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RH Estratégico: O Guia Básico O RH como peça chave para o sucesso das organizações 1 Índice Introdução Capítulo 1 – Antes de tudo, o que é um RH realmente estratégico? • O diferencial do RH estratégico para o operacional Capítulo 2 - Responsabilidades de um RH estratégico • Clima e cultura organizacional • Recrutamento • Relação Lucro x Colaborador • Despesas com folha de pagamento • ROI - Retorno sobre investimento • Custo por contratação • Carreiras • Comunicação Interna e alinhamento estratégico Capítulo 3 – Como estruturar um RH estratégico? • Sobre as estratégias de gestão de pessoas • Recrutamento e seleção • Comunicação interna Capítulo 4 – Perfil profissional de um RH estratégico • Perfil do profissional de um RH estratégico • Como contratar o perfil ideal para um RH estratégico? Conclusão 03 04 06 07 10 12 13 13 14 15 16 18 20 21 22 23 24 25 26 27 2 Introdução O termo “RH estratégico” faz parte do vocabulário da maioria das equipes de Recursos Humanos de grandes empresas. Desenvolver o lado estratégico e aproximar cada vez mais áreas e departamentos dos planos da empresa - para que eles façam entregas mais alinhadas, com maior agilidade e qualidade - é um caminho seguido por organizações, principalmente de grande e médio porte, que desejam melhorar seus resultados e serem mais competitivas. Porém, muitas dessas organizações utilizam-se do termo sem dar realmente a devida importância à área responsável por gerir e desenvolver o potencial humano que constrói empresas, e sem reconhecer o impacto positivo que o RH pode causar na performance e no crescimento da organização se trabalhar de maneira realmente estratégica. Mas, se a gestão de pessoas é uma das chaves para o sucesso, o que ela precisa fazer para atuar e ser percebida como tal? Para responder esta pergunta, e pensando em ajudar tanto profissionais de RH a reposicionarem em sua área, como gestores a reconhecer o que seu RH precisa, produzimos este material. Nele, você irá descobrir quais as atividades e a estrutura que uma área de RH realmente estratégica precisa ter para contribuir de forma relevante para a organização. Boa leitura! 3 Antes de tudo, o que é um RH realmente estratégico? Capítulo 1 4 Estratégia é uma palavra de origem grega que significa ter planos, métodos ou manobras para alcançar um objetivo ou resultado específico. Nas empresas, a estratégia se manifesta por meio de um planejamento estratégico macro, comum em toda organização, que é usado para guiar as áreas da empresa, melhorando sua produtividade e entrega de resultados. Partindo desta definição, para que um RH seja estratégico, ele precisa primeiramente ter planos bem definidos de acordo com o planejamento macro da empresa, de maneira que a área possua metas capazes de serem atingidas e mensure resultados que têm impacto direto na organização. Uma maneira inicial de começar a pensar no RH como estratégico é aplicando o conceito SMART para desenvolver metas e ações: eSpecíficas, Mensuráveis, Alcançáveis, Realistas e aconteçam dentro do Tempo definido para a sua execução. Porém, não é apenas a presença de planos e metas que diferenciam uma área de RH… 5 Isso porque, na visão de Chiavenato, reconhecido autor da área da Administração, as organizações dependem diretamente das pessoas, pois elas são o que constitui a empresa e o que levará a organização a atingir seus objetivos e cumprir sua missão. Da mesma forma, para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais. Ou seja, se elas não são foco, podem se frustrar e sair da organização. Porém, no dia a dia, essa troca entre organização e colaboradores nem sempre é tão fluida, e é aí que o RH tem o maior espaço para se posicionar estrategicamente e mostrar sua relevância, atuando para garantir que, além da eficiência operacional dos processos, as pessoas estejam comprometidas e engajadas na evolução dos projetos, bem como satisfeitas e motivadas. Assim, uma gestão estratégica de RH se diferencia da gestão convencional ao criar um elo entre as pessoas e a organização que agregue valor real ao negócio, e não somente focando em atividades de operação. 