juiz condena o réu numa obrigação de pagar quantia e dá também uma declaração sobre a autenticidade ou falsidade de um documento, coisa que não tinha sido pedida no processo. As sentenças “ultra petita” são nulas na parte que excede o pedido e compete ao Tribunal no julgamento do recurso adequá-lo ao pedido. Uma particularidade do processo do trabalho em torno dessas sentenças é a possibilidade do juiz deferir direito não pedido, conforme o principio da ultrapetição, o que acontece, por exemplo, no caso de reconhecimento de relação de emprego e determinação do registro do contrato de trabalho na Carteira de Trabalho. Uma questão mais discutida no processo do trabalho é a condenação em valor superior ao demandado, quando o autor apresentar cálculo para os pedidos que formulou, em especial no rito sumaríssimo.
Por fim, a sentença “citra petita” é aquela que aprecia menos do que foi pedido. O autor pediu uma condenação e uma declaração e o juiz se restringiu a julgar o pedido de condenação. Os Embargos de Declaração podem resolver o problema, quando o juiz complementará a decisão. Se o defeito for mantido, o tribunal anulará a sentença e mandará o juiz complementá-la para evitar supressão de instância.
Função da sentença 
Declaratória
Através da sentença o juiz declara a vontade da lei no caso concreto. O direito, preexistente, se manifesta, se concretiza com a declaração jurisdicional. Ela está expressa na proposição: o juiz é “La buche de La loi”. A concepção de que a sentença expressa apenas a vontade da lei tem por base ideológica o mito da completude do ordenamento jurídico. Porque o ordenamento jurídico é completo, o juiz simplesmente declara o direito preexistente. Essa concepção, porém, não resiste à constatação elementar de que o juiz pode fazer uma interpretação da lei difere da interpretação meramente declarativa. É extremamente comum, aliás, que o juiz faca uma interpretação extensiva, restritiva ou ab-rogante.
Criadora
Pensadores eminentes vêem, ao lado da função declaratória, uma função criadora do direito pela sentença (Bulow, Erlich, Stammler, Geny). Nem sempre a lei é clara e muitas vezes é lacunosa. Noutras ela não contém regras reguladoras do caso concreto. Não obstante, ao juiz não é dado deixar de proferir decisão alegando lacuna na lei, donde, então, se configura a situação da criação do direito. Mas recentemente, em especial pela doutrina do uso social do direito, vê-se na atuação do juiz uma possibilidade de inovação na lei, ou seja, ele pode, em razão das necessidades sociais, criar o direito para o caso ou dar interpretação diferente daquela que possa ser extraída da literalidade da norma.
A posição que se adota em torno da função da sentença tem relação com a concepção que se tem da possibilidade da atuação política do juiz. Falamos aqui de política não no sentido partidário, mas de exercício de poder com capacidade de influir na vida das pessoas. Qualquer que seja a concepção que tenhamos, não é possível desconsiderar a atuação política dos juízes e do judiciário. Esse Poder, de fato, atua com repercussão sobre a vida das pessoas.
Natureza
Ato de inteligência
A sentença é ato de autoridade do Poder Judiciário em atuação monocrática ou unipessoal. É ato do juiz. Praticado por outrem que não investido de jurisdição é ato inexistente, ou seja, absolutamente inapto a produzir efeitos.
É ato de inteligência na medida em que é resultado da interpretação dos argumentos das partes (litiscontestatio), do resultado provocado pelas provas produzidas em torno dos fatos (instrução) e da aplicação do ordenamento jurídico ao concreto (subsunção).
Ato de vontade
É ato de vontade, o que quer dizer não a vontade pessoal, caprichosa do juiz, mas do ordenamento jurídico lei que ele interpreta, que se comprometeu observar e que, numa perspectiva ideal, se destina ao bem estar de todos.
