Buscar

Unidade 22

Prévia do material em texto

O PEDAGOGO E A
FUNÇÃO SOCIAL DA
Ç
ESCOLA
CAPÍTULO 2 - QUAL A FUNÇÃO
DA ESCOLA NOS ESPAÇOS
FORMAIS E NÃO FORMAIS DE
APRENDIZAGEM? 
Tatiana Gomes dos Santos Peterle
 
INICIAR
Introdução
Nesse capítulo você aprofundará os estudos sobre a função social
da escola. Porém, agora, com enfoque maior nas questões que
compreendem a educação em seu ambiente formal e não formal,
de modo que você possa compreender como a escola exerce sua
função. A partir da perspectiva histórica e cultural da educação, a
contribuição das Concepções Epistemológicas na construção dos
saberes será analisada de maneira que você identifique como os
modelos pedagógicos colaboram para a formação docente, além
de compreender a evolução desses modelos e sua funcionalidade
no mundo contemporâneo.
Você já se perguntou para que serve a escola? Já parou para
pensar como a educação se deu ao longo da história? Sabemos
que a escola é resultado de um processo de ação-reflexão-ação
advindo das construções coletivas sociais ao longo da história da
humanidade, e que traz implicações para a vida em sociedade.
Dessa forma, um dos fins da educação está em habilitar os jovens
a modificarem, por meio de ações pessoais, a si e ao meio em que
vivem, transformando, assim, valores culturais do passado em
possibilidades de emancipação do presente.
Portanto, a função da escola está para além dos seus muros.
Nesse sentido, onde você entende que a educação acontece?
Apenas nos espaços da sala de aula ou em salas temáticas? Em
quais ambientes a escola pode desempenhar sua função? A partir
desses questionamentos você terá condições de analisar como os
ambientes formais e não formais da educação podem colaborar
para uma prática reflexiva, que tenha por proposta garantir os
direitos sociais da educação de modo que a escola, ao exercer seu
papel, possa oportunizar uma formação para a vida.
Bom estudo!
2.1 Função social da escola: ambiente formal 
Você sabe dizer ao certo em que ambiente a educação acontece?
Ou melhor, você sabe como a escola desempenha sua função
social em seu ambiente formal? O que é o ambiente formal?
Sabemos que a escola é um espaço que tem como
responsabilidade primordial realizar a educação formal, aquela
onde os conhecimentos socialmente construídos ao longo da
história, conhecimentos científicos, são repassados para o aluno
por meio da mediação entre professor x conhecimento x alunos. 
Podemos afirmar que “a pessoa se educada se constrói em
diversos ambientes – a escola é mais um ambiente que se soma a
estes outros – e a partir de diversas experiências” (SIQUEIRA,
2004, p. 43).
Vamos agora conhecer real papel da escola no contexto do
ambiente formal e interpretar a função social tendo por base a
dialeticidade e os pontos paradoxais dentro da ambiência
educativa.
2.1.1 A função social da escola na história 
No decorrer da história da humanidade muitas foram as
transformações, contudo, apesar de tantas mudanças, até os dias
atuais a escola representa uma instituição que tem por objetivo
principal socializar todo o saber. Desse modo, podemos afirmar
que a escola é o lugar onde o conhecimento foi, é e será difundido
para as gerações. Podemos dizer que diante tantas novidades na
sociedade contemporânea, nenhuma outra instituição foi capaz
de substituir a escola.  
Da maneira como existe entre nós, a educação surge na Grécia e
vai para Roma, ao longo de muitos séculos da história de
espartanos, atenienses e romanos. Deles deriva todo o nosso
sistema de ensino e, sobre a educação que havia em Atenas, até
mesmo as sociedades capitalistas mais tecnologicamente
avançadas têm feito poucas inovações (BRANDÃO, 2005, p. 35).
Todavia, a estrutura e a organização do ensino passaram por
várias modificações ao longo dos anos – e isso inclui o ensino
brasileiro –, mas nenhuma permitiu que houvesse outro espaço
com os mesmos objetivos que a educação escolar. Segundo
Becker (2008), partimos do pressuposto de que o sistema
educacional brasileiro possui seus alicerces na racionalização e
democratização do ensino, contudo, na prática a escola apresenta
formas rígidas de manutenção de características elitistas da
educação, além de uma burocratização como mecanismo de
controle do Estado.
Dessa forma, a educação tem como uma de suas principais
funções a libertação e a emancipação do ser humano, e nesse
contexto o ambiente formal do ensino é um dos responsáveis por
promover o desenvolvimento de uma nação. 
Compreendemos que formação, instrução, não ocorre somente
por meio do ensino formal. Segundo Brandão (2005, p. 9): “Não há
uma forma única nem um único modelo de educação; a escola
não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor;
o ensino escolar não é a sua única prática e o professor
profissional não é o seu único praticante”. Desse modo,
entendemos que ensino e educação interferem diretamente nas
ações humanas.
Portanto, precisamos estar atentos e refletir sempre sobre a
função da escola não apenas como um espaço de transmissão de
conhecimentos, mas, sobretudo, como mais um lugar que atua no
processo educacional, o qual é o próprio ser humano quem
organiza e estrutura os objetivos e fins da educação. 
2.1.2 O papel da escola no ambiente formal 
Compreendemos, por ambiente formal, aquele disponível na
escola, espaço em que o ensino escolar acontece, por exemplo, a
sala de aula, o laboratório de informática, a brinquedoteca etc.
Enfim, a escola é a representação do ambiente formal do ensino.
