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Notas de aulas parte 4a(Mec. Solos I)

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1 
 
 
Notas de aulas de Mecânica dos Solos I (parte 4a) 
 
OBS. As notas de aulas de Mecânica dos Solos I parte 4 foram divididas em duas 
partes, em parte 4a e parte 4b. 
 
 
 
Helio Marcos Fernandes Viana 
 
 
 
 
Tema: 
 
Prospecção e amostragem de solos (3.
o
 parte) 
 
 
Conteúdo da parte 4a 
 
4 Programação de sondagens tipo SPT de simples reconhecimento dos solos para 
fundações de edifícios 
 
5 Amostragem de solos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
4 Programação de sondagens tipo SPT de simples reconhecimento dos solos 
para fundações de edifícios 
 
4.1 Número mínimo de furos de sondagem em uma obra para construção de 
edifícios 
 
 
 A NBR 8036 (1983) recomenda um número mínimo de furos de sondagem 
como apresentado a seguir. 
 
 
a) Número mínimos de furos para área de projeção em planta do edifício até 
1200 m2 
 
 Sendo APP = área de projeção em planta do edifício, tem-se que: 
Para APP ≤ 1200 m2, recomenda-se 1 furo para cada 200 m2 da APP. 
 
b) Número mínimos de furos para área de projeção em planta do edifício entre 
1200 m2 e 2400 m2 
 
Sendo APP = área de projeção em planta do edifício, tem-se que: 
Para 1200 m2 < APP ≤ 2400 m2, recomenda-se: 
 
 -> 1 furo de sondagem a cada 200 m2 até 1200 m2; e 
-> 1 furo de sondagem a cada 400 m2 para área que exceder os 
1200 m2 iniciais. 
 
c) Número mínimo de furos para área em projeção em planta do edifício acima 
de 2400 m2 
 
 Para APP > 2400 m2, recomenda-se que o número de sondagens deve ser 
fixado de acordo com o plano particular de construção. Neste caso, pode ser 
adotado o mesmo critério do item anterior (b). 
 
d) Para áreas de edifícios com projeção em planta até 200 m2 
 
Sendo APP = área de projeção em planta do edifício, tem-se que: 
 Para APP ≤ 200 m2, recomenda-se no mínimo 2 (dois) furos de sondagem. 
 
e) Para áreas de edifícios com projeção em planta até 400 m2 
 
 Sendo APP = área de projeção em planta do edifício, tem-se que: 
Para APP ≤ 400 m2, recomenda-se no mínimo 3 (três) furos de sondagem. 
 
 A Figura 4.1 ilustra um quadro elucidativo (esclarecedor) resumido, que 
relaciona a área de projeção em planta do edifício (APP), em m2, com o número 
mínimo de furos de sondagem SPT exigido pela norma. 
 
 
 
 
 3 
 
 
Figura 4.1 - Quadro elucidativo (esclarecedor) resumido, que relaciona a área 
de projeção em planta do edifício (APP), em m2, com o número 
mínimo de furos de sondagem SPT exigido pela norma 
 
 
4.2 Distribuição espacial dos furos de sondagem em planta 
 
 
 Os furos de sondagem devem ser dispostos no terreno de modo a se obter o 
maior número possível de perfis do subsolo. 
 
 Recomenda-se, quando os furos de sondagem forem superiores a 2 (dois), que 
os furos de sondagem não estejam sobre o mesmo alinhamento. 
 
OBS. Quando os furos de sondagem estão desalinhados existe a possibilidade de: 
a) De traçar o maior número de perfis do subsolo; e 
b) De detectar (ou perceber) a direção do mergulho das camadas do subsolo. 
 
 A distância máxima permitida entre os furos de sondagem é 100 m. 
 
 Quando são conhecias a planta arquitetônica e a distribuição de cargas do 
edifício, pode ser interessante realizar alguns furos de sondagem nos pontos de 
maior concentração de carga. 
 
