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Seguridade Social no Brasil

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DIREITO À SEGURIDADE SOCIAL 
Antonio Carlos de Oliveira
Professor de Direito Previdenciário e de Introdução ao Estudo do Direito do Curso de Graduação em Direito da UNIFACS – Presidente do Instituto Bahiano de Direito do Trabalho – Membro Efetivo da Academia de Letras Jurídicas da Bahia e da Academia Nacional de Direito do Trabalho.
I – A proteção social e suas formas
	Quando o Estado era mero guardião da ordem pública(Estado-gendarme) e o bem-estar social não era o seu objetivo, o cidadão ficava à mercê das contingências, que o impediam de prover a sua subsistência e dos seus. A doença ou a invalidez ou a velhice, principalmente, o retiravam da atividade, e, se ele não tivesse feito suas economias, passava necessidade, e muitas vezes, se tornava um pedinte, vivendo da caridade pública. Ainda que tivesse amealhado alguma coisa, para essas situações, era pouco para sustentá-lo e à sua família, durante muito tempo. Iniciativas particulares de pessoas abastadas e de ordens religiosas, inspiradas pelo espírito de solidariedade caritativo-cristão, mantinham estabelecimentos em que abrigavam esses desvalidos e lhes davam condições de sobrevivência. Era o período da beneficência. Asilos e Santas Casas de Misericórdia, criadas por pessoas de posses e por entidades de auxílio ao próximo, cuidavam dessas pessoas carentes.
	No entanto, a própria filosofia-liberal individualista da Revolução Francesa havia inspirado art. 21 da Declaração dos Direitos do Homem ressaltando que os socorros públicos eram uma “dívida sagrada”, proclamando dever a sociedade a subsistência aos “cidadãos infelizes”, fornecendo-lhe trabalho e assegurando os meios de existência aos sem condições de trabalhar. Esse preceito jamais chegou a ser observado naquela época, em que o liberalismo econômico campeava, frustrando toda e qualquer iniciativa prática no campo assistencial O laissez faire impedia uma intervenção direta do Estado no sentido de qualquer proteção social(Cfr. Arnaldo Sussekind, em Previdência Social Brasileira, pág. 19).
	Essa situação se tornou pior quando Revolução Industrial propiciou a exploração do homem pelo homem. A liberdade jurídico-política e a igualdade das partes nas relações contratuais favoreceram os interesses dos donos de fábricas, que estabeleciam condições sub-humanas de salário e de trabalho, e o trabalhador não tinha outra alternativa senão aceitá-las para não morrer de fome. A vontade individual era soberana e contra ela não podia haver limitações. Uma vez manifestada, havia de prevalecer, embora o emissor dela estivesse se sacrificando. O indivíduo era o melhor juiz de seus interesses e se aceitava trabalhar em situação absolutamente adversa, mediante um salário de fome, não havia como o Estado intervir para coibir os abusos, pois a própria lei não estabelecida qualquer limite à manifestação da vontade. Troplong, um dos mais eminentes comentadores do Código Napoleão, proclamava, então: “Deixai o homem diante das necessidades, sem outra esperança além de sua própria coragem para vencer a adversidade; ele fará prodígios de zelo, de trabalho, de perseverança”( apud Evaristo de Moraes Filho e Antonio Carlos Flores de Moraes, em Introdução ao Direito do Trabalho, 8ª edição, pág. 67).
	O número de miseráveis crescia, os empobrecidos se multiplicavam, diminuía a parcela de pessoas que tinham posses. Poucos eram os proprietários e a fortuna se concentrara nas suas mãos. “Não sendo iguais as oportunidades na sociedade liberal, cada vez crescia mais a desigualdade social entre pobres e ricos”. Desmentida estava a otimista filosofia da Revolução Francesa de que os homens, livres, logo seriam ricos e prósperos” (Evaristo de Moraes Filho e Antonio Carlos Flores Moraes – ob. cit., pág. 66).