Esse espaço pode ser dividido por etapas ou turmas nas quais os
alunos são dispostos por faixa etária e que se desdobram em
série, ano ou ciclo.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB
9.394/1996:
Art.1  A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. § 1  Esta Lei disciplina a educação
escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do
ensino, em instituições próprias.§ 2 A educação escolar deverá
vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social (BRASIL,
1996, s. p.).
Pautados na LDB 9.394/1996, podemos concluir que a educação
formal é aquela que ocorre no interior da escola sob a mediação
do professor, que transfere conhecimentos aos alunos. Contudo,
na escola atual, os muitos desafios encontrados dificultam esse
objetivo. A falta de recursos didáticos, remuneração que estimule
uma prática de formação continuada dos professores, além dos
aspectos estruturais e físicos da escola são os grandes limitadores
do trabalho docente.
Nesse cenário, não tem sido fácil para os educadores estimularem
os alunos a se manterem interessados no ensino, pois muitos ao
invés de dedicarem sua atenção às aulas, ocupam-se com o uso
de aparelhos eletrônicos, conversas com amigos que fogem do
tema que está sendo ensinado, além dos problemas
socioemocionais que nem sempre os alunos conseguem
administrar. E tudo isso faz com que muito do que é falado em
sala de aula pouco seja aprendido. Por isso, podemos dizer que a
educação formal requer de seus envolvidos um esforço pessoal
maior, chamado de extraclasse, ou tarefa de casa.
Figura 1 - O ensino restrito à sala de aula caracteriza a escola como espaço
Assim, o real papel da escola nos ambientes formais é o de
ensinar ao aluno, além dos conteúdos dispostos na base
curricular comum, a apropriar-se dos seus direitos de cidadão de
modo que ele se torne um sujeito mais crítico e reflexivo e, ainda,
possa desempenhar seu papel de cidadão em prol da
emancipação e desenvolvimento social.
Por fim, vale destacar que a organização dos tempos e espaços na
escola para o processo formativo tanto do aluno, quanto do
professor, é necessária, além de determinare deixar explícito que
tipo de aprendizagem está sendo ofertada.
formal de aprendizagem. Fonte: joyful designs, Shutterstock, 2018.
2.1.3 Os desafios da educação em ambientes formais 
Presenciar a rotina escolar significa adquirir uma experiência de
vida, vivência que é flexível e pode variar de acordo com a
sociedade, os sujeitos e as culturas. Um dos grandes desafios da
ação pedagógica e da direção escolar é organizar e reorganizar os
tempos, os espaços e o trabalho docente, de forma que outras
propostas pedagógicas possam surgir. E mesmo que isso cause
conflitos, às vezes é necessária a divergência para que se alcance
o sucesso.
Sobre o desafio de organizar o ambiente escolar, seu tempo e
espaço, a escola deve superar alguns paradigmas como o tempo
cronometrado das aulas, que está arraigado na ascensão de níveis
e em resultados e avaliações. Reorganizar o ambiente formal de
ensino oferece aos alunos condições apropriadas para a reflexão
crítica sobre o conhecimento e sobre a vida. Uma escola
tradicional diante de uma organização minuciosa e incisiva do
tempo e espaço escolar faz com que seus professores não
explorem outras possibilidades, muito menos as relações
pedagógicas que se dão nas relações humanas.
VOCÊ QUER VER?
No cotidiano escolar, professores reinventam o currículo, tentam
subverter o conteudismo e constroem novas práticas; elaboram
os projetos políticos das escolas, valorizam a história de vida de
seus alunos e resgatam a história da comunidade escolar.
O programa Roda de Conversa exibido em 8 de abril de 2013, pelo Canal Minas
Saúde, traz como tema os espaços não formais do conhecimento: a escola além da
escola. O enfoque apresenta esses locais como ambientes de discussões e
reflexões sobre o contexto educacional brasileiro. Para assistir, acesse o endereço:
<https://www.youtube.com/watch?v=JdLKPMCVPEY
(https://www.youtube.com/watch?v=JdLKPMCVPEY)>. 
Também interferem na gestão, nas políticas educacionais locais, e
rompem normas rígidas e burocráticas que impõem limites aos
tempos e espaços da organização escolar. 
Figura 2 - O desafio da aprendizagem é o principal papel da escola. Fonte:
Deslize sobre a imagem para Zoom
Quando consideramos o aluno como um sujeito de direitos,
entendemos melhor como a educação na escola é importante e
necessária, já que é um ambiente que favorece a aprendizagem,
onde professores tornam-se mediadores entre alunos e o
conhecimento. Diante disso, também podemos reconhecer a
importância de a escola organizar tempo e espaço para a
formação continuada, na qual o professor poderá compartilhar e
trocar experiências.
Dessa forma, podemos concluir que os ambientes formais de
aprendizagem apesar da sua institucionalização e importância
para a sociedade como um todo, ainda apresentam muitos
g p g p p p p
michaeljung, Shutterstock, 2018.
desafios quanto à organização dos tempos e espaços.
No tópico a seguir, você conhecerá a função da escola a partir do
ambiente não formal de aprendizagem.
2.2 Função social da escola: ambiente não formal na
perspectiva histórica e   cultural 
Você já parou para pensar que a educação se dá em outros
espaços além da escola? Já sabe como que acontece?  Pois é, a
educação também pode ocorrer em ambientes não formais, já
ouviu falar? 
A educação em ambiente não formal permite outras
possibilidades de aprendizagem, por apresentam-se menos
burocratizadas, mais rápidas, sem hierarquização, portanto mais
econômicas. Apesar de todas essas características demonstrarem
ser positivas, a educação não formal não deve ser entendida
como a solução do sistema nacional de educação, da educação
formal, pois essa perspectiva favorece o fim da escola pública
transferindo a responsabilidade social que o Estado possui para
com a sociedade para o setor privado.