6 O diferencial do RH estratégico para o operacional Existem diferenças claras entre uma área de RH que atua de maneira operacional e outra que atua de maneira estratégica: a atenção dada ao valor real que o departamento agrega à organização por meio do seu trabalho com as pessoas. Ter planos e mensurar a performance das ações relacionadas apenas à operação da área é o mínimo que gestores e grandes corporações esperam de um departamento, afinal, todos têm suas operações e processos básicos para funcionar. Dessa forma, um RH estratégico, que busca ser valorizado e reconhecido, inclusive no momento da divisão de budget, é aquele que consegue planejar ações realistas e mensuráveis cujos resultados impactem diretamente nos objetivos estratégicos da empresa. Além disso, o maior diferencial, já que estamos falando de recursos humanos, é que essas ações tenham foco nas pessoas da organização. Responsabilidades de um RH estratégico Capítulo 2 7 Responsabilidades de um RH estratégico Quando falamos em responsabilidades de um RH estratégico, logo nos vem à mente que é preciso fazer coisas diferentes, que é preciso ter muitos recursos ou uma equipe com muitas pessoas para implementar tudo. Claro, todos esses pontos são importantes e ajudam bastante, mas eles por si só não definem se um RH será estratégico ou não. O que se percebe em muitos casos são setores de Recursos Humanos que já acionaram o seu “piloto automático” para as atividades ditas corriqueiras e não tem aproveitado esse momento para se diferenciarem. As responsabilidades de um RH estratégico vão muito além de apenas cumprir um calendário ou de realizar as questões cotidianas como fechamento de processos seletivos, aplicação de pesquisas de clima e avaliações de desempenho. É preciso ir além para atingimento dos resultados, atender bem os seus clientes internos e manter a empresa sempre rentável. Olhando de fora, muitas vezes, pode parecer que essa missão é árdua e desafiadora, e só tendo ‘super poderes’ para atingir esses resultados com recursos limitados. Porém, basta que a área passe por um realinhamento e reconheça seu papel como agente propiciador do desenvolvimento para assumir novas responsabilidades. Neste sentido, o setor precisa ser intencional em todas as ações que são feitas, sendo necessário desenvolver uma série de ações em cada processo de gestão, visando os objetivos da organização e o bem-estar das pessoas ligadas a ela. 8 Embora não exista uma receita única para isso, é possível apontar algumas boas práticas que propiciam o atingimento desses resultados, tais como: estimular a construção de relacionamentos estáveis e confiáveis; ter conhecimento suficiente acerca da empresa e dos seus setores para se engajar nas discussões; certificar-se de que os sistemas operacionais básicos da sua área estão fazendo o que se propõe a fazer e o principal, mensurar os resultados das ações. É importante mencionar também que o papel de um RH estratégico precisa estar claro, a começar pela própria equipe. O repasse da estratégia organizacional precisa ser clara e objetiva, e o mais importante, precisa chegar às pontas alcançando a operação. Por exemplo, imagine que ao aguardar um reunião em uma determinada empresa, esteja na parede a missão dessa organização dizendo: “Atender aos nossos clientes com excelência”. Porém, a forma como os colaboradores trabalham e prestam atendimento não convém como que está exposto ali. Isso significa que o discurso está destoando da prática e acontece pois algumas organizações se preocupam em definir esses princípios em um momento, mas não em reverberam essa experiência para as pontas. E o RH tem um papel importante nessa tarefa. Conforme Chiavenato, quando todos os funcionários conhecem a missão e os valores que norteiam seu trabalho, tudo fica mais fácil de entender, inclusive saber qual o seu papel e como contribuir eficazmente para a organização. Portanto, além de cuidar das operações relacionadas às pessoas, o RH também precisa zelar pelo alinhamento das pessoas com a organização, sendo uma área ativa e comunicativa. “As responsabilidades de um RH estratégico vão muito além de apenas cumprir um calendário ou de realizar as questões cotidianas.” 