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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X AQUATRANS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., representada por seu administrador..., com endereço na..., bairro..., cidade..., Estado..., por seu advogado, com endereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 106, do CPC/2015, com fundamento no artigo 5º, LXIX da CRFB/88 e artigo 1º da Lei nº 12.016/09, vem impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR em face de ato ilegal do GOVERNADOR DO ESTADO X, com endereço...,integrante da pessoa jurídica de direito público o ESTADO X, pelos fatos e fundamentos de direito a seguir aduzidos: DOS FATOS A impetrante, há mais de sete anos é concessionária de transporte público aquaviário no Estado X; no entanto, foi surpreendida com a edição do Decreto 1.234, da Chefia do Poder Executivo Estadual, que, na qualidade de Poder Concedente, declarou a caducidade da concessão. Não bastasse o ato arbitrário do impetrado em declarar a caducidade da concessão, este ainda fixou o prazo de trinta dias para assumir o serviço, ocupando as instalações e os bens reversíveis. No entanto, cabe ressaltar, que a impetrante jamais fora cientificada de qualquer inadequação na prestação do seu serviço, sendo, portanto, questionável a juridicidade do decreto, uma vez que não lhe foi dada nenhuma oportunidade de defesa. A impetrante, diante da edição do Decreto, viu-se obrigada a impetrar o presente remédio constitucional visando assegurar o seu direito de continuar prestando o serviço. DOS FUNDAMENTOS Diante dos fatos aduzidos, verifica-se o cabimento da presente medida, encontrando a impetrante amparo no artigo 5º, LXIX, da CRFB/88 e na Lei nº 12.016/09, que prevê a concessão de mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus, sendo claro o ato ilegal praticado pela autoridade coatora, excelentíssimo Governador do Estado. O Decreto nº 1.234 que declarou a caducidade padece de graves vícios de legalidade, conforme será amplamente demonstrado. A caducidade é meio de extinção do contrato de concessão por iniciativa do Poder Concedente, antes de seu termo final, em razão de inadimplência contratual da concessionária. O regime jurídico dessa forma de extinção contratual vem previsto pelo artigo 38 da Lei Geral das Concessões de Serviços Públicos (Lei nº 8.987/95). O § 2º, do artigo 38, da Lei nº 8.987/95 exige que a declaração de caducidade seja precedida da verificação do inadimplemento em processo administrativo próprio, dentro do qual seja assegurado à concessionária o direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa, o que não se verificou no caso em tela, como se pode deduzir dos termos do próprio Decreto estadual. Houve, portanto, violação não só ao § 2º, mas especialmente aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, ambos tutelados pela Carta da República, em seu artigo 5º, incisos LIV e LV, respectivamente. Ademais, consoante determinação expressa do § 3º, do artigo 38, da Lei nº 8.987/95, a instauração do processo administrativo voltado a apurar a inadimplência da concessionária só pode ser efetivado após a concessionária ter sido comunicada, formal e detalhadamente, acerca das suas falhas. E mais: essa comunicação deve conceder um prazo para que as falhas sejam corrigidas. Assim, conclui-se que o Decreto em apreço também violou o referido § 3º, do artigo 38, da Lei 8.987/95. Em síntese, no caso em comento, não se encontravam presentes as condições legais para amparar o Decreto nº 1.234, quais sejam: a) procedimento administrativo próprio para apuração do “motivo de fato” da caducidade. b) prévia comunicação detalhada à concessionária exigida pelo § 3º, do artigo 38, da Lei de Concessões. Portanto, restou configurado o direito líquido e certo da impetrante de ver invalidado o Decreto nº 1.234 por ter sido expedido em descordo com o Direito vigente. DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR Encontram-se presentes os requisitos ensejadores da concessão de medida liminar na forma do artigo 7º, III, e parágrafos, da Lei nº 12.016/09, quais sejam, o fumus boni iuris (o magistrado não está julgando se a pessoa tem direito; isso somente será feito na sentença de mérito, quando decidir o processo), mas se ela parece ter o direito que alega) e periculum in mora (significa que se o magistrado não conceder a liminar imediatamente, o direito poderá perecer ou sofrer dano, por vezes, irreparável) O primeiro requisito reside no fato de a impetrante não ter sequer sido notificada sobre eventual descumprimento do contrato, não exercendo o legítimo direito de defesa. O segundo requisito, no fato de que o Decreto nº 1.234, enquanto ato administrativo, é dotado de presunção de legitimidade e de autoexecutoriedade, o que permite ao Poder Concedente executá-lo imediatamente sem necessidade de prévia autorização judicial, e a execução imediata do Decreto implicará a desmobilização do aparato administrativo e operacional desta impetrante, gerando sérios danos materiais. Considerando os fatores acima alinhados, é necessária a concessão de medida liminar destinada a suspender os efeitos do ato administrativo ora impugnado até que a questão seja definitivamente decidida nestes autos, considerando, ainda, que a permanência da impetrante no contrato até o julgamento final, como já vem fazendo há sete anos, não causa prejuízo à Administração Pública. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) a CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR para determinar a suspensão dos efeitos do ato impugnado até o julgamento definitivo da pretensão deduzida nesta ação; b) a notificação da autoridade coatora, para que, querendo, no prazo legal, preste as informações que entender pertinentes, conforme artigo 7º, I, da Lei nº 12.016/09; c) seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, para que, querendo, ingresse no feito; d) a intimação do Ilustre Membro do Ministério Público, na forma do artigo 12 da Lei nº 12.016/09; e) que o pedido seja ao final julgado procedente para conceder a segurança declarando a invalidade do Decreto 1.234, da Chefia do Poder Executivo Estadual, tornando definitiva a liminar concedida; f) a condenação do impetrado em custas processuais. DAS PROVAS Requer a análise das provas anexadas à presente ação. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (valor por extenso). Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... Advogado... OAB/UF n.º...
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