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Psicologia Aplicada a 
Fisioterapia 
Primeiro Semestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: Jefferson Lourenço de Oliveira 
2018 
 
AULA 1 
HISTORIA DA PSICOLOGIA 
 
A psicologia (do grego Ψυχολογία; ψυχή (psique), "alma", e λογία (logos), 
"palavra", "razão", "estudo") é a ciência que estuda os processos mentais 
(sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano e animal (para 
fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada). 
 
CORPO E MENTE 
O corpo e a mente não são separados, quando se fala que o estudo se dá pelo 
viés da mente e/ou pelo viés do corpo, é necessário informar que essa é uma 
elaboração teórica, já que existem estudos, com grande comprovação ao longo 
dos tempos, que mostram a influência de um sobre o outro 
 
O QUE É PSICOLOGIA 
 
•Psicologia é a ciência que estuda a conduta dos organismos superiores em 
geral e em especial o homem. 
•Produto dos séculos XIX e XX estuda as relações entre os sentimentos, 
pensamentos, emoções, fenômenos psíquicos e seus efeitos sobre o 
comportamento humano. 
•É melhor definida como a ciência do comportamento 
 
O QUE ESTUDA Á PSICOLOGIA 
 
Á psicologia estudar questões ligadas à personalidade, à aprendizagem, à 
motivação, à memória, à inteligência, ao funcionamento do sistema nervoso, e 
também à Comunicação Interpessoal, ao desenvolvimento, ao comportamento 
sexual, à agressividade, ao comportamento em grupo, aos processos 
psicoterapêuticos, ao sono e ao sonho, ao prazer e à dor, além de todos os 
outros processos psíquicos e comportamentais não citados. 
 
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 
 
Esta área de conhecimento da psicologia estuda o desenvolvimento do ser 
humano em todos os seus aspectos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional 
e social – desde o nascimento até a idade adulta. 
 
 Desenvolvimento Humano 
 
O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao 
crescimento orgânico. 
 
 
O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são as formas de 
organização da atividade mental que vão-se aperfeiçoando e se solidificando até 
o momento em que todas elas estejam desenvolvidas. 
 
Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 
 
Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características 
comuns de cada faixa etária. 
 
Existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, 
próprias de cada faixa etária. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO HUMANO 
 
•Hereditariedade – a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que 
pode ou não desenvolver-se. A inteligência pode desenvolver-se de acordo com 
as condições do meio em que se encontra. 
•Crescimento orgânico – refere-se ao aspecto físico. 
•Maturação neurofisiológica – é o que torna possível determinado padrão de 
comportamento. 
•Meio – o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões 
de comportamento do indivíduo. 
 
ASPECTO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 
 
•Aspecto físico-motor - refere-se ao crescimento orgânico, à maturação 
neurofisiológica. 
Ex.: A criança que leva a chupeta à boca. 
 
•Aspecto intelectual – é a capacidade de pensamento, raciocínio. 
Ex.: A criança de 2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo 
que está em baixo de um móvel. 
 
•Aspecto afetivo-emocional – é o modo particular de o indivíduo integrar as suas 
experiências. A sexualidade faz parte desse aspecto. 
Ex.: A vergonha que sentimos em algumas situações. 
 
•Aspecto social – é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que 
envolvem outras pessoas. 
Ex.: Quando em um grupo há uma criança que permanece sozinha. 
 
 
As principais escolas de psicologia atualmente são: 
 
•Estruturalismo. 
Sistema que sublinha a importância da análise da consciência em seus 
elementos através do método de introspecção (exame interior). para ela é 
importante determinar os dados imediatos da consciência, ou seja, as 
características principais e específicas dos processos de consciência e seus 
elementos fundamentais. Os pioneiros da psicologia científica Wundt, William 
James e Edward B. Titchener se incluíam nessa escola. 
 
•Funcionalismo. 
Sistema psicológico que destaca a importância da função ou utilidade do 
comportamento em sua adaptação ao meio. privilegia o estudo das funções 
mentais, em detrimento de sua morfologia estrutural. Em vez de estudar somente 
o que é ? , o psicólogo estudará para que serve , e como se efetua o processo 
químico. Pertenciam a ela o americano John Dewey, Robert S Woodworth, 
Harvey A Carr, E James R. Angell. 
 
•Associacionismo. 
Escola de psicologia que estuda os princípios de associação de idéias (ou de 
palavras ou de conexões estímuloresposta), analisando os eventos complexos 
nos mais simples. 
 
•Behaviorismo. 
Escola de psicologia segundo a qual todas as funções psicológicas podem ser 
explicadas em termos de reações musculares e secreções glandulares. 
Portanto, é o estudo objetivo dos aspectos de estímulo e resposta (ou reação) 
no comportamento. Estuda-se a conexão estímulo reação mediante métodos 
objetivos. 
 
•Gestaltismo. 
Sistema em que apenas se pode chegar a formulações úteis através da 
consideração de grandes unidades de estímulo e resposta, se contraponha ao 
estruturalismo e ao behaviorismo clássico. Partindo da investigação das 
percepções, os gestaltistas formularam o princípio segundo o qual o conjunto 
dos fenômenos psíquicos apresenta características que não podem ser aferidas 
isoladamente. 
•Psicanálise. 
O núcleo central é a motivação, da qual uma grande parte é inconsciente e deve 
ser analisada pelas suas manifestações: sonhos, erros, sintomas ou livre 
associação. A psicanálise enfatiza a relação entre motivação inconsciente, 
conflito e simbolismo. 
 
AS PRINCIPAIS DISCIPLINAS DA PSICOLÓGICAS: 
 
•As psicologias da sensação, 
•Da percepção, da inteligência, 
•Da aprendizagem, 
•Da motivação, da emoção, 
•Da vontade e 
 
•Da personalidade. 
 
OUTRA DIVISÃO POSSÍVEL DESSES MESMOS CONTEÚDOS: 
 
•Quanto a sua relação com o funcionamento do organismo (psicologia 
fisiológica); 
•Quanto a sua manifestação no decorrer da evolução (psicologia do 
desenvolvimento); 
•Quanto à comparação desses processos nos diversos graus de evolução animal 
pode esclarecer o comportamento humano (psicologia comparada); 
•Quanto ao condicionamento que esses processos impõem à vida social do 
homem, ao mesmo tempo em que as diversas formas da convivência social 
influem na manifestação concreta dos mesmos (psicologia social). 
 
AULA 2 
 
DESENVOLVIMENTO MOTOR E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
 
•O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos 
nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervosos central, 
crescimento dos ossos e músculos, portanto, são comportamentos não-
aprendidos que surgem espontaneamente, desde que a criança tenha condições 
adequadas para exercitar-se. 
 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
 
•Somente em casos de extrema privação ou de algum tipo de distúrbio ou 
doença, esses comportamentos não se desenvolverão. 
•Durante o primeiro ano, a rapidez do desenvolvimento da criança é 
extraordinária. 
•Ao nascer o bebê conta apenas com os reflexos hereditários, no entanto, ao 
final do primeiro ano. 
•Desenvolvimento é um processo que acompanha o homem através de toda a 
sua existência, abrange aspectos fisiológicos, psicológicos e ambientais 
contínuos e estão estritamente relacionados. 
 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
A coordenação motora é dividida em: 
 
-Coordenação Motora Grossa ou Geral que visa os grandes músculos 
(esqueléticos) de forma mais eficaz tornando o esforço mais tolerável á 
dominação do corpo. 
 
-Coordenação Motora Finaque visa utilizar os pequenos músculos de forma 
mais eficaz tornando o ambiente controlável pelo corpo para o manuseio de 
objetos 
 
DESENVOLVIMENTO MOTOR (Idade 0 a 1 ano) 
 
•Movimenta a cabeça e é capaz de levantá-la ligeiramente quando deitado de 
 
costas ou de bruços. 
•Estende os braços para os lados, sem direção. 
•Dá pontapés com forças quando deitada em decúbito dorsal 
•É capaz de projetar tanto os braços como as pernas para frente, de forma que, 
quando de bruços parece tentar arrastar-se. 
•Mexe a cabeça quando deitada em decúbito ventral, para cima, de um lado para 
o outro. 
•Mantém a cabeça levantada quando em decúbito ventral, durante alguns 
segundos. 
•Controla a cabeça e ombros quando sentada, apoiada em almofada ou 
travesseiro. 
 •Tenta pegar objetos acerca de 20 cm à sua frente. 
•Agarra objetos mantidos 10 cm à sua frente. 
•Retém objetos, usando preensão palmar durante alguns segundo, soltando 
involuntariamente. 
•Tenta alcançar e agarrar com preensão objeto à sua frente. 
•Tenta alcançar objeto predileto. 
•Coloca objetos na boca. 
•Mantém a cabeça ereta e firme quando carregada em pé. 
•Deitada de bruços sustenta cabeça e peito, apoiada nos antebraços. 
•Vira de bruços para o lado. 
•Rola de bruços para de costas. 
 •Estando de bruços tanta se movimentar para frente. 
•Rola de costas para o lado. 
•Vira de costas para de bruços. 
•Puxa para sentar-se quando agarrada nos dedos do adulto. 
•Vira a cabeça livremente quando o corpo está apoiado. 
•Mantém posição sentada durante alguns minutos. 
•Larga um objeto deliberadamente para pegar outro. 
•Pega e deixa cair objeto deliberadamente. 
•Fica de pé com máximo apoio (quando mantida pela cintura). 
•Pula para cima e para baixo quando em posição de pé, enquanto apoiada. 
•Arrasta para frente para pegar objeto. 
•Mantém-se sentada com apoio das mãos para frente. 
•De posição sentada, passa para posição de mãos e joelhos. 
•Passa de bruços para posição sentada. 
•Senta-se sem apoio de mão. 
•Atira objetos para todos os lados. 
•Balança para trás e para frente apoiada sobre mãos e joelhos. 
•Transfere objetos de uma para outra mão em posição sentada. 
•Retém 2 cubos de 3 cm em uma das mãos 
•Coloca-se em posição de joelhos. 
•Coloca-se em posição de pé. 
•Usa preensão radial para pegar objetos. 
•Engatinha. 
•Tenta alcançar coisas com uma das mãos. 
•Fica de pé com o mínimo de apoio. 
•Vira vasilha despejando objetos. 
•Faz movimento de enfiar ou tirar com colher ou pá. 
•Coloca objetos grandes em um recipiente. 
 
