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PROJETO DE REDE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

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FACULDADE DE ENGENHARIA
“CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAÉDER”
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PROJETO DE REDE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
AMANDA LETÍCIA REMONDINI
BRUNA DE OLIVEIRA MARCONDES
GLEICE KELLI DE A. ANASTÁCIO
LUCAS SILVA ANDRADE
PEDRO PAULO LIBERATO GOMES
Presidente Prudente - SP
2017
	
	FACULDADE DE ENGENHARIA
“CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAÉDER”
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PROJETO DE REDE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
AMANDA LETÍCIA REMONDINI
BRUNA DE OLIVEIRA MARCONDES
GLEICE KELLI DE A. ANASTÁCIO
LUCAS SILVA ANDRADE
PEDRO PAULO LIBERATO GOMES
Trabalho de graduação apresentado à disciplina de Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos, do curso de Engenharia de Produção, como requisito parcial para sua conclusão.
Orientador: Prof. Esp. Paula Renata Monteiro Bigoloti
Presidente Prudente - SP
2017
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO............................................................................................
	5
	2
	PROJETOS DE REDES DE CADEIAS DE SUPRIMENTOS.....................
	6
	3
	O PAPEL DO PROJETO DE REDE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS.....
	9
	4
	FATORES QUE INFLUENCIAM DECISÕES DE PROJETO DE REDE....
	10
	5
	MODELO PARA DECISÕES DE PROJETO DE REDE.............................
	13
	6
	Decisões de localização de instalações................................
	15
	7
	MODELOS PARA LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES E ALOCAÇÃO DE CAPACIDADE.......................................................................................
	
16
	7.1
	Modelos de otimização de rede - Fase II.................................................
	16
	7.1.1
	O modelo de localização de fábrica com base em capacidade..................
	17
	7.2
	Modelos gravitacionais de localização - Fase III....................................
	18
	7.2.1
	Modelo gravitacional para localizar uma única instalação..........................
	18
	7.3
	Modelos de otimização de rede - Fase IV................................................
	19
	7.3.1
	Alocando demanda às instalações de produção.........................................
	20
	7.3.2
	O modelo de localização de fábrica com base em capacidade..................
	21
	7.3.3
	O modelo de localização de fábrica com base em capacidade com fonte única............................................................................................................
	
21
	7.3.4
	Localizando fábricas e depósitos simultaneamente....................................
	22
	8
	A FUNÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO PROJETO DE REDE...........................................................................................................
	
25
	9
	Tomando decisões de projeto de rede na prática..............
	26
	10
	O impacto da globalização nas redes da cadeia de suprimentos..........................................................................................
	
27
	11
	A DECISÃO DE OFFSHORING..................................................................
	28
	12
	GERENCIAMENTO DE RISCOS NAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS GLOBAIS....................................................................................................
	
30
	12.1
	Flexibilidade, encadeamento e contenção..............................................
	31
	13
	ASPECTOS BÁSICOS DA AVALIAÇÃO DO PROJETO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS GLOBAL....................................................................
	
33
	13.1
	Fluxos de caixa descontados...................................................................
	33
	13.2
	Representações da incerteza...................................................................
	34
	
14
	
AVALIANDO DECISÕES DO PROJETO DE REDE POR MEIO DE ÁRVORES DE DECISÃO...........................................................................
	
35
	15
	TOMANDO DECISÕES DE PROJETO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS GLOBAL SOB INCERTEZA NA PRÁTICA................................................
	
37
	16
	APLICAÇÃO PRÁTICA..............................................................................
	38
	17
	CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................
	40
	