 Na Figura 4.2 são sugeridas algumas disposições de locação de furos de 
sondagem SPT no terreno, de modo a se obter o maior número possível de perfis do 
subsolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
Figura 4.2 - Sugestão de algumas disposições de locação de furos de 
sondagem SPT no terreno, de modo a se obter o maior número 
possível de perfis do subsolo 
 
 
4.3 Espaçamento de furos de sondagem para diversos tipos de obras de 
engenharia, recomendados por Das (2012) 
 
 
A Tabela 4.1 mostra os espaçamentos máximos e mínimos entre os furos de 
sondagem, considerando os diversos tipos de obras de engenharia (Das, 2012). 
 
 
Tabela 4.1 - Espaçamentos máximos e mínimos entre os furos de sondagem, 
considerando os diversos tipos de obras de engenharia (Das, 
2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edificações de um pavimento 25 a 30
Edificações com vários pavimentos 15 a 25
Autoestradas 250 a 300
Barragens de terra 25 a 50
Planejamento de loteamento residencial 60 a 100
Espaçamento dos furos de 
sondagem (m)
Projeto de engenharia
 5 
4.4 Profundidade mínima do furo de sondagem 
 
 
i) Critério de definição da proximidade de fundações quadradas 
 
 Com base na análise do bulbo de tensões de placas quadradas, ou seja, 
placas com lados de mesmo comprimento e formando ângulos retos (90º) ou 
ortogonais entre si, pode-se afirmar que para que fundações quadradas, em um 
mesmo nível, sejam consideradas isoladas, deve ser satisfeita a seguinte condição: 
 
 (4.1) 
 
em que: 
Lx = distância entre as faces das fundações quadradas no mesmo nível (m); 
B1 = lado da fundação quadrada 1; e 
B2 = lado da fundação quadrada 2, que é vizinha a fundação quadrada 1. 
 
 A Figura 4.3 ilustra a condição para que as fundações quadradas, em um 
mesmo nível, sejam consideradas isoladas. 
 
 
 
 
Figura 4.3 - Condição para que as fundações quadradas, em um mesmo nível, 
sejam consideradas isoladas 
 
OBS(s). 
a) Quando as fundações não são isoladas, elas são consideradas próximas; 
b) Fundações isoladas são fundações em que não há superposição do bulbo de 
tensões das mesmas; 
c) O assunto bulbo de tensões, que a fundação gera no terreno, será abordado ao 
longo do curso de Engenharia Civil; e 
)BB.(2Lx 21 
 6 
d) Como exemplo de fundações que podem ser quadradas, tem-se: sapatas, blocos, 
e etc.; Estas fundações são estudadas na disciplina Fundações. 
 
ii) Determinação da profundidade mínima do furo de sondagem (D) com base 
na NBR 8036 (1983) 
 
 De acordo a norma NBR 8036 (1983), a profundidade mínima de sondagem 
(D) deverá ser uma profundidade, onde o solo não seja mais significativamente 
solicitado pelas cargas estruturais. Isto ocorre, em uma profundidade, onde o 
acréscimo de pressão aplicada ao solo é menor que 10% da pressão geostática 
efetiva. 
 
OBS. Os temas acréscimo de tensões e pressão geostática efetiva serão abordados 
na disciplina Mecânica dos Solos II. 
 
 Para calcular a profundidade mínima de sondagem (D), com base na 
NBR 8036 (1983), são necessários os seguintes elementos: 
 
q = tensão média aplicada pelo edifício no terreno de fundação (peso do edifício 
dividido pela área do edifício em planta) (t/m2); 
 
OBS. t = ton = tonelada = 1.000 kgf (quilogramas força) = 10 kN. 
 