•Abaixa-se para sentar. 
•Bate palmas. 
•Caminha com mínimo de auxílio. 
•Dá alguns passos sem apoio 
 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
 
É processo interno, mas pode ser observado e "medido" através das ações e 
verbalização da criança. 
 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
O processo de pensamento incluindo as seguintes capacidades: 
 
•Compreensão de fatos que ocorrem a sua volta; 
•Percepção de si mesmo e do ambiente; 
•Percepção de semelhanças e diferenças; 
•Memória; 
•Execução de ordens; 
•Compreensão de conceitos de cor; 
•Compreensão de conceitos de forma; 
•Compreensão de tamanho; 
•Compreensão de espaço; 
•Aquisição de conceitos e o estabelecimento de relações entre fatos e conceitos; 
•Compreensão de tempo e a relação dos conceitos entre si. 
 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO (IDADE: 0 - 1 ANO) 
 
•Vira a cabeça em direção ao bico quando a bochecha é tocada. 
•Abre a boca para mamadeira ou seio e começa a sugar antes do bico tocar a 
boca. 
•Olha na direção ou movimenta o corpo em resposta ao som. 
•Mostra resposta 'a voz do adulto através de movimento do corpo ou parando de 
chorar. 
•Indica sensibilidade de contato do corpo através dos seguintes 
comportamentos: ficar quieto, chorar ou movimentar o corpo. 
 •Fica calmo ou muda de movimento do corpo em resposta 'a presença de uma 
pessoa. 
•Segue visualmente um objeto da linha mediana do corpo. 
•Segue a luz com os olhos virando a cabeça. 
•Segue e procura localizar um som movimentando a cabeça na sua direção. 
•Mantém contato visual durante alguns segundos. 
•Golpeia objetos e tenta alcança-los. Esforça-se por agarrá-los. 
•Observa sua mão. 
•Segura objeto utilizando preensão palmar durante "30" segundos com liberação 
involuntária. 
 •Olha ao redor quando carregado. 
•Chora diferentemente devido a desconfortos diversos. 
•Olha para a pessoa, fala ou movimenta-se tentando ganhar sua atenção. 
•Procura objeto que tenha sido removido de sua linha de visão. 
•Tira pano do rosto que obscurece sua visão. 
 
•Despeja objetos de um recipiente. 
•Coloca objetos no recipiente, imitando. 
•Tira objetos de recipiente, imitando. 
•Chacoalha objetos sonoros. 
 •Deixa cair e apanha um brinquedo. 
•Transfere um objeto de uma mão para outra a fim de pegar outro "brinquedo". 
•Encontra um objeto escondido debaixo de um recipiente. 
•Executa ordens simples a pedido. 
 
O bebê pensa? De que forma? 
 
O desenvolvimento se dá de maneira contínua desde os primeiros dias, e de 
acordo com Piaget, no início a criança ainda não representa internamente e não 
"pensa" conceitualmente. 
O seu pensamento é constituído pelas suas sensações (sensório) e movimentos 
(motor), ou seja, ela descobre as propriedades dos objetos do seu ambiente 
manipulando-os. Piaget descreveu vários estágios do desenvolvimento e de 
acordo com suas teorias, cada estágio é constituído sobre as estruturas do 
anterior e isto significa que cada etapa superada é uma preparação para o 
estágio seguinte. 
 
Assim, a criança necessita de estimulação visual, auditiva e tátil para que sua 
inteligência se desenvolva. 
 
AULA 3 
 
VÍNCULO MÃE-BEBÊ 
 
Muito antes de seu nascimento e ainda no ambiente intra-uterino, tem início a 
formação do vínculo entre a futura mamãe e seu bebê. 
 
Trata-se de um processo de comunicação tão complexo quanto sutil e que torna 
possível esta troca íntima e profunda. 
 
O vínculo é de importância vital para o feto, pois precisa se sentir desejado e 
amado para propiciar a continuação harmoniosa e saudável de seu 
desenvolvimento. 
 
A formação do vínculo não é automática e imediata, pelo contrário, é gradativa 
e, portanto, necessita de tempo, compreensão e amor para que possa existir e 
funcionar adequadamente. 
 
É, também, fundamental para que possa compensar os momentos de 
preocupações e reveses emocionais maternos e que todos nós estamos sujeitos 
no cotidiano. 
 
O amor e a rejeição repercutem sobre a criança muito precocemente mas, para 
que possa dar significado a estes sentimentos é preciso maturidade neuro-
fisiológica. 
 
 
Assim, até os três primeiros meses de vida intra-uterina, as mensagens enviadas 
pela mãe são, em grande parte, incompreendidas pelo embrião, muito embora 
possam causar-lhe desconforto se percebidas como desagradáveis. 
 
À medida que vai evoluindo, o feto torna-se capaz de registrar e de dar 
significado às emoções e sentimentos maternos. É quando, então, começa a se 
formar sua personalidade, o que ocorre por volta do terceiro trimestre de 
gestação. 
 
A ansiedade materna é, de certa maneira, até benéfica ao feto, pois perturbando 
a neutralidade do ambiente uterino, perturba-o também, conscientizando-o de 
que é um ser distinto, separado desse ambiente. 
 
Para se livrar desse desconforto, ele começa a elaborar progressivamente 
técnicas de defesa como dar pontapés, mexer-se mais ativamente, e que 
funcionam, para a sensibilidade materna, como um envio de mensagem de que 
está sendo perturbado. 
 
Se houver sintonia materno-fetal, imediatamente a futura mamãe capta esta 
mensagem e começa a passar a mão delicadamente em seu ventre, o que é 
percebido e decodificado pelo feto como atitude de compreensão, carinho e 
proteção, portanto, como tranquilizadora. 
 
Com o decorrer do tempo, a experiência de desconforto transforma-se em 
emoção e teminício a formação de ideias sobre as intenções maternas em 
relação a si mesmo. 
 
Desta maneira, se a mãe for amorosa e tiver uma relação afetiva rica com seu 
bebê, contribuirá para que nasça uma criança confiante e segura de si. 
 
Assim também, se mães deprimidas ou ambivalentes que, por uma razão 
qualquer, privam o feto de seu amor e apoio, certamente favorecerão o estado 
depressivo e a presença de neuroses na criança e que podem ser constatados 
após o nascimento, pois sua personalidade foi estruturada num clima de medo 
e angústia. 
 
Mesmo a gestante que rejeita seu filho comunica-se com ele através do 
fornecimento do alimento. Mas, a qualidade desse vínculo é diferente da mãe 
que o deseja e esta é a grande diferença, pois não é apenas uma comunicação 
biológica. 
 
Como o feto capta todas as emoções maternas, as que o fazem entrar em 
sofrimento como a ansiedade, temor e incertezas, provocam-lhe reações mais 
fortes e contínuas, enquanto que as de alegria e felicidade, por não alterarem o 
ambiente intra-uterino, permitem que seus movimentos permaneçam suaves e 
harmoniosos. 
 
O feto sente o que a mãe sente, até como um atitude de solidariedade, porém, 
com intensidade diferente e sem a compreensão materna. As emoções 
 
negativas são percebidas como um ataque a si próprio. 
 
É fundamental lembrar que as preocupações passageiras e simples do cotidiano 
não lhe oferecem risco algum, pois sequer podem levar o organismo materno à 
produção de hormônios. 
 
O que o afeta e prejudica sobremodo são as situações que induzem à produção 
intensa e contínua de hormônios, como a ansiedade materna, que pode, 
inclusive provocar o estresse da mãe. 
 
Outras situações que também acarretam o sofrimento fetal são o consumo 
excessivo de álcool, tabaco e medicamentos pela gestante, bem como, o fato de 
comer demais ou se alimentar mal, pois traduzem uma grande e exacerbada 
ansiedade materna, além de que, também são altamente prejudiciais ao 
desenvolvimento físico e psíquico do feto. 
 
Um fator importantíssimo a ser considerado é quando a mulher é completamente 
dependente do cigarro. Neste caso, se a supressão total deixa-a extremamente 
ansiosa, há de fazer muito mais mal à criança do que simplesmente diminuir 
consideravelmente o número de cigarros até atingir a média de um ou dois por 
dia, e nada mais, além disto. 
 
Se o feto participa de todas as emoções maternas, muitas gestantes inibem a 
sexualidade por 
sentirem-se constrangidas com esta participação, principalmente no momento 
do orgasmo e dos sons e ruídos emitidos pelo casal. 
 
Apesar disso, convém esclarecer que a atividade sexual não traz qualquer 
malefício. Ao contrário: o orgasmo, especialmente na mulher, é altamente 
benéfico física e emocionalmente, e é através dele que o feto capta o bem-estar 
geral da mãe, a felicidade intensa e, principalmente a tranquilidade após o 
orgasmo e não este propriamente. 
 
Os acontecimentos graves e estressantes como perdas significativas ou 
situações que atingem a gestante diretamente, como brigas conjugais ou com 
pessoas mais próximas, são causas de grande sofrimento fetal e, muitas vezes, 
não há como evitá-los. 
 
Para diminuir os efeitos nocivos ao feto, a futura mamãe deve aumentar os 
períodos de descanso, oferecer-lhe apoio afetivo e conversar com ele, 
esclarecendo-o dos acontecimentos. 
 
Embora não haja compreensão das palavras, o feto capta o sentido do que lhe 
é dito e se tranquiliza. Assim, o vínculo mãe-bebê não é quebrado. 
 
O perigo maior persiste quando o feto percebe-se rejeitado pela mãe ou quando 
suas necessidades físicas ou psicológicas não são compreendidas e atendidas, 
pois ele necessita desta troca para sentir-se amado e desejado. 
 
