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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA _____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC. PEDRO LEMOS, brasileiro, estado civil, casado, profissão, técnico em informática, portador da carteira de identidade n°xxx, Pis n° e do CPF n° 123.456.789-00, residente na avenida Brasil, nº 100, bairro: Pioneiros, CEP 74.000- 00, domiciliado na cidade de Balneário Camboriú, estado de Santa Catarina, com endereço eletrônico xxx, por seu advogado infra assinado ( procuração no anexo), com endereço profissional na rua xxx, nº xxx, bairro xxx, na cidade de xxx, estado do xxx, , local onde recebe notificações, vem a presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 840, parágrafo 1°., Da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o artigo 319,do Código de Processo Civil 2015 (CPC/2015), aplicado subsidiaria e supletivamente ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT e do art. 15 CPC/2015, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo procedimento sumaríssimo em face de FUNDAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, inscrito sob o CNPJ n° 50.800.400/0001 - 15, com endereço eletrônico xxx, sediada na avenida Atlântica, nº 500, bairro: Centro, na cidade de Balneário Camboriú/SC, pelos motivos de fato e direito que se passa a expor. I - DA JUSTIÇA GRATUITA O Reclamante encontra se atualmente desempregado, não possuindo condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência, cópia dos contracheques, com fulcro no artigo 5° LXXIV da Constituição Federal 1988, pelo artigo 98 do CPC e 790 § 4° CLT requer que seja deferido o benefício da Justiça Gratuita ao requerente. II - SINTESE DOS FATOS O Reclamante foi admitido pela reclamada conforme registro na CTPS, em 02/02/2017 para exercer a função de Técnico em Informática. Sua tarefa era prestar consultoria na área de informática aos diversos clientes que a reclamada possui. A remuneração brutal mensal foi definida em R$ 5.500,00 (Cinco Mil e Quinhentos Reais), referente a uma jornada de trabalho semanal de 44 (Quarenta e Quatro) horas, e totalizando as 220 mensal, no contrato de trabalho (no anexo), não ficou estabelecido os horários que realizaria suas atividades. E foi pactuada em contrato, que o reclamante iria executar suas tarefas em sua residência, utilizando - se do seu próprio computador e internet para exercer suas atividades laborais. Seu trabalho era totalmente registrado, pois, para que suas atividades pudessem serem exercidas era preciso realizar uma conexão junto ao servidor da reclamada, mediante inclusão de Login e Senha no sistema informatizado. Desde a sua admissão, o Reclamante sempre prestou serviços em horários extraordinários, (conforme atestam os documentos em anexo), realizava aproximadamente 6 horas extra semanalmente, totalizando 50 (cinquenta) horas laboradas semanais, ultrapassando, portanto, as 44 horas semanais fixada em contrato, logo o Reclamante faz jus ao recebimento das horas extras prestadas. Por fim, o Reclamante foi notificado de sua dispensa em 31/01/2018, sem justa causa, cumprindo aviso prévio até o dia 02/03/2018, conforme registrado e assinado na via de aviso prévio em anexo. No período do aviso prévio, obteve a redução de 2 (duas) horas na jornada de trabalho. Ocorre que, durante a vigência do contrato de trabalho, a Reclamada jamais efetuou o pagamento das horas extraordinárias e seus reflexos ao Reclamante, e nem fez o reembolso de despesas arcadas com pagamentos de internet, tampouco em sua rescisão contratual, sendo que a internet era indispensável, pois precisava da mesma para realizar suas atividades laborativa, foi o que motivou o ajuizamento da presente Reclamação. III - DOS DIREITOS O regime de teletrabalho encontra – se amparado no art. 75- B da CLT, Art. 75 – B CLT. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. O empregado registrado nessa modalidade de prestação de serviço, também tem seus direitos trabalhista assegurado constitucionalmente quanto a jornada de trabalho, de 8 horas diárias e 44ª hora semanal, pois não é reconhecido como sendo trabalho externo. Portanto qualquer trabalho realizado acima do fixado na CF/1989 importará em prorrogação de jornada, devendo o trabalhador ser remunerado pelo serviço extraordinário, sendo no mínimo, em 50% a hora normal, conforme rege a CF/1988 em seu art. 7°, inciso XVI. Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; No caso em apreço, observa –se que o Reclamante cumpriu semanalmente 6 (seis) horas extraordinárias durante o período de vigência do contrato de trabalho, podendo ser comprovado nos documentos em anexo, e mediante o relatório de acessos, que o Reclamante realizava com login e senha junto ao servidor, para atendimentos dos clientes da Reclamada. Sendo assim, haja vista que, de fato, houve jornada excedente à 44ª semanal, o Reclamante deve ser remunerado com adicional de 50%, com integração nos repousos semanais e, após, pelo aumento da média remuneratória, com reflexos em aviso prévio, férias com o 1/3 legal, gratificação natalina, e FGTS com 40%, mais juros e correção monetária. Por vez, o Reclamante tem direito ao ressarcimento de despesas arcadas com serviço de internet. Logo Excelência, a Reclamada tinha total controle quanto as atividades desenvolvidas pelo Reclamante, pois regulava suas metas e resultados. Portanto, confirmada a existência de subordinação que determina o art.3° e art. 6°, parágrafo único da CLT. Art. 3º CLT - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Art. 6°, parágrafo único CLT. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio Conforme fundamentação jurídica, não resta dúvidas que foi violado o direito do empregado a ser recompensado por seu trabalho suplementar realizado. No que concerne ao aviso prévio, conforme revela o TRCT e carta de concessão de aviso prévio, ambos em anexo, a reclamada concedeu e satisfaz ao Reclamante apenas 30 dias de aviso prévio, quando eram devidos 33 dias, fulcro disposições da Lei 12.506/2011. Assim, o Reclamante é credor de 03 dias de aviso prévio, os quais deverão considerados para todos os fins, com fulcro na OJ TST 367. IV - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS São devidos honorários advocatícios, conforme preceitua o art. 133 da Constituição Federal o artigo 20 do CPC e do artigo 791-A da CLT. Deve ainda considerar-se que o artigo 133 da CF preceitua que o advogado é indispensável à administração da justiça. Ainda o artigo 20 do CPC estabelece que a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. V - DOS PEDIDOS Diante do exposto, o Reclamante requer a Vossa Excelência que seja julgado procedente os pedidos veiculados na presente Reclamação Trabalhista: A citação da Reclamada a responde a presente ação, seja para propor acordo ou contestar, sob pena de revelia; A concessão da Justiça Gratuita; A procedência do pedido, condenando a Reclamada ao pagamento das horas extras, com o adicional dos respectivos 50 %, e seus reflexos, nas Férias, proporcionais, FGTS, 13° Salário Proporcional, Aviso Prévio, DSR´s devidamente atualizados, com juros e correção monetária;findando no valor de R$ 19.600,00 (Dezenove Mil e Seiscentos Reais); Desconto no proporcional de 3(três) dias, referente ao débito do aviso prévio, resultando em R$ 1.300,00(Um Mil e Trezentos Reais); Ao reembolso dos valores pagos pelo Reclamante com custas de internet, proporcional a vigência do contrato de trabalho, totalizando em R$ 1.300,00 (Um Mil e Trezentos Reais); A condenação da reclamada ao pagamento das custas processuais e honorários sucumbenciais no importe de 15% do valor da condenação, conforme preceitua o art. 133 da Constituição Federal o artigo 20 do CPC e do artigo 791-A da CLT. Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das verbas requeridas. Protesta a reclamante a comprovar o alegado por oitiva de testemunhas e depoimento pessoal da reclamada. Dá-se à presente, para fim de distribuição o valor de R$ 19.600,00 (Dezenove Mil e Seiscentos Reais). Nestes termos, pede deferimento. Balneário Camboriú, __________. _________ Advogado OAB/UF_____________________________