VOCÊ SABIA?
Vejamos agora o papel da escola não formal na história e sua
função social assim como os sujeitos envolvidos no processo de
desenvolvimento da aprendizagem de mediação do
Os movimentos sociais são fundamentais na sociedade
moderna, pois eles impulsionam as transformações na
sociedade, porque os ativistas desses movimentos, em
coletividade, exigem mudanças, clamam por transformações,
além de serem uma forma de identificar a satisfação do povo
diante dos governantes e gestores. Quanto a um movimento
bem organizado filosófica e politicamente que tende a romper
paradigmas e mobilizar discussões imprescindíveis para o
avanço da sociedade, podemos citar o Movimento dos
Trabalhadores sem Terra, que hoje já conquistou mudanças
das políticas do país (GOHN, 2008).
conhecimento.  
2.2.1 A escola não formal na história da educação 
A educação não formal aparece na história a partir da Revolução
Industrial entre os séculos XVIII e XIX, um momento de muitas
críticas à formalização do ensino. Firmou-se a partir das
diferentes práticas, principalmente que visavam à
profissionalização do trabalhador, sempre mediadas pelas
relações entre os envolvidos e como não obedecia à organização
das escolas regulares possuía diferentes modos de estabelecer e
experimentar o processo de ensino-aprendizagem. Porém, tanto o
campo pedagógico quanto outros setores da sociedade
identificaram que, apesar de tantos benefícios, a educação não
formal não conseguia responder todas as necessidades sociais
advindas com as transformações do mundo.
Uma das características da educação não formal é o modo de
organizar e perceber as relações do processo de ensino-
aprendizagem, entre professor-aluno etc., por isso, a práxis e os
saberes do cotidiano são tão importantes.
Figura 3 - A educação não formal e sua prática na atualidade. Fonte: Syda
Productions, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
As mudanças ocorridas com a estrutura das famílias burguesas
em detrimento do processo de industrialização do século XVIII e
XIX, além das inúmeras modificações e novas necessidades
advindas com o processo de industrialização e trabalho, foram
também relevantes para o surgimento da educação não formal.
Assim, revela o quanto as instituições que são mantenedoras da
educação – como a escola e a família – não desempenhavam seu
papel de maneira satisfatória. E por não darem conta das
demandas da sociedade em transformação, abriram espaços para
que novas propostas fossem criadas, com o intuito de suprir as
falhas deixadas pelas instituições já institucionalizadas.
Veja um exemplo no caso descrito a seguir:
CASO
Um exemplo de ambiente não formal de
aprendizagem é a Casa do Menor Irmão Cavanis, em
Ponta Grossa, no Paraná. Esse é um projeto sem fins
lucrativos mantido por uma entidade de assistência
social e educacional, ou seja, é uma Organização Não
Governamental (ONG). Fundada em 1969 por padres
italianos, desenvolve atualmente projetos em vários
estados do país. Somente na unidade de Ponta Grossa
(PR), atende mais 250 crianças de 6 a 18 anos de
idade. A equipe pedagógica é formada por um
pedagogo, coordenador pedagógico e uma assistente
social. Os professores são contratados por meio de
seleção. O projeto também é voltado para a
Desse modo, podemos afirmar que o direito à formação, tanto por
meio dos ambientes formais quanto em ambientes não formais
de acesso ao conhecimento, deve ser oferecido a todos, assim
como as oportunidades dadas pelas instituições escolares e como
as propostas de educação não formal. Dessa maneira, haverá
sempre um trânsito livre e democrático entre os sujeitos, de modo
que possam buscar sua emancipação. 
permanência de jovens no Ensino Médio por meio de
um sistema de proteção social, e auxilia nas tarefas
escolares visando à redução da evasão. A unidade de
Ponta Grossa conta com mais 37 voluntários (PAULA;
SANTA CLARA, 2008, p. 185).
2.2.2 A função social da escola no ambiente não formal. 
O principal objeto da educaçãonão formal é a cidadania, e seus
aspectos que compreendem a coletividade, que se dá por meio
das práticas sociais. Como a educação não formal não tem
compromisso com a elaboração de um currículo padronizado, sua
proposta está em atender as necessidades e interesses dos
sujeitos participantes das ações e práticas desse modelo de
ensino.  
Figura 4 - Educação em espaços não formais. Fonte: Tyler Olson, Shutterstock,
Deslize sobre a imagem para Zoom
Desse modo, vários objetivos são propostos na educação não
formal dentre os quais enriquecer a biografia dos sujeitos,
acrescendo suas experiências formativas. Sendo assim, na
educação não formal é comum a mistura de idades, experimentos
em locais e tempos flexíveis, a não obrigatoriedade de frequência
mínima. Podemos citar como exemplos algumas de suas áreas de
abrangência: aprendizagem política e cidadã, capacitação para o
trabalho, práticas e objetivos comunitários voltados para solução
de problemas, aprendizagem de alguns conteúdos da educação
g ç p ç y , ,
2018.
formal – porém, em ambientes diferenciados –, desenvolvimento
de práticas que envolvem diversas mídias (como a eletrônica).
Nesse sentido, podemos complementar: 
Os espaços onde se desenvolvem ou se exercitam as atividades
da educação não-formal são múltiplas, a saber: no bairro-
associação, nas organizações que estruturam e coordenam os
movimentos sociais, nas igrejas, nos sindicatos e nos partidos
políticos, nas organizações não governamentais, nos espaços
culturais, e nas próprias escolas, nos espaços interativos dessas
com a comunidade etc. (GOHN, 2008, p. 101).