Concluindo, se o vínculo materno-fetal não foi consolidado durante o período 
 
gestacional, há de se 
tentar nas horas e dias que sucedem ao nascimento, que é o período ideal na 
vida extra-uterina e, se 
necessário, com a ajuda de um profissional capacitado. 
 
Ana Maria Moratelli da Silva Rico 
 
AULA 4 
 
Desenvolvimento psicossexual 
 
Durante o desenvolvimento psicossexual, a criança passará por cinco fases ou 
estágios, estando a quatro delas, associada uma zona erógena ligada a 
determinadas sensações de prazer. 
 
O controle destas sensações origina conflitos cuja resolução influencia a 
formação da personalidade adulta. 
 
Um conflito mal resolvido, numa qualquer etapa do desenvolvimento, pode 
desencadear um processo de fixação. 
 
ESTAGIO ORAL 
• 0 -12/18 meses 
• Aparelho psíquico constituído por Id e Ego 
• Zona erógena: boca e lábios 
• Prazer ligado ao chupar e, mais tarde, ao morder. 
• Importância das relações mãe / bebe. 
• Conflito: Desmame 
• Fixação: comportamentos de gratificação oral como comer, 
• beber, beijar, fumar. 
 
ESTAGIO ANAL 
• 18 meses – 2/3 anos 
• Aparelho psíquico constituído por Id e Ego 
• Zona erógena: região anal 
• Função de expulsar e reter as fezes e a urina. 
• Conflito: cedência /oposição às regras de higiene 
• (ambivalência de sentimentos). 
 
ESTÁGIO FÁLICO 
• 3 – 5/6 anos 
• Aparelho psíquico constituído por Id, Ego e Superego. 
• As zonas erógenas são as genitais 
• Interesse pelas diferenças anatômicas e sexuais entre os sexos. 
• Conflito: Complexo de Édipo/Electra 
 
 
ESTÁGIO LATÊNCIA 
• 5/6 anos – puberdade 
 
• Aparelho psíquico constituído por Id, Ego e Superego. 
• Energia da libido canalizada para atividades sociais. 
• Mecanismos de defesa do ego. 
• Amnésia da sexualidade infantil. 
 
ESTÁGIO GENITAL 
• A partir da puberdade 
• Aparelho psíquico constituído por: Id, Ego e Superego 
• Novas pulsões. 
• Prevalência de uma sexualidade genital. 
• Reativação do complexo de Édipo. 
 
ADOLESCÊNCIA 
 
Adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre a 
infância e a fase adulta. 
 
Muitas pessoas confundem adolescência com puberdade. 
 
A puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas 
transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e meninas. Este 
período é marcado por diversas transformações corporais, hormonais e até 
mesmo comportamentais. 
 
QUANDO COMEÇA A ADOLESCÊNCIA 
 
Ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade (período definido pela OMS – 
Organização Mundial da Saúde). 
 
No Brasil o Estatuto da Criança e do Adolescente define esta fase como 
característica dos 13 aos 18 anos de idade. 
 
O QUE OCORRE NESTA ETAPA DA VIDA 
 
É durante a puberdade (entre 10 e 13 anos entre as meninas e 12 e 14 entre os 
meninos) que ocorre o desenvolvimento dos órgãos sexuais. Estes ficam 
preparados para a reprodução. 
 
É uma etapa do desenvolvimento, que ocorre desde a puberdade à idade adulta, 
ou seja, desde a altura em que as alterações psicobiológicas iniciam a 
maturação até à idade em que um sistema de valores e crenças se enquadra 
numa identidade estabelecida. 
 
ALTERAÇÕES FISICAS DA PUBERDADE 
 
A puberdade tem um aspecto biológico e universal, caracterizada pelas 
modificações visíveis, como por exemplo, o crescimento de pêlos pubianos, 
auxiliares ou torácicos, o aumento da massa corporal, desenvolvimento das 
mamas, evolução do pênis, menstruação, etc. 
 
 
Estas mudanças físicas costumam caracterizar a puberdade, que neste caso 
seria um ato biológico ou da natureza. 
 
 
 
 
 
Período de Puberdade Masculina 
 
A puberdade nos meninos começa por volta dos 11 ou 12 anos e é caracterizado 
por um período de intensas mudanças, como o crescimento dos pêlos e pênis e 
o aumento no tamanho dos testículos. 
 
Nesta fase ocorre a primeira ejaculação, sendo que esta pode ocorrer durante o 
sono ou até mesmo resultante da masturbação, acontecem também a ereção 
espontânea, sem que o pênis seja estimulado ou mesmo tocado. 
 
As principais características das mudanças são: 
 
• Surgimento de pêlos no púbis,nas axilas e no peito; 
• Crescimento da barba; 
• Crescimento do pênis e testículos, 
• Engrossamento da voz, 
• Surgimento do pomo-de-adão 
• Ombros mais largos; 
• Aumento da massa muscular; 
• Aumento de peso e estatura. 
• Início da produção de espermatozóides; 
• Primeira ejaculação. 
 
Período de Puberdade Feminina 
 
A puberdade nas meninas começa por volta dos 9 ou 10 anos e é caracterizada 
pela primeira menstruação, no 
desenvolvimento dos órgãos genitais e da mamas. 
 
A primeira menstruação ocorre por volta dos 12 anos, podendo acontecer antes, 
pois depende de fatores genéticos, raciais, nutricionais e outros. 
 
As principais características são: 
 
• Aparecimento de pêlos na região pubiana e axilas 
• Alargamento dos ossos da bacia; 
• Início do ciclo menstrual; (a primeira é chamada de menarca), 
• Depósito de gordura nas nádegas, nos quadris e nas coxas; 
• Desenvolvimento das glândulas mamárias 
 
Efeitos psicológicos da puberdade 
 
As pesquisas não apoiam a ideia do senso comum de que a adolescência é um 
 
período de “tempestade e tensão”. 
 
Os dados indicam que a puberdade realmente tem efeitos significativos sobre: 
 
• A imagem corporal, 
• Autoestima, 
• Humor 
• Relacionamentos com os pais 
• Membros do sexo oposto. 
 
Conflito entre os adolescentes e seus pais 
 
Os pais frequentemente preveem com nervosismo o ingresso dos filhos na 
puberdade. 
 
As pesquisas não oferecem evidências reais de um abismo entre gerações. Os 
pais e filhos têm valores e atitudes mais similares do que os adolescentes e seus 
amigos. 
 
Os conflitos acontecem mais quando os filhos têm 11 a 15 anos, e diminuem no 
final da adolescência. 
 
Conflitos familiares são maiores com as mães que com os pais. 
 
Assuntos envolvidos nos conflitos: tarefas domésticas, trabalho escolar, quarto 
desarrumado, música em alto volume, aparência pessoal e limites de horários. 
 
Os adolescentes estão presos em dois mundos: um de dependência e outro de 
responsabilidade. 
 
Desenvolvimento da vida Adulta - Desenvolvimento Psicológico 
 
Ser adulto é: Estabilidade emocional financeira, definição de identidade 
profissional, social, relacionamento afetivo mais estável, independência, 
responsabilidade (responder pelo que faz jurídica e emocional), encarar as 
próprias escolhas com danos, perdas e lidar com isso sem culpar ninguém. A 
aparente proteção de criança, adolescente não existe mais. 
 
Complexa rede de fatores que pode moldar o desenvolvimento de forma 
particular. 
 
- Eventos balizadores - comemorações que marcam a passagem de certo 
momento pra outro esperado pela sociedade. Ex: festa de 15 anos, casamento, 
o trote da faculdade, etc. Demarcam os estágios normais, esperados. 
 
- Acontecimentos extemporâneos - Eventos inesperados mudam o ciclo de vida 
normal. Ex: gravidez prematura, doença grave, perda do cônjuge muito cedo. 
Eventos fora do momento normal. Nem sempre negativos. O importante da 
identidade na 3ª idade - veio construindo a identidade a longo da vida 
 
 
- Impulso pra crescer - nos faz procurar coisas novas, nos força a crescer. Muitas 
vezes nos coloca em desequilíbrio apos terem atingido um equilíbrio. Gera uma 
crise que faz enfrentar demandas. Crescimento ligado com crise, lidar com 
conflitos. Tudo depende de como vemos essa crise, positiva ou negativa. As 
mudanças geram desconforto. 
 
Dinâmica de Dependência X Autonomia 
 
Conflito que nos acompanha desde que nascemos até a morte - igualmente 
atraentes. 
 
Sentirmos unidos com alguém nos dá segurança, conforto - ex: colo da mãe. A 
separação nos permite mais liberdade, maior identidade. 
 
Forma o Eu fundidor - sempre procura a união, dependência com o outro e o Eu 
procurador busca a independência, a liberdade. 
 
Equilíbrio emocional, Conceito do Winnicott, falsos e verdadeiros EU. 
 
Verdadeiro Eu - ligado ao relacionamento do bebê com a mãe. Se a mãe permite 
que sinta e exprima o que sente a vontade ou não passando a expressar o que 
a mãe espera 
 
Falso Eu - tenta sempre agradar o outro, expressando o que o ouro espera 
Lidamos no nosso desenvolvimento com vários Falsos Eus. Isso é normal. 
Necessidade de aceitação dentro de um grupo. Os Falsos Eu tem importância 
social, nem sempre podemos fazer o que queremos. Mas nem por isso vamos 
nos afastar e perder o nosso Verdadeiro Eu. 
 
No adulto espera-se que ele tenha capacidade de se adaptar socialmente, mas 
sem perder contato com o verdadeiro EU. 
 
Diferenciação do Eu 
 
conceito da teoria sistêmica 
 
Depende do tipo de relacionamento que temos com os outros. Discriminar o que 
é meu e o que é do outro. Dificuldade de separar também o lado emocional, 
afetivo do lado cognitivo. 
 
A maturidade seria diferenciar. 
 
Nesse nível de diferenciação todos nós temos algumas deficiências que 
aparecem em algumas situações com algumas pessoas. 
 