B = largura do edifício em planta (m); ou menor dimensão do retângulo que 
circunscreve o edifício em planta (m); 
 
L = comprimento do edifício em planta (m); ou maior dimensão do retângulo que 
circunscreve o edifício em planta (m); 
 
 = peso específico médio estimado para os solos ao longo da profundidade do 
terreno, onde será construído o futuro edifício (t/m3); 
 
M = coeficiente relacionado ao acréscimo de tensão geostática efetiva = 0,1 (valor 
fornecido pela norma); 
 
D = profundidade mínima a ser obtida com a sondagem (m); e 
 
 Finalmente, é necessário ábaco da norma NBR 8036 (1983), o qual é 
mostrado na Figura 4.4. 
 
OBS(s). 
a) No uso da norma NBR 8036 (1983), estimado-se a favor da segurança, pode-se 
adotar o peso específico médio para os solos ao longo da profundidade do terreno 
() igual a 0,30 t/m3; Tal consideração pode ser feita, pois de acordo com Bueno e 
Vilar (1980), o peso específico do solo () varia entre os seguintes valores: 
 
1,00 t/m3 ≤  ≤ 2,50 t/m3 
 
b) No caso de fundações profundas (tubulões e estacas) a profundidademínima de 
sondagem (D) é contada a partir da ponta do tubulão ou da estaca; 
 7 
c) Mais a frente, no item iv (quatro) do presente tópico, serão feitas considerações 
sobre a profundidade de sondagem, quando existe a possibilidade de uso de 
fundação profundas (tubulões e estacas) na obra; e 
d) O símbolo  é a letra grega “gama”. 
 
 
 
 
Figura 4.4 - Ábaco da NBR 8036 (1983) para determinação da profundidade 
mínima de sondagem 
 
 
 
 8 
iii) Profundidade mínima do furo de sondagem pelo método Sowers e Sowers 
(1970) 
 
 De acordo com Sowers e Sowers (1970), as sondagens devem abranger 
desde de materiais de fundações inadequados até as camadas de solos firmes. Para 
eles a profundidade de sondagem é dada pela seguinte equação: 
 
 
 (4.2) 
 
em que: 
D = profundidade de sondagem (m); e 
S = número de pavimentos do edifício. 
 
OBS. É razoável admitir que o pé direito de um pavimento de um edifício varie de 
2,00 m a 4,00 m. 
 
iv) Profundidade mínima do furo de sondagem pelo método de Tomlinson 
(1976) 
 
 De acordo com o método de Tomlinson (1976), a profundidade mínima de 
sondagem pode ser determinada como se segue. 
 
a) Profundidade mínima de sondagem quando as fundações são isoladas 
 
Quando as fundações são isoladas, a profundidade mínima de sondagem 
(D) será 1,5 vezes a menor dimensão da maior fundação retangular. A profundidade 
mínima de sondagem (D) é contada a partir da cota de apoio da fundação. 
 
 As Figura 4.5 e 4.6 ilustram a determinação da profundidade mínima de 
sondagem pelo método Tomlinson (1976) para fundações isoladas. 
 
 
 
Figura 4.5 - Determinação da profundidade mínima de sondagem pelo método 
Tomlinson (1976) para fundações isoladas 
 
 9 
 
 
Figura 4.6 - Determinação da profundidade mínima de sondagem pelo método 
Tomlinson (1976) para fundação isolada tipo radier 
 
b) Profundidade mínima de sondagem quando as fundações são rasas e 
próximas 
 
 Quando as fundações são rasas, e próximas para haver (ou existir) 
superposição dos bulbos de tensão; Então, a profundidade mínima de sondagem (D) 
será 1,5 vezes a extensão total da maior fileira de fundações rasas. 
 
OBS(s). 
a) Fundações rasas são sapatas, blocos e radier. O tema de fundações rasas será 
discutido na disciplina Fundações do curso de Engenharia Civil; e 
b) O assunto bulbo de tensões, que a fundação gera no terreno, será abordado ao 
longo do curso de Engenharia Civil. 
 