9 Clima e cultura organizacional Já entrou em um lugar onde você de imediato se sentiu bem ou desconfortável, ou precisou se relacionar com um setor e sentiu que as pessoas mais queriam atrapalhar do que ajudar? O conceito de clima organizacional é bem parecido com a da meteorologia: existem empresas em que o clima organizacional, que é percebido e sentido pelas pessoas, é tão denso que você só pensa em estar em qualquer lugar, menos naquele. Já o conceito de cultura organizacional, ao contrário do que muitos pensam, não é um assunto recente. Desde os anos 70 e 80 a cultura organizacional passou a ser visualizada como uma questão estratégica dentro de uma organização, uma vez que busca obter a identificação dos colaboradores, fazendo com que eles incorporem os objetivos estratégicos da organização. A importância dada a esses temas têm sido tão significativa que algumas empresas têm investido recursos, financeiros e de tempo, só para mudar ou melhorar o clima e criar uma cultura com valores mais humanos. Um exemplo bastante conhecido por nós são de empresas como Google, que se tornaram referência na atração e retenção de novos talentos por promoverem a melhoria do clima organizacional, proporcionando ambientes mais agradáveis, possibilitando alternativas de descanso, lazer e diversão no próprio ambiente de trabalho, além de trabalhar com horários flexíveis, home office, mais autonomia e envolvimento dos colaboradores, líderes mais democráticos e o incentivo ao autogerenciamento cada vez maior. 10 Entre as descobertas da pesquisa percebeu-se que setores como marketing e tecnologia eram os setores mais felizes. O motivo? Esses setores tinham mais liberdade e flexibilidade de criação e estavam sempre envolvidos com a estratégia da empresa. Outro cenário apontado nessa pesquisa é que empresas menores e formada em sua maioria por jovens, entre 18 e 34 anos, são mais felizes. Para o gestor de pessoas e palestrante Gustavo Paulill, as situações do clima organizacional que mais causam a desmotivação do colaborador são: ◘ 55,61% falta de reconhecimento no trabalho ◘ 14,5 % ser contratado para uma tarefa e atuar em outra ◘ 12,42% fazer as mesmas atividades de um colega, mas com salário menor ◘ 8,79% acumular funções de outras pessoas ◘ 7,67 % realizar atividades diferentes da minha profissão Aqui no Brasil, Márcio Fernandes, CEO da Elektro defende o conceito de que “Felicidade dá Lucro” e ensina que é possível ter 99,3% dos colabores felizes por meio de uma Comunicação Interna eficiente para disseminar essa filosofia de gestão, mantendo uma cultura organizacional forte e alcançando altos níveis de crescimento dentro da empresa. Ouça a entrevista completa com Márcio aqui. Segundo a pesquisa “Os segredos das Empresas e Colaboradores mais Felizes”, realizada pelas companhias americanas Robert Half e Happiness Works, colaboradores que se sentem felizes em seus ambientes de trabalho são mais produtivos e trazem mais resultados a organização. Quanto mais feliz estiver o colaborador mais engajado, comprometido e resiliente ele será. 11 Recrutamento E por falar de ações estratégicas, não podemos deixar de fora o recrutamento. O RH precisa ter definido critérios de seleção e entender a expectativa do gestor solicitante para o preenchimento do cargo. A falta de alinhamento do colaborador com a cultura da organização e com as lideranças, podem trazer consequências graves para a organização. Um bom processo seletivo se inicia pelo conhecimento dos valores, das crenças, da pessoa que se está pleiteando para o cargo. Claro que não se conhece uma pessoa numa simples conversa de alguns minutos. Mas se o profissional de RH valer-se de algumas táticas nesse processo, certamente poderá coletar informações que ajudarão na tomada de decisão. Atualmente, além da formação profissional e