Renúncia de aprovação - não precisar viver em função do que os outros pensam. 
Criança precisa dessa aceitação do grupo porque não tem as ferramentas 
psicológicas pra lidar com isso, precisa de proteção. O adulto maduro deve saber 
lidar com a falta de aprovação 
 
 
Renúncia à defesa defensiva (Melaine Klein) - diferenciação entre seio bom e 
seio ruim. Pessoa vive entre extremos, ou é muito bom ou muito ruim, pode levar 
a um transtorno chamado borderline (muda de opinião de forma abrupta). Uma 
pessoa madura entende que tudo tem elementos positivos e negativos. 
 
Renúncia à mania de grandeza - quando criança queremos que encham a nossa 
bola, mas não temos como manter esse status eternamente. Temos direito de 
fracassar. Ligado com a defesa defensiva, aceitar o nosso lado escuro, vai 
permitir aceitar o do outro. 
 
Teorias do Envelhecimento 
 
Teoria das Cópias 
 
Processo de renovação celular. A aparência muda porque as células do nosso 
corpo não são as mesmas desde que a gente nasce, estamos continuamente 
renovando, a pele é um exemplo. Alguns tecidos têm processo maior que outros. 
Esse processo de cópia que leva a regeneração tem as suas falhas, faz o 
organismo ir mudando progressivamente até chegar a uma incapacidade. 
 
Teoria do Processo de Oxidação 
 
Ligado ao oxigênio - os radicais livres. Precisamos do oxigênio pra viver, mas 
ele libera radicais livres, que levam ao envelhecimento. Com uma alimentação 
rica em frutas, verduras, tomar uma taça de vinho tinto, ajudaríamos a eliminar 
os radicais livres enquanto ingerir carnes pioraria. 
 
Teoria Evolucionista 
 
Nós nos mantemos com uma imagem jovial, atraente entre nós, quando estamos 
no processo de reprodução, pois ai tem uma função, transmitir os nossos genes. 
Para atrair um parceiro com bons genes pra se unir com os nossos e dar um 
com produto a aparência é um fator importante. 
 
 
 
 
Mudanças Físicas 
 
• Capacidade física atinge o auge no inicio da vida adulta 
• Declínio se inicia de modo imperceptível e acelera durante a meia idade. 
• Menopausa – mudança significativa para as mulheres 
• Mudanças físicas na vida adulta podem desencadear reações psicológicas que 
variam com as 
opiniões de cada um sobre envelhecer. Sofre influências culturais. 
• As pessoas não morrem só por doenças, o corpo envelhece, as células param 
de se 
reproduzir. 
• Declínio das habilidades sensoriais, diminuição da audição, visão, força 
muscular, pessoas 
 
mais velhas sofrem mais acidentes em função disso. 
• O sistema imunológico do corpo enfraquece, mas por outro lado acumulam 
anticorpos, 
menos enfermidades de curto prazo, gripes. 
 
Torna mais lento o processo neuronal, um peso para a atividade cerebral. Até a 
adolescência processamos informações mais depressa. Mais velhos demoram 
mais tempo a reagir, a resolver problemas de percepção, regiões do cérebro 
importantes para a memória começam a atrofiar, perda pequena e gradativa de 
células cerebrais,mas a proliferação de conexões nervosas, em particular nas 
pessoas que continuam ativas, ajuda a compensar a perda das células. 
 
Mal de Alzheimer, perda substancial de células do cérebro é uma das doenças 
mais temidas. Os sintomas do Alzheimer não são os mesmos do envelhecimento 
normal. Primeiro a memória se deteriora, depois o raciocínio e em seguida a 
linguagem. 
 
Mudanças Cognitivas 
 
Questão polêmica: memória, criatividade e inteligência têm o gradativo declínio 
das capacidades físicas. 
 
Inicio da vida adulta é o apogeu para alguns tipos de aprendizagem e 
recordação. 
 
Memória - Memória de reconhecimento permanece forte embora a recordação 
comece a declinar para informações insignificantes. Memorizar irá depender de 
reconhecer (declínio mínimo) ou recordar sem pista (declínio maior). 
 
Inteligência 
 
Fase 1: Declínio intelectual - estudos cruzados 
 
Estudos cruzados - testam e comparam pessoas de várias idades, sugerem 
constantes declínios. 
 
Adultos mais velhos fornecem menos respostas corretas. 
 
“O declínio da capacidade mental com a idade é parte do processo geral (de 
envelhecimento) do organismo como um todo”. Por muito tempo não contestada. 
 
Fase 2: Estabilidade intelectual - estudo longitudinal 
 
Estudos longitudinais - testam as mesmas pessoas ao longo dos anos. A 
inteligência permanecia estável. Em alguns testes evidenciou-se inclusive um 
aumento. 
 
Crítica aos estudos cruzados _ Compara pessoas não apenas de idade 
diferentes, mas de épocas diferentes. 
 
 
Visão mais otimista _ o mito de que a inteligência decai bruscamente com a idade 
é derrubado. 
 
Fase 3: Tudo depende – a posição atual 
 
Crítica aos estudos longitudinais - sobrevivem até o fim dos estudos os mais 
brilhantes e saudáveis. 
 
A inteligência não é uma característica uniforme 
 
Mais lento não significa menos inteligente. 
 
Adultos mais velhos se saem muito bem nos testes de “bom senso” - 
conhecimento e julgamento objetivo em questões importantes da vida. 
 
Inteligência cristalizada - o conhecimento acumulado da pessoa, refletido nos 
testes de vocabulário e analogia – aumenta com a idade. 
 
Inteligência fluida - a capacidade de raciocinar depressa, em termos abstratos, 
ao se resolver novos problemas de lógica por exemplo, diminui com a idade. 
 
Mudanças Sociais 
 
Diferenças entre adultos mais jovens e mais velhos não só pelas mudanças 
físicas e cognitivas, mas por eventos da vida, relacionamentos familiares e de 
trabalho. 
 
Época e estágios da vida adulta - adultos evoluem através de períodos de 
estabilidade, pontuados por momentos de transtorno e mudanças (crises). 
 
Relógio Social - Prescrição da cultura para o “momento certo” 
sair de casa, emprego, casar, filhos, aposentar – varia na cultura e época. 
Relógio social se opõe a noção de estágios na vida adulta. 
 
Eventos da vida e encontros casuais _ eventos da vida são mais importantes 
que idade cronológica – casamento, divórcio, viuvez – momentos imprevisíveis. 
Pessoas mais livres para se manterem fora de sincronia do relógio social. 
Eventos casuais podem ter efeito duradouro. 
 
Compromissos da vida adulta - dois aspectos básicos dominam a vida adulta: 
 
Intimidade _ relacionamentos profundos 
 
Geratividade _ produtivo e apoia as gerações futuras 
 
Amor - teoria evolucionária, pais cuidam de seus filhos – ver seus 
genes passados a geração posterior. O vínculo de amor é mais 
satisfatório e persistente com interesses e valores similares, troca de 
apoio emocional e material e uma auto revelação íntima. A 
instituição do casamento perdura e gera filhos – a mais permanente 
 
das mudanças da vida. Síndrome do ninho vazio – Filhos mudam e 
terão que aprender a lidar com um novo tipo de liberdade. 
 
Trabalho - sentir-se produtivo e competente é criar filhos e ter uma 
carreira. Estabelecer profissão leva tempo – imprevisibilidade _ 
melhor instrução não significa melhor satisfação profissional. 
 
Bem-estar ao longo da vida - viver é envelhecer. Olhar pra 
trás com satisfação ou pesar e pra frente com esperança ou 
receio. Sentimentos se tornam mais amenos 
 
Agonia e morte - sofrer com a morte de parentes e amigos e a 
separação mais difícil é a do cônjuge. Poucas pessoas 
envelhecem de bom-grado, mas a maioria envelhece com 
dignidade mantendo senso de bem-estar. 
 
AULA 5 
 
PERSONALIDADE 
 
A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único acada 
indivíduo. 
 
O termo deriva do grego persona, com significado de máscara, designava a 
"personagem" representada pelos atores teatrais no palco. 
 
Pode-se definir também personalidade por um conceito dinâmico que descreve 
o crescimento e o desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo, 
outra definição seria: a organização dinâmica interna daqueles sistemas 
psicológicos do indivíduo que determinam o seu ajuste individual ao ambiente. 
 
Mais claramente, pode-se dizer que é a soma total de como o indivíduo interage 
e reage em relação aos demais. 
 
A personalidade é uma estrutura interna, formada por diversos fatores em 
interação. Não se reduz a um traço apenas, como a autodeterminação ou um 
valor moral. 
 
Também, a personalidade não é a simples soma ou justaposição de elementos, 
mas um todo organizado e individual, produto de fatores biopsicossociais. 
 
Nos fatores biológicos estão: o sistema glandular e o sistema nervoso. 
 
Entre os fatores psicológicos estão: o grau e as características de inteligência, 
as emoções, os sentimentos, as experiências, os complexos, os 
condicionamentos, a cultura, a instrução, os valores e vivências humanas. 
 
Nos grupos sociais, como a família, a escola, a igreja, o clube, vizinhança, 
processa-se a interação dos fatores 
 
sociais. 
 
FATORES BIOPSICOSSOCIAIS 
 
Componentes da Personalidade 
(Temperamento e Caráter) 
 
TEORIA DA PERSONALIDADE 
 
Temperamento é constituído de impulsos naturais, sendo determinado por 
fatores biologicos, principalmente o sistema glandular e o sistema nervoso 
 
Ser agressivo ou não ser agressivo, ser irrequieto ou indolente, ser emotivo ou 
não emotivo, ter reações primárias ou secundárias, podem ter traços 
temperamentais. 
 
Assim, o indivíduo nasce com determinado temperamento, mas fatores 
ambientais podem modificá-lo até certo ponto. 
 
TEORIA DA PERSONALIDADE 
 
Caráter significa padrão de valores da personalidade. É constituído de valores 
morais e sociais. 
 
Adquiri-se o caráter na família, na escola e na sociedade em geral, caráter é a 
personalidade valorizada. 
 