	REFERÊNCIAS...........................................................................................
	41
1 INTRODUÇÃO
De acordo com a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO, 2008), a logística é uma das principais áreas da Engenharia de Produção e se trata de “técnicas para o tratamento das principais questões envolvendo o transporte, a movimentação, o estoque e o armazenamento de insumos e produtos, visando a redução de custos, a garantia da disponibilidade do produto, bem como o atendimento dos níveis de exigências dos clientes”. Destaca-se ainda que a gestão da cadeia de suprimentos se refere a uma de suas sub-áreas, a qual será amplamente abordada neste trabalho a partir da discussão do projeto de rede na cadeia de suprimentos e das decisões inerentes a ele.
O crescimento das cadeias de suprimento integradas entre empresas e da concorrência global têm gerado uma necessidade por novas ferramentas de apoio à tomada de decisão, com o intuito de obter eficácia e eficiência. O desafio da gestão da cadeia de suprimentos se concentra em prover rapidez e confiabilidade ao fluxo de produtos para assegurar a competitividade no mercado. Para tanto, as funções de transporte, distribuição e tecnologia de informação devem ser gerenciadas conjuntamente, tendo em vista a otimização do processo produtivo e a garantia de um alto nível de serviço ao mercado. (ALMEDER et al., 2008; VIANA et al., 2014; REZENDE et al., 2002 apud Braido; Borenstein; Casalinho, 2016)
Para Braido, Borenstein e Casalinho (2016), o projeto de rede envolve a determinação do número, localização e capacidade das instalações, além da definição dos canais de distribuição e do fluxo de materiais e produtos ao longo da cadeia. Ballou (2006), por sua vez, confirma essa perspectiva abordando o projeto de rede como a estrutura através da qual os produtos fluem, desde a sua origem até o ponto final de demanda. Diante disso, o presente trabalho tem o objetivo de expor os conceitos relacionados ao projeto de rede, as decisões envolvidas neste processo, os riscos que devem ser avaliados e os fatores que exercem influência sobre sua configuração, além de modelos e uma aplicação prática para a resolução deste tipo de problema.
2 PROJETOS DE REDES DE CADEIAS DE SUPRIMENTOS
Braido, Borenstein e Casalinho (2016) estabelecem que o projeto de uma rede da cadeia de suprimentos se trata de um dos mais amplos problemas inerentes à gestão da cadeia de suprimentos, o qual envolve decisões no nível operacional, tático e estratégico. Para solucionar o problema de projeto de rede, costuma-se desmembrar a rede em sub-redes, que correspondem aos fornecedores de suprimentos e serviços, às plantas industriais, aos armazéns e centros de distribuição, e aos pontos de varejo.
De acordo com Ballou (2006, p. 483), a “configuração da rede trata da especificação da estrutura ao longo da qual os produtos fluem desde os pontos de origem até os centros de demanda”. Para tanto, é necessário determinar: a quantidade de instalações necessárias; a localização das instalações; a dimensão e capacidade das instalações; os produtos e mercados que serão atribuídos a elas; o serviço de transporte a ser executado entre elas; o fluxo de produtos na cadeia de suprimentos; e os níveis de estoque a serem mantidos. A Figura 1 exibe uma rede genérica de fluxo de produtos.
FIGURA 1 - Rede genérica de fluxo de produtos
Fonte: Ballou (2006, p. 484).
Os principais aspectos do projeto de rede são espaço e tempo. O aspecto espacial se refere à localização geográfica das instalações. A quantidade, dimensão e localização são definidas pela avaliação dos custosde aquisição e produção, custos de transporte e custos da instalação sob a premissa de atingir um nível de serviço ao cliente satisfatório. O aspecto temporal, por sua vez, trata da manutenção da disponibilidade de produtos para suprir as necessidades dos clientes, ou seja, sob a perspectiva de tempo, a empresa deve ser rápida e confiável para o consumidor, e isso pode ser concretizado a partir de um lead time adequado ou da manutenção de um estoque amortecedor próximo ao mercado. Portanto, o tempo de pedido é o principal fator considerado, exercendo influência sobre as decisões de localização das instalações. (BALLOU, 2006)
Segundo Ballou (2006), para elaborar um eficiente planejamento de rede, é necessário dispor de dados acurados provenientes de fontes confiáveis, além de ferramentas de processamento e análise de dados que dão apoio à tomada de decisão. Para Ballou (2006, p. 485), grande parte da base de dados para problemas de configuração de rede pode ser generalizada, incluindo:
Uma relação de todos os itens da linha de produtos; localizações de clientes, pontos de estocagem e pontos de origem; demanda de cada produto conforme a localização dos clientes; tarifas ou custos dos transportes; tempos de viagem, tempos de transmissão de pedidos e tarifas de atendimento de pedidos; tarifas ou custos de armazenagem; custos de produção/compra; tamanhos de embarques por produto; níveis de estoques por local por produto e os métodos para controlá-los; padrões de pedidos por frequência, tamanho, sazonalidade e conteúdo; custos de processamento de pedidos e os pontos em que ocorrem; custo de capital; metas de serviço aos clientes; equipamento e instalações disponíveis, com os respectivos limites de capacidade; padrões de distribuição da realização das vendas.
Ballou (2006) explica as atividades logísticas sob uma perspectiva hierárquica e temporal. O projeto de rede está no topo da hierarquia do planejamento logístico e é realizado no longo prazo a partir de dados agregados, sendo responsável por concretizar os objetivos estratégicos da empresa. Nesta fase, determina-se o número, localização, destinação dos produtos e capacidades das fábricas e centros de distribuição, níveis de estoque ao longo da rede, além do nível desejado de serviço ao cliente.
O nível hierárquico seguinte corresponde ao planejamento agregado e alocação, no qual a demanda agregada é alocada a todos os elos da cadeia de suprimentos, especificando o volume de compra, produção, armazenagem e transporte. A seguir, encontra-se o nível de planejamento do fluxo e programa mestre de produção, onde ocorre a desagregação do nível superior e define-se no médio prazo o que efetivamente será estocado e despachado. Já o processamento das transações e a programação ocorrem no curto prazo, enquanto o primeiro objetiva o atendimento dos pedidos dos clientes, o segundo visa otimizar a utilização dos recursos nesse atendimento. (BALLOU, 2006)
Por fim, Ballou (2006, p. 510) destaca três objetivos do projeto de rede:
Minimizar todos os custos logísticos relevantes e ao mesmo tempo superar as restrições à logística do serviço aos clientes; maximizar o nível de serviço logístico ao cliente e ao mesmo estabelecer um limite sobre os custos logísticos totais; maximizar a contribuição aos lucros feita pela logística pela maximização da margem entre as receitas geradas por um nível de serviço logístico aos clientes e os custos necessários à concretização desse nível de serviço.
3 O PAPEL DO PROJETO DE REDE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Chopra e Meindl (2011) relatam a importância das decisões que envolvem o projeto de rede, pois são elas que o estruturam dentro da cadeia de suprimentos. Essas decisões devem passar por revisões frequentes, principalmente quando o custo de transporte sofrer alguma alteração significativa, ocorrer crescimento da empresa ou a união entre empresas, uma vez que em decorrência das possíveis diferenças de mercado existentes no caso de empresas separadas, se faz necessário consolidar algumas instalações e até mesmo alterar a sua localização, com o objetivo de reduzir custos e otimizar o tempo de retorno. 
As decisões de projeto de rede da cadeia de suprimentos são divididas em quatro etapas. A primeira etapa se refere ao papel das instalações, e nela são associados quais papéis e processos cada uma deverá desempenhar. Trata-se de uma decisão significativa, pois ela quem determinará o quão flexível a cadeia será ao ter que mudar a forma de atendimento de sua demanda. A segunda etapa está associada à localização das instalações. Essa decisão é difícil de ser tomada, pois fechar ou alterar uma instalação mal localizada requer um custo muito alto, no entanto, uma boa decisão pode ajudar a manter seus custos baixos e o retorno almejado. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Segundo Chopra e Meindl (2011), é na terceira etapa que se define a capacidade de alocação de cada instalação. É necessário ter cautela, pois alocar muita capacidade resulta em má utilização e aumento dos custos, enquanto que alocar pouca capacidade incide em retornos mais baixos caso não seja atendida a demanda, ou um custo alto se a demanda for atendida por uma instalação distante. A quarta e última etapa se refere à definição dos mercados e fontes de suprimentos para cada instalação, afetando diretamente os custos de produção, estoque e transporte. No entanto, essa decisão deverá ser reconsiderada frequentemente para que a alocação possa ser alterada conforme mudanças de mercado e capacidade.