No Brasil, desde 2010, a educação não formal tem apresentado
propostas voltadas para as camadas mais pobres, promovidas
pelos órgãos públicos ou por diferentes segmentos da sociedade,
ora também por meio de parcerias entre o público e o privado, e
tem aparecido na mídia com maior frequência quando
compreende as ações relativas às questões ambientais. Temos
como exemplo a Agenda 21 brasileira, que é um “[...] instrumento
de planejamento participativo para o desenvolvimento
sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população
brasileira” (BRASIL, 2008, s. p.). Foi coordenado pela Comissão de
Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) e Agenda 21;
construído a partir das diretrizes da Agenda 21 Global, e entregue
à sociedade, por fim, em 2002 (BRASIL, 2008). 
2.2.3 O professor na escola não formal  
O educador da escola não formal precisa voltar-se para as
questões que envolvam as mudanças políticas e sociais no
mundo. O professor deve ser um profissional reflexivo e
questionador, fazendo com que sua prática seja sempre
autoavaliativa e tendo em vista a colaboração para uma formação
crítica dos alunos, na qual a aprendizagem é uma troca de
experiências. Segundo Gadotti (2007, p. 42): “[...] o professor
precisa saber muitas coisas para ensinar, mas o mais importante
não é o que é preciso saber, mas como devemos ser para ensinar.
O essencial é não matar a criança que existe ainda dentro de nós.
Matá-la seria matar o aluno que está à nossa frente”. 
Deslize sobre a imagem para Zoom
Na educação não formal a flexibilidade na prática docente é de
suma importância, uma vez que não é a atividade em si que vai
determinar a educação não formal, mas sim a escolha do projeto
político de experiência do educador que, consequentemente,
refletirá na aprendizagem dos educandos.
Assim, de acordo com Freire (1996, p. 53): “[...] a leitura do mundo
precede a leitura da palavra”, o que permite, na educação não
formal, que o educador aguce a curiosidade dos educandos e
promova a reflexão crítica que leva à construção da autonomia.
Nesse sentido, sobre o trabalho docente:
Figura 5 - Educação como possibilidade de transformação da realidade. Fonte:
alphaspirit, Shutterstock, 2018.
Para os professores, uma oportunidade ímpar de aprender e
crescer, um momento mágico de revisão crítica e decisões
corajosas; para os professauros, o angustiante retorno a uma
rotina odiosa, o eterno repetir amanhã tudo quanto de certo e
de errado se fez ontem (ANTUNES, 2014, p.13).
Importante ressaltar, ainda, que na educação não formal o
trabalho docente necessita de muita dedicação, estudo, vivências
e criatividade, pois para que os alunos se mantenham ativos, as
aulas e atividades devem ser dinâmicas, atrativas e prazerosas, de
modo a envolvê-los e permitindo que compreendam o espaço de
aprendizagem não formal como um lugar em que o conhecimento
fará deles cidadãos críticos, reflexivos e atuantes na sociedade.
A partir dos conhecimentos que englobam a educação formal e
não formal, a seguir você conhecerá as contribuições da
concepção epistemológica na perspectiva da construção dos
saberes pedagógicos.
2.3 Concepções epistemológicas  
Você sabe o que é epistemologia? Epistemologia é um campo da
filosofia que estuda as etapas e limites do conhecimento humano
e sua relação com o conhecimento. Por isso é também conhecida
como teoria do conhecimento.  Segundo Tesser (1994, p. 91)
devemos conceituar epistemologia como “discurso (logos) sobre a
ciência (episteme)”. Ou seja, epistemologia (episteme + logos) é a
ciência da ciência; filosofia da ciência. É o estudo crítico dos
princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. É
a teoria do conhecimento (TESSER, 1994).
Então, o que seriam as concepções epistemológicas? Como as
concepções epistemológicas se relacionam com a construção dos
saberes pedagógicos? Sabemos que há três diferentes
possibilidades para explicar a relação ente ensino e aprendizagem
na educação, que são o empirismo, apriorismo e construtivismo –
esses seriam os modelos epistemológicos. 
Temos também modelos pedagógicos que, junto com os
epistemológicos, colaboram para representar o processo de
desenvolvimento da aprendizagem.
A seguir você saberá um pouco sobre mais sobre esses temas e
como eles se relacionam com a construção dos saberes
pedagógicos.
2.3.1 Construção dos saberes a partir das concepções
epistemológicas 
A construção dos saberes contempla a epistemologia no campo
das suas concepções. Um exemplo é quando, ao pensarmos em
desenvolvimento de uma nação numa perspectiva
epistemológica, há a necessidade de novos conhecimentos para
que possamos esclarecer os fenômenos ainda não explicados por
toda a humanidade. 
Deslize sobre a imagem para Zoom
Para compreendermos o processo de ensino e aprendizagem, e
como ele se deu ao longo da história até os dias atuais, é
importante que tenhamos claro que tanto o ensino quanto a
aprendizagem estão dispostos em uma relação que pode ser
representada por modelos, ora chamados de modelos
pedagógicos, ou até de teorias da aprendizagem. Um modelo
pedagógico apresenta a metodologia de ensino utilizada para o
desenvolvimento do processo. Conforme afirma Becker (2008, p.
Figura 6 - A construção do conhecimento contempla a epistemologia. Fonte:
iryna, Shutterstock, 2018.
01): “[...] existem três diferentes formas de representar a relação
entre ensino e aprendizagem escolar ou, mais especificamente,
entre o exercício da docência e as atividades de sala de aula”: 
pedagogia diretiva;
pedagogia não diretiva;
pedagogia relacional.