 A Figura 4.7 ilustra a determinação da profundidade mínima de sondagem 
pelo método Tomlinson (1976) para fundações rasas e próximas. 
 
 
 10 
 
 
Figura 4.7 - Determinação da profundidade mínima de sondagem pelo método 
Tomlinson (1976) para fundações rasas e próximas 
 
 
v) Considerações finais acerca da profundidade mínima de sondagem (D) 
 
 Em edifícios usuais, com carregamentos nas lajes maiores ou iguais a 150 
kgf/m2 (ou 1,5 kN/m2), e com o número de pavimentos maior ou igual a 3 (três), as 
cargas nas fundações rasas do edifício já são significativas, e talvez sejam 
necessárias fundações profundas; Assim sendo, para tais edifícios, se não for 
encontrada uma, ou mais camadas, de solo muito resistente, a partir da cota de 
apoio das fundações, cuja soma das espessuras das camadas seja maior ou igual à 
profundidade mínima de sondagem (D); Então, a sondagem deve continuar até: 
 
a) For sondada uma, ou mais camadas, de solo muito resistente, cuja soma das 
espessuras das camadas seja maior ou igual à profundidade mínima de sondagem 
(D); ou 
b) For alcançada a camada impenetrável ao SPT. 
 
OBS(s). 
a) Pode-se entender como uma camada de solo muito resistente, uma camada de 
areia compacta com N (SPT)  19, ou uma camada de argila dura com N (SPT) > 
19; e 
b) Fundações rasas são sapatas, blocos e radier; e fundações profundas são 
estacas e tubulões. O tema de fundações rasas e profundas será discutido com 
profundidade na disciplina Fundações. 
 
 
 
 
 11 
vi) Sondagem na camada impenetrável ao SPT 
 
Em grandes obras, quando as fundações forem de importância (Por 
exemplo: estacas, tubulões, ou grandes sapatas com bulbo de tensões 
ultrapassando a camada impenetrável ao SPT), ou quando as camadas superiores 
de solo não forem adequadas ao suporte; Então, recomenda-se investigar com 
sondagem rotativa, no mínimo, 5 m da camada impenetrável à percussão (SPT). 
 
 
5 Amostragem de solos 
 
5.1 Conceito de amostra de solo 
 
 
 Amostra de solo é uma porção ou um pedaço pequeno de solo retirado de 
um maciço terroso, o qual é estudado no laboratório com o objetivo de obter as 
propriedades físicas do maciço terroso. 
 
OBS. Maciço terroso é uma camada de solo de grandes dimensões. 
 
 
5.2 Importância das amostras de solo 
 
 
 As amostras de solo são importantes, pois a partir delas são obtidas as 
propriedades físicas do solo, as quais são utilizadas para as seguintes finalidades: 
 
 a) Para analisar o comportamento mecânico dos maciços terrosos; e 
 b) Para realização de projetos de Engenharia. 
 
 
5.3 Classificação das amostras de solo de acordo com a sua utilização 
 
 
 As amostras de solo podem ser classificadas, quanto à utilização que se 
destinam, em 5 (cinco) classes distintas, as quais são apresentadas como se segue. 
 
a) Amostras classe 1 
 
 As amostras classe 1 são amostras indeformadas destinadas aos seguintes 
ensaios: 
 -> Ensaio de adensamento; 
 -> Ensaio de resistência ao cisalhamento; 
 -> Ensaios de classificação; 
 -> Ensaio de peso específico; e 
 -> Ensaio de teor de umidade. 
 