4 FATORES QUE INFLUENCIAM DECISÕES DE PROJETO DE REDE
De acordo com Chopra e Meindl (2011), existem oito fatores que influenciam nas decisões de projeto de rede em cadeias de suprimentos. O primeiro fator abordado é o estratégico, o qual é responsável por definir a missão e o papel estratégico de cada instalação, a fim de projetar sua rede global. Para tanto, a empresa que tem como foco liderança de preço, buscará por locais de menor custo para realizar suas instalações, mesmo que fiquem longe do público almejado. Por sua vez, as empresas que buscam um retorno rápido em atendimento, se localizam mais próximas do seu público-alvo, desconsiderando os custos que essa operação pode acarretar, e levando em consideração apenas a agilidade no atendimento. Os objetivos estratégicos podem ser melhor atendidos com instalações em países diversos e que possuam diferentes papeis.
Segundo Ferdows (apud CHOPRA; MEINDL, 2011), existem seis classificações referentes aos possíveis papéis estratégicos das instalações de uma rede de cadeia de suprimentos. A instalação exportadora é representada por uma instalação de baixo custo tanto para produzir quanto para exportar. Para atender a este objetivo, é necessário escolher um local que disponibilize mão de obra e demais custos inferiores, a fim de reduzir os custos de produção. Os países asiáticos são os locais com mais procura para as empresas realizarem suas instalações para exportação, pois por se tratar de países em desenvolvimento, dispensam tarifas de importação se toda a produção de determinada fábrica for exportada.
As instalações supridoras têm como objetivo o baixo custo de produção, sendo que na maioria das vezes ela é a principal fonte de produtos para as demais instalações. Por ter essa característica, essas instalações costumam estar localizadas em regiões com uma infraestrutura bem desenvolvida, habilidades na mão de obra e custos baixos. Quanto às instalações servidoras, o seu principal foco é abastecer o mercado na região onde se localiza, uma vez que ela existe em virtude de incentivos fiscais, exigências de conteúdo local ou até mesmo de altos custos logísticos para abastecer a região. (FERDOWS, 1997 apud CHOPRA; MEINDL, 2011)
Para Ferdows (apud CHOPRA; MEINDL, 2011), uma instalação colaboradora não só atende o mercado em que está localizada, mas também assume a responsabilidade em melhorar seu processo e até mesmo desenvolver produtos, enquanto que a instalação de pontatem como objetivo ser uma fonte de conhecimento, absorvendo todas as competências do mercado local, a fim de reportá-las para toda sua rede global. Por fim, a instalação diretora lidera todos os processos, desde a tecnologia até o desenvolvimento de novos produtos, repassando também para toda a sua rede. Para isso, é necessário que sua localização tenha fácil acesso e disponibilize recursos tecnológicos.
Os fatores tecnológicos possuem impacto significativo, pois se a tecnologia de produção apresenta economias com impactos relevantes, algumas localidades de alta capacidade serão mais eficazes. Portanto, a flexibilidade da tecnologia afeta diretamente o grau de consolidação que pode ser alcançado. Quanto aos fatores macroeconômicos, é necessário conhecer os impostos, tarifas, taxas de câmbio entre outros fatores econômicos que envolvem a operação, pois na medida que o comércio global aumenta, eles exercem influência representativa no sucesso ou fracasso do projeto de rede. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Chopra e Meindl (2011) afirmam que os fatores políticos estão relacionados diretamente com a estabilidade política na qual se encontra o país da instalação, pois países com políticas estáveis além de possuir regras de comércio e propriedade bem definidas, dispõem de sistemas legais claros que facilitam a empresa recorrer à justiça, caso necessário. Os fatores de infraestrutura são pré-requisitos importantes, pois uma estrutura fraca aumenta os custos de se fazer negócio. Diante disso, requisitos como mão de obra, transporte e acessibilidade a rodovias e aeroportos são os principais elementos a serem considerados.
De acordo com Chopra e Meindl (2011), os fatores competitivos estão ligados a estratégia e localização dos concorrentes, levando em consideração se elas serão longe ou perto dos mesmos. Para isso, a disponibilidade de mão de obra e matéria-prima é analisada como um elemento de competição. O tempo de resposta de cliente e presença local é um fator que valoriza um feedback curto, portanto a instalação precisa estar mais próxima possível do seu cliente. Para este fator, o uso de um meio de transporte rápido também permitiria que esse retorno fosse executado em um tempo menor.
Chopra e Meindl (2011) destacam a externalidade positiva entre empresas, que se refere à colaboração mútua entre elas, independente do ramo seguido, ou seja, quando duas ou mais empresas visam adquirir determinado perfil de cliente, ambas fixam suas instalações próximas umas das outras, o que consequentemente contribui para o fluxo de pessoas, atendimento da demanda e beneficiamento entre as instalações envolvidas. No entanto, quando não existe essa externalidade, ocorre uma divisão de mercado, onde cada empresa tenta ocupar a maior fatia. A concorrência influencia na busca da melhoria da qualidade do produto bem como na disputa de valores.
O último fator a ser considerado são os custos com logística e instalação, que segundo Chopra e Meindl (2011, p. 121),
As empresas precisam considerar custos de estoque, transporte e instalação ao projetar suas redes de cadeia de suprimentos. Custos de estoque e instalação aumentam à medida que aumenta o número de instalações [...]. Custos de transporte diminuem à medida que o número de instalações aumenta. Se o número de instalações aumentar a um ponto em que sejam perdidas economias de escala na chegada, então o custo do transporte aumenta.
5 MODELO PARA DECISÕES DE PROJETO DE REDE
Chopra e Meindl (2011) afirmam que o principal objetivo de um projeto de rede é maximizar seus lucros de forma a atender a demanda e a necessidade de seus clientes dentro de um curto prazo de tempo. Para isso, existe um modelo para decisões de projeto de rede que é composto por quatro fases. A primeira fase tem como objetivo determinar todas as funções da cadeia, e se elas serão ou não terceirizadas. Portanto, nessa fase é definida com clareza qual a estratégia competitiva adotada pela empresa e o conjunto das necessidades dos clientes que a cadeia de suprimentos visa satisfazer. 
É necessário ter uma previsão sobre os concorrentes da área e a provável evolução global, realizando uma análise da concorrência, a fim de adquirir sua estratégia competitiva. Por fim, é de suma importância a identificação das restrições que envolvem o capital disponível e a forma de crescimento da empresa, ou seja, se este ocorrerá através da aquisição de instalações existentes, da construção de novas instalações ou através de parcerias com outras empresas. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
De acordo com Chopra e Meindl (2011), a segunda fase do projeto de rede consiste em determinar a configuração de instalação regional, além de suas principais atribuições e capacidade aproximada. Esta fase se inicia a partir de uma previsão de demanda, destacando o seu tamanho e tendência de evolução, e da categorização dos requisitos do cliente, isto é, se são homogêneos ou variáveis de acordo com a região. Através dessas informações é possível traçar estratégias apropriadas, visto que requisitos homogêneos são favoráveis a grandes instalações consolidadas e requisitos variáveis favorecem instalações de menor porte.
