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Resumo Aula 00 – Direito Penal Militar Previsão constitucional da Justiça Militar – Art. 124 CF Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. - Crimes militares - Julgar Militares e excepcionalmente Civis (quando cometerem crimes militares) Quem são militares? - Membros Polícia Miliar e Corpos de Bombeiros Militares (Militares ESTADUAIS) - Militares das FORÇAS ARMADAS (Militares FEDERAIS – Servidores da Pátria) Justiça Militar Estadual - Auditoria Militar (1º Grau – Juiz Auditor realiza a Auditoria Militar; Processo é Julgado pelos Conselhos de Justiça, órgãos colegiados que compreendem o juiz auditor e mais 4 juízes militares, presidido pelo juiz militar de maior patente); - Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar (2º Grau – Normalmente exercido pelo TJ comum do Estado. No entanto, para estado com contingente militar superior à 20 mil militares, é possível a criação de um Tribunal específico, como ocorreu nos estados de SP, MG e RS); - STJ (Órgão superior competente para julgar os recursos advindos da Justiça Militar ESTADUAL) Obs. A Justiça militar ESTADUAL não processa nem julga Civis. Aplicação da Lei Penal Militar Crimes PROpriamente Militares Crimes Militares Crimes IMpropriamente Militares Três vertentes doutrinárias especulam sobre o modo de se classificar os crimes militares em Próprios ou Impróprios: Doutrina predominante !! • Doutrina Clássica – (Ratione Personae/ em função do agente) Crimes propriamente militares são os que somente podem ser cometidos por militares. Os demais crimes, que podem ser cometidos tanto por militares quanto por civis serão impropriamente militares; Jorge Alberto Romieiro • Doutrina topográfica – (em função da localização da norma penal) Sendo crimes militares os presentes apenas no Código Penal militar, não possuindo correspondência em lei penal comum; • Doutrina Tricotômica – Existindo uma terceira classe de crimes, os tipicamente militares, desta forma: i. Crimes Propriamente militares (praticados apenas por militares) ii. Crimes Tipicamente militares (previsto apenas no Código Penal Militar) iii. Crimes impropriamente militares (previstos tanto no Código Penal Militar quanto no Código Penal). Nicolas Texto digitado Havendo mais de um na mesma patente, o mais antigo Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Art. 1º Princípio da Legalidade. Não há pena ou medida de segurança sem prévia cominação legal. Medida de segurança diferente da existente no direito penal comum. Aqui são penas acessórias, geralmente restritivas de direitos. Art. 2º Lei supressiva de incriminação. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. §1º Retroatividade da lei penal mais benigna §2º Avaliação da norma mais benigna como um todo, apartado. Não é possível misturar as normas. Art. 3º Medidas de Segurança. Regem se pela lei do tempo da sentença ou pelo da execução se diversa. Art. 4º Lei excepcional ou temporária continua aplicável aos fatos praticados durante sua vigência, ainda que já revogada. Art. 5º Lei Penal Militar no TEMPO. Teoria da ATIVIDADE. Incide a súmula 711 do STF, aplicando- se pena mais grave que entre em vigor durante a execução de crime continuado ou permanente (deserção e insubmissão). Art. 6º Lei Penal Militar no ESPAÇO. Teoria da UBIQUIDADE (atividade + resultado), excetuando- se os crimes omissivos, onde incidirá a teoria da atividade. LUTA Lugar = Ubiquidade (cuidar exceção – crimes OMISSIVOS) Tempo = Atividade Art. 7º Territorialidade Temperada (mitigada) – Cabe aplicação conjunta de convenções, tratados e regras de direito internacional ao direito penal militar; Extraterritorialidade incondicionada – é possível que crime de competência penal militar brasileiro seja julgado pela justiça estrangeira, sem necessidade de preencher condições (incondicionada); §s – Extensão do território nacional i. Aeronaves e embarcações brasileiras sob o comando militar, ainda que de propriedade privada; ii. Aeronaves e embarcações estrangeiras em lugar sujeito à administração militar ou crime contra instituições militares; iii. Navio = Toda embarcação sob o comando militar; Obs. Inutilidade destas disposições, tendo em vista que o caput do artigo determina a aplicabilidade da lei penal militar brasileira tanto dentro quanto fora do território nacional; Art. 8º DETRAÇÃO PENAL - Pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil. Intuito de evitar o bis in idem. Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Sublinhado Nicolas Sublinhado Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Retângulo Nicolas Realce Nicolas Retângulo Nicolas Realce Nicolas Realce Art. 9º Crimes militares em tempo de PAZ I - Crimes definidos no Código Penal Militar, não importa o agente. Crimes Propriamente militares de acordo com a doutrina topográfica; II – Crimes previstos no CPM e na Legislação Penal Comum quando praticados: Por Militar em atividade i. Contra militar em atividade – Relativizado pela Jurisprudência, sendo necessário que o agente ativo saiba da condição de militar ativo do sujeito passivo e “afetar”, “abalar” a instituição militar; ii. Em local sujeito à administração militar – contra qualquer pessoa. Abrange bens móveis (veículos militares); Não abrange o PNR (Próprio Nacional Residencial) assim como estabelecimentos comerciais situados dentro das organizações militares. iii. 1Em atividade militar, 2contra qualquer pessoa, 3ainda que fora da jurisdição militar – que compreende formatura, manobras ou exercícios militares; iv. Contra patrimônio ou ordem militar; Obs. Não existe mais a figura do ASSEMELHADO; §1º - Dolosos contra a vida em face de civil = Tribunal do Júri; §2º - Exceções: i. Durante cumprimento de atribuições estabelecidas pelo Presidente da República; ii. Em ação que envolva a segurança militar ou em missão militar, ainda que não beligerante (sem guerra declarada); iii. Tratamento dado a aeronave que entra em espaço aéreo nacional; Obs. Esta lógica do inciso “II” se aplica apenas aos militares federais, sendo que os militares estaduais continuam sendo julgados pela Justiça Comum; CF, Art. 125. § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. III – Competência excepcional da Justiça Militar. De acordo com o STF apenas para os crimes dolosos. Praticados por militar da reserva, reformado, ou civil contra as instituições militares compreendidas nos incisos I e II e ainda nos seguintes casos: i. Contra o patrimônio e ordem militar. Ex. Civil que não comunica morte do parente militar da reserva e continua recebendo a pensão; ii. Em lugar sujeito à administração militar; Não abrange Auditoria Militar (Justiça Militar) e Ministério Público Militar; iii. Contra militar da ativa ou Funcionário do MJ ou da Justiça Militar no exercício da função; iv. Contra militar em formatura, prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento,acantonamento ou manobras; (militar sendo militar); v. Contra militar fora do lugar sujeito à administração militar, exercendo função legalmente determinada por superior legal, requisitado para aquele fim; Nicolas Sublinhado Nicolas Texto digitado Previstos nullapenas nullno CPM Nicolas Linha poligonal Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Retângulo Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Sublinhado Nicolas Linha poligonal Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Sublinhado Nicolas Sublinhado Nicolas Realce Art. 10 Crimes militares em tempo de GUERRA. I – Especialmente previstos para GUERRA no CPM (Art. 355 em diante); II – Crimes militares de PAZ; III – Crimes previstos nesse código e também na legislação penal comum ou especial, independente do agente, nos casos: i. Território nacional, ou Estrangeiro, militarmente ocupado; ii. Em qualquer lugar quando colocam em risco as operações militares e a segurança externa do país; IV – Crimes previstos apenas na legislação penal comum e especial não militar, quando praticados em zona de operações militares ou em território estrangeiro militarmente ocupado; Art. 11º Militares estrangeiros, quando em intercâmbio na organização militar brasileira, ficam sujeitos à Lei Penal Brasileira. EXCEÇÕES – Tratados ou convenções internacionais em sentido contrário; Art. 12º Militares reformados ou da reserva se equiparam ao civil, salvo se continuarem trabalhando para a administração militar; Art. 13º Militares reformados ou da reserva, mantem responsabilidades