OBS(s). 
 Amostras indeformadas são amostras, onde se admite que se conserva a textura, 
a estrutura e a umidade do local de origem; Ou seja, são amostras que não sofre 
alterações, nos itens citados, devido à ação do homem; e 
 12 
 Os ensaios de classificação são: LL (limite de liquidez), LP (limite de 
plasticidade); análise granulométrica, e peso específico dos sólidos. 
 
b) Amostras classe 2 
 
 Amostras classe 2 são amostras indeformadas destinadas aos seguintes 
ensaios: 
 -> Ensaios de classificação; 
 -> Ensaio de peso específico; e 
 -> Ensaio de teor de umidade. 
 
c) Amostras classe 3 
 
 Amostras classe 3 são amostras deformadas destinadas aos seguintes 
ensaios: 
 -> Ensaios de classificação; e 
 -> Ensaio de teor de umidade. 
 
OBS. Amostras deformadas são amostras, em que ocorrem alterações de textura 
e/ou estrutura e/ou umidade em relação ao local de origem. Ou seja, são amostras 
que sofrem alguma alteração, em pelo menos 1 (um) dos itens citados, devido à 
ação do homem. 
 
d) Amostras classe 4 
 
 Amostras classe 4 são amostras deformadas destinadas, apenas, aos 
ensaios de classificação. 
 
e) Amostras classe 5 
 
 Amostras classe 5 são amostras deformadas destinadas, apenas, aos 
ensaios de identificação das camadas de solo. 
 
 
5.4 Tipos de amostras quanto a alteração na sua textura, estrutura e umidade 
 
 
 As amostras retiradas em um maciço terroso podem ser 
classificadas, quanto a alteração na sua textura, estrutura e umidade, em 2 (dois) 
tipos de amostras; os quais são: 
 
 -> Amostras indeformadas; e 
 -> Amostras deformadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
i) Amostras indeformadas 
 
 Amostras indeformadas, como já mencionando, são amostras, onde se 
admite que se conserva a textura, a estrutura e a umidade do local de origem. 
 
 A partir das amostras indeformadas podem ser realizados os seguintes 
ensaios: 
 
 a) Ensaio de adensamento; 
 b) Ensaios de resistência ao cisalhamento; 
c) Ensaios de resistência à compressão; 
 d) Ensaio de permeabilidade; 
e) Ensaios de caracterização; 
 f) Ensaio de compactação; 
 g) Ensaios de identificação visual e táctil; e 
 h) Etc.OBS. Uma condição que não se conserva na retirada da amostra indeformada é o 
estado de tensão, que a amostra estava submetida no campo; Pois, quando a 
amostra é retirada no campo, as tensões geostáticas que atuavam confinando a 
amostra desaparecem, e há um alívio de tensões na amostra. 
 
ii) Amostras deformadas 
 
 Amostras deformadas, como já mencionado, são amostras, em que ocorrem 
alterações de textura e/ou estrutura e/ou umidade em relação ao local de origem. 
 
A partir das amostras deformadas podem ser realizados os seguintes 
ensaios: 
 
a) Ensaio de adensamento (em amostra previamente compactada); 
b) Ensaios de resistência ao cisalhamento (em amostras previamente compactadas); 
c) Ensaios de resistência à compressão (em amostras previamente compactadas); 
d) Ensaio de permeabilidade (em amostra previamente compactada); 
e) Ensaios de caracterização (LL, LP, análise granulométrica, etc.); 
f) Ensaio de compactação; 
g) Ensaio CBR (California Bearing Ratio); 
h) Ensaio MCT (Miniatura Compactado Tropical); 
i) Ensaios de identificação visual e táctil; e 
j) Etc. 
 
 
5.4.1 Tipos de amostras indeformadas 
 
 
 Existem 2 (dois) tipos de amostras indeformadas, que são os blocos e as 
amostras especiais. Os blocos e as amostras especiais são apresentadas como se 
segue. 
 
 
 
 14 
i) Blocos 
 
a) Que são blocos? 
 
 Blocos são amostras indeformadas de solo colhidas no campo, as quais 
dependendo do tipo de solo podem ser quadradas ou cilíndricas. 
 
b) Principais características da coleta de blocos 
 
 Os blocos são colhidos com uso de amostradores cilíndricos, ou com uso de 
caixas metálicas, ou com uso de caixas de madeira. 
 