O passo seguinte diz respeito às tecnologias de produção, tendo por base a verificação da possibilidade de reduzir custos a partir de economias de escala ou escopo. Se estas economias forem significativas, é viável estabelecer poucas instalações para atender a muitos mercados. Por outro lado, se não forem significativas, pode ser mais vantajoso designar uma instalação para cada mercado, podendo assim se mostrar mais flexível. O risco associado a diferentes mercados regionais é outro fator a ser considerado, seja ele de demanda, da taxa de câmbio ou político. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Chopra e Meindl (2011) relatam que ao elaborar o projeto de rede, é importante ter conhecimento sobre as tarifas regionais, os incentivos fiscais, as restrições de comercialização e os requisitos de produção, a fim de identificar oportunidades de localização que gerem benefícios a partir de menores taxas de impostos e consequentemente contribuam com a obtenção de uma maior fatia de lucros. Ademais, é necessário determinar o lead time desejado para cada mercado e os custos logísticos agregados, além de observar o cenário competitivo e identificar o nível regional de concorrência, definindo a distância ideal entre suas instalações.
Em suma, o levantamento dessas informações é essencial para determinar a configuração de instalação regional para a rede de cadeia de suprimentos. Essa configuração deve expor o número de instalações na rede, as regiões em que as instalações serão localizadas e se as instalações serão responsáveis pela produção de uma ampla variedade de produtos para um mercado específico ou se produzirão alguns poucos produtos para atender todos os mercados na rede. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Para Chopra e Meindl (2011), a terceira fase do projeto de rede se baseia na seleção de um conjunto de locais viáveis em potencial para as instalações regionais. Essa seleção deve considerar a infraestrutura exigida para dar suporte aos métodos de produção que serão utilizados, o que inclui a disponibilidade de fornecedores, serviços de transporte, comunicações, serviços públicos, espaços para armazenagem, força de trabalho especializada, rotatividade de recursos humanos e receptividade da comunidade em relação a novos negócios.
Por fim, a quarta e última fase do modelo para decisões de projeto de rede consiste em selecionar efetivamente uma localização para as instalações e alocar as suas respectivas capacidades a partir do levantamento prévio realizado na fase III. Essa escolha deve contribuir com a maximização dos lucros totais, que é o objetivo principal do projeto de rede, considerando todos os fatores já citados, como a margem de lucro, a demanda, os custos logísticos, materiais, de infraestrutura, além de fatores políticos e tributários. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
6 Decisões de localização de instalaçõesAs decisões sobre a localização das instalações de uma cadeia de suprimentos é que determinam a estrutura de sua rede e consequentemente o nível de eficiência que será obtido. Esse tipo de decisão envolve a quantidade, o local e a capacidade das instalações - fábricas, centros de distribuição e pontos de varejo -, assim como os custos e investimentos incorridos. (BALLOU, 2006). Dessa forma, o projeto de rede se trata de uma decisão estratégica, que engloba ainda o nível tático e o operacional, visto que envolve impactos de longo prazo que estão diretamente relacionados à forma como a empresa será gerida e operada.
Ballou (2006) classifica os problemas de localização em relação aos métodos de solução em cinco categorias: força direcionadora; número de instalações; descontinuidade das escolhas; grau de agregação de dados; e horizonte de tempo. A força direcionadora se refere ao fator fundamental que determina a localização de uma instalação, como os fatores econômicos no caso de fábricas e armazéns; as receitas geradas e o lucro resultante ao considerar os pontos de varejo; e a facilidade de acesso quando se trata de operações de serviço.
A complexidade do problema de localização pode variar em relação ao número de instalações, pois no caso de localizar uma única instalação, é possível desconsiderar questões como as forças competitivas, a divisão da demanda entre instalações, o impacto da consolidação de estoques e os custos da instalação, diferentemente dos casos em que há a necessidade de definir a localização de múltiplas instalações simultaneamente. Já a descontinuidade de escolhas consiste basicamente na avaliação das opções viáveis de localização e na escolha da melhor ou mais razoável. (BALLOU, 2006)
Para Ballou (2006), a utilização de relações agregadas de dados visa facilitar o gerenciamento das opções de configuração de rede a partir de métodos que limitam a localização a uma ampla área geográfica. Porém, a escassez da agregação pode ser útil em casos que exigem uma acurácia menos abrangente. Por fim, o horizonte de tempo se refere ao quão estático ou dinâmico é um método, ou seja, se ele considera dados atuais de um único período ou se ele engloba vários períodos sendo capaz de observar projeções futuras e possíveis alterações no cenário que provoquem impacto sobre a instalação e seus resultados.
7 MODELOS PARA LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES E ALOCAÇÃO DE CAPACIDADE
Chopra e Meindl (2011) enfatizam a importância de localizar as instalações e alocar a capacidade de forma a maximizar a lucratividade geral da rede de cadeia de suprimentos e ao mesmo tempo oferecer ao cliente a reatividade apropriada para atender às suas expectativas. É necessário ponderar os pontos favoráveis e desfavoráveis das estratégias adotadas, priorizando o objetivo de desempenho de maior representatividade para a empresa, ou seja, para aderir a uma determinada estratégia é preciso avaliar se o fator mais importante é o custo, a qualidade, a confiabilidade, a rapidez ou a flexibilidade, pois raramente é possível alcançar todos esses quesitos simultaneamente.
Os modelos de projeto de rede são úteis em duas situações. Em primeiro lugar, esses modelos são usados nas decisões sobre a localização das instalações e a capacidade a ser atribuída para cada uma. Segundo, esses modelos são empregados para atribuir a demanda atual às instalações e identificar as rotas de transporte pelas quais os produtos passarão. No entanto, o objetivo em ambas as situações é maximizar os lucros e satisfazer as necessidades dos clientes. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Chopra e Meindl (2011, p. 124) destacam algumas informações que devem estar disponíveis ao efetuar as decisões do projeto de rede:
Localização de fontes de suprimento e mercados; localização de áreas [...] para instalações em potencial; previsão de demanda pelo mercado; custos de instalação, mão de obra e material por área [...]; custos de transporte entre pares de áreas [...]; custos de estoque por área [...] e em função da quantidade; preço de venda de produto em diferentes regiões; impostos e tarifas; tempo de resposta desejado e outros fatores de serviço.
7.1 Modelos de otimização de rede - Fase II
De acordo com Ballou (2006), os modelos de otimização são baseados em procedimentos matemáticos exatos utilizados na avaliação de alternativas com o objetivo de indicar uma solução ótima, ou seja, indicar a melhor alternativa. Porém, dependendo da complexidade do problema, o tempo de resposta pode não ser viável. Chopra e Meindl (2011) relatam que os modelos de otimização de rede são métodos quantitativos geralmente úteis na segunda fase do projeto de rede, a qual considera a configuração regional.
Nesse tipo de modelo, considera-se a demanda e os custos associados à instalação, estoque, produção e transporte, sejam eles fixos ou variáveis. Lembrando que os custos fixos incorrem independentemente da quantidade produzida ou embarcada e os custos variáveis são incorridos de forma diretamente proporcional à quantidade de produção ou embarque. Além disso, o modelo considera que os custos variáveis crescem linearmente de acordo com a quantidade. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
7.1.1 O modelo de localização de fábrica com base em capacidade
Segundo Chopra e Meindl (2011, p. 125-126), o modelo de otimização de rede de localização de instalação com base em capacidade exige as seguintes informações:
n = número de locais/ capacidade da fábrica em potencial
m = número de mercados ou pontos de demanda
Dj = demanda anual do mercado j
Ki = capacidade potencial da fábrica i
fi = custo fixo anual de manter a fábrica i aberta
cij = custo de produzir e enviar uma unidade da fábrica i ao mercado j
De acordo com Chopra e Meindl (2011), o modelo possui o objetivo de minimizar os custos para atender a demanda da rede global, desconsiderando, portanto, os lucros e os impostos incorridos sobre estes. Diante disso, devem ser definidas as seguintes variáveis de decisão (CHOPRA; MEINDL, 2011, p. 126):
yi = 1 se a fábrica i for aberta, 0 em caso contrário
xij = quantidade enviada da fábrica i para o mercado j
Assim, para Chopra e Meindl (2011, p. 126), o problema é formulado a partir de uma programação linear inteira, conforme a seguinte função objetivo e suas respectivas restrições:
	