e prerrogativas do posto ou graduação. Relacionado ao forro de julgamento e outros aspectos processuais; Art. 14º Defeito no ato de incorporação não afasta incidência da lei penal, salvo se alegada ou conhecida antes da prática do crime. (Ex. de defeito, arrimo de família – o provedor de um núcleo familiar não pode ser incorporado em razão do serviço obrigatório. Deve ser alegado no momento da incorporação); Art. 15º Tempo de guerra. Se inicia com a declaração ou reconhecimento do estado de guerra, e termina com a ordem de cessar hostilidade. Necessário observar os detalhes da autorização legislativa para declaração de guerra pelo Presidente da República (art. 84 CF); Art. 16º Contagem de prazo penal. Se inclui o dia de início; é regido pelo calendário comum; Art. 17º Aplicação subsidiária do CPM à legislação militar especial salvo disposição em contrário na legislação específica; Não existe mais pena de multa no Direito Penal Militar. “[...] para os efeitos penais, salário mínimo é o maior mensal vigente no país, ao tempo da sentença.” Art. 18º Aplicação do Direito penal Militar brasileiro em crimes contra inimigo do inimigo do Brasil (O inimigo do meu inimigo é meu amigo) SE: i. Praticado por brasileiro; ii. Em território nacional ou militarmente ocupado por foça brasileira, qualquer que seja o agente; Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Sublinhado Nicolas Texto digitado inciso XIXnull Nicolas Realce Nicolas Realce Obs. Artigo sem aplicabilidade visto a redação do Art. 7º (Territorialidade Temperada/Extraterritorialidade incondicionada); Art. 19º CPM não compreende infrações disciplinares; Não são condutas penais e sim ilícitos administrativos. Ainda, não existem contravenções penais militares; Art. 20º Aumento da pena em GUERRA (1/3); Em tempo de guerra incide aumento na pena dos crimes de PAZ em 1/3; Não se aplica aos crimes de Guerra (Art. 355 CPM em diante); Art. 21º Definição de ASSEMELHADO, figura que não mais existe no Direito Penal Militar. Eram os servidores Efetivos ou não dos ministérios de cada Força Armada Submetidas à hierarquia e disciplina por lei ou por seus regulamentos; Art. 22º Definição “ruim” de militar. Pegando uma definição boa: “Os membros das Forças Armadas, em razão de sua destinação constitucional, formam uma categoria especial de servidores da Pátria e são denominados militares.” Incluindo ainda os Militares Estaduais, quais sejam os membros da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar (Estatuto do militar, Art. 3º caput modificado) Art. 23º Definição de COMANDANTE: “Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função de direção.” Art. 24º Definição de SUPERIOR: “O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.” Art. 25º Crime praticado na presença do inimigo: i. Em zona de efetivas operações militares; ii. Em zona na eminência de operações militares; iii. Em situação de hostilidade; Art. 26º “Brasileiro” e “nacional” = Brasileiros da CF “Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional", compreende as pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil. Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados estrangeiros os apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.” Art. 27º “Funcionários” compreende Juízes, procuradores do MPM, funcionários e auxiliares da Justiça Militar, incluindo técnicos e analistas do MPM. Art. 28º Crimes contra a segurança externa do país; Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Linha poligonal “Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as instituições militares, definidos neste Código, excluem os da mesma natureza definidos em outras leis.” Por força da Lei de Segurança nacional (Lei n° 7.710/1983) esta competência foi transferida para a Justiça Federal. Ainda existem doutrinadores que insistem na classificação destes crimes como crimes militares; A Doutrina e a Jurisprudência mais recentes entendem que o civil não pode cometer crime propriamente militar, ainda que em conluio com o militar. STJ Súmula n° 172: “Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço” Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce Nicolas Realce
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