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Clínica das Enfermidades do Pâncreas PORÇÃO EXÓCRINA •Secreção de água e Eletrólitos 95% da população celular •Síntese protéica •Estocagem de zimogênio Secreção de lipase Secreção de bicarbonato Facilitação da absorção de cobalamina e zinco Secreção de fatores antibacterianos Modulação da função da mucosa intestinal Proteção contra a autodigestão DIGESTÃO FASES DA ESTIMULAÇÃO 1. Cefálica = estímulos vagais (cheiro, visão) 2. Gástrica = distensão do estômago (reflexo vagovagal) 3. Intestinal = distensão do intestino (estímulos endócrinos e neuronais) -Acetilcolina -Hormônios *Colecistoquinina – células acinares *Secretina – células centroacinares e dos ductos Produz: Zimogênios (Proenzimas) Coenzimas – Pró-colipase → Colipase Enzimas – amilase e Lipase Inibidores – Inibidor pancreático da secreção de Tripsina PORÇÃO ENDÓCRINA Secreção de Glucagon - Secreção de Insulina - Secreção de Somatostatina - Secreção de P Polippetídio ancreático - INSULINA Reduz a concentração sanguínea de glicose, ácidos graxos e aminoácidos Promove a conversão intracelular desses compostos em sua forma de armazenamento Carnes, frango, peixe e ovos. • Tripsina • Quimotripsina • Elastase Flour, frutas, pão e doces. • amilase Óleo de girassol e oliva • Fosfolipase A2 • Lipase DEFESAS – AUTO DIGESTÃO Lissosomos separados dos depósitos de enzimas Enzimas estocadas como zimogênios Inibidor pancreático da secreção de tripsina Enteroquinase localizada no duodeno GLUCAGON Função oposta a insulina Diminuí a síntese de glicogênio, aumenta a glicogenólise e a neoglicogênese SOMATOSTINA Secretada em vários órgãos (mucosa do TGI e hipotálamo) Regula a secreção dos hormônios produzidos pelo pâncreas Inibe os processos Digestivos POLIPEPITÍDIO PANCREÁTICO Inibe a secreção das enzimas pancreáticas Inibe a contração da vesícula biliar Aumenta a motilidade intestinal Aumenta o esvaziamento gástrico ENFERMIDADE PANCREÁTICAS Pancreatite Etiologia - Geralmente desconhecida Fatores Relacionados ➢ Nutrição (obesidade, má nutrição, altos teores de gordura) ➢ Drogas (diuréticos, azatioprina, sulfonamidas, tetraciclinas, corticoídes) ➢ Infecção (vírus e bactérias) Pancreatite X Corticoide •18 cães mestiços / três grupos / 2 semanas •controle •prednisona via oral - 1,2 mg / kg /dia •prednisona via intramuscular - 4 mg / kg /dia •diminuição da atividade amilase •aumento da atividades de lipase •pancreatite leve - 1 cão tratado (histopatologia) •prednisona administrada durante duas semanas não causou pancreatite em cães ➢ Infestação (trematódios de gatos) Amphimerus pseudofelineus Eurytrema procyonis Dicrocoelium dendriticum ➢ Obstrução dos ductos (edema- inflamação crônica – atrofia – fibrose) ➢ Reflexo duodenal (vômito) ➢ Traumatismo ➢ Isquemia ➢ Hereditariedade ➢ Picada de escorpião ➢ Traumatismo Inter-relação entre trauma, infecção e desnutrição na pancreatite aguda ➢ Doenças metabólicas ✓ Hiperlipemia (causa e consequência) ✓ Hipercalcemia ➢ Uremia ➢ Verdadeira prevalência é desconhecida. ➢ È uma condição comum, porém não diagnosticada. ➢ Estudos com avaliação em necropsia mostraram importantes lesões patológicas no pâncreas. Para cães 1,5% em 9.342 e para gatos 1,3% em 6.504. FISIOPATOGENIA Ativação das enzimas digestivas no interior da glândula – autodigestão pancreática ➢ Lesão tecidual direta ➢ Cascata da inflamação ✓ Coagulação ✓ Fibrinólise ✓ Ativação do complemento Estágios ➢ Iniciação do processo (quebra da homeostasia) ➢ Autodigestão progressiva (necrose, estase e trombose /manifestações multissistêmicas) ✓ Quimiotripsinogênio – mais importante ✓ Fosfolipase – SNC, função pulmonar e hemólise ✓ Elastase – vasos (hemorragia e trombose) ✓ Tripsina – calicreína e bradicinina Complicações Peritonite Desequilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-básico Hipoglicemia (liberação súbita de insulina) Liberação do fator depressivo do miocárdio (choque) Lesões hepáticas Pulmão pancreático Paniculite necrotizante Sequelas Insuficiência pancreática Diabetes mellitus Clínica Depressão / Letargia Anorexia Vômitos Diarreia Dor abdominal - postura “de oração” Desidratação discreta a severa Febre Ocasionalmente ascite branda Início dos sintomas após alimentação rica em Gordura Estudo retrospectivo de 70 cães com pancreatite fatal: anorexia em 91% dos casos vomito em 90% perda de peso em 79% dor abdominal em 58% desidratação em 46% diarreia em 33% Estudo retrospectivo gatos mostram que os sinais são menos específicos: anorexia em 87% dos casos letargia em 81% desidratação