Esses modelos pedagógicos estão sob os pilares das concepções
epistemológicas, e essas concepções, por sua vez, são a empirista,
a apriorista e a construtivista. Esses modelos têm dialogado desde
a década de 1970, diante das críticas da sociologia da educação e,
mais recentemente, da psicologia sócio-histórica.
Independentemente do tempo em que se dá a discussão, o que se
busca é uma forma de apontar para novos caminhos didáticos e
metodológicos para a aquisição do conhecimento. 
No livro “Educação e Construção do Conhecimento”, de Fernando Becker (2008), o
autor debate os modelos do conhecimento empirista,apriorista e construtivista,
apontando seus reflexos em sala de aula. Apresenta também a perspectiva
construtivista e sua forma de valorização dos alunos a partir da aprendizagem
VOCÊ QUER LER?
Toda essa discussão teórica traz avanços para a educação, uma
vez que os conhecimentos científicos ganham espaço
privilegiado, ocupando lugar do conhecimento advindo do senso
comum e favorecendo o desenvolvimento da aprendizagem de
maneira mais reflexiva.
A seguir, abordaremos os modelos pedagógicos de forma
detalhada.
2.3.2 Modelos pedagógicos e os processos de aprendizagem 
crítica e reflexiva. A obra traz grande contribuição para a educação, na medida em
que possibilita análises e reflexões sobre as práticas pedagógicas adotadas pelos
professores, defendendo um ensino menos passivo.
Já sabemos que existem três modelos pedagógicos que auxiliam e
podem explicar o processo de aprendizagem. 
Temos na pedagogia diretiva o conceito de que o aluno só
aprende se o professor ensina, e que pode também ser
compreendido pela colocação: o professor fala e o aluno escuta.
Nesse modelo pedagógico, o aluno é compreendido como uma
tábua rasa, vazio de conhecimento, e tudo o que ele virá a
conhecer é porque o professor ensinou. Somente o professor é
capar de desenvolver no aluno um conhecimento novo.
Figura 7 - Modelos pedagógicos auxiliam o processo de ensino e aprendizagem.
Deslize sobre a imagem para Zoom
Já na pedagogia não diretiva, o papel do professor muda: ele
passa a ser um facilitador, um ajudante ou auxiliar do aluno no
seu processo de aprendizagem. O aluno aprende por si mesmo,
não há necessidade da interferência do professor, ele apenas
facilita a aprendizagem.
Todavia, na pedagogia relacional o aluno é visto como um sujeito
capaz de aprender sempre, assim como também ensina. Alunos e
professores, juntos, buscam novas possibilidades de
aprendizagem e novos conhecimentos.
g p g g p p g
Fonte: Minerva Studio, Shutterstock, 2018.
O professor Dr. Mario Sérgio Cortella, no vídeo Conteúdo e conhecimento do
programa Café Literário, discute o que é conhecimento e como, muitas vezes, nos
confundimos com a informação que recebemos. Para assistir, acesse o endereço:
<https://www.youtube.com/watch?v=Y9aImcSqp2U&t=402s
(https://www.youtube.com/watch?v=Y9aImcSqp2U&t=402s)>. 
VOCÊ QUER VER?
É importante compreender que a educação e a construção do
conhecimento se dão à medida que haja interação tanto para o
aluno quanto para o professor, o que favorece a busca pela
solução de problemas do cotidiano, da consolidação e aquisição
do conhecimento já constituído e da construção de novos
saberes. 
2.3.3 Modelos epistemológicos 
Podemos dizer que os modelos epistemológicos antecedem os
modelos pedagógicos, contudo os complementam. Desde os
primórdios da história, com Aristóteles na Antiguidade, e
principalmente na Idade Moderna entre os séculos XVI e XVII, com
Descartes, o conhecimento é questionável. Para Descartes, os
homens tinham suas opiniões, mas estavam distantes de ter
certeza dos fatos e das coisas do mundo. A partir de então, surge o
movimento filosófico chamado empirismo: “[...] só é verdadeiro
aquilo que é demonstrável” (FRANCO, 1986, p. 24).
No modelo empirista, a fonte do conhecimento de todo o mundo
está na experiência vivida no meio físico por meio dos sentidos,
do ambiente. O homem nasce vazio, como uma “tábula rasa”.
Segundo Locke (2012), o homem nunca atinge uma verdade
plena, pois sempre haverá nos fatos fonte de explicação para o
mundo.
VOCÊ O CONHECE?
John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, descrito no site ebiografia (s. d., s. p.)
como “[...] o principal representante do empirismo, teoria que afirmava que o
conhecimento era determinado pela experiência, tanto de origem externa, nas
sensações, quanto interna, a partir das reflexões. Sua teoria política deixou grande
contribuição ao desenvolvimento do liberalismo, principalmente a noção de
Estado de direito”. Para saber mais, acesse o endereço:
<https://www.ebiografia.com/john_locke/
(https://www.ebiografia.com/john_locke/)>. 
Desse modo, segundo a concepção de Piaget encontrada nos
estudos de Becker (1994), o empirismo “[...] tende a considerar a
experiência como algo que se impõe por si mesmo, como se fosse
impressa diretamente no organismo sem que uma atividade do
sujeito fosse necessária à sua constituição.” (BECKER, 1994, p. 12).
Portanto, a concepção empirista na educação dialoga com a
pedagogia diretiva, em que o aluno só aprende se o professor
ensinar. O professor acredita na transmissão do conhecimento, na
qual ele é o detentor absoluto do saber: “[...] o professor ainda é
um ser superior que ensina a ignorantes. O educando recebe
passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do
educador.” (FREIRE, 1985, p. 38).