das competências, cada vez mais deve-se observar aspectos relacionados à personalidade das pessoas, o modo de vida, seus sonhos e expectativas e se estas têm a ver com a cultura da empresa. Como falado anteriormente é preciso criar mecanismos para mensurar os resultados da área de RH e um indicador simples, mas poderoso, é o de Duração para Preenchimento de vagas. Esse indicador é uma métrica de RH que serve para confirmar a agilidade e a eficiência dos processos seletivos. Junto à taxa de Turnover , isto é, rotatividade, pode indicar também a assertividade na definição do perfil ideal e na escolha do candidato. A área de RH para ser estratégica precisa conhecer todas as despesas e monitorar os gastos do setor. Além da folha de pagamento, é essencial acompanhar outras saídas, como a compra de uniformes e EPIs (Equipamento de Proteção Individual), aquisição de material de escritório, treinamentos terceirizados, viagens e benefícios corporativos, em especial, o plano de saúde. Acompanhar esses custos indica para a área e para a organização se os resultados financeiros atingiram as metas pré-estabelecidas. Existem indicadores que são fundamentais para a gestão de pessoas como absenteísmo estratégico, duração para preenchimento de vagas e outros que são mais focados na parte financeira e que podem dar ao RH uma característica mais estratégica, se aplicada às ações de forma correta. 12 Despesas com Folha de Pagamento Atualmente, as empresas têm buscado muito sua eficiência e equilíbrio aumentando os lucros e mantendo a rédeas curtas seus gastos. E bem se sabe que um dos custos, falando no sentido literal, de uma empresa é a sua folha de pagamento. Claro que novas contratações trarão impacto significativo para a folha, por isso indicamos esse indicador para que o RH monitore os custos com contratações e desligamentos. Relação Lucro x Colaborador Apresenta o retorno financeiro trazido por cada colaborador. É a relação entre o lucro da empresa e o número de profissionais em sua folha de pagamento. 13 ROI - Retorno sobre investimento Esse indicador de retorno sobre investimento pode e deve ser utilizado para os treinamentos de novos colaboradores e de colaboradores veteranos também, por exemplo. Este indicador compara os valores destinados a treinamentos que visam a melhoria contínua das equipes nos processos de qualificação das equipes. Basicamente, essa métrica avalia o impacto dos cursos na redução de desperdícios, perdas, atrasos, retrabalhos, bom atendimento e redução de acidentes para empresas que têm atividades de risco. Para tanto, é utilizado o ROI (Return on Investment) ou Taxa de Retorno de Investimento, que relaciona os prejuízos evitados e os investimentos em qualificação. Após a realização dos treinamentos faça os seguintes cálculos: 1. Calcule os Benefícios do treinamento; 2. Calcule os Custos; 3. Subtrai os Custos dos Benefícios; 4. Divida o Benefício Líquido pelo Custo Se obteve por exemplo, um benefício: R$240.000,00, custos:R$16.000,00 ROI: 14, ou seja para cada real investido em treinamento houve um retorno de R$ 14,00 (R$240.000,00 – R$16.000,00 = R$224.000,00 / R$16.000,00 = R$ 14,00). Esse indicador é poderoso para que o RH sai de um patamar de subjetividade e passe a ser cada vez mais estratégico. Desta forma será possível comprovar, cientificamente, que os treinamentos sejam para novos colaboradores ou veteranos são viáveis (ou não) e conseguir assim direcionar melhor suas ações de forma a torná-las mais eficazes. 