O caráter é um aspecto da personalidade. Quando se diz que uma pessoa tem 
uma personalidade sem caráter, está se referindo à sua aceitabilidade moral e 
social. 
 
O caráter se origina a partir de fatores como: integridade, fidedignidade e 
honestidade. 
 
TEORIA DA PERSONALIDADE 
 
A personalidade pode ter certos distúrbios que se caracterizam 
fundamentalmente por vários sintomas que podem ser detectados em conjunto 
ou individualmente. 
 
Distúrbios / transtornos da personalidade 
 
Alguns exemplos de sintomas de distúrbios / transtornos da personalidade: 
 
• falta de socialização; 
• deformidade de caráter; 
• o indivíduo não observa as suas obrigações em relação a outros, a 
• grupos, 
• a convenções sociais, 
• intolerância, 
 
• frustração, 
• impulsividade, 
• egoísmo, 
• falta de autocensura, 
• incapacidade de aprender com base em seus próprios erros, 
• irresponsabilidade, 
• instabilidade de humor, 
• de auto-estima e de relações interpessoais, 
• freqüentes atos impulsivos e autolesivos, 
• ira descontrolada, 
• sensação de tédio e ameaça de suicídio, 
entre outros tantos sistematizados. 
 
As máscaras, na verdade são defesas, cuja finalidade principal, é proteger o 
indivíduo do meio circundante. 
 
Na psicologia social e na sociologia, aindividualidade (e suas máscaras) perde 
parte de sua importância quando se trata da análise da ação do grupo como um 
todo. 
 
A somatória das máscaras individuais gera uma defesa grupal, onde não se 
reconhece o ser isolado e sim, a reação do grupo. 
 
MASCARAS 
 
Estrutura e Dinâmica da Personalidade 
(Id, Ego, Superego) 
 
Id – O id é a fonte da energia psíquica (libido). É de origem orgânica e hereditária. 
 
Apresenta a forma de instintos que impulsionam o organismo. Está relacionado 
a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal, que o indivíduo experimenta. 
. Não tolera tensão. Seu o nível de tensão é elevado, age no sentido de 
descarregá-la. É regido pelo princípio do prazer. Sua função e procurar o prazer 
e evitar o sofrimento. 
 
Localiza-se na zona inconsciente da mente. 
 
O Id não conhece a realidade objetiva, a "lei" ética e social, que nos prende 
perante a determinadas situações devido as conclusões da interpretação alheia. 
Por isso surge o Ego. 
 
Estrutura e Dinâmica da Personalidade 
(Id, Ego, Superego) 
 
Ego – Significa “eu” em latim. 
 
E responsável pelo contato do psiquismo com o mundo objetivo da realidade. O 
Ego atua de acordo com o princípio da realidade. Estabelece o equilíbrio entre 
as reinvindicações do Id e as exigências do superego com as do mundo externo. 
 
É o componente psicológico da personalidade. As funções básicas do Ego são: 
a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos. 
 
Localiza-se na zona consciente da mente. 
 
Estrutura e Dinâmica da Personalidade 
(Id, Ego, Superego) 
 
Superego – Atua como censor do Ego. 
 
É o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos 
pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança. 
 
São nossos conceitos do que é certo e do que é errado. 
 
O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento de 
culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos 
satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir 
os impulsos do Id, uma vez que este não conhece a moralidade. É o componente 
social da personalidade.As principais funções do Superego são: inibir os 
impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela 
perfeição. 
 
Localiza-se consciente e pré-consciente. 
 
Para Freud, os três níveis de consciência são: 
 
Consciente – inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado 
momento. Recebe ao mesmo tempo informações do mundo exterior e do mundo 
interior. 
 
Pré-consciente – (ou sub-consciente) – se constitui nas memórias que podem se 
tornar acessíveis a qualquer 
momento, como por exemplo, o que você fez ontem, o teorema de Pitágoras, o 
seu endereço anterior, etc. É uma espécie de “depósito” de lembranças a 
disposição, quando necessárias. 
 
Inconsciente – estão os elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis 
à consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método 
da associação livre. Os processos mentais inconsciente desempenham papel 
importante no funcionamento psicológico, na saúde mental e na determinação 
do comportamento. 
 
MECANISMOS DE DEFESA DO EGO 
 
As frustrações e os conflitos, dependendo da sua quantidade e frequência, 
podem causar prejuízos sérios à estrutura e à saúde da personalidade. 
 
O ego possui mecanismos inconscientes de defesa para proteger o psiquismo, 
garantindo a homeostase da personalidade, pois existe uma tendência do 
 
organismo para manter estáveis as suas condições através de processos de 
auto regulação. 
 
De acordo com a teoria psicanalítica, são modos inconscientes utilizados frente 
às diversas reações que se destinam a repelir ou a reduzir a ansiedade, com 
vistas a manter o equilíbrio da personalidade. 
 
Racionalização – consiste em justificar de forma mais ou menos lógica e ética a 
própria conduta. Apresenta-se como um esforço defensivo para manter o auto-
respeito. É provavelmente um dos mecanismos menos inconscientes. Por ele, 
arranjamos desculpas e explicações que nos inocentem de erros e fracassos. 
 
Projeção – consiste em atribuir a outros as idéias e tendências que o sujeito não 
pode admitir como suas. Sem que percebamos, muitas vezes, vemos nos outros 
defeitos que nos são próprios 
 
Repressão – é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e 
frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou 
lembrados, reprimindo-os e recalcando-os para o inconsciente. Vivências que 
provocam sentimentos de culpa são esquecidas. Muitos casos de amnésia 
(excluídas as causas orgânicas) podem ser explicados através deste 
mecanismo. Esquecemos o que é desagradável. 
 
 
Deslocamento – Na tentativa de ajustar nosso comportamento e eliminar as 
tensões, muitas vezes, não podendo descarregar nossa agressão na fonte de 
frustração (um chefe, a organização, etc), passamos a agredir terceiros que não 
têm nada a ver com o caso 
 
Regressão – significa voltar a comportamentos imaturos, característicos de fase 
de desenvolvimento que a pessoa já passou. 
 
Somatização - o conflito se transforma numa perturbação fisiológica. Por 
exemplo, numa fiscalização, o funcionário foi apanhado em flagrante falta. 
 
 
 
 
AULA 6 
 
DISTÚRBIOS DA PERSONALIDADE 
 
A melhor maneira de definir “distúrbio” é caracterizá-lo como deficiência 
psicológica com repercussão na área emocional e interpessoal. 
 
Este termo caracteriza uma faixa que vai desde formas neuróticas leves até a 
loucura, na plenitude do seu termo. 
 
DISTÚRBIOS DA PERSONALIDADE 
 
 
Normal seria aquela personalidade com capacidade de viver eficientemente, 
manter relacionamento duradouro e emocionalmente satisfatório com outras 
pessoas, trabalhar produtivamente, repousar e divertir-se, ser capaz de julgar 
realisticamente suas falhas e qualidades, aceitando-as. 
 
A falha de uma ou outra dessas características pode indicar a presença de uma 
deficiência psicológica ou “distúrbio” da personalidade. 
 
1º TIPO: NEUROSES 
 
É a existência de tensão excessiva e prolongada, de conflito persistente ou de 
uma necessidade longamente frustrada, é sinal de que na pessoa se instalou um 
estado neurótico. 
 
A neurose determina uma modificação, mas não uma desestruturação da 
personalidade e muito menos de perda de valores da realidade. 
 
NEUROSES 
 
a) Ansiedade - a pessoa é tomada por sentimentos generalizados e persistente 
de intensa angústia sem causa 
objetiva. Alguns sintomas são: palpitações do coração, tremores, falta de ar, 
suor, náuseas. Há uma exagerada e ansiosa preocupação por si mesmo. 
 
b) Fobias – uma área da personalidade passa a ser possuída por respostas de 
medo e ansiedade. Na angústia o medo é difuso e quando vem à tona é sinal de 
que já existia, há longo tempo. Se apresenta envolta em muita tensão, 
preocupação, excitação e desorganização do comportamento. Na reação fóbica, 
o medo se restringe a uma classe limitada de estímulos. Verifica-se a associação 
do medo a certos objetos, animais ou situações. 
 
c) Obsessiva-Compulsiva: A Obsessão é um termo que se refere a idéias que se 
impõem repetidamente à consciência. São por isto dificilmente controláveis. A 
compulsão refere-se a impulsos que levam à ação. Está intimamente ligada a 
uma desordem psicológia chamada transtorno obsessivo-compulsivo. 
 
2º TIPO: PSICOSES 
 
Houve uma desestruturação da sua personalidade. O dado clínico para se aferir 
à psicose é a alteração dos juízos da realidade. 
 
O psicótico passa a perceber a realidade de maneira diferente. Por isso, faz 
afirmações e tem percepções não apoiadas nem justificadas pelos dados e 
situações reais. 
 
Nas psicoses, além da alteração do comportamento, são comuns alucinações 
(ouvir vozes, ter visões e delírios). 
 