Já o modelo epistemológico apriorista apresenta-se de maneira
oposta ao empirismo, uma vez que o sujeito deixa de ser uma
“tábula rasa” para tornar-se um indivíduo com conhecimentos
prévios, que são determinados pelo seu processo de maturação.
Ou seja, o conhecimento se constitui porque o homem possui a
capacidade interna, biológica e, portanto, inata de aprendizagem
e de produção do conhecimento. É uma concepção que retoma a
teoria da Gestalt, também conhecida como a aprendizagem por
insight, que veio colocar em pauta o associacionismo americano
(movimento da psicologia que se dedicou à concepção de que a
aprendizagem ocorre por associação de ideias).
O modelo apriorista possui relação direta com a pedagogia não-
diretiva, pois, tanto em um quanto em outro o professor é um
ajudante do aluno sendo, assim, difícil identificar a sua prática em
sala de aula. O aluno é o próprio conhecimento e só precisa saber
organizar seus pensamentos.
Enfim temos o construtivismo, ou interacionismo, advindo da
contribuição de Jean Piaget, com sua teoria construtivista:
[...] a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais
complexas e uma equilibração progressiva entre essas formas e
o meio. Dizer que a inteligência é um caso particular de
adaptação biológica é, pois, supor que ela é, essencialmente,
uma organização e que sua função consiste em estruturar o
universo da mesma forma que o organismo estrutura o meio
imediato (PIAGET, 1979, p. 10).
De acordo com essa concepção, a inteligência se constrói por
meio de estruturas formadas mentalmente. Assim, o pensamento
não cria nada novo. O conhecimento é desenvolvido a partir da
interação do sujeito com o objeto. E cada nova aprendizagem
passa por um processo de adaptação, que é o equilíbrio entre a
assimilação do conhecimento e sua acomodação – conhecimento
consolidado pronto para servir de base para um novo
conhecimento. Sobre a inteligência, o teórico construtivista
afirma: 
A inteligência é assimilação na medida em que incorpora nos
seus quadros todo e qualquer dado da experiência. Quer se
trate do pensamento quer graças ao juízo faz ingressar o novo
no desconhecido e reduz assim o universo às suas noções
próprias, quer se trate da inteligência sensório-motora que
estrutura as coisas percebidas, integrando-as nos seus
esquemas (Piaget, 1979, p. 1). 
Assim, podemos concluir que o modelo construtivista é relacional,
pois “o professor, além de ensinar, passa a aprender; e o aluno,
além de aprender, passa a ensinar.” (FREIRE apud BECKER, 1994,
p. 72). 
Jean Piaget (1896-1980), biólogo e cientista, durante a primeira metade do século
XX foi considerado o maior nome do campo da educação. As principais
contribuições de Piaget foram no campo do raciocínio lógico-matemático. Apesar
de nunca ter atuado como pedagogo seus estudos ampliaram as discussões sobre
o processo de aquisição do conhecimento humano principalmente da criança. Os
estudos piagetianos, apensar de seu grande impacto na pedagogia demonstrou
que o processo de transmissão deconhecimentos é limitado. Para o cientista suíço
a criança aprende por um processo de descoberta, a partir da sua relação com o
objeto de aprendizagem (FERRARI, 2008).
VOCÊ O CONHECE?
Portanto, considerando as contribuições de Becker (1994), ao
traçar o paralelo entre modelos pedagógicos e modelos
epistemológicos compreendemos que ambos se encontram
relacionados e contribuem positivamente para a construção dos
saberes pedagógicos a partir do momento em que abrem
possibilidades didáticas e metodológicas para a prática docente.
A partir desse conhecimento, veremos os modelos pedagógicos e
sua importância para a formação docente e para a práxis na
contemporaneidade. 
2.4 Modelos pedagógicos 
Durante toda a vida nos deparamos com a palavra “modelo”, que
pode apresentar diferentes significados, entre os quais um
paradigma, um padrão de beleza, um boletim, um conjunto de
ideias etc. Mas você sabe o que são modelos pedagógicos? Como
podemos defini-los? Há relação entre modelos pedagógicos e a
formação do professor?
De antemão, vamos esclarecer o conceito de modelo pedagógico
que iremos abordar. Modelo pedagógico, muitas vezes, ganha a
conotação de teorias da aprendizagem ou de metodologia de
ensino, mas esses não são sinônimos. 
Um modelo pedagógico é sempre um padrão esquemático
fundamentado em teorias de aprendizagem que colabora e
orienta metodologicamente o currículo escolar que se materializa
na práxis docente e na relação entre professor-aluno-
conhecimento.
Nesse sentido, na sequência você saberá mais sobre os modelos
pedagógicos e sua relação com a prática e formação docente.
2.4.1 Os modelos pedagógicos e a formação docente 
De acordo com o que você estudou nos tópicos anteriores, a
escola, durante anos, teve como objetivo único a transmissão de
conhecimentos de forma vertical, na qual o professor era o
detentor do saber. Nessa perspectiva a escola tinha como prática
metodológica a memorização, a repetição de exercícios e o treino,
pois se acreditava que essa era a única forma de alcançar sucesso
através do conhecimento.
Hoje, já se sabe que a escola não é a única detentora do
conhecimento, e que o professor não é o dono do saber. Com a
globalização e a tecnologia, a escola mudou muito e, da mesma
maneira, também mudaram as práticas pedagógicas que, cada
vez com maior frequência, precisam ser inovadas para atender às
demandas da sociedade contemporânea e quebrar paradigmas
arraigados nas posturas de professores frente aos alunos.