Requisitos:
Quanto à validade:
Fundamentação:
Todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, conforme a regra do inciso IX do art. 93 da CF. O objeto principal da exigência de fundamentação é permitir às partes a compreensão dos motivos do juiz, já que a decisão não é um ato discricionário. O juiz deve revelar as razões de direito e de fato que o conduziram à decisão, inclusive para permitir que haja impugnação ao que foi decidido, ou seja, o exercício do duplo grau de jurisdição.
Adstrição ao pedido:
O segundo requisito de validade é o da adstrição do órgão jurisdicional ao que foi postulado pelas partes. Esse limite é imposto ao juiz no processo civil, claramente, pelas regrasdos arts. 128 e 460 do atual CPC. No processo do trabalho, porém, temos exceções a essa exigência, as quais estão consubstanciadas no princípio da ultra e extra petição. Observamos, entretanto, que a concessão pelo juiz do trabalho de direitos não postulados não se faz de forma ilimitada. A legislação é que prevê essa possibilidade, o mesmo ocorrendo quando o juiz está autorizado a proferir sentença de natureza diversa da pedida, conforme o art. 496 da CLT. É importante destacar, neste ponto, a interpretação consagrada na Súmula 396 do TST. 
Quanto à interpretação:
Clareza 
A sentença deve ser clara. O juiz deve usar adequadamente o vernáculo e as expressões técnicas peculiares à ciência do Direito. Não deve se valer ou abusar do “juridiquês”. Deve esboçar pensamento claro, que possa ser compreendido pelos advogados e pelas partes. O juiz não pode ser obscuro, duvidoso ou contraditório. A sentença expressa uma vontade (da Lei) e uma ordem (é a Lei do caso concreto) e os seus destinatários devem ter o poder de compreender o decidido. A decisão é obscura quando dela não é possível extrair qualquer interpretação ou quando puder ser interpretada de mais de uma maneira, instalando a dúvida no intérprete. A decisão é contraditória, por fim, quando nela contiver proposições que conflitam entre si. O juiz raciocina de um modo e conclui de modo que não se adéqua a premissa por ele utilizada.
Completude
Por esse requisito se diz que o juiz deve julgar integralmente a causa. Deve apreciar os pedidos e os argumentos do autor e do réu. O trabalho de entrega da prestação jurisdicional compreende, necessariamente, a completa entrega da jurisdição reclamada pelos litigantes. Na hipótese de sentença incompleta ou omissa, a parte deve propor a sua correção por meio dos Embargos de Declaração, que no processo do trabalho são previstos no art. 897-A da CLT. Não suprido o defeito pela via dos ED, cabe a interposição do Recurso Ordinário e a anulação do julgamento para a completa prestação jurisdicional.
Elementos essenciais: Os elementos essências da sentença do Processo do Trabalho nós encontramos no art. 832 da CLT.
Relatório: 
O relatório é a parte da sentença na qual o juiz expressa para o seu leitor o que é o processo. Indica ele, então, quem são as partes, qual o objeto da lide, quais as defesas apresentadas pelo réu e quais as ocorrências processuais. É de ser ressaltado, no entanto, que a sentença do rito sumaríssimo dispensa relatório, conforme o art. 852-I da CLT.
Fundamentos ou motivação: 
É a parte da sentença na qual o juiz analisa as questões de direito e de fato apresentadas pelas partes. Aqui ele interpreta o direito e os fatos da causa com as provas que foram eventualmente produzidas.
Conclusão ou dispositivo: 
É a parte principal da sentença. Nessa parte o juiz diz, efetivamente, como decide o conflito a ele submetido. Conclui pela procedência, improcedência, procedência parcial do pedido ou pela extinção do processo sem resolução ou com resolução do mérito. Diz a natureza do provimento jurisdicional cognitivo, se meramente declaratório, se constitutivo ou se condenatório. No que respeita a esta ultima parte, observa se a condenação é de obrigação de fazer, de não fazer, de entregar coisa ou de pagar quantia.
Classificação das sentenças
Sentenças definitivas:
Sentenças definitivas são aquelas pelas quais o juiz entrega a prestação jurisdicional cognitiva com resolução de mérito – art. 269 do CPC. Essas sentenças podem ser condenatórias, meramente declaratórias, constitutivas, mandamentais ou executivas latu senso.