14 Custo por Contratação Um dos indicadores mais estratégicos para o RH, em que é possível mensurar e apresentar quanto custo um desligamento para a empresa e também norteia decisões e engajamento de todos no acompanhamento e desenvolvimento dos novos colaboradores. Alguns gestores, muitas vezes, não têm noção do impacto financeiro para a empresa em ter um alto índice de rotatividade e ter esses valores podem ajudar ao RH a diminuir saídas e reter talentos. Para se apurar esse indicador é preciso conhecer os seguintes números: 1. Divulgação - Custo com anúncios da vaga, tempo gasto na triagem de currículos, no processo de ligar para os candidatos, Entrevistar e Checar referências. Para se fazer o cálculo das horas basta pegar o valor do salário do profissional (assistente ou analista de RH), dividir por 22 dias úteis para encontrar o valor do dia e posteriormente dividir por 8h que seria o dia de trabalho, para encontrar o valor da hora. Exemplo, salário de um assistente de RH R$ 1.800,00 / 22 dias= R$ 81,81 esse valor divide por 8h/dia = R$ 10,22. Mensura o total de horas gastas nesse processo e multiplica pela hora do profissional que a executou. 2. Seleção de Pessoas - Tempo de entrevista do gestor de RH e do Gestor da área 3. Encargos contratuais do novo colaborador - Analisando que o salário do novo contratado é de R$ 1.500,00 mais benefícios e encargos o custo total por mês seria de R$ 1.500 + os encargos R$ 2.522,37 = R$ 4.022,37 x 3 meses de experiência , o custo total só com folha seria de R$ 12.067,11. 4. Tempo de Treinamento - calcular horas do facilitador e colaborador que está acompanhando 5. Retrabalhos e sub-performance - existe um tempo de aprendizagem que o novo colaborador ainda não renderá em sua totalidade, pois está ainda em momento de aprendizado. Precisa ser colocado nos custos horas de retrabalho de outros colaboradores e sub-performance. 15 Gerenciamento e desenvolvimento de carreiras Para compreender a importância e o impacto desse subsistema para a área é importante reforçar os três pontos básicos que o envolvem: a orientação, a modelagem de cargos e a avaliação de desempenho. Esse processo é fundamental e estratégico para a organização, pois se refere aos ajustes que serão necessários fazer, os quais são imprescindíveis para um bom desempenho dos funcionários e da organização como um todo. Essa estratégia consiste em o gestor de RH saber e verificar periodicamente se o trabalho e os colaboradores estão evoluindo, de que forma estão distribuídas as pessoas nos seus respectivos cargos, se há necessidade de alguma intervenção, de ajustes, de movimentação de pessoal, etc. As pessoas têm necessidade não somente de uma boa remuneração, mas também de elogios e incentivos, de serem lembradas e notadas. E esse é um papel fundamental do gestor: não apenas chamar a atenção quando saiu algo errado, mas principalmente parabenizar o funcionário quando realizou algo bom. 16 Além da remuneração propriamente dita, há ainda uma série de outros benefícios que podem ser implantados nas organizações, como prêmios por mérito, quando o funcionário consegue bons resultados, planos de saúde, auxílio alimentação, descontos em farmácias, faculdades, comércio em geral, por meio de convênios firmados com a empresa, programas de saúde e qualidade de vida, remuneração variável, reconhecimento por meio da Comunicação Interna da empresa, dentre outros. Gerar um clima organizacional agradável e motivador, propiciar a criatividade e investir em estruturar um plano de carreira, são verdadeiramente o segredo do sucesso para as organizações e a forma mais eficaz de propiciar a motivação dos funcionários para o trabalho e comprometimento com a organização, além de serem importantes estratégias para reter talentos. Um dos maiores problemas da gestão de pessoas é a questão da rotatividade, a oferta de benefícios, além da estruturação de um plano de cargos e salários claro e bem definido, é uma estratégia que pode favorecer as políticas de valorização e retenção de profissionais, tornando o RH cada vez mais assertivo e estratégico. Precisamos entender que assim como as empresas, os colaboradores têm um conjunto de objetivos que pretendem alcançar num determinado período. Quando esses objetivos não coincidem, então talvez seja o momento certo de rever o processo de seleção e se a cultura da empresa para esse momento é a melhor maneira para atingimento da estratégia. Quando as organizações entenderem que as pessoas têm expectativas de crescimento e evolução, ficará mais fácil de captar quais os melhores benefícios e políticas de retenção se adequam a essa realidade. Várias