Pode ser possuído por intensas fantasias de grandezaou perseguição. Pode 
sentir-se vítima de uma conspiração assim como se julgar milionário, um ser 
 
divino, et 
 
PSICOSES 
 
a) Esquizofrenia - apatia emocional, carência de ambições, desorganização 
geral da personalidade, perda de interesse pela vida nas realizações pessoais e 
sociais. pensamento desorganizado, afeto superficial e inapropriado, riso 
insólito, bobice, infantilidade, hipocondria, delírios e alucinações transitórias. 
 
b) Maníaca-depressiva – caracteriza-se por perturbações psíquicas duradouras 
e intensas, decorrentes de uma perda ou de situações externas traumáticas. O 
estado maníaco pode ser leve ou agudo. É assinalado por atividade e 
excitamento. Os maníacos são cheios de energia, inquietos, barulhentos, falam 
alto e têm idéias bizarras, uma após outra. O estado depressivo, ao contrário, 
caracteriza-se por inatividade e desalento. Seus sintomas são: pesar, tristeza, 
desânimo, falta de ação, crises de choro, perda de interesse pelo trabalho, por 
amigos e família, bem como por suas distrações habituais. Torna-se lento na 
fala, não dorme bem à noite, perde o apetite, pode ficar um tanto irritado e muito 
preocupado. 
 
c) Paranóia – caracteriza-se sobretudo por ilusões fixas. É um sistema delirante. 
As ilusões de perseguição e de grandeza são mais duradouras do que na 
esquizofrenia paranoide. Os ressentimentos são profundos. É agressivo, 
egocêntrico e destruidor. Acredita que os fins justificam os meios e é incapaz de 
solicitar carinho. Não confia em ninguém 
 
d) Psicose alcoólica – é habitualmente marcada por violenta intranqüilidade, 
acompanhada de alucinações de uma natureza aterradora. 
 
e) Arteriosclerose Cerebral – evolui de um modo semelhante a demência senil. 
O endurecimento dos vasos 
cerebrais dá lugar a transtornos de irrigação sangüínea, as quais são causa de 
que partes isoladas do cérebro estejam mal abastecidas de sangue. Os sintomas 
são, formigamento nos braços e pernas, paralisias mais ou menos acentuadas, 
zumbidos no ouvido, transtorno de visão, perturbações da linguagem em forma 
de lentidão ou dificuldade da fala. 
 
PSICOPATIAS 
 
Os psicopatas não estruturam determinadas dimensões da personalidade, 
verificando-se uma espécie de falha na própria construção. 
 
Os principais sintomas das psicopatias são: 
 
• Diminuição ou ausência da consciência moral. 
• O certo e o errado; 
• o permitido e o proibido não fazem sentido para eles. 
• Desta maneira, simular, dissimular, enganar, roubar, assaltar, matar, não 
causam sentimentos de repulsa e remorso, em suas consciências. 
 
 
O único valor para eles é seus interesses egoístas: 
 
• Inexistência de alucinações; 
• Ausência de manifestações neuróticas; 
• Falta de confiança; 
• Busca de estimulações fortes; 
• Incapacidade de adiar satisfações; 
• Não toleram um esforço rotineiro e não sabem lutar por um objetivo distante; 
• Não aprendem com os próprios erros, pelo fato de não reconhecerem estes 
erros; 
• Em geral, têm bom nível de inteligência e baixa capacidade afetiva; 
• Parecem incapazes de se envolver emocionalmente. 
• Não entendem o que seja socialmente produtivo. 
 
AULA 7 
 
PERCEPÇÃO 
 
Em psicologia, neurociência e ciências cognitivas, percepção é a função cerebral 
que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências 
passadas. 
 
Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões 
sensoriais para atribuir significado ao seu meio. 
 
Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações 
obtidas pelos sentidos. 
 
A percepção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou 
fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos 
dos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve 
também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem 
influenciar na interpretação dos dados percebidos. 
 
PERCEPÇÃO E REALIDADE 
 
Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o 
comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade 
e não na realidade em si. 
 
Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada 
pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm 
especial importância para si própria. 
 
À medida que adquirimos novas informações, nossa percepção se altera. 
 
Diversos experimentos com percepção visual demonstram que é possível notar 
a mudança na percepção ao adquirir novas informações. 
 
 
Assim como um objeto pode dar margem a múltiplas percepções, também pode 
ocorrer de um objeto não gerar percepção nenhuma. 
 
Se o objeto percebido não tem embasamento na realidade de uma pessoa, ela 
pode, literalmente, não percebê-lo. 
 
As percepções são normais se realmente correspondem àquilo que o 
observando vê, ouve e sente. 
 
Contudo, podem ser deficientes, se houver ilusões dos sentidos ou mesmo 
alucinações. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A PERCEPÇÃO 
 
Os olhos são os órgãos responsáveis pela visão, um dos sentidos que fazem 
parte da percepção do mundo. 
 
O processo de percepção tem início com a atenção que não é mais do que um 
processo de observação seletiva, ou seja, das observações por nós efetuadas. 
 
Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em desfavor de 
outros. 
 
Os fatores externos mais importantes da atenção são: 
 
-a intensidade (pois a nossa atenção é particularmente despertada por estímulos 
que se apresentam com grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das 
ambulâncias possuem um som insistente e alto); 
 
-o contraste (a atenção será muito mais despertada quanto mais contraste existir 
entre os estímulos, tal como acontece com os sinais de trânsito pintados em 
cores vivas e contrastantes); 
 
-o movimento que constitui um elemento principal no despertar da atenção (por 
exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se 
movem do que estando parados); 
 
-a incongruência, ou seja, prestamos muito mais atenção às coisas absurdas e 
bizarras do que ao que é normal (por exemplo, na praia num dia verão prestamos 
mais atenção a uma pessoa que apanhe sol usando um cachecol do que a uma 
pessoa usando um traje de banho normal). 
 
Os fatores internos que mais influenciam a atenção são: 
 
a motivação (prestamos muito mais atenção a tudo quenos motiva e nos dá 
prazer do que às coisas que não nos interessam); 
 
a experiência anterior ou, por outras palavras, a força do hábito faz com que 
prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos; 
 
 
o fenómeno social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas 
de contextos sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objetos 
(por exemplo, os livros e os filmes a que se dá mais importância em Portugal não 
despertam a mesma atenção no Japão). 
 
Tipos de Percepção 
 
Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas são a percepção visual e 
auditiva, pois durante muito tempo foram fundamentais à sobrevivência da 
espécie (A visão e a audição eram os sentidos mais utilizados na caça e na 
proteção contra predadores). 
 
As demais formas de percepção, como a olfativa, gustativa e tátil, embora não 
associadas às necessidades básicas, têm importante papel na afetividade e na 
reprodução. 
 
Além da percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos também possuem 
capacidade de percepção 
temporal e espacial. 
Percepção visual 
 
A visão é a percepção de raios luminosos pelo sistema visual. Esta é a forma de 
percepção mais estudada pela psicologia da percepção. 
 
A maioria dos princípios gerais da percepção foram desenvolvidos a partir de 
teorias especificamente elaboradas para a percepção visual. 
 
Todos os princípios da percepção citados acima, embora possam ser 
extrapolados a outrasformas de percepção, fazem muito mais sentido em 
relação à percepção visual. 
 
A percepção visual compreende, entre outras coisas: 
 
• Percepção de formas; 
• Percepção de relações espaciais, como profundidade. Relacionado à 
percepção espacial; 
• Percepção de cores; 
• Percepção de intensidade luminosa. 
 
Percepção auditiva 
 
A audição é a percepção de sons pelos ouvidos. 
 
A psicologia, a acústica e a psicoacústica estudam a forma como percebemos 
os fenômenos sonoros. 
 
Uma aplicação particularmente importante da percepção auditiva é a música. Os 
princípios gerais da percepção estão presentes na música. Em geral, ela possui 
estruturação, boa-forma, figura e fundo (representada pela melodia e 
acompanhamento) e os gêneros e formas musicais permitem estabelecer uma 
 
constância perceptiva. 
 
Entre os fatores considerados no estudo da percepção auditiva estão: 
 
• Percepção de timbres; 
• Percepção de alturas ou freqüências; 
• Percepção de intensidade sonora ou volume; 
• Percepção rítmica, que na verdade é uma forma de percepção temporal; 
• Localização auditiva, um aspecto da percepção espacial, que permite distinguir 
o local de origem de um som. 
 
Percepção olfativa 
 
O olfato é a percepção de odores pelo nariz. Este sentido é relativamente tênue 
nos humanos, mas é importante para a alimentação. 
 
A memória olfativa também tem uma grande importância afetiva. A perfumaria e 
a enologia são aplicações dos conhecimentos de percepção olfativa. 
 
Entre outros fatores a percepção olfativa engloba: 
 
Discriminação de odores, que estuda o que diferencia um odor de outros e o 
efeito de sua combinação; 
 
• O alcance olfativo. 
• Tipos de Percepção 
• Percepção gustativa 
• O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação. 
 
Embora seja um dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar é 
geralmente associado ao prazer e a sociedade contemporânea muitas vezes 
valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos dos alimentos. 
 
Percepção tátil 
 
O tato é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, 
forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também sua temperatura. 
Além disso o tato é importante para o posicionamento do corpo e a proteção 
física. 
 
O tato não é distribuído uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem 
uma discriminação muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes 
são mais sensíveis ao calor. 
 
O tato tem papel importante na afetividade e no sexo. 
 
Entre os fatores presentes na percepção tátil estão: 
 
• Discriminação tátil, ou a capacidade de distinguir objetos de pequenos 
tamanhos. (Importante, por exemplo, para a leitura em Braille); 
 
• Percepção de calor; 
• A percepção da dor. 
 
Percepção temporal 
 
Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo 
que as pessoas são capazes de sentir a passagem do tempo. 
 
A percepção temporal esbarra no próprio conceito da natureza do tempo, 
assunto controverso e tema de estudos filosóficos, cognitivos e físicos, bem 
como o conhecimento do funcionamento do cérebro (neurociência). 
 
A percepção temporal já foi objeto de diversos estudos desde o século XIX até 
os dias de hoje, quando é estudado por técnicas de imagem como a ressonância 
magnética. 
 
Os experimentos destinam-se a distinguir diferentes tipos de fenômenos 
relevantes à percepção temporal: 
 
• a percepção das durações; 
• a percepção e a produção de ritmos; 
• a percepção da ordem temporal e da simultaneidade. 
 
Percepção espacial 
 
Assim como as durações, não possuímos um órgão específico para a percepção 
espacial, mas as distâncias entre os objetos podem ser efetivamente estimadas. 
Isso envolve a percepção da distância e do tamanho relativo dos objetos. 
 
A razão para separar a percepção espacial das outras modalidades repousa no 
fato de que aparentemente a percepção espacial é supra-modal, ou seja, é 
compartilhada pelas demais modalidades e utiliza elementos da percepção 
auditiva, visual e temporal. 
 
Assim, é possível distinguir se um som procede especificamente de um objeto 
visto e se esse objeto (ou o som) está aproximando-se ou afastando-se. 
 
