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AULA 8

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AULA 8 - AS PRÁTICAS DO PSICÓLOGO E SUAS POSSIBILIDADES
Prática da Psicologia
A prática da Psicologia se regulamenta no Brasil a partir da Lei 4.119 de 1962. Efetivamente inicia-se uma nova visão do homem e do seu mundo.
Na época, temos no artigo 13, entre as atribuições do psicólogo:
Diagnóstico psicológico
Orientação e seleção profissional
Orientação psicopedagógica
Solução de problemas de ajustamento
Função do psicólogo
Buscando a plenitude do sujeito na relação consigo e com seu espaço, a Psicologia amplia a forma de visão de homem e de mundo.
Partindo da ideia inicial que ser psicólogo é, entre outras coisas, atuar na solução de problemas de ajustamento e ainda em orientações psicopedagógicas, como retrata a legislação de 1962, estaríamos negando as potencialidades humanas e a própria criatividade.
Percebemos que a função do psicólogo extrapola o setting terapêutico. 
Percebemos que a pessoa com deficiência, além de sofrer de questões existenciais e humanas como qualquer outra, ainda pode apresentar sofrimento psíquico com as questões referentes à própria deficiência, nos espaços familiar, laboral e social.
Função do psicólogo com a pessoa deficiente
Segundo Emílio Figueira, o trabalho do psicólogo com a pessoa deficiente deverá se basear na busca de resultados satisfatórios. Assim, a palavra “superação” é base da ação e da busca de uma melhor e maior aceitação da sua condição, porém sempre se direcionando para desenvolver-se plenamente.
Entender a deficiência, aceitá-la, não possuir autopiedade, é um princípio importante que sugere o início de mudanças significativas.
Kovács, apud Emílio (1997), enfatiza as etapas relacionadas ao enfrentamento da pessoa com relação à sua deficiência, em que podemos citar o contato e o manejo do problema.
Estamos falando de questões relativas à deficiência, em que o contato, o discurso e a troca são mais visíveis e pertencentes ao espaço específico das psicoterapias.
Porém, em se tratando de deficiência e de Psicologia, referimo-nos a uma gama de ações que norteiam este espaço.
Desafio da Psicologia frente ao deficiente
Estamos falando de uma ação bem mais abrangente, de uma clínica ampliada, de uma escuta e trabalho terapêutico, de ações de acolhimento, de um trabalho familiar, da busca de novas ações motoras, físicas entre outras.
Este é um grande desafio e uma grande caminhada. Como psicólogos, vivemos um turbilhão de emoções, vivências peculiares que nos trazem vários enfrentamentos.
Desta forma, aprendemos a lidar também com a nossa onipotência. Lembremos que o outro não deve, não quer ou não pode atender as nossas expectativas.
A função do psicólogo é possibilitar mudanças, facilitar um encontro da pessoa consigo e com o mundo, além do reconhecimento das suas limitações e a busca da solução de problemas.
A força da psicologia está em permitir o reconhecimento do homem como sujeito de sua própria história. Sendo assim, há um grande número de possibilidades.
Há muito tempo a história da deficiência é a da superação. Assim, cabe ao profissional acreditar no desejo do outro; não buscar a normatização e muito menos o enquadre do outro no mundo dos “normais”. 
Deve sim acreditar que o modelo normatizador e que o enquadre não é modelo de suficiência para qualquer pessoa, pois as normas rotulam e destroem.
O psicólogo e a família do deficiente
É importante para o psicólogo trabalhar com a família, esta que desde o início aprende a lidar com questões específicas como nenhuma outra família. Esta participa, junto ao deficiente, das questões sobre as impossibilidades, as dificuldades e limitações.
Tanto a família quanto o deficiente devem buscar tratar tais dificuldades que surgem. 
Assim lidar com a família é importante para o deficiente, para a sua relação com a família, com o imaginário familiar e com os desejos, sonhos, aspirações, expectativas, pois só assim cada um pode buscar a tal felicidade.
A família, como primeiro e mais importante núcleo social, pode iniciar um processo de aceitação da deficiência ou de negação e repulsa.
Telford e Sawrey colocam que “a excepcionalidade não é um problema que reside exclusivamente num indivíduo; é antes, um acontecimento que ocorre numa dada família, comunidade, subcultura e sociedade” (p. 129).
Toda a família fica envolvida com a deficiência, ri, vibra, chora ,renega.
Estamos falando de questões emocionais importantes vividas pela família, de questões sociais e financeiras. A família sofre em todos os aspectos.
A função da família
Como relatado por Telford e Sawrey, em seu livro O indivíduo excepcional:
A família deve encarar o problema da criança, da pessoa excepcional de uma forma mais realista; não negar a deficiência propriamente dita; evitar a autocomiseração; trabalhar as questões religiosas de culpa e vingança divina; analisar os sentimentos de ambivalência, culpa, vergonha, depressão e projeção (p. 138).
Os pais devem ser trabalhados terapeuticamente, seja o casal, seja individualmente, seja em grupo de familiares, de forma a ser analisado em suas próprias dores e fantasias.
É importante ressaltar que falar em trabalho de família é falar dos desejos, dos sonhos, das expectativas, do abandono. É falar na possibilidade de um reacordo, de uma nova possibilidade de negociação para uma nova vida.
É importante colocar que não é função do psicólogo dar conselhos aos familiares, mas sim orientar, sugerir profissionais para acompanhamento do deficiente e fazer a escuta sobre a dor da família.
Atividades laborais
E a profissionalização? O mercado vem crescendo com a Lei 8.213 de 24/07/1991, que estabelece cotas para deficientes. Porém, muitas empresas podem burlar a lei para fugir desta responsabilidade social.
 Cada um de nós deve sinalizar toda e qualquer ação que venha a impossibilitar as mudanças sociais necessárias. É importante repetir que inclusão social do deficiente não se refere a estes aprenderem a lidar com o mundo dos “normais”. É sim, nós aprendermos com eles, aprendermos a incluí-los, sem impossibilidades.
A pessoa com deficiência pode exercer suas atividades laborais, e se por ventura apresentarem restrições, estas que podem ser compartilhadas inclusive pelas outras pessoas. Trabalhar, sentir-se útil e amado faz parte da vida do deficiente.
Muitos trabalhos e formações têm-se ampliado com esta abrangência do mercado, algo que beneficia a empresa e o deficiente. Temos visto a absorção e manutenção de tais profissionais que engajados no trabalho, apresentam disponibilidade e interesse.
Já na sociedade encontraremos segregação, preconceito estereótipo, estigma. 
Porém, esta mesma sociedade, através de seus olhos profissionais, percebe-se na linha de tiro, vivendo discussões bastante atuais.
Psicoterapia
O trabalho pessoal (a psicoterapia) é importante para qualquer um, e neste caso especial do deficiente, crer na possibilidade de ser mais uma mão no mercado de trabalho, derrubando as próprias barreiras impostas pelo preconceito.
Ervin Goffman coloca que estigma era uma marca para toda a vida, era a escravidão. 
A partir da deficiência, a identidade social da pessoa carrega o atributo que o distancia do que é considerado normal.
	