O professor passa a ter uma formação para atuar como mediador
do processo de ensino-aprendizagem, aquele que mostra os
caminhos, auxilia na busca e esclarece as dúvidas para que,
juntos, possam buscar conhecimentos e construir novos saberes.
O trabalho docente passa a ser cooperativo e no, fim, todos
ensinam e aprendem. 
Desse modo, os modelos pedagógicos passam por adaptações
diante das necessidades da escola atual. É possível encontramos
numa mesma escola diferentes modelos sendo aplicados, ora
porque temos professores que não conseguem romper com a
prática tradicional, ora porque não possuem formação apropriada
que lhes dê condições de refletir sobre os desafios em sala de
aula. 
O importante é termos como objetivo, na formação docente, a
possibilidade de conhecer as práticas pedagógicas da história da
educação de modo a identificar qual a que melhor se encaixa no
cotidiano escolar, que varia de escola para escola. É necessário
que o professor seja dinâmico, crítico e reflexivo da sua própria
ação de tal modo que possa buscar caminhos para a garantia do
direito a aprendizagem e acesso ao conhecimento.
2.4.2 O professor e os desafios do uso das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) 
Como você já viu, a escola hoje apresenta inúmeros desafios, e
um deles está relacionado a saber que práticas e modelos
pedagógicos devemos utilizar frente a essa realidade.
Começaremos o estudo desse tema pegando como exemplo o uso
das tecnologias na escola e sua relação com os modelos
pedagógicos.
Na escola atual, o professor precisa conhecer muito mais que os
conteúdos da sua formação acadêmica, pois além de saber sobre
as teorias do conhecimento a respeito da aprendizagem, deve
também se apropriar dos recursos tecnológicos disponíveis para
que esses conhecimentos cheguem por uma linguagem mais clara
aos alunos – isso inclui o uso da internet. Toda mídia tecnológica
e seus recursos comprovam que tanto alunos quanto professores
aprendem.
Sabemos que a internet possibilita não só a busca por
informações, mas também auxilia o trabalho docente no processo
de explanação de conteúdo, da pesquisa e na própria educação a
distância, oferecendo novos métodos de aprendizagem por meio
da interação com os alunos. Navegar na rede pode ser uma
excelente possibilidade de aproximar o aluno ao conhecimento
que se pretende ensinar. Mas o questionamento é: como tornar
esse uso proveitoso para os alunos e professores?
VOCÊ SABIA?
O Ministério da Educação (MEC) tem um programa de banda
larga para atender as escolas públicas de todo o país. Segundo
dados do MEC, “[...] as tecnologias na educação estão
acessíveis a 24,8 milhões de estudantes das escolas públicas
brasileiras. O número, que corresponde ao total de alunos
atendidos pelo Programa Banda Larga nas Escolas, do
Ministério da Educação, foi anunciado [...] durante a
conferência O Impacto das Tecnologias da Informação e
É importante compreender que obter conhecimento exige
dedicação, e que perguntas simples para problemas simples não
têm resultado positivo, portanto o segredo está em saber
organizar o pensamento e os objetivos da aprendizagem – e nesse
contexto a internet é a grande aliada.
Comunicação (TICs) na Educação” (BRASIL, 2010, s. p.). Leia
mais em: <http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/210-
1448895310/15361-na-rede-publica-tecnologia-atende-24-
milhoes-de-alunos (http://portal.mec.gov.br/ultimas-
noticias/210-1448895310/15361-na-rede-publica-tecnologia-
atende-24-milhoes-de-alunos)>. 
Enquanto professor na escola contemporânea, ter domínio das
teorias da aprendizagem faz toda a diferença, pois quando ele se
deparar com os conflitos advindos da prática será capaz de
interagir com os alunos de modo que, em conjunto, possam
utilizar os serviços disponibilizados através das tecnologias.
2.4.3 A formação docente e a escola atual 
Sabemos que a formação do professor para a escola
contemporânea é um dos maiores desafios da educação. De fato,
é muito importante que o profissional docente esteja preparado
para enfrentar o cotidiano escolar e o processo de aprendizagem,
o que não é fácil, por isso ele deve conhecer tanto as teorias da
aprendizagem já instituídas ao longo da história, quanto os
recursos midiáticos e tecnológicos disponíveis – e que podem ser
utilizados nas mais diferentes metodologias de ensino. 
Para que professor e aluno alcancem resultados positivos no
processo de desenvolvimento da aprendizagem, é importante o
uso dos recursos e mídias que favoreçam a comunicação entre
educador e educando, como os aparelhos tecnológicos de
comunicação, os computadores para pesquisa etc., e, até mesmo,
estreitem a relação entre o aprender e o conhecer.
VOCÊ QUER LER?
O artigo “Mídia e Educação: reflexões, relatos e atuações”, das professoras-
doutoras Jussara Bittencourt de Sá e Heloisa Juncklaus Preis Moraes, analisa
como as mídias podem colaborar no contexto educacional problematizando a
escola em face da “sociedade do espetáculo” e diante das políticas educacionais
que se sobrepõem às mídias e à escola. Para ler, acesse o endereço:
<http://www.uff.br/feuffrevistaquerubim/images/arquivos/artigos/mdia_e_educa
o_jussara_bittencourt_de_s__revista_querubim.pdf
(http://www.uff.br/feuffrevistaquerubim/images/arquivos/artigos/mdia_e_educao
_jussara_bittencourt_de_s__revista_querubim.pdf)>. 
QPor fim, vale ressaltar que atuar de forma a buscar a
transformação exige muito preparo do educador, além da prática
de uma ação crítico-reflexiva sobre seu próprio trabalho. Esses
aspectos são elementares, pois tornam o professor um agente
mediador do conhecimento, o que implicará em ações
transformadoras da realidade a partir da sua interação com os
alunos. 