	O descontentamento social eclodiu Lutas sociais explodiram na Inglaterra, na França e na Alemanha, onde as massas operárias mais se concentravam, por serem os países mais industrializados. Os protestos se repetiam, os movimentos de massa agitavam, provocando desordens, apesar da violenta repressão. Os poderes constituídos perceberam que o abstencionismo governamental, provocando essas reações, não condizia mais com os anseios sociais. A filosofia liberal tornava insustentável a situação dos detentores do poder. Era mister o Estado intervir e regulamentar a vida econômica. O Estado do Bem-Estar Social ou o Estado Providência estava nascendo, e com ele, a legislação trabalhista, protetora da classe operária contra os abusos dos patrões.
	O exemplo da beneficência levou o Estado à assistência social, como forma de amparar a população carente, e à imposição de medidas assistenciais às empresas em benefícios dos seus empregados. Mas essa forma de proteção social era limitada e precária, e nivelava os carentes aos assalariados, o que era sem dúvida uma situação desigualitária. Surge, então, uma outra forma de proteção social: a previdência social ou o seguro social obrigatório. Impôs-se a obrigação de o assalariado contribuir com uma parcela dos seus ganhos, para formar um fundo de previdência, extensiva essa obrigação aos empregadores e ao próprio Estado, para o custeio de benefícios que representassem um sucedâneo dos salários nos períodos em que tivessem os obreiros que se afastar da atividade por incapacidade laborativa.
	O marco inicial dessa nova forma de proteção social foi a lei alemã de 1883, que instituiu o seguro-doença para os trabalhadores da indústria.
	A assistência social não foi substituída pela previdência social. Os dois sistemas de proteção social continuaram, a primeiro atendendo às necessidades da população carente e o segundo atendendo às necessidades da população assalariada.
	O sistema de previdência social se desenvolveu, aperfeiçoou-se, alargou seu âmbito. Passou a proteger não só os assalariados, mas também a outros profissionais, como os trabalhadores autônomos e empresários. Hoje, no Brasil, com exceção dos servidores civís e militares, todos os que exercem uma atividade remunerada são segurados obrigatórios da previdência social, e quem não exercer uma atividade remunerada poderá, se quiser, contribuir também para o Instituto de Previdência, na condição de segurado facultativo.
	A última forma de proteção social seria a seguridade social, em que toda a população de um país estaria coberta contra as contingências sociais, independentemente de ser carente ou assalariada, e sem a obrigação de contribuir para a instituição de seguro social. Todos teriam o direito inquestionável de proteção por parte do Estado, sendo a seguridade social custeada da forma como são custeados os serviços públicos, mediante a arrecadação dos impostos. 
Teria a seguridade social um duplo caráter, como acentua Bravo Vergara: um caráter subjetivo, no sentido de reconhecer um indeclinável direito do ser humano, que repousa em natural e necessária limitação e contingências das potências e faculdades do homem e de suas correspondentes ações e atividades; e um caráter objetivo, no sentido de reconhecer num dever do Estado, que repousa na função protetora implícita na própria essência do que representa a entidade estatal(apud Arnaldo Sussekind, ob. cit. pág.53).
A seguridade social proveria, assim, o bem-estar social, sem distinguir entre a parcela dos carentes da sociedade e a parcela dos assalariados, cumprindo a sua finalidade em respeito à liberdade, à dignidade do ser humano e à valorização do homem. Seria, por conseguinte, um instrumento protetor, que garantiria o bem-estar material, moral e espiritual de todos os indivíduos pertencentes a um país, abolindo todo estado de necessidade social em que eles se encontrassem, como acentua Almansa Pastor (cfr. Derecho de la Seguridad Social, 1991, pág. 60).
A Nova Zelândia adotou um sistema de seguridade social o mais condizente com os objetivos dessa forma de proteção social: ali, todos os cidadãos estão protegidos em igualdade de condições e as necessidades sociais estão cobertas, seja provenientes de doença, velhicee invalidez, seja provenientes da morte, do desemprego ou qualquer contingência social que se apresente, mediante um custeio garantido pelo elevado imposto de renda, materializado uma redistribuição solidária, como nos informa o já referido jurista espanhol(cfr. Ob. cit., pág. 78).