Propriocepção 
 
Propriocepção é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, 
sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada 
parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. 
 
Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio e a 
realização de diversas atividades práticas. 
AULA 8 
TOQUE 
 
TOCAR A PELE É ESTÍMULO VITAL 
 
 
Trata-se do toque ou contato físico ou estímulo cutâneo. 
 
Observações sobre o comportamento dos animais mostram que a mãe lambe 
repetida e prolongadamente todo o corpo dos recém-nascidos e os mantém junto 
ao seu corpo nos primeiros dias, e isso garante seu crescimento e 
desenvolvimento iniciais. O afastamento dos recém-nascidos das mães não só 
dificulta esse desenvolvimento como deprime seu sistema imunitário. 
 
Essas e outras experiências indicaram que, em certas situações, a estimulação 
cutânea pode significar a diferença entre a doença e a saúde ou entre a vida e a 
morte. 
 
TOCAR A PELE: ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO 
 
Tem-se como certo hoje, que o contato físico é essencial para que os bebês 
tenham desenvolvimento físico, neurológico, psicológico e emocional normal. 
 
A pele transmite a natureza do contato, por meio dos neurotransmissores e 
nervos, até o sistema nervoso central e este modula, por meio dos mesmos 
mensageiros e das células imunitárias cutâneas, o estado da pele. 
 
Aquele princípio de não segurar no colo para não deixar a criança manhosa, já 
foi provado altamente maléfico. Quanto mais contato a criança tiver, quanto mais 
prontamente for atendida em suas necessidades de aconchego e carinho mais 
segura ela será e mais se desenvolverá somática e neurologicamente. 
 
TOCAR A PELE: ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO 
 
Portanto, a pele desempenha um papel certamente decisivo na saúde e na vida 
psicológica das pessoas e, às vezes, na recuperação de doentes desenganados, 
existindo relatos de quem tenha saído do estado de coma pela estimulação 
amorosa e prologada. Isso se passa pela ligação 
psiconeuroimunocutaneoendócrina, que assegura a interação permanente entre 
pele, sistema imunitário, sistema endócrino, sistema nervoso e mente. 
 
TOCAR FAZ A DIFERENÇA 
 
A pele é o órgão de transformação de estímulos físicos em comunicadores 
químicos e em estados psicológicos. 
 
Em qualquer época da vida, um contato terno e amoroso na pele produz a 
sensação de apoio, consolo, companhia e presença amiga; um contato rude e 
agressivo faz a pessoa sentir-se rejeitada, desprezada, invadida e provoca-lhe 
reação de defesa ou raiva. 
 
Portanto, a pele, além de órgão envoltório do organismo, com múltiplas funções 
de proteção e equilíbrio, informa o sistema nervoso permanentemente sobre o 
que se passa no ambiente e gera imagens mentais, emoções e sentimentos o 
tempo todo. 
 
 
Todo estímulo que ela recebe origina algum estado interior. E isso não se limita 
ao óbvio, como temperatura, tato e pressão, para os quais existem receptores 
nervosos na estrutura da pele. 
 
TRATAMENTO PELA PELE 
 
A possibilidade de ações terapêuticas pela pele é reconhecida pelos recursos do 
toque, da massagem e da acupuntura. 
 
A atitude curativa mais simples é a colocação das mãos sobre locais que 
sofreram ferimentos ou agressões. 
 
Todas as pessoas fazem isso intuitivamente e efetivamente deve ocorrer alguma 
influência invisível, de caráter puramente energético ou outro, não conhecido, 
porque a dor é atenuada instantaneamente e a cura é facilitada. 
 
Quem sofrer um traumatismo em alguma área da pele sentirá a dor esvanecer-
se de maneira incrível apenas porcolocar a mão no local atingido e a manter ali 
por alguns segundos ou minutos. 
 
A COURAÇA MUSCULAR 
 
Fato impressionante, porém, é o endurecimento que as pessoas sofrem através 
da vida, o qual torna sua pele quase insensível aos estímulos físicos. Primeiro, 
por causa das restrições, das proibições, das limitações, dos nãos e das 
manipulações através do medo, da vergonha e da culpa, todos os fatores 
geradores de estresse e, consequentemente, de tensão muscular e cutânea; 
depois, pela sexualização do contato físico, também estressante, imposta por 
informações viciosas passadas pelos pais, por educadores e pelas religiões. 
 
Essas tensões, repetidas e acumuladas nas aponeuroses, nos músculos e na 
pele, acabam por endurecer a tal ponto esses tecidos que formam o que Wilhelm 
Reich chamou "couraça muscular do caráter": a pessoa praticamente anestesia 
sua pele e não consegue sentir o contato amoroso ou o repele por sentir-se 
amedrontado por ele. 
 
Isso causa um enorme prejuízo emocional à pessoa, porque a necessidade de 
contato físico, essencial na infância, permanece por toda a vida e faz o ser 
humano sentir-se vivo. 
E o primeiro ambiente onde as pessoas podem aprender a tocar-se é a família. 
Lamentavelmente é aí que elas aprendem a não tocar nem ser tocadas pelos 
motivos mencionados. 
 
A falta de contato físico entre as pessoas isola-as nos seus envoltórios cutâneos 
e faz com que percam a percepção do amor dos familiares e amigos, que são 
essenciais ao bom funcionamento orgânico. 
Entre os adultos só se entende e aceita contato físico por interesse sexual, 
mesmo que seja praticado maquinalmente. Nas prisões, o pior castigo é a 
solitária, onde o detido fica privado de qualquer tipo de contato com outro ser 
 
humano. 
Essa exigência básica da natureza humana faz com que todos os indivíduos 
anseiem sempre por contato de qualquer tipo, visual, auditivo ou tátil para se 
sentirem reconhecidos como pessoas. 
 
Desses três tipos, o mais intenso é sem dúvida o contato pele a pele, seja por 
um aperto de mão, por uma carícia suave ou por um abraço; quando o indivíduo 
está fechado para esse tipo de estímulo, um contato agressivo ainda é melhor 
do que nada, pelo menos ele está sendo reconhecido. 
Os poucos que estão abertos ao contato espontâneo, os que consideram o 
contato como natural e benéfico, têm mais possibilidades de praticar atos tão 
lúdicos e prazerosos como dançar com parceiro ou parceira e estão mais aptos 
a ter atividade sexual consciente e satisfatória. 
 
TOQUE E EQUILÍBRIO 
 
Por isso é fundamental para a vida equilibrada que as pessoas toquem as outras, 
aceitem ser tocadas pelas outras e toquem a si mesmas. Para tal é preciso 
dessexualizar o contato físico e tocar como simples reconhecimento do outro, 
para transmitir amor, amizade e estímulo, e aceitar o mesmo da parte dos outros. 
 
Assim também é imprescindível que a pessoa toque a si mesma praticando a 
automassagem, método da medicina chinesa, que estimula todos os órgãos 
através de pontos de ativação dos meridianos, presentes na superfície da pele. 
 
Portanto, o toque na pele, o contato com a superfície cutânea, por meio do 
sistema constituído por terminações nervosas, vasos, células imunitárias e 
comunicadores químicos faz a diferença entre uma vida com bons 
relacionamentos e uma vida de isolamento e depressão. 
 
AULA 9 
DOR 
 
HISTÓRICO DA DOR 
 
A Dor e o Medo são as experiências mais primitivas do homem. 
 
Recursos para aliviar a dor precedem de milênios o entendimento sobre o seu 
mecanismo. 
 
De acordo com a IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor), a dor é 
uma experiência desagradável, sensitiva e emocional associada com lesão real 
ou potencial dos tecidos ou descrita em termos desta lesão. 
 
A dor não apresenta somente aspectos negativos. 
 
É uma forma de aviso, de alarme para o organismo, uma espécie de “algo está 
errado comigo”. 
 
 
A dor aparece como sintoma mais comum na Clínica Médica, e se admite que 
75% dos pacientes que consultam o hospital geral têm dor como sintoma 
predominante. 
 
A Síndrome da dor crônica é a principal causa de incapacidade nos EUA. 
 
DOR 
 
Limiar Fisiológico: É individual e pode ser definido como o ponto ou momento 
em que um dado estímulo é reconhecido como doloroso. 
 
Limiar de Tolerância: É o ponto em que o estímulo alcança tal intensidade que 
não pode mais ser tolerado. 
 
DOR E SEU ASPECTO PSICOLÓGICO 
 
Qualquer dor, seja ela aguda ou crônica, tenha ela causa conhecida ou não, tem 
sempre um componente psicológico. 
 
Este componente psicológico é extremamente variável de pessoa para pessoa, 
e é modificado e influenciado por fatores culturais, étnicos, sociais e ambientais. 
 
Há pessoas que, mesmo sentindo dor forte, têm perfeito controle sobre si. 
 
Outras, com a mesma dor, tomam atitudes irracionais, reagem de forma anômala 
frente ao stress da dor. 
 
DOR 
 
Dores crônicas costumam ter ainda mais envolvimento emocional que as dores 
agudas, e as reações das pessoas são as mais variadas. 
 
Algumas se entregam, resignadas, e se habituam à previsão de sentir dor pelo 
resto de suas vidas. 
 
Outras encaram a dor, procuram ajuda médica, combatem a dor, e muitas vezes 
a vencem, ou pelo menos minimizam sua dor a ponto de levarem uma vida 
bastante normal e emocionalmente equilibrada. 
 
DOR COMO SINTOMA 
 
Normalmente, DOR é consequência de algum distúrbio em algum órgão ou 
sistema do nosso organismo, sendo quase sempre possível estabelecer uma 
correlação entre eles. 
 
Múltiplas causas podem dar origem à DOR, como por exemplo, ferimentos, 
queimaduras, fraturas, inflamações, distensão ou estreitamento de 
víscerasocas, ou alteração de função de um órgão, da circulação sangüínea, e 
tantas outras mais. 
 
 
DOR COMO ALERTA 
 
Muitas pessoas tendem a ignorar alguma dor que sentem, não dando a ela a 
devida importância. É preciso lembrar sempre que DOR é um aviso do nosso 
organismo, querendo informar-nos de que algo não está bem. 
 