em 54% perda de peso em 47% vomito e hipotermia em 46% icterícia em 37% febre em 25% dor abdominal em 19% diarréia em 12% massa abdominal palpável em 11% DIAGNÓSTICO Anamnese Sinais clínicos Exames laboratoriais Diagnóstico por imagem Hematologia ➢ Leucocitose ➢ Desvio para esquerda Bioquímica Clínica ➢ Enzimas hepáticas elevadas (ALT e ALP) ➢ Aumento de bilirrubina ➢ Enzimas pancreáticas elevadas (amilase e lipase) ➢ Trypsin-like imunoreatividade/TLI ➢ Azotemia ➢ Hipocalcemia ➢ Diminuição da albumina ➢ Neutrófilos com granulações tóxicas ➢ Amilase e lipase – baixa sensibilidade e especificidade ➢ Consideradas como sugestivo de pancreatite elevações de 3 a 5 vezes o limite superior de referência ➢ 30% a 60% de cães e gatos com pancreatite apresentam elevação de TLI TRATAMENTO Fluidoterapia Jejum (48-72 horas) Alimentação parenteral Analgésicos Cloridrato de meperidina 1a 5mg/kg IM, IV ou SC Tartarato de butorfanol 0,5 a 1mg/kg IM, IV, ou SC Antibióticos Enrofloxacina 2,5 a 5,0mg/kg BID Antiemético Clorpromazina 0,5mg/kg TID Metoclopramida 0,3 a 0,5mg/kg TID Inibição da secreção gástrica Famotidina 0,5 a 1,0mg/kg SID ou BID SC Inibidor de H2 Cimetidina 5,0mg/kg TID IV Ranitidina 2,0mg/kg BID IV Convalescença Depois de um a dois dias, assim que não houver mais vômito – pequenas quantidades de água e alimentos Introdução gradual da dieta de manutenção pobre em gordura Recidiva Novo período de restrição alimentar Cronificação do processo Suplementação oral com enzimas pancreáticas INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA clínica só aparece quando 90% da glândula está comprometida Embora as desempenhem existem vias enzimas funções alternativas digestivas essenciais, de digestão (63% proteínas e 84% gorduras) Na insuficiência alternativas são pancreática as pouco eficientes rotas – MÁ ABSORÇÃO OCORRÊNCIA Atrofia Pancreática - Acinar- rara Final da Pancreatite Crônica > 5 anos DEFINIÇÃO É o resultado da perda progressiva das células acinares pancreáticas exócrinas, que leva no final a deficiência na digestão e absorção de alimentos CAUSAS Atrofia acinar pancreática Atrofia na ausência de inflamação Causa primária desconhecida, mas tem relação com: ➢ Deficiências nutricionais (aa, Cu, má nutrição calórico-protéica) ➢ Obstrução do ducto pancreático / Toxicose ➢ Anomalia congênita / Isquemia ➢ Infecção viral / Doença imunomediada ➢ Estímulo trófico ou secretório deficiente Pancreatite crônica Neoplasias pancreáticas Causas hereditárias congênitas PATOGENIA MÁ ABSORÇÃO Alterações morfológicas do intestino delgadoAtividade anormal das enzimas da mucosa intestinal com prejuízo no transporte glicose, aminoácidos e ácidos graxos ➢Efeito trófico da secreção pancreática sobre os enterócitos ➢Diminuição dos fatores humorais (gastrina. glucagon, enteroglucagon, insulina) que agem nos enterócitos ➢Distúrbios da hemostasia da Glicose Crescimento bacteriano excessivo Alteração da mucosa Alteração dos níveis séricos de Vitaminas Alterações dos peptídios pancreáticos reguladores Distúrbios no metabolismo da glicose (intolerância a glicose - insulina - lipólise) Má absorção (calórico-proteíca, má absorção de vit B12, deficiência de vit E e vit K) Caquexia, acompanhada de consumo normal ou aumentado de comida CLÍNICA Perda de peso frente a apetite normal ou aumentado Polifagia e coprofagia Diarréia de característica variável (esteatorréia / semiformadas) Vômito (40% a 50%) Borborígmo pronunciado Flatulência Pelos em más condições Odor pútrido DIAGNÓSTICO Anamnese Sinais clínicos Exames laboratoriais Hematologia – normal ou moderada linfopenia e eosinopenia Bioquímica clínica ➢Aumento de ALT ➢Albumina sérica normal ➢Diminuição no lipidograma ➢Lipemia ➢Trypsin-like imunoreatividade ➢Atividade proteolítica fecal TRATAMENTO Restabelecer a atividade das enzimas Reposição enzimática Pancreatina - 0,5 a 6,0g/animal/refeição Pancrelipase - 1 a 2 cápsulas/refeição Pâncreas bovino ou suíno - 80 a 120g/20kg PV Antibióticos Metronidazol oral - 10 a 20mg/kg BID ou SID /14 dias Tetraciclina oral - 10 a 20mg/kg BID ou SID /28 Dias Suplementação de vitaminas Vitamina B12 - 125 a 500μg IM 7/7 dias Tocoferol - 30 a 500UI no alimento 1 mês Vitamina K - 5 a 20mg parenteral BID Corticoídes Se todos os demais tratamentos falharem Prednisolona - 1 a 2mg/kg BID / 7 a 14 dias Repor desequilíbrios nutricionais Modificação da dieta Gordura moderada Baixa fibra Alta digestibilidade Perda de peso persistente Adição de triglicerídeos de cadeia média
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