II – A Seguridade Social brasileira
	O art. 194 da Constituição Federal de 1988 declara que a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência. O art. 195 estabelece que o financiamento da seguridade social será feitos por toda a sociedade, de forma direta ou indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além das chamas contribuições sociais, isto é, dos empregadores, das empresas e das entidades a ela equiparadas sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados à pessoa física que lhes preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, o faturamento e o lucro; dos trabalhadores e outros segurados da previdência social e sobre a receita de concursos de prognósticos.
	A saúde é considerada direito de todos, direito fundamental do ser humano, e dever do Estado, direito esse garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e o acesso de todos em igualdade de condições às ações e serviços, para sua promoção, proteção e recuperação. Essas ações e serviços de saúde, sendo de relevância pública, estão reguladas pela Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, abrangendo os serviços executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado.
	O conjunto das referidas ações e serviços de saúde, que são prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração Direta e Indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, formam o chamado Sistema Único de Saúde - SUS, podendo dele participar a iniciativa privada, em caráter complementar.
	A identificação e a divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde são objetivos do SUS, bem assim a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, que vise à redução de riscos de doenças e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
	Há a indicação na lei de uma série de princípios a serem observado no desenvolvimento das referidas ações e serviços públicos de saúde, como a universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, a preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral, igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico etc.(art.198, da Constituição Federal e art. 7º da Lei n.8.080/90).
	O financiamento do SUS é feito na conformidade do orçamento da seguridade social, e de acordo com a receita estimada, destinando-se os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos de Previdência Social e da Assistência Social, levando-se em conta naturalmente as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A previdência social está organizada, no Brasil, sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória. Cobre os eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada e protege a maternidade, especialmente a gestante. Protege, também, os dependentes dos segurados, quando presos por algum delito cometido, e lhes assegura uma pensão no caso de falecimento do segurado. Veda a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Assegura o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes o valor real Assegura aos homens aposentadoria após trinta e cinco anos de contribuição e às mulheres após trina anos de contribuição ou aos sessenta e cinco anos de idade, para eles, ou aos sessenta, para elas. Aceita, para efeito de aposentadoria, a contagem recíproca do empo de contribuição previdenciária na administração pública e na atividade priva, rural e urbana.
	Os beneficiários da previdência social brasileira são os segurados e seus dependentes. Segurados obrigatórios são todos os que exercem uma atividade remunerada, sejam empregados, empresários, trabalhadores autônomos, trabalhadores avulsos, trabalhadores temporários etc., urbanos ou rurais. Segurados facultativos são as pessoas que, não exercendo uma atividade remunerada, querem se filiar à previdência social, para ter um amparo na contingência social, e, para isso, pagam contribuições para o custeio dos benefícios previdenciários. São excluídos do âmbito da previdência social os servidores civis efetivos e militares que tenham previdência própria, a não ser que exerçam, concomitanemente, alguma atividade remunerada no setor privado. Os dependentes econômicos considerados beneficiários do regime previdenciário ocupam três classes, em ordem de prioridade: I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; II – os pais: III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido. O enteado e o menor tutelado podem ser equiparados a filho, desde que haja declaração do segurado e desde que realmente dependam economicamente dele. A dependência dos dependentes da classe I é presumida, não depende de comprovação; a dos das outras classes depende de comprovação.
	A previdência social brasileira é disciplinada por três diplomas legais, principalmente: a Lei n. 8.212, de24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social e sobre o Plano de Custeio, a Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios, e o Decreto n. 3.048, de 6 de maio de 1999, que aprovou o Regulamento da Previdência Social.