Síntese
Concluímos este estudo, que abordou o papel do pedagogo e a
função social da escola, contextualizando os conceitos de
modelos pedagógicos e epistemológicos, educação formal e não
formal dentro da perspectiva histórica.  
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
identificar o papel da escola no contexto do ambiente
formal;
interpretar a função social tendo por base a dialeticidade e
os pontos paradoxais dentro da ambiência educativa;
compreender a função social da escola dentro do contexto
do ambiente não formal na perspectiva histórica e  cultural;
identificar a polivalência da escola tendo por base os
ambientes não formais;
analisar as concepções epistemológicas na perspectiva da
construção dos saberes pedagógicos;
identificar os modelos pedagógicos e  epistemológicos na
perspectiva da construção dos saberes pedagógicos;
entender a grande  contribuição dos modelos pedagógicos
para a formação docente;
compreender a evolução dos modelos pedagógicos e sua
funcionalidade no mundo contemporâneo.
Referências
bibliográficas
ANTUNES, C. Professores e Professoras: reflexões sobre a aula e
práticas pedagógicas diversas. 9. ed. Petropólis, RJ: Vozes, 2014.
BECKER, F. Educação e construção do conhecimento. Porto
Alegre: Penso, 2008. 
______. A origem do conhecimento e a aprendizagem escolar.
Porto Alegre: Artmed, 2004.
______. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos.
Educação e Realidade,Porto Alegre, v.19, n. 1, p. 89-96, jan/jun.
1994. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-
Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf
(https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-
Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf)>.
Acesso em: 15/02/2018.
BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2005.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm)>. Acesso em
15/02/2018.
______. Ministério da Educação. Na rede pública, tecnologia
atende 24 milhões de alunos. Portal MEC, 27 abr. 2010. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/210-
1448895310/15361-na-rede-publica-tecnologia-atende-24-
milhoes-de-alunos (http://portal.mec.gov.br/ultimas-
noticias/210-1448895310/15361-na-rede-publica-tecnologia-
atende-24-milhoes-de-alunos)>. Acesso em 25/01/2018.
______. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21. Brasília, DF,
2008. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/index.php/responsabilidade-
socioambiental/agenda-21
(http://www.mma.gov.br/index.php/responsabilidade-
socioambiental/agenda-21)>. Acesso em: 12/02/2018.
CONTEÚDO e conhecimento. Programa Café Filosófico. Brasil,
2016, vídeo, 08min49s. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Y9aImcSqp2U&t=402s
(https://www.youtube.com/watch?v=Y9aImcSqp2U&t=402s)>.
Acesso em: 19/02/2018.
FERRARI, M. Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem
no microscópio. Nova Escola, 1 out. 2008. Disponível em:
<https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-
que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio
(https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-
que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio)>. Acesso em:
19/02/2018.
FRANCO, S. R. K. O Construtivismo e a Educação. Porto Alegre:
Mediação, 1986.  
FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1985. 
______. A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1996.
GADOTTI, M. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com
sentido. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2007.
GOHN, M. da G. Educação não-formal e cultura política: impacto
sobre o associativismo do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 2008.
JOHN LOCKE. Biografia. In: ebiografia. Disponível em:
<https://www.ebiografia.com/john_locke/
(https://www.ebiografia.com/john_locke/)>. Acesso em
15/02/2018.
LOCKE, J. Ensaio sobre o entendimento humano. Tradução,
apresentação e notas de Paulo Garrido Pimenta. São Paulo:
Martins Fontes, 2012. PAULA, E. M. A. T. de; SANTA CLARA, C. A. W.
de. Projetos de educação não-formal na cidade de Ponta Grossa –
PR: análise de currículos e práticas. Práxis Educativa, Ponta
Grossa, v. 3, n. 2, p. 183-189, jul./dez. 2008. 
PIAGET, J. O Nascimento da Inteligência na Criança. Rio de
Janeiro: Zahar, 1979.  
______. Problemas de Psicologia Genética. São Paulo: Florense,
1973.  
______. Sobre Pedagogia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.
RODA DE CONVERSA. Espaços não-formais do conhecimento: a
escola além da escola. Produção: Canal Minas Saúde, 8 abr. 2013,
vídeo, 20min38s. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=JdLKPMCVPEY
(https://www.youtube.com/watch?v=JdLKPMCVPEY)>. Acesso em
25/01/2018.
SÁ, J. B. de; MORAES, H. J. P. Mídia e Educação: reflexões, relatos
e atuações. Disponível em:
<http://www.uff.br/feuffrevistaquerubim/images/arquivos/artigos
/mdia_e_educao_jussara_bittencourt_de_s__revista_querubim.p
df
(http://www.uff.br/feuffrevistaquerubim/images/arquivos/artigos/
mdia_e_educao_jussara_bittencourt_de_s__revista_querubim.p
df)>. Acesso em 15/02/2018.          
SIQUEIRA, C. T. Construção de saberes, criação de fazeres:
educação de jovens no hip hop de São Carlos. 2006, 144 f.
Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, 2004. Disponível em:
<http://www.processoseducativos.ufscar.br/dissertacao4.pdf
(http://www.processoseducativos.ufscar.br/dissertacao4.pdf)>.
Acesso em: 15/02/2018.
TESSER, G. J. Principais linhas epistemológicas contemporâneas.
Educar em Revista, Curitiba, n. 10, p. 91-98, jan./dez. 1994.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0104-40601994000100012
(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
40601994000100012)>. Acesso em: 15/02/2018.

Continue navegando