DOR é por isso mesmo, um importante mecanismo de defesa e de preservação 
da nossa vida. 
 
É importante que uma DOR seja devidamente valorizada e interpretada, para 
que se possa procurar eliminar a causa que deu origem a esta dor. 
 
EXPRESSÃO DA DOR 
 
É a forma pela qual a experiência da dor pode ser dividida ou comunicada pelo 
paciente. 
 
A comunicação da dor pode ser Verbal ou Não-Verbal e inclui Gestos, Gemidos, 
Atitudes, Posições Análgicas. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DORES 
 
Aguda: 
 
-Transitória. 
-Indica lesão ou doença. 
 
Traços Concomitantes: Midríase, sudorese, taquicardia... 
 
Crônica: 
 
-Persistente 
-Ganhos secundários 
 
Traços Concomitantes: Distúrbios do Sono, Anorexia, Diminuição da Libido, 
Constipação, Mudança de Personalidade... 
 
CARACTERIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DOLOROSA 
 
Sede: É o local onde se inicia ou onde é mais intensa, geralmente corresponde 
ao órgão atingido. 
 
Caráter: É a maneira pela qual a dor se manifesta, podendo ser de peso, 
pontada, aperto, cólica. 
 
Intensidade: Este dado é relativo, pois depende do limiar individual. 
 
Extensão: A dor localizada é de pequena extensão geralmente é superficial, 
enquanto que a profunda é mais extensa e mal determinada (dor visceral ou 
muscular). 
 
 
Irradiação: O interesse neste item reside no fato de que em algumas afecções, 
a dor tem radiação típica, facilitando o diagnóstico 
 
Moduladores: Os processos dolorosos da pleura pioram com inspirações 
profundas, pelo maior atrito entre as pleuras inflamadas. 
 
Fenômenos Concomitantes: Quase sempre estão na dependência de reflexos 
Víscero-Viscerais associados a reações de ordem psicológica, onde comumente 
estão associados o vômito, a sudorese, a palidez e a ansiedade. 
 
Horário de Aparecimento e Duração: Geralmente a dor está associada à funçãode um órgão. Assim, nas úlceras, a dor surge algum tempo após a ingestão de 
alimentos, quando se iniciam as contrações gástricas. 
 
Em se tratando de duração, geralmente quanto maior o tempo de duração da 
dor reflete maior gravidade. 
 
METAS NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA DOR 
 
Fornecer soluções completas para a melhora. 
 
Informar outros membros da equipe da base racional da avaliação. 
 
Interpretar a linguagem emocional da dor. 
 
Identificar variáveis interferentes no processo. 
 
AULA 10 
 
IMAGEM CORPORAL 
 
A imagem corporal é a percepção que temos de nós próprios e o que idealizamos 
ao pensarmos nos nossos corpos e aparência física. 
 
A imagem corporal é influenciada pelos padrões estipulados pela sociedade e a 
cultura que nos rodeia. A nossa família e as experiências individuais influenciam 
também a nossa imagem corporal. 
 
Imagem corporal é a figuração do próprio corpo formada e estruturada na mente 
do mesmo indivíduo, ou seja, a maneira pela qual o corpo se apresenta para si 
próprio. 
 
É o conjunto de sensações sinestésicas construídas pelos sentidos (audição, 
visão, tato, paladar), oriundos de experiências vivenciadas pelo individuo, onde 
o referido cria um referencial do seu corpo, para o seu corpo e para o outro, 
sobre o objeto elaborado. 
 
A auto-estima tem impacto no modo como vemos o nosso corpo e está 
 
relacionada com a maneira como uma 
pessoa valoriza as suas habilidades físicas, aptidões, capacidades inter-
pessoais, papéis familiares e imagem corporal. 
 
Pode desenvolver-se uma auto-estima pobre se os padrões corporais “ideais” 
não forem alcançados o que poderá resultar em percepções erradas do 
tamanho, conceitos falsos da forma e sentimentos negativos sobre o próprio 
corpo. 
 
Pode desenvolver-se uma imagem corporal negativa ou influenciada por uma 
história de abuso (físico ou sexual), pela troca por parte de amigos e familiares, 
por alterações na vida tais como mudar para uma escola nova ou para outra 
cidade, ou ainda por qualquer desenvolvimento físico resultante da puberdade, 
problemas de saúde, deformações cirúrgicas ou desportivas. 
 
Problemas com a imagem corporal e uma vivência de insatisfação corporal 
coloca uma pessoa em risco de desenvolver uma patologia alimentar. 
 
Os indivíduos com anorexia ou bulimia nervosa têm vulgarmente a noção de 
serem maiores do que na realidade o são, resultando numa imagem corporal 
negativa e intensificando os comportamentos dietéticos. 
 
O aumento de comportamentos dietéticos está associado com a depressão, 
diminuição da autoconfiança, intensificação dos sentimentos de ansiedade, de 
se sentir pouco atraente e com a preocupação constante com o peso. 
 
As pessoas com uma imagem corporal negativa: 
 
• Descrevem sentir insatisfação quanto ao seu aspecto físico 
• Pensam que a sua aparência é alvo de crítica e avaliação por parte de outros 
• Dão uma importância excessiva ao aspecto físico ao auto-avaliar-se 
• Tem uma preocupação angustiante com o próprio corpo 
• Sentem vergonha e/ ou acanhamento 
 
As pessoas com uma imagem corporal negativa podem: 
 
• Fazer exames físicos excessivos (pesar, medir e provar roupa) 
• Disfarçar o seu tamanho e forma usando roupa larga e grande 
• Evitar situações sociais que possam desencadear uma auto-consciência física 
• Evitar expor o corpo (não usando fatos de banho ou calções) 
 
Uma imagem corporal positiva revela: 
 
• Auto-confiança, energia, vitalidade e auto-avaliação positiva 
• Sentimentos de beleza e atracção 
• Confiança e respeito pelo próprio corpo 
• Liberdade de expressão corporal não dependente do peso 
 
COMO SE PROCESSA O DESENVOLVIMENTO DA IMAGEM CORPORAL? 
 
 
A Imagem Corporal se desenvolve desde o nascimento até a morte, dentro de 
uma estrutura complexa e subjetiva, sofrendo modificações que implicam na 
construção contínua, e reconstrução incessante, resultante do processamento 
de estímulos. 
 
Durante os anos pré-escolares a criança desenvolve de forma acentuada o seu 
conceito a respeito da imagem corporal. 
 
IMAGEM CORPORAL 
 
Com um pensamento e uma linguagem mais abrangente, começa a reconhecer 
que a aparência das pessoas pode ser mais ou menos desejável e as diferenças 
de cor ou raça. 
 
Ela conhece o significado das palavras "bonito" e “feio" e reflete a opinião que 
os outros têm a respeito de sua aparência. 
 
Apesar de seus progressos no desenvolvimento da imagem corporal, o pré-
escolar ainda tem uma noção pouco definida a respeito dos limites do seu corpo, 
além de possuir escassos conhecimentos de sua anatomia interna. Em virtude 
disto, qualquer experiência invasiva o atemoriza, especialmente quando há 
solução de continuidade da pele, tais como pequenos cortes ou escoriações. 
 
Em seu pensamento, em consequência de uma pele rompida pode escapar todo 
o seu sangue e interiores. Por isto os curativos são tão importantes para segurar 
tudo dentro, e qualquer arranhão precisa de mercúrio ou esparadrapo, para que 
a interpretação da imagem corporal da criança seja atendida evitando distúrbios 
que possam surgir posteriormente (MONTARDO, 2002). 
 
A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos, estando o 
seu corpo ocupando um espaço no ambiente em função do tempo, captando 
assim imagens, recebendo sons, sentindo cheiros e sabores, dor e calor, 
movimentando-se. O corpo é o seu centro, o seu referencial, para si mesma, 
para o espaço que ocupa e na relação com o outro. 
 
A noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos 
disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da 
relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma 
imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos (RAMOS, 2002). 
 
A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer 
relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por 
volta dos quatro ou cinco anos. 
 
A imagem corporal é continua e representativa do esquema postural e 
acompanha o indivíduo desde o seu nascimento até o ultimo suspiro, sofrendo 
adaptações e transformações globais de acordo com o momento vivido. 
 
O esquema corporal é uma aquisição lenta e paulatina. Se estrutura sobre a 
base dos componentes neurológicos em desenvolvimento e maturação onde se 
 
liga fundamentalmente, as percepções exteroceptivas, proprioceptivas e 
interoceptivas que permitem estabelecer, em um momento inicial a consciência 
sobre localização espacial total, a capacidade e o funcionamento de uma 
determinada parte do corpo, a consciência inicial sobre a magnitude do esforço 
necessário para realizar uma determinada ação, e a consciência sobre a posição 
do corpo e suas partes no espaço durante esta ação (BARRETO, 2002). 
 
O SER NO MUNDO: 
 
INFLUÊNCIAS SÓCIO-CULTURAIS NA IMAGEM CORPORAL 
 
Vale ressaltar que o interesse e atenção das pessoas que nos cercam exercem 
muita influência na elaboração de nossa imagem corporal, o que nos leva a 
concluir que no processo de estruturação da imagem corporal as experiências e 
sensações obtidas por ações e reações dos outros em nossas relações sociais 
são parte integrante do processo e da construção da imagem corporal. 
 
O ser no mundo ao construir-se constrói também os que o circundam, pois "as 
experiências visuais que levam à construção da imagem corporal pessoal levam, 
ao mesmo tempo, à construção da imagem corporal dos outros"(Schilder , 1994, 
p.188). 
 
Esta afirmação deixa claro que a imagem corporal não está presa aos limites do 
próprio corpo, mas, pelo contrário, vai além dele: "é um fenômeno social" 
(Schilder, 1994, p.189) porque justifica-se na existência deste ser no mundo, 
sendo que "o espaço interno e externo do modelo postural não é o mesmo da 
física" (Schilder, 1994, p.185). 
 
Contudo, a imagem corporal não está ligada apenas a configurações perceptivas

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