organizações justificam a não confecção de um plano de carreira pela falta de recursos, pelo dono da empresa não entender o trabalho do RH e acreditar que a missão da área é fechar vagas, não ter pessoas suficientes para isso ou aquilo etc. Todas essas justificativas soam familiares, não é mesmo? Mas é possível criar uma estrutura mínima para que assim os colaboradores saibam onde estão e o que precisam agregar em termos de atitudes, conhecimento e qualificação para crescerem e terem oportunidades dentro da organização. Um RH que busca ser estratégico procura fazer com que seus colaboradores sejam felizes com seus empregos e gostem de estar desempenhando o seu papel. Por isso, investe em muitas ações para proporcionar o bem-estar dos seus colaboradores. Além das ações já descritas anteriormente, o gestor de RH pode se valer ainda de algumas ferramentas estratégicas, como as pesquisas. 17 Comunicação Interna e alinhamento estratégico Dentre as responsabilidades de uma área de RH que é estratégica estão a comunicação interna e o alinhamento. Inicialmente, e principalmente para organizações de grande porte, isso pode soar estranho ou um pouco sem sentido, já que muitas empresas maiores têm um departamento dedicado à comunicação ou uma área menor ligada ao marketing ou ainda alguma diretoria para cuidar do assunto. Nesses casos, o trabalho de alinhar as equipes acaba ficando por conta apenas das lideranças, sem conexão com a comunicação ou com a gestão de pessoas. Independentemente se a empresa possui ou não uma área ou profissional dedicado à comunicação, essa atividade está presente na lista de responsabilidades de um departamento de RH por meio, pelo menos, da comunicação administrativa, por onde circulam as informações e os documentos oficiais da empresa. No entanto, por trabalhar diretamente com as pessoas da organização, o RH deveria estar presente também na comunicação social da empresa, que envolve a comunicação interna. Isso porque a comunicação interna é uma das principais aliadas da organização quando é necessário promover o alinhamento estratégico. Além disso, a comunicação é importante para que o RH também crie o canal e o hábito de ouvir os colaboradores. Dessa forma a área conseguirá saber se suas estratégias estão sendo realmente aderentes ao público interno, e terá insumos para replanejar, mudar suas ações e implementar melhorias de forma proativa e não reativa. Em resumo, para exercer uma função estratégica o RH precisa reconhecer a importância da comunicaçãointerna e estar envolvido nos seus processos, e se estes não existem, é responsabilidade do RH começar a criá-los e desenvolvê-los, com a ajuda das lideranças da empresa ou formando um comitê, por exemplo. Por que comunicação é importante para o RH? 18 E o alinhamento estratégico? O alinhamento estratégico acontece depois do planejamento, e consiste em ‘alinhavar as estratégias’ traçadas pela organização para que a sua execução aconteça conforme o que foi pensado e as ações tragam os resultados esperados. Este processo envolve a comunicação entre as áreas e as pessoas, portanto, deve estar dentre as preocupações do RH. Isso porque, para manter os colaboradores alinhados à estratégia do negócio, é preciso se comunicar com eles e garantir que as expectativas para com a empresa estão niveladas. A falta de alinhamento gera desconexão, falta de sensação de pertencimento pelos colaboradores, pode impactar negativamente na cultura e levar as pessoas à desmotivação. Por isso, além de cada área da empresa trabalhar, é preciso garantir que todos estejam “na mesma página” quanto ao que está sendo feito, porque algo é realizado e qual é o papel de cada colaborador dentro da estrutura organizacional. E é papel do RH estratégico garantir e zelar por este alinhamento. Isso não significa tirar a responsabilidade das lideranças de gerar alinhamento com as equipes, ou tomar o trabalho da área de comunicação, mas sim integrar e aproximar o RH à essas atividades para que ele se certifique de que a empresa e os colaboradores estão falando a mesma língua e se entendendo. 