	
	(1.1)
	
	
	(1.2)
	
	
	(1.3)
	
	
	(1.4)
A função objetivo 1.1 tem o intuito de minimizar o custo total para estabelecer e operar a rede. A restrição 1.2 impõe que a demanda em cada mercado seja atendida. A restrição 1.3 determina que nenhuma fábrica pode ter uma oferta maior que sua capacidade. E a restrição 1.4 indica que cada fábrica tem que estar aberta ou fechada. Por fim, a solução aponta as fábricas que devem ser mantidas em funcionamento, suas respectivas capacidades e a demanda regional que deve ser alocada a elas. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
7.2 Modelos gravitacionais de localização - Fase III
Chopra e Meindl (2011) relatam que os modelos gravitacionais de localização são geralmente empregados na terceira fase do projeto de rede, onde são identificadas as localizações com potencial para a instalação de uma fábrica em cada região selecionada. Sendo assim, esse tipo de modelo é útil para determinar locais geográficos viáveis em certa região, visando basicamente identificar aqueles que minimizem os custos de transporte entre os elos da cadeia de suprimentos.
Os modelos gravitacionais consideram que os mercados e as fontes de suprimentos podem ser distribuídos como pontos em um plano, e a distância entre os pontos analisados é calculada a partir da distância geométrica entre dois pontos no plano. Além disso, considera-se que o custo de transporte cresce de forma linear em relação à quantidade embarcada. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
7.2.1 Modelo gravitacional para localizar uma única instalação
Segundo Chopra e Meindl (2011, p. 130), as informações fundamentais para esse modelo são:
xn, yn = coordenadas de localização, de um mercado ou de uma fonte de suprimentos n
Fn= custo de embarque de uma unidade por milha entre a instalação e o mercado ou a fonte de suprimentos n
Dn = quantidade a ser enviada entre a instalação e o mercado ou a fonte de suprimentos n
Com base nos autores Chopra e Meindl (2011, p. 130), considerando (x, y) como o local selecionado para a instalação, a distância (dn) entre a instalação no local (x, y) e a fonte de suprimentos n ou entre o local (x, y) e o mercado n, e o custo total de transporte (TC), são dados, respectivamente, pelas equações 2.1 e 2.2, sendo que a localização ótima é aquela que minimiza TC.
	
	
	(2.1)
	
	
	(2.2)
É importante ressaltar que as coordenadas exatas indicadas pelo modelo gravitacional não necessariamente corresponderão a uma localização viável, pois no caso considera-se apenas o fator de custo de transporte. Portanto, cabe ao responsável pelo projeto de rede identificar um local próximo ao ponto de coordenadas ótimas que atenda aos requisitos exigidos, como infraestrutura adequada e disponibilidade de mão de obra qualificada, por exemplo. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
7.3 Modelos de otimização de rede - Fase IV
Segundo Chopra (2011), os modelos de otimização de rede também são úteis na quarta fase do projeto de rede, na qual ocorrem as decisões sobre a localização e a alocação de capacidade e mercados para cada instalação. As instalações de uma empresa devem ser dispostas de acordo com o mercado da região e as restrições que o seu cliente considera cruciais, diante disso, a alocação da demanda pode ter variações no decorrer do tempo de acordo com a evolução do mercado e das mudanças nos custos incorridos.
7.3.1 Alocando demanda às instalações de produção
Para a solução de problemas de alocação de demanda, considerando a variação no mercado e nos custos, Chopra e Meindl (2011, p. 132) destacam que é necessário dispor das seguintes informações:
n = número de locais de fabricação
m = número de mercados ou pontos de demanda
Dj = demanda anual do mercado j
Ki = capacidade de fábrica i
cij = custo de produzir e enviar uma unidade da fábrica i ao mercado j (o custo inclui produção, estoque e transporte)
O objetivo é alocar a demanda às diferentes instalações de modo a minimizar o custo total de instalação e logística. Para isso, é preciso definir a seguinte variável de decisão (CHOPRA; MEINDL, 2011, p. 132):
xij = quantidade embarcada da fábrica i ao mercado j
E de acordo com Chopra e Meindl (2011, p. 132), a formulação do problema se dá a partir da seguinte programação linear, podendo ser resolvido com o auxílio do Solver do Excel.
	