 Após a amostragem no campo, as superfícies do bloco são parafinadas; 
 
 O transporte do bloco para o laboratório deve ser feito com bastante cuidado, 
para evitar perturbações da amostra. 
 
 Ao chegar no laboratório, os blocos são guardados em câmara úmida até o 
instante dos ensaios. 
 
 A coleta de blocos de amostragem em solos coesivos com pedregulhos é 
feita como ilustra a Figura 5.1. Observa-se, na Figura 5.1, que a coleta do bloco nos 
solos coesivos com pedregulho pode ser dividida em 4 fases. 
 
Figura 5.1 - As 4 fases da coleta do bloco nos solos coesivos com pedregulho 
 15 
 A coleta de blocos de amostragem em solos não coesivos ou arenosos é 
feita como ilustra a Figura 5.2. Observa-se, na Figura 5.2, que a coleta do bloco nos 
solos não coesivos ou arenosos pode ser dividida em 3 fases. 
 
 
 
Figura 5.2 - As 3 fases da coleta do bloco nos solos não coesivos ou arenosos 
 
 
 A coleta de blocos de amostragem em solos coesivos sem pedregulho é 
feita como ilustra a Figura 5.3. Observa-se, na Figura 5.3, que a coleta do bloco nos 
solos coesivos sem pedregulho pode ser dividida em 3 fases. 
 
 
 
Figura 5.3 - As 3 fases da coleta do bloco nos solos coesivos sem pedregulhos 
 
 
 
 
 
 
 16 
OBS(s). 
a) Geralmente, as caixas de coleta de amostras tipo bloco possuem 30x30x30 cm3, 
ou 40x40x40 cm3; e 
b) O cilindro de coleta de amostras tipo bloco possui diâmetro = 10 cm, e 
comprimento variável entre 20 e 30 cm. 
 
ii) Amostras especiais 
 
 As amostras especiais são as amostras indeformadas coletadas com o uso 
de um dos seguintes amostradores: 
 
 a) Amostrador Shelby; 
 b) Amostrador de pistão; 
 c) Amostrador sueco ou continuo; 
 d) Amostrador de Deninson; e 
 e) Etc. 
 
a) Amostrador Shelby 
 
 O amostrador Shelby é um tubo de paredes finas. O amostrador Shelby é 
grandemente empregado na coleta de amostras indeformadas de argilas de 
consistência mole e média. O amostrador Shelby pode ser de aço ou de latão. O 
amostrador Shelby pode coletar amostras da classe I, ou seja, o amostrador Shelby 
pode coletar amostras destinadas aos ensaios de: 
 
 -> Adensamento; 
 -> Resistência ao cisalhamento; 
 -> Ensaio de peso específico; 
 -> Etc. 
 
 O diâmetro interno do tubo do amostrador Shelby pode variar de 3,5 a 10 
cm; e o comprimento do amostrador Shelby pode variar de 1 a 2 m. A Figura 5.4 
ilustra um amostrador tipo Shelby, e suas principais partes constituintes. Observa-se 
que o amostrador Shelby é parafusado (ou engatado) à haste de cravação. 
 
 
 
 
Figura 5.4 - Amostrador tipo Shelby, e suas principais partes constituintes 
 17 
 Para que o amostrador Shelby não flambe e amasse durante a amostragem 
deve ser respeitada a relação de áreas, da seguinte forma: 
 
 (5.1) 
 
onde: 
 
 (5.2) 
 
 
em que: 
 Re = relação de áreas; 
 De = diâmetro externo do amostrador (mm); e 
 Di = diâmetro interno do amostrador (mm). 
 
 A Figura 5.5 ilustra a cravação estática do amostrador Shelby, e as 
principais partes do sistema de cravação. 
 