19 Como estruturar um RH estratégico Capítulo 3 20 Antes de mais nada, vamos reforçar que estamos falando da gestão de pessoas. Ou seja, não são máquinas. Por isso, ao desenvolver as estratégias a seguir, você precisa ter sempre em mente que vai lidar com pessoas e as mais diferentes possíveis. Por isso é preciso criar uma estrutura que apoie essas boa práticas. Como vimos no início desse conteúdo, a Gestão de Pessoas pode ser empregada às estratégias que objetivam atrair, reter, potencializar e administrar o capital humano de uma empresa. Mas nem sempre todas as empresas conseguem se utilizar de melhores práticas para estruturar a gestão de pessoas. Sobre as estratégias de Gestão de Pessoas 21 Recrutamento e Seleção As empresas vivem em um cenário de muita competição. Mudanças mercadológicas ocorrem a todo instante, como resultado de uma economia globalizada e do alto nível de tecnologia. O conhecimento se torna ferramenta imprescindível para o sucesso de qualquer empreendimento. Dessa forma o diferencial das organizações está no seu capital intelectual, ou seja, as pessoas. O subsistema de Recursos Humanos, Recrutamento e Seleção, é o passo inicial para que a organização tenha um diferencial competitivo. Mas, para isso é necessário que a equipe de RH tenha as competências necessárias e a sensibilidade de equilibrar os objetivos da organização e os objetivos individuais das pessoas em que nela trabalham. Entender que o mais importante é envolver gestores na tomada de decisão, que é importante tanto quanto estruturar as etapas seletivas, construir as descrições de cargos e competências requeridas, pois só parte disso não será eficaz. Atuando dessa forma o RH estará auxiliando a empresa a alcançar seus resultados, suas metas. Esta é a tão citada atuação estratégica, é um ciclo de atividades que contribuem a longo prazo para o sucesso da organização. 22 Comunicação Interna Se antes, na década de 90 até o início dos anos 2000, o diferencial do RH era a tecnologia, hoje ela só serve para equalizar a área às demais e facilitar a operação. Dentre os diferenciais de uma área de RH realmente estratégica está a Comunicação como uma atividade mais complexa e tão importante quanto as rotinas, mas que às vezes não têm a atenção necessária. Este é um erro comum dos departamentos de RH que acabam preocupando-se mais com processos e tarefas e deixando atividades como a comunicação sem prioridade, ou não sabendo a hora de priorizá-la, pois as demandas sempre são muitas e o tempo, na maior parte das vezes, curto. Porém, há formas de estabelecer pelo menos pequenos processos de comunicação e troca de informações para que o RH deixe de ser reativo e torne-se mais proativo - assim, estratégico. Aí vão algumas dicas: • Dica 01: Para trazer a comunicação para perto do RH, delegue a responsabilidade a alguém do departamento de ser o comunicador da área, levando informações do RH para outras áreas e trazendo informações delas para o departamento; • Dica 02: Se a sua empresa não possui área ou profissional de comunicação, crie um comitê multidisciplinar para ajudar a área a construir esse processo; • Dica 03: Tente definir uma periodicidade para que o RH mande informações para os colaboradores, pensando sempre em antecipar suas necessidades; • Dica 04: Pense nas principais dúvidas que o RH recebe dos colaboradores e utilize a comunicação interna para esclarecê-las com campanhas por meio dos canais de comunicação; • Dica 05: Crie dinâmicas com as lideranças para que elas também desenvolvam consciência sobre a importância da comunicação e suas habilidades comunicativas, ajudando o RH. 23 Perfil do profissional de um RH estratégico Capítulo 4 24 Perfil do profissional de um RH estratégico O departamento de RH pode ser formado por pessoas de diferentes perfis técnicos, mas para que ele consiga executar atividades estratégicas é necessário ter profissionais com conhecimento sobre cultura e clima organizacional, comunicação e gestão de pessoas, além de recrutamento e seleção, desenvolvimento pessoal e carreiras. Ter um profissional com visão mais pragmática de dados também pode ser positivo, porém o grande diferencial para um profissional de RH ser considerado estratégico é ter o conhecimento em profundidade de como é a realidade e a rotina da gestão de pessoas dentro da empresa, quais processos e análises a área desenvolve ou precisa desenvolver para atingir os seus resultados esperados e ter foco total em pessoas. Para um time completo, ter um uma equipe com visão sistêmica e experiência na área de negócios também ajudará o RH a alavancar-se dentro da organização. 