Condenatórias: são aquelas pelas quais o juiz fixa obrigação a ser adimplida por uma das partes. As obrigações são de dar (pagar quantia), fazer ou não fazer ou, ainda, de entregar coisa. Apenas as sentenças condenatórias reclamam a execução ou cumprimento como atividade jurisdicional complementar, caso não sejam satisfeitas voluntariamente pelo vencido. Preponderam no processo do trabalho as sentenças condenatórias de quantia.
Constitutivas: são aquelas que instauram um novo status para os litigantes. Elas podem ser positivas ou negativas. A sentença que reconhece a justa causa do empregado estável no inquérito judicial é constitutivo-negativa porque põe fim ao contrato de trabalho. A condição de empregado desaparece e passa a ser de ex-empregado.
Meramente Declaratórias: são aquelas nas quais o juiz diz da existência ou inexistência de relação jurídica entre as partes ou, ainda, pronuncia a autenticidade ou a falsidade de um documento. Não encontramos as sentenças meramente declaratórias na prática do processo do trabalho. As declarações em torno da relação de trabalho e de documentos levados pelas partes são feitas em caráter incidental e sem força de coisa julgada. O pedido de reconhecimento de relação de emprego é em caráter incidental e como pressuposto de pedido de condenação a pagamentos de quantia etc. 
Mandamentais: as sentenças mandamentais são sentenças condenatórias qualificadas pela expedição de uma ordem a ser imediatamente cumprida pelo vencido. No processo do trabalho, as sentenças nas causas de procedência de pedido de reintegração têm esse caráter mandamental. No processo do trabalho também temos o mandado de segurança e a sentença proferida no mandado, se procedente o pedido, também tem natureza mandamental.
Executivas em sentido amplo: as sentenças executivas em sentido amplo são as sentenças condenatórias de obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar coisa. Essa classificação considera que a efetivação do julgado não necessitará da pratica dos atos expropriatórios de bens do devedor. Os atos expropriatórios: penhora, adjudicação, venda de iniciativa de particular, venda em hasta publica e usufruto, são próprios da execução das sentenças condenatórias de quantia.
8.2. Sentenças terminativas: 
São aquelas pelas quais os processos são extintos sem resolução do mérito – art. 267 do CPC. A extinção sem a solução de mérito admite a renovação da ação, salvo se a causa da extinção tiver sido a litispendência, a coisa julgada ou a perempção – art. 268 do CPC. Nas extinções sem solução de mérito nós temos a coisa julgada formal, apenas.
8.3. Sentenças líquidas: 
As sentenças líquidas são aquelas que estabelecem de antemão, na própria sentença, o valor a ser pago ou a coisa a ser entregue, de modo individualizado, ao vencedor pelo vencido.
8.4. Sentenças ilíquidas: 
As sentenças ilíquidas são aquelas que não prevêem de antemão a quantia ou a coisa devida. A quantia ou coisa é definida em procedimento posterior denominado de “liquidação da sentença”. No processo do trabalho os juízes devem se esforçar para proferir sentenças líquidas, porque a liquidação da sentença ou da decisão final gera incidentes que atrasam a conclusão do processo.
Peculiaridades da sentença trabalhista: 
As sentenças no processo do trabalho possuem peculiaridades que as distinguem das sentenças do processo civil comum, o que passamos a analisar:
Só pode ser proferida depois de frustrado o juízo conciliatório: 
A vocação natural dos órgãos da Justiça do Trabalho é a conciliação dos litigantes. Para a conciliação o juiz deve utilizar todos os meios de persuasão de que disponha. Nesse contexto, então, a regra do art. 831 da CLT estabelece que a composição do conflito pela sentença só tem lugar quando não for possível a conciliação das partes. O juiz deve, então, após encerrada a instrução e apresentadas as razoes finais dos litigantes, renovar a proposta de acordo – art. 850 da CLT. A sentença proferida sem que essa proposta tenha sido renovada é nula.