 
 
Figura 5.5 - Cravação estática do amostrador Shelby, e as principais partes do 
sistema de cravação 
%10Re 
2
22
Di
DiDe
Re


 18 
b) Amostrador de pistão 
 
 O amostrador de pistão é um tubo de paredes finas, equipado com um 
pistão que corre no seu interior. A presença de pistão no amostrador favorece a 
amostragem, pois evita o encurtamento da amostra causado pelo atrito entre a 
amostra e as paredes do tubo amostrador. O uso do amostrador de pistão permite a 
obtenção de amostras casse 1. O amostrador de pistão é capaz de realizar 
amostragem em solos não coesivos ou arenosos. 
 
 O amostrador de pistão tem um tubo de amostragem, que pode obter 
amostras de até 1 m de comprimento; E o diâmetro do tubo amostrador pode variar 
entre 3,5 a 25 cm. A Figura 5.6 ilustra um amostrador de pistão, antes e depois da 
cravação do amostrador no solo. Observe, na Figura 5.6, que durante a amostragem 
apenas o amostrador de parede fina penetra no solo, sendo empurrado pela haste 
do amostrador. 
 
 
 
Figura 5.6 - Amostrador de pistão, antes e depois da cravação do amostrador 
no solo 
 19 
c) Amostrador sueco ou continuo 
 
 O amostrador sueco é um amostrador que permite a coleta de amostras 
indeformadas e continuas de até 25 m de comprimento sem tirar o amostrador do 
solo. Automaticamente, durante a amostragem com o amostrador sueco, a amostra 
de solo é envolta por papel alumínio, o que elimina o atrito entre a amostra e as 
paredes do tubo. 
 
OBS. O atrito entre a amostra de solo e o tubo é prejudicial, pois pode causar o 
encurtamento da amostra afetando a condição original do solo. 
 
 O amostrador sueco possibilita retirada de amostras classe 1. No mercado, 
podem ser encontrados amostradores suecos com o diâmetro do tubo de 
amostragem de 29 mm e de 66 mm. A Figura 5.7 ilustra um amostrador sueco, onde 
são destacadas as suas principais partes. 
 
 
Figura 5.7 - Amostrador sueco, e suas principais partes 
 
 Durante a penetração do amostrador no solo, a amostra é envolta por papel 
de alumínio, para evitar o atrito entre a amostra e as paredes do tubo amostrador. 
 
 20 
d) Amostrador de Deninson 
 
 O amostrador de Deninson destina-se a amostragem de solos resistentes, 
ou seja, destina-se amostragem de solos, em que não se consegue realizar 
amostragem por cravação do amostrador. O amostrador de Deninson pode ser 
fixado nas sondas rotativas. No amostrador de Deninson, a amostra de solo é 
suportada no interior do amostrador pelos seguintes elementos: 
 
a) Pelo atrito existente entre a amostra e as paredes do amostrador; e 
b) Pela existência de uma mola retentora que ajuda a manter a amostra no interior 
do tubo do amostrador. 
 
 O processo de perfuração do solo com o amostrador de Deninson se dá por 
meio da circulação delama, e pela rotação do cilindro externo do amostrador, que 
possui uma sapata cortante. O amostrador de Deninson possui 131 cm de 
comprimento total, e possui um diâmetro interno do tubo de amostragem com 15 cm. 
 
 A Figura 5.8 ilustra o amostrador de Deninson e suas partes principais. 
 
 
 
Figura 5.8 - Amostrador de Deninson e suas partes principais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
5.4.2 Obtenção de amostras deformadas 
 
 
 As amostras deformadas podem ser obtidas por diversas formas; Os 
métodos mais comuns de se obter as amostras deformadas são os seguintes: 
 
a) Sondagem SPT, com a utilização do amostrador de parede grossa usado na 
contagem do N (ou Índice de Resistência à Penetração); 
b) Sondagem por trado; 
c) Sondagem por poços; e 
d) Etc. 
 
