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CURSO DE DIREITO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Prof. Marcílio Florêncio Mota profmarciliomota@hotmail.com Tema: O recurso de Ofício, Duplo Grau Necessário ou Reexame Necessário. 1. Referências Legais: Decreto-Lei n. 779/1969 e art. 475 do CPC. 2. Definição: É a submissão, ao órgão recursal, da sentença na qual restou vencida pessoa jurídica de direito público ou da decisão que julga procedentes os embargos do devedor em execução fiscal como condição de sua eficácia. 3. Pressuposto do Recurso de Ofício: Sentença contrária à pessoa jurídica de direito público, conforme a redação do inciso V do art. 1º do Decreto-Lei n. 779/1969. O Tribunal Superior do Trabalho, contudo, tem Súmula que prevê a aplicação do art. 475 do CPC ao reexame necessário, o que implica em que a derrota da pessoa jurídica de direito pública deve ser em causas de valor superior a 60 salários mínimos – Súmula 303. A Súmula prevê, por outro lado, o cabimento do RO também em julgamentos de primeira instância de Ação Rescisória e Mandado de Segurança. 4. Causas de não cabimento ou impedimento do recurso de ofício: 4.1. Condenação, direito ou execução fiscal inferior a 60 SM; e 4.2. Sentença baseada em Súmula ou jurisprudência do STF ou em Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho – Súmula 303. 5. Conseqüências da ausência de remessa: 5.1. A sentença não produz efeitos: A submissão da sentença ao duplo grau é condição a que ela produza efeitos. Sem a submissão ela não é exigível, não produz efeito e a qualquer tempo, constatado o defeito, é submetida ao Tribunal. 5.2. Avocação do processo pelo Presidente do Tribunal: O Presidente do Tribunal do juiz que proferiu a decisão não submetida ao duplo grau de jurisdição mandará buscar os autos para submetê-lo ao recurso de ofício. 6. Crítica: 6.1. De ordem política: Muitas vozes têm se levantado contra o duplo grau necessário. O argumento principal é de que se trata de um privilégio que já não mais se justifica na medida em que as pessoas de direito público podem constituir um corpo de advogados para a promoção do recurso voluntário. Os favoráveis ao duplo grau necessário afirmam que o instituto não é um privilégio, mas uma prerrogativa, ou seja, que o instituto é justificado pelo interesse público. Tramita no congresso projeto de lei que acaba com o recurso de ofício. 6.2. De nomenclatura: A prática consagra a nomenclatura “recurso de ofício”, a qual parece sugerir que o juiz recorreu da sentença que proferiu, o que não é o caso. Assim, melhor é chamar o instituto de “reexame necessário” ou “duplo grau necessário”. 7. O RECURSO DE OFÍCIO E O NOVO CPC O Recurso de Ofício é mantido no novo CPC. O novo CPC, porém, amplia o valor da derrota da pessoa de direito público para efeito de cabimento. Agora a condenação tem de exceder a 1000 salários mínimos – art. 486 do Substitutivo do CPC. Por outro lado, o novo CPC diz, quanto às sentenças ilíquidas, que elas serão submetidas ao duplo grau necessário. Prof. Marcílio Florêncio Mota
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