Fixação de prazo e condições para o cumprimento: 
Antes que tivéssemos a previsão de pena pecuniária para o caso de descumprimento de sentença de fazer e de não fazer, art. 461 do CPC, ou de prazo para pagamento da quantia devida – art. 475-J do CPC, o processo do trabalho já continha regra dispondo sobre a possibilidade do juiz definir na sentença o prazoe as condições gerais para o cumprimento da sentença que ele proferir – 1º do art. 832 da CLT. Esta é uma das razões pelas quais interpretamos que o juiz do trabalho pode estabelecer a aplicação da regra do art. 475-J do CPC no que respeita à multa para o inadimplemento após o trânsito em julgado da sentença condenatória de quantia. Não encontramos na pratica dos órgãos jurisdicionais essa fixação, salvo por aplicação direta do art. 475-J do CPC.
Estabelecimento da natureza de eventuais parcelas deferidas ao trabalhador para fins de incidência de contribuição previdenciária:
Essa peculiaridade nós encontramos no 3º do art. 832 da CLT e foi introduzida na legislação como uma consequência do reconhecimento de que a Justiça do Trabalho dispõe de competência para a cobrança e a execução das contribuições previdenciárias incidentes sobre as parcelas de salariais deferidas ao trabalhador.
Os honorários advocatícios: 
Os honorários advocatícios são fixados pelo juiz para o advogado do sindicato do trabalhador que seja beneficiário da gratuidade da justiça – Súmulas 219 e 329 do c. TST e OJ 305 da SDI-1. Por outro lado, os honorários são fixados em até 15% do valor da condenação. Os honorários advocatícios, ademais, não decorrem da sucumbência, o que implica em que o empregado não seja condenado aos honorários. A disciplina de honorários sucumbenciais prevista no CPC tem cabimento quando a causa não versar sobre relação de emprego.
As custas e o valor da condenação: 
As custas processuais são calculadas sobre o valor da condenação ou da causa e correspondem a 2% (dois por cento). O valor da condenação real ou arbitrado, neste ultimo caso, nas sentenças ilíquidas também deve constar da sentença. As custas e o valor da condenação devem ser fixados na sentença porque o recurso pressuporá o recolhimento das custas e o depósito da condenação até o limite estabelecido pela legislação.
Correção monetária e juros: 
A sentença deve prever a correção monetária e juros, independentemente de pedido do vencedor. A correção monetária é devida desde o descumprimento da obrigação, enquanto os juros são devidos desde o ajuizamento da RT.
Correção de erros de escrita ou de cálculo: 
Evidentes erros de escrita ou de cálculo na sentença poderão ser corrigidos de ofício ou mediante requerimento da parte ou do MPT antes da execução, conforme o art. 833 da CLT.
9.8. Admite julgamento extra e ultra petita:
O juiz do trabalho pode julgar a causa com a outorga de decisão que não tenha sido postulada pela parte e também com a concessão de direitos que não tenham sido expressamente postulados pelo trabalhador, o que corresponde a uma mitigação do princípio dispositivo ou da inércia da jurisdição.
Podemos apresentar como exemplos a determinação de registro do contrato de trabalho na CTPS, quando se reconhece o vínculo, mesmo que não haja pedido; a fixação de multa de 5% para o cumprimento da sentença que obriga a conceder férias (§ 2º do art. 137 da CLT); a condenação na multa de 50% das parcelas não quitadas na rescisão (art. 467 da CLT); e a substituição de reintegração por indenização da estabilidade (art. 496). No processo civil os arts. 128 e 460 do CPC vedam a aplicação do princípio da extrapetição.
Uma palavra final em torno dessa questão é quanto à possibilidade do juiz do trabalho antecipar os efeitos de tutela sem requerimento do autor. Autores defendem essa possibilidade. 
Destacamos, por fim, que a extra ou ultrapetição não é aplicada indistintamente, mas apenas nas hipóteses permitidas na legislação.

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