	
	(3.1)
E estão sujeitas as restrições 3.2 e 3.3, que respectivamente garante que toda a demanda do mercado seja satisfeita e que nenhuma fábrica produza mais que a sua capacidade (CHOPRA; MEINDL, 2011, p. 132): 
	
	
	(3.2)
	
	
	(3.3)
7.3.2 O modelo de localização de fábrica com base em capacidade 
Chopra e Meindl (2011) afirmam que a maneira de se selecionar a localização e a alocação de capacidade ótimas é muito semelhante à da segunda fase, e a única diferença é que ao invés de se usar os custos regionais utiliza-se custos e taxas específicos da localização. Assim, a equipe de cadeia de suprimentos decide usar um modelo de localização de fábrica com base em capacidade, com o objetivo de maximizar os lucros totais, a partir das observações feitas relativas a localização. Deve-se primeiro localizar as fábricas e então alocar a demanda de acordo com a necessidade, evitando gastos desnecessários. O problema é formulado a partir da programação linear inteira 1.1 e segue as restrições 1.2, 1.3 e 1.4, apresentadas anteriormente. Na resolução, são utilizadas as seguintes variáveis de decisão (CHOPRA; MEINDL, 2011, p. 133): 
yi = 1 se a fábrica i for aberta, 0 em caso contrário
xij = quantidade embarcada da fábrica i ao mercado j
7.3.3 O modelo de localização de fábrica com base em capacidade com fonte única
Para Chopra e Meindl (2011), algumas empresas tem a intenção de criar suas redes de cadeia de suprimentos onde o mercado é abastecido por apenas uma planta industrial, que também é chamada de fonte única. Essa restrição pode ser imposta por algumas empresas porque isso reduz a complexidade da administração da rede de cadeia de suprimentos e requer menos flexibilidade em cada instalação. E segundo Chopra e Meindl (2011, p. 136), para atender as restrições exigidas, as variáveis de decisão e a programação linear para a formulação do problema são: 
yi = 1 se a fábrica i estiver localizada no local i, 0 em caso contrário
xij = 1 se o mercado j for abastecido pela fábrica i, 0 em caso contrário
	
	
	(4.1)
As restrições são parecidas com a do modelo anterior, mas estão sujeitas a modificações que impõe que cada mercado seja abastecido por uma fonte única (CHOPRA; MEINDL, 2011, p. 136):
	
	
	(4.2)
	
	
	(4.3)
	
	
	(4.4)
7.3.4 Localizando fábricas e depósitos simultaneamente
De acordo com Chopra e Meindl (2011), se houver a necessidade de se projetar uma rede de cadeia de suprimentos inteira, que passa desde o fornecedor até o cliente, é exigida uma avaliação mais geral para determinar a localização da fábrica. As decisões de localização e alocação de capacidade devem ser feitas tanto para as fábricas, que são abastecidas pelos fornecedores, quanto para os centros de distribuição (CDs), que abastecem os mercados. Vários CDs podem ser usados para atender a demanda de um mercado específico, assim como várias fábricas podem abastecer um CD. No modelo, considera-se que uma unidade proveniente de uma fonte de suprimento produz uma unidade de produto acabado. Ainda segundo Chopra e Meindl (2011, p. 138), são necessárias as seguintes informações:
m = número de mercados ou pontos de demanda
n = número de locais de fábrica em potencial 
l = número de fornecedores
t = número de locais de depósito em potencial
Dj = demanda anual do cliente j
Ki = capacidade em potencial da fábrica no local i
Sh = capacidade de suprimento no fornecedor h
We = capacidade de depósito em potencial no local e
Fi = custo fixo de localizar uma fábrica no local i
fe = custo fixo de localizar um depósito no local e
chi = custo de embarcar uma unidade da fonte de suprimentos h para a fábrica i
cie = custo de produzir e embarcar uma unidade da fábrica i para o depósito e
cej = custo de embarcar uma unidade do depósito e para o cliente j
O objetivo do modelo é identificar localizações de fábrica e de depósito, bem como as quantidades embarcadas entre diversos pontos, que promovam a minimização dos custos fixos e variáveis totais. Para tanto, utilizam-se as seguintes variáveis de decisão (CHOPRA; MEINDL, 2011, p. 138):
yi = 1 se a fábrica estiver localizada no local i, 0 em caso contrário
ye = 1 se o depósito estiver localizado no local e, 0 em caso contrário
xej = quantidade embarcada do depósito e ao mercado j
xie = quantidade embarcada da fábrica no local i ao depósito e
xhi = quantidade embarcada do fornecedor h para a fábrica no local i
Para Chopra e Meindl (2011, p. 138-139), o problema é formulado a partir da função linear inteira 5.1. Esta função objetivo minimiza os custos fixos e variáveis totais da rede de cadeia de suprimentos, e está sujeita às seguintes restrições: a restrição 5.2 indica que a quantidade embarcada de um fornecedor não pode ser maior que a capacidade do mesmo; a 5.3 especifica que a quantidade embarcada de uma fábrica não pode exceder a quantidade de matéria prima recebida; a 5.4 impõe que a quantidade produzida não exceda a capacidade da fábrica; a 5.5 indica que a quantidade embarcada de um depósito não pode exceder a quantidade recebida das fábricas; a 5.6 exige que a quantidade embarcada por um depósito não pode exceder a sua capacidade; a 5.7 especifica que a quantidade embarcada a um cliente deverá cobrir a demanda; e a 5.8 determina que cada fábrica ou depósito esteja aberto ou fechado.
	
	(5.1)
	
	
	(5.2)
	
	
	(5.3)
	
	
	(5.4)(5.5)
	
	
	(5.6)
	
	
	(5.7)
	