OBS(s). 
a) Antes da amostragem, deve-se inicialmente fazer uma limpeza do local de 
amostragem, retirando: a vegetação, as raízes e qualquer outra matéria estranha ao 
solo; 
b) A amostra deformada deverá ser colocada em um saco plástico, ou em um saco 
de lona resistente; 
c) A amostra deverá ser identificada com duas etiquetas: uma etiqueta jogada dentro 
do saco, e outra etiqueta amarada à boca do saco. As etiquetas deverão conter as 
seguintes informações: 
 
 -> Número da amostra; 
 -> Local de coleta da amostra; 
 -> Profundidade de coleta; 
 -> Data da amostragem; e 
 -> Etc. 
 
d) Atualmente, são usados aparelhos GPS, que indicam latitude e longitude, para 
aumentar a precisão na determinação do local de coleta. 
 
 
5.5 Considerações finais acerca da amostragem 
 
 
 Antes de se realizar uma amostragem deve-se dimensionar a quantidade de 
material (solo), que a amostra deve ter para realizar os ensaios de laboratório. Toda 
amostra deverá conter etiquetas com as informações necessárias à sua 
identificação; tais como: 
 
 -> Número da amostra; 
 -> Local de coleta da amostra; 
 -> Profundidade de coleta; 
 -> Data da amostragem; e 
 -> Etc. 
 
 Maiores detalhes acerca de amostragem de solos consulte: 
a) Nogueira (2001); intitulado: “Mecânica dos solos - Ensaios de Laboratório”; 
b) NBR 7250; intitulada: “Identificação e descrição de amostras de solos obtidas em 
sondagem de simples reconhecimento dos solos”; 
 22 
c) NBR 9604; intitulada: “Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com 
retirada de amostras deformadas e indeformadas”; e 
d) NBR 9820; intitulada: “Coleta de amostras indeformadas em furos de 
sondagem”. 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7250. Identificação e descrição de 
amostras de solos obtidas em sondagens de simples reconhecimento. 1982. 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8036. Programação de sondagens 
de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. 1976. 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9604. Abertura de poço e trincheira 
de inspeção em solo em furos de sondagem. 1987. 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9820. Coleta de amostras 
indeformadas de solo em furos de sondagem. 
 
BUENO, B. S.; VILAR, O. M. Mecânica dos solos. Apostila 69. Viçosa - MG: 
Universidade Federal de Viçosa, 1980. 131p. 
 
BUENO, B. S.; LIMA, D. C.; RÖHM, S. A. Capacidade de carga de fundações 
rasas. Apostila 204. Viçosa - MG: Universidade Federal de Viçosa, 1985. 74p. 
 
DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. Tradução da sétima edição 
norte-americana. São Paulo - SP: CENGAGE Learning, 2012. 610p. 
 
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações (fundamentos). Vol. 1. 6. 
ed., Rio de Janeiro - RJ: Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2007. 234p. 
(Bibliografia Principal) 
 
CRAIG, R. F. Mecânica dos solos. 7. ed., Rio de Janeiro - RJ: LTC - Livros 
Técnicos e Científicos Editora S. A., 2007. 365p. 
 
NOGUEIRA, J. B. Mecânica dos solos - Ensaios de laboratório. São Carlos - SP: 
Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo, 2001.248p. 
 
TOMLINSON, M. J. Diseño y construcción de cimentos. Bilbao, Urmo, S. A. de 
ediciones, Tradução de José Luis Neto Martinez, 1976. 825p. 
 
VIANA, P. M. F. Notas de aula - Mecânica dos solos I. Engenharia Civil. UEG 
(Universidade Estadual de Goiás). 2008. 
 
http//paginas.fe.pt/~geng/apontamentos/cap.6.GE.pdf 
www.cesec.ufpr.br/docente/andrea/tco29/ivestig1.pdf 
www.solotest.com

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