		1.
		A família constitui a unidade básica de saúde ou doença:
		Quest.: 1
	
	
	
	 
	O bebê sonhado contém impressões e desejos dos pais
	
	
	O bebê se constitui de uma massa disforme
	
	
	O bebê nada carrega dos seus pais
	
	
	O bebê não desejado culmina com a PCD
	
	
	O bebê se constitui em PCD quando não desejado
	
	
	
		2.
		O início de mudanças para o deficiente segundo Emílio Figueira é um princípio que se inicia:
		Quest.: 2
	
	
	
	
	Quando se enfrenta a deficiência e se auto culpabiliza
	
	 
	Quando se enfrenta a deficiência, aceita-a e se destitui de uma auto piedade
	
	
	Quando se entra em conflito e questiona toda a situação excludente
	
	
	Quando se aceita,porém não enfrenta a deficiência
	
	
	Quando aceita ¿se a deficiência e os benefícios que ela traz
	
	
	
		3.
		A pessoa com deficiência necessita ser atendida de forma total. Cabe ao psicólogo atuar:
		Quest.: 3
	
	
	
	 
	Com o deficiente, a família e a sociedade
	
	
	Apenas com o deficiente
	
	
	Apenas com a família
	
	
	Com a família de forma a orientar o paciente e com a equipe técnica
	
	
	Com o deficiente e educando a sociedade

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