	
	(5.8)
Chopra e Meindl (2011) relatam que o modelo apresentado pode ser modificado para que se permita embarques diretos entre fábricas e mercados. Além disso, todos os modelos discutidos podem ser modificados para ter-se economia de escala em custo da produção, transporte e estoque, no entanto, isso aumenta a complexidade dos mesmos.
8 A FUNÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO PROJETO DE REDE
De acordo com Chopra e Meindl (2011), em relação à função da tecnologia da informação (TI) no projeto de rede, algumas metodologias são mais vantajosas e retornam informações mais precisas quando comparados ao programa Excel, sendo que alguns desses sistemas são capazes de solucionar problemas bem mais aprofundados, obtendo resultados mais exatos do que o convencional, embora na prática os problemas não sejam exatamente idênticos ao do sistema, e sim maiores e mais complexos. Para tanto, existem algumas maneiras desses sistemas ajudarem a solucionar parte desses problemas.
A modelagem dos problemas de um projeto é uma ferramenta de fácil manuseio, e seu objetivo é facilitar a extração de informação de uma cadeia de suprimentos, o que em um sistema convencional seria de difícil acesso. Assim, o sistema é configurado com alta tecnologia de desempenho e alta qualidade, facilitando a solução de problemas em um tempo relativamente curto, podendo trabalhar com vários cenários fictícios, criando informações e solucionando-as, sempre contando com a facilidade da modelagem dentro do sistema e com a integração do sistema ao software utilizado pela empresa, o qual contém os dados reais trabalhados. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Chopra e Meindl (2011) afirmam que implementar um projeto de rede em uma empresa pode ter um custo bem mais inferior do que outros tipos de programas, tendo em vista que englobam módulos que ao serem comparados a outros programas, seriam um custo a parte. O sistema de TI oferece ao usuário muitos recursos quantitativos, que podem ser significativos na tomada de decisões referente a um projeto de rede. Os dois maiores softwares para cadeia de suprimentos são o Systeme, Anwendungen, Produkte in der Datenverarbeitung (SAP – Sistemas, Aplicações e Programas em processamento de dados) e o Oracle, que foram desenvolvidos a fim de gerenciar os negócios desde uma microempresa até uma multinacional, e consistem em um banco de dados que armazenam e integram todas as informações de todos os setores da empresa.
9 Tomando decisões de projeto de rede na prática
Segundo Chopra e Meindl (2011), é de extrema importância que alguns cuidados sejam tomados quanto às decisões do projeto de rede, tais como atualizações ou até mesmo mudança de instalações a longo prazo, pois esse fator pode influenciar no desempenho da empresa. É necessário considerar fatores relacionados à demanda, aos custos futuros e às constantes mudanças no cenário da tecnologia, que podem tornar uma fábrica inútil num curto espaço de tempo. A tomada de decisão se torna ainda mais complexa em relação às plantas industriais do que aos armazéns, pois a estrutura de uma fábrica deve permanecer no mesmo local por um longo período, enquanto os depósitos podem ser facilmente reposicionados, ainda mais se não forem de propriedade da empresa.
A cultura de uma instalação ou de uma empresa tende a ser influenciada pela cultura e costumes da área em que foi estabelecida. Este fato exerce uma significativa interferência na definição do papel da instalação e na forma de comunicação ao longo da rede de cadeia de suprimentos. Filiais localizadas longe da sede tendem a atuar com mais autonomia. Por outro lado, instalações próximas tendem a estabelecer uma comunicação mais intensa, especialmente se as decisões tomadas em uma exercerem impacto sobre o desempenho da outra. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Para Chopra e Meindl (2011), a qualidade de vida local é outro fator que influencia o desempenho da instalação, isso se justifica pela qualificação e conduta da força de trabalho disponível. Diante disso, é necessário avaliar a relação custo-benefício da localização, pois ao considerar apenas a redução de custos, questões de qualidade e competitividade no mercado podem ser negativamente afetadas. Por fim, as tarifas e incentivos fiscais devem ser enfatizados ao selecionar uma localização, pois estes podem prevalecer sobre todos os outros custos combinados, atuando como um grande estímulo.
10 O impacto da globalização nas redes da cadeia de suprimentos
A globalização nas redes da cadeia de suprimentos permite que as empresas aumentem a receita e diminuam os custos. É possível tomar como exemplo a fabricação de eletrônicos, que são itens pequenos e leves com alto valor agregado, que consequentemente podem ser transportados com facilidade. Os fabricantes desses componentes têm adotado estratégias de economia de escala baseadas na produção padronizada em locais específicos com mão de obra barata e custos de produção mais acessíveis, que escoam os produtos para a utilização no mundo inteiro. O intuito é alcançar uma maior lucratividade e manter a empresa competitiva. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Porém, Chopra e Meindl (2011) relatam que a globalização oferece também um alto grau de risco, exigindo flexibilidade das empresas ao se depararem com situações inesperadas que podem comprometer o atendimento da demanda global. A incerteza é um fator constante no gerenciamento de uma cadeia de suprimentos global, há variações na demanda, nos preços, nas taxas e no ambiente competitivo. Uma alternativa pela qual a empresa pode optar é ser flexível na fabricação tanto de produtos sofisticados quanto produtos mais acessíveis e de qualidade, uma vez que a flutuação de valores e demanda é constante e essa medida faz com que a empresa não fique sem operar, mantendo seus níveis de utilização.
11 A DECISÃO DE OFFSHORING
Conforme Murtha, Kenney e Massini (apud VIEIRA; BRITO; LOPES, 2011), a decisão de offshoring se trata do processo de instalação ou terceirização de atividades no exterior. Os locais selecionados para este tipo de atividade são chamados de paraísos fiscais e o intuito dessa proposta foca na economia de impostos taxados. As atividades internas e externas da empresa podem ser atribuídas a estes locais para atender o país de origem ou o mercado global. Chopra e Meindl (2011) afirmam que a redução de custos ao passar a produção para países de custos inferiores é um dos principais fatores que impulsionam uma cadeia de suprimentos a se tornar global.
Embora existam vantagens de se implementar o offshoring em relação aos benefícios fiscais e a redução do custo unitário proveniente da utilização de mão de obra barata e de menores custos fixos, o fluxo de informações, produto e caixa se torna mais longo, e diante disso, a complexidade e o custo de gerenciamento desse tipo de cadeia global pode tornar o offshoring inviável. A Tabela 1 apresenta algumas dimensões de desempenho e o impacto do offshoring sobre as mesmas. Em geral, esta estratégia para países de baixo custo é atraente quando se trata de produtos com alto volume de mão de obra, alto volume de produção, baixa variedade e baixo custo de transporte. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
TABELA 1 - Impacto do offshoring sobre o desempenho
Fonte: Chopra e Meindl (2011, p. 153).
Segundo Chopra e Meindl (2011, p. 154),
É essencial que as decisões de offshoring sejam tomadas considerando o custo adicional total. Esse processo normalmente reduz custos fixos e de mão de obra, mas aumenta os custos de frete e o capital de giro. Antes de se decidir pelo offshoring, os projetos de produto e de processos devem ser cuidadosamente avaliados, para identificar etapas que poderão reduzir o componente de frete e a necessidade de capital de giro.
O sucesso do abastecimento global (global sourcing) depende também da redução do conteúdo de transporte. Diante disso, é necessário projetar os produtos visando a otimizaçãode sua densidade para facilitar o transporte e otimizar o espaço de alocação. Um outro conceito que tem sido amplamente adotado se refere aos hubs, que se tratam de centros de consolidação de suprimentos, onde são recebidos baixos volumes de mercadoria de diversos fornecedores, a fim de ter uma economia no transporte de produtos através de um único embarque neste depósito ao invés de vários menores em cada fornecedor. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Além disso, Chopra e Meindl (2011) destacam a necessidade de avaliar o processo produtivo para identificar as etapas que devem ser feitas em outro país, de modo a tornar o processo mais barato e eficiente. Neste contexto, algumas etapas podem ser atribuídas ao próprio fornecedor com a simples instalação do maquinário adequado, se uma minuciosa análise indicar que esta medida é mais vantajosa do que efetuar a operação internamente. 
12 GERENCIAMENTO DE RISCOS NAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS GLOBAIS
Cadeias de suprimentos globais estão mais expostas a riscos que as locais devido à maior abrangência de fatores a serem acompanhados, como interrupções e atrasos no suprimento, variações na demanda, nos preços e na taxa de câmbio. Gerenciar os riscos da cadeia de suprimentos é um fator primordial para que a empresa cresça de forma sustentável e não comprometa o seu desempenho. As organizações devem ter ciência dos riscos e se prepararem estrategicamente para lidar com os mesmos. A Tabela 2 relaciona as categorias e os respectivos fatores de risco que devem ser considerados ao projetar uma rede de suprimentos. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
TABELA 2 - Riscos a considerar no projeto de rede
Fonte: Chopra e Meindl (2011, p. 155).
Chopra e Meindl (2011) estabelecem que ao projetar uma rede de forma eficiente é possível reduzir significativamente os riscos. A título de exemplo, quando se tem um bom relacionamento com vários fornecedores, o risco de interrupção de suprimento é reduzido, ou então, ao dispor de uma capacidade de produção flexível, o impacto das flutuações globais de demanda se torna menor, pois a oferta é ajustada à mesma. Por outro lado, cada estratégia de redução de riscos tem um custo e pode aumentar outros riscos. Diante disso, as estratégias devem equilibrar a quantidade de risco reduzida e os custos e riscos adicionais, e devem ser avaliadas de acordo com os seus resultados a longo prazo antes de sua implementação.
12.1 Flexibilidade, encadeamento e contenção
Christopher (2011) explica que em uma cadeia de suprimentos alcançar a flexibilidade é desejável, sendo ela a capacidade de responder a mudanças de demanda em tempo hábil para satisfação do cliente, sendo ligada ao conceito de redução de tempo de instalação e uso de sistemas de fabricação flexíveis. Já Chopra e Meindl (2011) observam que a flexibilidade de uma cadeia de suprimentos possui um papel chave na redução de riscos e incertezas, podendo ser dividida e categorizada em: flexibilidade de novo produto, mix ou volume. 
Chopra e Meindl (2011) definem que a flexibilidade de novo produto se relaciona com a capacidade de introdução do mesmo no mercado tendo-se em mente a velocidade de mudanças e tecnologias que influenciam o ambiente, sendo assim capaz de enfrentar a concorrência e ser competitivo. Essa característica da empresa pode ser alcançada com arquiteturas e plataformas de produtos comuns, sendo assim possível o menor uso de plataformas exclusivas. A indústria de telefonia pode ser usada como exemplo, onde celulares possuem um enorme índice de mudança no mercado que ocorre a uma velocidade acentuada. 
A flexibilidade de mix, por sua vez, possui como característica a produção rápida de bens, a fim de gerenciar uma demanda pequena ou incerta, pois a tecnologia muda rapidamente e o fluxo de matéria prima é instável. E a flexibilidade de volume, no entanto, se refere à capacidade que uma empresa tem em operar com níveis de saída suscetíveis a mudança de demanda, conseguindo assim manter menores estoques com capital imobilizado e consequentemente diminuindo o risco de queda dos preços durante a baixa econômica. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002)
A técnica de flexibilidade, como já mencionado anteriormente, é utilizada para reduzir risco, mas deve-se entender que com ela ou qualquer outra existem benefícios e malefícios decorrentes de seu uso. Chopra e Meindl (2011, p. 157) observam que ao lidar com a incerteza da demanda, “quando a flexibilidade aumenta, o benefício marginal derivado da maior flexibilidade diminui”.
O conceito de flexibilidade pode ser aderido em varios níveis de uma organização, a Figura 2 ilustra as diferentes configurações de flexibilidade na rede. Uma rede dedicada possui em sua organização unidades fabris dedicadas a produzir cada um de seus produtos, sendo limitas a capacidade da mesma. Em contraste existem redes totalmente flexíveis, em que todas as fábricas são capazes de produzir todos os produtos, sendo possível alocar demanda em excesso de uma fábrica para outras unidades. Para trabalhar de maneira eficiente, o conceito de encadeamento pode ser aplicado. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
Chopra e Meindl (2011) explicam que utilizando o encadeamento, a configuração das fábricas é feita de modo que apenas algumas delas sejam capazes de produzir os mesmos produtos com uma flexibilidade organizada, de forma que as fábricas e seus produtos formem uma cadeia. Essa estratégia é excelente para a redução dos riscos de flutuação da demanda e possui custo menor para implantação de flexibilidade em relação a implantação da flexibilidade total. 
Em projetos de redes encadeadas, o tamanho das cadeias possui grande relevância devido ao seu custo. Cadeias longas têm a vantagem de combinar a capacidade disponível em uma maior extensão ao lidar com a incerteza da demanda, mas por outro lado, o efeito de uma flutuação se propaga para todas as instalações na cadeia, e o seu custo é mais alto do que para cadeias menores. As cadeias menores, por sua vez, possuem problemas para gerenciar interrupções do fornecimento, mas são mais eficazes para lidar com flutuações da demanda e auxiliam na contenção de seus efeitos. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
FIGURA 2 - Diferentes configurações de flexibilidade na rede
Fonte: Chopra e Meindl (2011, p.158).
13 ASPECTOS BÁSICOS DA AVALIAÇÃO DO PROJETO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS GLOBAL
Para Chopra e Meindl (2011), as decisões referentes ao projeto de uma cadeia de suprimentos devem ser avaliadas objetivamente com base nos fluxos de caixa futuros verificando a sua viabilidade. Ballou (2006) descreve o fluxo de caixa como o capital gerado pela estratégia.
13.1 Fluxos de caixa descontados
Segundo Chopra e Meindl (2011, p. 158):
O valor presente de um curso de fluxos de caixa é o valor desse curso em dinheiro de hoje. A análise do fluxo de caixa descontado ou futuro – FCD avalia o valor presente de qualquer curso de fluxos de caixa futuros e permite que a administração compare dois cursos de fluxos de caixa em termos de seu valor financeiro. A análise de FCD se baseia na premissa fundamental de que “um dólar hoje vale mais do que um dólar amanhã”, pois o dinheiro hoje pode ser investido e obter um retorno além do investido.
Para Chopra e Meindl (2011), tal premissa auxilia na análise comparativa do valor dos fluxos de caixa. O valor que representa o presente do fluxo de caixa futuro pode ser achado através de um fator de desconto. Assim, utilizando-se de uma taxa de retorno k, o investimento no futuro assumirá o valor como x+k, onde x é o investimento e k a taxa de retorno esperado. Essa taxa k é utilizada para calcular o fator de desconto, conforme a equação 6.1 (CHOPRA; MEINDL, 2011, p. 159), que por sua vez, é usado para encontrar o valor presente.
	