	A assistência social é também um direito do cidadão brasileiro e dever do Estado. Trata-se de uma política de seguridade social não contributiva, provedora dos mínimos sociais, realizada mediante um conjunto de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas de pessoas desvalidas, que formam a população carente (art. 1º, da Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993). Seu objetivo é proteger a família, a maternidade, a infância, a adolescência e a velhice. Ampara as crianças e os adolescentes carentes. Promove a integração ao mercado de trabalho. Procura habilitar ou reabilitar as pessoas portadora de deficiência e a promoção de sua integração na vida comunitária. Está pautada por princípios como o da supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica, o do respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a vantagens e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, e o da igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, tanto no meio urbano como no rural. Garante o benefício de prestação continuada, no valor de um salário mínimo à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 65 anos ou de idade, desde que comprovem não possuir meios de prover a própria subsistência e nem de tê-la provida por sua família(art. 203, inciso V, da Constituição Federal, art. 20, da Lei n.8.742/93 e art. 42 do Decreto n. 1.744, de 8 de dezembro de 1995). Incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ (um quarto)do salário mínimo. Há os chamados benefícios eventuais, aqueles que visam ao pagamento de auxílio por natalidade ou por morte às famílias com essa mesma renda mensal. Outros benefícios eventuais poderão ser estabelecidos para atender necessidades advindas de situações de vulnerabilidade temporária, com prioridade para a criança, a família, o idoso, o deficiente, a gestante e a nutriz, bem assim nos casos de calamidade pública. A lei ainda prevê a prestação de serviços assistenciais, que visem à melhoria de vida da população carente, os programas de assistência social, que compreendem ações integradas e complementares, para qualificar e melhorar os serviços e os benefícios assistenciais, e os projetos de enfrentamento da pobreza com vistas à instituição de investimento econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida, a preservação do meio ambiente e sua organização social.
III – Epílogo
	Pelo visto, a nossa seguridade social ainda se mantém incipiente, não correspondendo, portanto, ao padrão desejado, qual seja o de dar cobertura a todos os habitantes do território nacional nas contingências que o atinjam. Ainda há os contribuintes da previdência social, ainda há apenas uma assistência aos desvalidos.
	Poder-se-ia dizer que o constituinte de 1988 estabeleceu as diretrizes para a consecução de uma política de proteção social ampla, colocando as bases para a organização de um serviço público provedor de todos os cidadãos. Lá estão, na Lei Maior, a fixação dos objetivos para a organização de uma genuína seguridade social entre nós, como a universalidade da cobertura e do atendimento, a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços etc. (art. 194, parágrafo único). 
	O surgimento do Estado Neoliberal, substituindo o Estado do Bem-Estar Social, porém, ao que tudo indica, está solapando o encaminhamento ao desiderato da implantação, entre nós, de um sistema de proteção social, que livre, de uma vez por todas, o cidadão da preocupação quanto à sua subsistência, no presente e no futuro. E o pior é que essa tendência assustadora está presente em outros países, vítimas da ação deletéria da globalização avassaladora, que empolga hoje toda a Humanidade.
BIBLIOGRAFIA
Previdência Social Brasileira – Arnaldo Sussekind – Livraria Freitas Bastos – 1955.
Derecho de la Seguridad Social – José M. Almansa Pastor – Editorial Tecnos – Madrid – 1991.
Introdução ao Direito do Trabalho – Evaristo de Moraes Filho e Antonio Carlos Flores de Moraes – 8ª edição – LTR Editora – 2000.
Previdência Social: Legislação – Aristeu de Oliveira – 2ª edição – Editora Atlas – 2000.
Comentários à Constituição Federal – Celso Barroso Leite e Luiz Assumpção Paranhos Velloso – Edições Trabalhistas – 1992.
Direito da Seguridade Social – Sérgio Pinto Martins – 17ª edição – Editora Atlas – 2002.
Previdência, Assistência, Saúde: o não trabalho na Constituição de 1988 – Marly A Cardone – Editora LTR – 1990.
Previdência Social – Celso Barroso Leite e Luiz Paranhos Velloso – Zahar Editores – 1965.
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