25 Como contratar o perfil ideal para um RH estratégico? Ao contratar pessoal para a área de RH tenha em mente que para que ela seja estratégica as pessoas dentro dessa área precisam também serem orientadas à esse objetivo. Quando buscar profissionais para sua área de RH deixe claro o desafio que a empresa está propondo e o que ela está esperando, entenda qual seria o planejamento estratégico que esse candidato realizaria para resolver situações, tanto do aspecto técnico quanto comportamental e seja transparente no processo. O perfil ideal de contratação para o seu RH ser estratégico será o perfil capaz de executar as atividades e implementar melhorias contínuas na área, com base no planejamento da empresa e no que a área definiu de atividades e ações importantes que serão executadas dentro desse planejamento. 26 Conclusão Para que a sua empresa tenha um RH estratégico ela precisa de muitas ações e artefatos, mais do que somente a palavra na titulação da área, não é mesmo? Ter um RH estratégico exige um certo nível de maturidade da empresa e das pessoas, que precisam estar mais orientadas à resultados do que simplesmente entregas, e este é um caminho a ser construído. É histórico das empresas terem RHs enxutos e sobrecarregados. Quando não for possível delegar essa atividade para alguém pela sobrecarga, é importante que o RH tenha dados que mostrem a comunicação como estratégica e promotorade resultados. Esperamos que esse eBook tenha ajudado você a perceber a importância de levar o RH além das atividades operacionais, enxergando cada vez mais a importância da área estar envolvida em assuntos que afetam diretamente os colaboradores, como comunicação interna, cultura, desenvolvimento de talentos e alinhamento. Além disso, lembre-se que o RH estratégico deve sempre estar alinhado ao planejamento estratégico da empresa e ter seus próprios planejamentos, com metas claras que entreguem resultados relevantes, sempre pensando no bem maior da empresa: os colaboradores. 27 A Fortes Tecnologia em Sistemas, empresa do Grupo Fortes de Serviços, atua há mais de 25 anos na área de Tecnologia da Informação. Desenvolve soluções para gestão empresarial e abrange as seguintes áreas: gestão contábil, gestão financeira, gestão de pessoas e gestão de transporte e logística. A empresa conta com uma carteira de milhares de clientes em todo o Brasil e uma rede de atendimento que inclui franquias e representações em vários estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. O objetivo é oferecer um serviço dinâmico, moderno, de alto padrão e simples, sempre contando com a experiência de profissionais que entendem as necessidades dos negócios. Quer saber mais como a Fortes Tecnologia pode ajudar? Entre em contato conosco e conheça as soluções! Sobre a Fortes Tecnologia 28 O SocialBase é uma rede social corporativa que tem como objetivo conectar as pessoas para tornar o trabalho mais simples e produtivo. Nossa solução potencializa o alcance das informações e o engajamento dos colaboradores com as estratégias e objetivos de negócio, por meio da implementação de estratégias mensuráveis. Fortaleça a cultura, motive pessoas, potencialize os fluxos de informação e simplifique processos, alinhando toda a empresa em um só ambiente. Promova a colaboração, a troca de conhecimento e melhore a produtividade dos times utilizando o SocialBase e a nossa Metodologia de Sucesso. Sobre a SocialBase 29
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