	
	(6.1)
Os fluxos de caixa, que na denominação de Chopra e Meindl (2011, p. 159) correspondem a C0, C1, ... , CT pelos próximos T períodos, com uma taxa de retorno k, tornam possível que o valor presente líquido (VPL) do fluxo de caixa seja encontrado paraanálise de viabilidade do investimento, a equação 6.2 demonstra esse cálculo.
	
	
	(6.2)
Deve-se elaborar um VPL para cada opção referente à cadeia de suprimentos e estes devem ser comparados. Um VPL negativo informa que a empresa irá perder dinheiro com o investimento e dentre as opções com valores positivos, a maior indica maior retorno financeiro. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
13.2 Representações da incerteza
Chopra e Meindl (2011) ilustram que uma cadeia de suprimentos possui incertezas que estão sujeitas à flutuação e que o cálculo do VPL deve contemplar as mesmas a fim de entender o seu efeito auxiliando na tomada de decisão. A representação binomial e simples da incerteza relacionada a qualquer fator é fundamentada na ideia de que ao passar para o próximo período apenas duas respostas são obtidas. Isso é representado na Figura 3 como a árvore binomial.
FIGURA 3 - Árvore binomial multiplicativa
Fonte: Chopra e Meindl (2011, p.158).
Uma clara deficiência no método é que com ele é possível obter apenas dois resultados, o que não corresponde à realidade. Mas quando o período é curto o suficiente o resultado pode se aproximar da realidade. Esse período pode ser estabelecido com base na frequência da tomada de decisão. À medida que a quantidade de períodos aumenta, a distribuição da probabilidade começa a se assemelhar a distribuição normal. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
14 AVALIANDO DECISÕES DO PROJETO DE REDE POR MEIO DE ÁRVORES DE DECISÃO
Chopra e Meindl (2011) afirmam que ao projetar uma rede de uma cadeia de suprimentos muitas decisões devem ser tomadas considerando os riscos e incertezas características do negócio. A demanda, por exemplo, força a mudança de toda uma rede se sua flutuação for diferente da prevista, podendo trazer prejuízo. Mas se essas incertezas forem ignoradas, sempre serão acordados contratos de longo prazo que por via de regra possuem menor custo, e a flexibilidade será evitada, pois possui um custo maior. No entanto, essas decisões podem afetar o negócio negativamente no futuro caso o previsto não aconteça.
A demanda é a chave para o sucesso de qualquer empresa, já que a mesma precisa da saída de seus produtos para sobreviver. Sendo assim, ao projetar uma rede, é necessário quantificar a incerteza da demanda e preços, descobrir como afetam o negócio, e incorporá-las na tomada de decisão. Para isso, são usadas metodologias que permitem essas estimativas, como a árvore de decisão mostrada anteriormente, que auxilia a tomar decisões cercadas de incertezas. As árvores de fluxos de caixa descontados, por exemplo, podem ser utilizadas para decidir entre opções no planejamento de uma cadeia de suprimentos. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
De acordo com Chopra e Meindl (2011), em primeiro lugar é necessário que o número de períodos seja estabelecido, assim como a duração do mesmo, que deve corresponder ao tempo mínimo para que ocorram alterações significativas nos fatores críticos às decisões, se aproximando assim da realidade. O próximo passo é identificar o que influencia a decisão e como esse efeito pode flutuar durante o período, e em seguida verificar as distribuições de probabilidade que influenciam a variação de cada fator.
Em seguida, deve ser identificada a taxa de desconto que será aplicada ao fluxo de caixa na análise. Essa taxa deverá ser considerada para que o risco associado ao investimento seja estudado, sendo que o valor da taxa é proporcional ao grau de risco do negócio. Utiliza-se então uma árvore de decisão que possui em sua estrutura o período presente e os futuros delimitados anteriormente, e nesses períodos deve ser definido um nó para cada combinação possível. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
O princípio de Bellman descrito por Chopra e Meindl (2011, p. 162) estabelece que “para qualquer escolha de estratégia em um dado estado, a estratégia ideal no período seguinte é a que for selecionada se for assumido que a análise inteira começa no período seguinte”. Sendo assim, a análise da árvore de decisão é feita começando do último período e retornando ao início, onde cada nó é otimizado considerando os valores atuais e futuros dos fatores analisados.
15 TOMANDO DECISÕES DE PROJETO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS GLOBAL SOB INCERTEZA NA PRÁTICA
Chopra e Meindl (2011) descrevem algumas ideias para auxiliar os gestores na tomada de decisões: Fazer uso simultâneo do planejamento estratégico e do financeiro para o projeto, não os realizando de forma independente, considerando que estes possuem influências entre si. Sendo assim é necessário buscar que as decisões sejam tomadas considerando um portfólio das opções disponíveis, nunca esquecendo a incerteza que rodeia o ambiente empresarial. É importante que dados de várias análises sejam considerados ao tomar uma decisão sobre a cadeia de suprimentos, pois com eles é possível obter um panorama completo da situação, visto que apenas uma métrica não é capaz de fornecer suporte para decisões desse calibre.
Além disso, é indicado utilizar a métrica da análise financeira como um dos dados para a tomada de decisão e não como o método para a mesma. Como dito anteriormente, deve-se fazer uso de outras métricas e fatores não quantificáveis para a tomada de decisão. Por último e não menos importante, é preciso estimar tendo a análise da sensibilidade como suporte. Considerando que em uma análise financeira pode haver dificuldade em obter precisão, usar estimativas de entradas pode acelerar o processo de decisão. A análise de sensibilidade consegue mostrar que independentemente de onde a verdadeira entrada esteja no intervalo, a decisão permanece. (CHOPRA; MEINDL, 2011)
16 APLICAÇÃO PRÁTICA
A aplicação retratada nesta seção se refere ao modelo gravitacional para definir a localização de uma única instalação e foi baseada no exemplo descrito por Chopra e Meindl (2011).
A Steel Appliances (SA) é uma fabricante de refrigeradores e utensílios de cozinha que possui uma fábrica montadora localizada próxima a Denver, a qual fornece para todos os Estados Unidos. Devido a uma significativa aceleração no crescimento da demanda, constatou-se a necessidade de instalar uma nova fábrica de montagem para atender aos mercados do leste. Dado que três fábricas, localizadas em Buffalo, Memphis e St. Louis, fornecerão peças para a nova fábrica, e que esta, por sua vez, será responsável pelo atendimento das demandas de Atlanta, Boston, Jacksonville, Filadélfia e Nova York, o problema em questão consiste em identificar um local viável para a instalação da nova fábrica.
As coordenadas de localização dos fornecedores e mercados, a demanda em cada mercado, a quantidade de suprimentos necessários e o custo de embarque entre os elos da cadeia são apresentados na Tabela 3.
TABELA 3 - Dados sobre fontes de suprimentos e mercados
Fonte: Chopra e Meindl (2011, p. 130).
O problema pôde ser resolvido através da utilização da ferramenta Solver do Excel, tendo como base as equações 2.1 e 2.2 referentes ao modelo gravitacional de localização única. As variáveis de decisão (x, y) foram inicialmente consideradas iguais a 0. Conforme mostra a Figura 4, a distância (dn) entre a localização da fábrica (x, y) e as fontes de suprimentos ou mercados foi calculada, a função objetivo de minimização do custo total de transporte (TC) resultou em $ 1.265.235,39, a partir da solução ótima (x, y) = (681, 882), coordenadas essas que ao serem mapeadas, estão próximas à fronteira entre a Carolina do Norte e a Virgínia, conforme ilustrado na Figura 5.
FIGURA 4 - Obtenção de solução ótima através do Solver
Fonte: Adaptado de Chopra e Meindl (2011, p. 131).
FIGURA 5 - Mapeamento das fontes de fornecimento, dos mercados e da nova fábrica
Fonte: Adaptado de Guia Geográfico EUA (2017).
17 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto de rede de uma cadeia de suprimentos é complexo e desafiador para seus realizadores devido à complexidade proveniente de seu planejamento e os fatores a seremconsiderados como localização e capacidade alocada, que devem ser definidos antecipadamente e dificilmente podem ser modificados em um momento posterior. Diante disso, é necessário entender quais são os objetivos da organização com o projeto de rede e o que influencia a sua execução e funcionamento, devendo considerar principalmente as variações e tendências de mercado, e identificar as metodologias apropriadas para o auxílio à tomada de decisão neste processo.
Além de definir as metodologias e objetivos, é imprescindível o reconhecimento de que os fatores sociais e econômicos possuem papel chave no projeto. É preciso conciliar o que é considerado ideal e o que é viável para o projeto levando em conta as necessidades e limitações que a cadeia enfrenta. O mercado deve ser favorável à instalação de uma rede de cadeia de suprimentos, bem como os locais em que os elos da cadeia serão estabelecidos, possibilitando assim o alcance de elevados níveis de serviço, de eficiência operacional, além da garantia do equilíbrio econômico-financeiro da organização. Por fim, o projeto de uma rede de cadeia de suprimentos necessita abordar os riscos aos quais está sujeito e definir estratégias para contê-los e assim prevenir problemas futuros. 
Uma cadeia global de suprimentos precisa satisfazer todos os fatores anteriormente discutidos em seu projeto para que a rapidez e confiabilidade de atendimento sejam asseguradas ao mercado. O consumidor possui poder sobre a organização, visto que se trata do elo mais importante e sem o mesmo não há sentido na existência da cadeia de suprimentos. Sendo assim, todos os esforços, análises, e metodologias utilizadas no projeto de rede devem impreterivelmente ser focadas em satisfazer as necessidades do cliente a partir da otimização do fluxo de materiais e produtos, que por sua vez, contribui com o aumento da lucratividade da empresa.
REFERÊNCIAS
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