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BIOQUÍMICA – P1 Fundamentos: - Macronutrientes: Carboidrato: são a fonte energética primária para os seres vivos. Podem ser digeridos e ter seus monossacarídeos oxidados para a produção de energia. O monossacarídeo mais comum é a glicose, que possui 6 carbonos e participa dos mais diversos processos metabólicos. Proteína: atuam como enzimas, catalisadores biológicos com alto especificidade e como transportadoras de substâncias como glicose e aminoácidos através da membranas celular e do plasma sanguíneo. Estruturam a célula, conferindo sua forma, suporte e resistência. Além disso, atuam na defesa do corpo contra os organismos invasores, produzindo anticorpos. - Micronutrientes: Vitaminas: não são usadas nem como energia, nem como material de reposição celular. Funcionam como aditivos– são indispensáveis ao mecanismo de produção de energia e outros, mas em quantidades pequenas. - Complexos Supramoleculares: complexos nos quais as macromoléculas são unidas por interações não covalentes – individualmente mais fracas do que as covalentes. Entre essas ligações estão as ligações de hidrogênio (entre grupos polares), as interações iônicas (entre grupos carregados), as interações hidrofóbicas (entre grupos apolares em solução aquosa) e as interações de Van der Waals (forças de London), todas elas com energia muito menor do que as ligações covalentes. O grande número de interações fracas entre as macromoléculas em complexos supramoleculares estabilizam essas agregações, gerando suas estruturas singulares. Aminoácidos: Grupos R alifáticos e apolares: glicina, alanina, prolina, valina, leucina, isoleucina e metionina (hidrofóbicos) Grupos R aromáticos: fenilalanina (hidrofóbica), tirosina e triptofano (anfipáticos) Grupos R polares e sem carga: serina, treonina, aspargina e glutamina (hidrofílico) Grupos R positivamente carregados: lisina, arginina e histidina (hidrofílicos) Grupos R negativamente carregados: aspartato e glutamato (hidrofílicos) - Pontes de hidrogênio com a água: Ser, Thr, Asn, Gln (aminoácidos polares) Lys, Arg, His, Glu, Asp (são aminoácidos carregados que podem estabelecer interações eletrostáticas; mas estes aminoácidos podem também formar pontes de hidrogênio) Tyr,Trp (são classificados como aminoácidos aromáticos; estes grupos aromáticos têm caráter hidrofóbico; podem também formar pontes de hidrogênio - por exemplo, OH da Tyr pode formar ponte de hidrogênio) Cys (grupo SH pode formar ponte de hidrogênio, embora mais fracamente) - Peptídeos: são produtos da condensação de aminoácidos com a perda de água: O grupo amino terminal sempre vai na esquerda e o grupo carboxila terminal na direita (convenção). O ponto isoelétrico (PI) é o pH no qual o aminoácido se encontra na sua forma dipolar, completamente ionizada nas sem carga elétrica líquida ( carga nula). Para aminoácidos que não possuem grupos ionizáveis em sua cadeia lateral, o PI é apenas a média aritmética dos 2 valores de pka: PI = (pka 1 + pka2) / 2 Exercícios (exemplos): 1) Calcular a carga do Tyr-Glu-Arg-Ser no ph = 7,3 R: Cargas dos aminoácidos: Tyr (zero) Glu (-) Arg (+) Ser (zero). Fazendo-se a soma, a carga dá zero. 2) Explique por que o pka dos grupos ionizáveis difere do pka nos aminoácidos isolados. R: O pka dos peptídeos é maior do que o pka dos aminoácidos isolados, pois o grupo carboxila, ao se aproximar do grupo amino, facilita a perda do próton. No aminoácido isolado, o grupo amino repele o próton (H+) que se dissocia do grupo carboxila e o grupo COO- formado é estabilizado pelo NH3. Nos peptídeos a influência do grupo amino sobre o grupo carboxila é menor, e com isso a dissociação do próton se torna mais difícil (maior o pka). Assim, quanto maior o pka, mais difícil se torna a desprotonação (a perda de prótons) e quanto menor o pka, mais fácil será a perda de prótons. 3) Analisando-se a tabela abaixo, indique a carga do aminoácido Thr nos pHs: a) 0.5, o grupo COOH ainda não desprotonou, pois só desprotona quando estiver no pH = 2,1. Assim a carga do Thr é +1 b) 2.1, ph = pk1, este pH é exatamente o pka em que a Thr perde seu próton do grupo amino, assim, 50% está desprotonado (carga zero) e 50% protonado (carga +1). A carga é +0,5 (+1 + zero / 2 = +0,5) c) 5.9, este é o PI (2,1 + 9,1 = 5,9) em que a carga é zero d) 7.4, a carga é muito próxima de zero (somente no pI a carga é exatamente zero). Para saber a carga exata, a equação de H-H deveria ser aplicada. Entretanto, como pH 7.4 é diferente tanto do pK1 quanto do pK2 por pelo menos 2 unidades, podemos aproximar e considerar que todos grupos COOH estão desprotonados e todos NH3 + estão protonados neste pH. Portanto, no pH 7.4 a carga é praticamente zero. e) 9.6, pH = pk2, 50% está com o grupo carboxila desprotonado e 50% com o grupo amino desprotonado (-1 + zero / 2 = -0,5). A carga é -0,5 f) 13, como já desprotonou o grupo NH3 +, a carga é -1 4) A His tem um pKR = 6. Vimos na aula que para o pH de 7.3 a porcentagem de His no estado protonado (positivamente carregado) é de 4.8%. Assumindo que esta interação eleve o pKR da His para 9, calcule agora a porcentagem de His positivamente carregadas. pH + pka + log (A/HA+) A + HA+ = 1 (100%) R: pH + pka + log (A/HA+) 7,3 = 9,0 + log (A/HA+) HA+/A = 50 Substituindo... na segunda equação, [A] = 0,01960 (1,96 %) e [HA+] = 98,03 % Estrutura tridimensional das proteínas: Estrutura Primária: É a sequência de aminoácidos e determina a estrutura dimensional. As variações na estrutura primária dos peptídeos podem ser: 1. Quando não comprometem a função: Regiões não críticas Por substituições conservativas (ex: um aminoácido é trocado por outro da mesma classe) 2. Quando comprometem a função: Regiões críticas (ex: sítios de ligação) Substituição não conservativa Variações na sequência de aminoácidos que podem levar a doenças (ex: anemia falciforme) Exemplo: Um resíduo de Lisina (polar) no exterior é mutado por uma Serina (polar). Outro resíduo de Lisina no interior da mesma proteína é também mutado por uma Serina. Qual dessas duas mutações é uma mutação conservativa? R: Como a superfície externa é polar (reage com a água) a troca por uma Serina, que também é polar, é conservativa, pois não compromete a função. Cadeia lateral e pKa: quando dois aminoácidos de cargas opostas (um positivo e outro negativo) são aproximados, o pKa diminui, pois a carga positiva equilibra a carga negativa e a desprotonação se torna mais fácil. Por exemplo, quando uma Lya (+) se aproxima do Glu (-) o pka diminui. Aminoácidos de mesma carga procuram se protonar para se estabilizarem, fazendo o pka aumentar. Exemplos: 1) Calcule a cadeia lateral do tripeptídeo Val-Arg-Lys: R: O aminoácido da esquerda (Val) utiliza-se o pk2 (pk para retirar o próton do NH3 +). O da direita utiliza-se o pk1 (pk para se desprotonar o COOH). Coloca-se todos os pkr e os pkas em ordem crescente. Pk2 Val: 9,62 ordem crescente: - 2,8 – 9,62 – 10,52 – 12,48 - Pkr Arg: 12,48 cargas: +3 +2 +1 0 (PI) -1 Pk1 Lys: 2,18 Pkr Lys: 10,53 Vendo a fórmula estrutural do tripeptídeo percebe-se que no pH fisiológico (7,0), quando nenhuma cadeia sofreu desprotonação ainda, a sua carga é +2. A partir disso é possível se calcular o PI. Como 7,0 fica entre os valores de pH 2,8 e 9,62, a carga +2 é colocada nesta posição e percebe-se que a carga zero fica entre os valores 10,52 e 12,48. O PI é calculado com esta média aritmética: PI = 10,52 + 12,48 / 2 = 11,5 EstruturaTridimensional: As ligações peptídicas C-N não podem girar livremente por causa de seu caráter parcial de ligação dupla e a rotação é permitida ao redor das ligações N-Cα e Cα-C. As ligações peptídicas rígidas limitam a variação de conformações possíveis para uma cadeia polipeptídica. Esta conformação é definida por três ângulos (phi, psi e ômega) que refletem a rotação sobre cada uma das três ligações. A ligação peptídica está geralmente na conformação trans, restringindo o ω de 180°. Diagrama de Ramachandran: as áreas em azul escuro representam as conformações que não envolvem impedimento estérico e são totalmente permitidas. Já as áreas em azul claro indica as conformações que não são permitidas. Estrutura Secundária: Se refere a qualquer segmento de uma cadeia polipeptídica e descreve o arranjo espacial de seus átomo na cadeia principal, sem considerar a conformação de suas cadeias laterais ou sua relação com outros segmentos. Hélice α: Nesta estrutura o esqueleto polipeptídico é firmemente enrolado em torno de um eixo longitudinal no centro da hélice, e os grupos R dos resíduos de aminoácidos se projetam para fora do esqueleto helicoidal. A unidade se repete formando uma hélice que é estabilizada por uma ligação de hidrogênio entre o átomo de hidrogênio ligado ao átomo de nitrogênio eletronegativo de uma ligação peptídica e o átomo de oxigênio eletronegativo do carbonila do 4º aminoácido no lado aminoterminal da ligação (a ligação de hidrogênio ocorre entre o oxigênio com o hidrogênio ligado ao nitrogênio n +4). Um dos grupos laterais é positivo e o outro negativo, formando uma interação iônica que ajuda a estabilizar a hélice. Se houver um conjunto de grupos de mesma cara a hélice é desestabilizada. Aminoácidos: Alanina: alta propensão a forma hélice α (favorável) Prolina: desestabiliza a hélice α, pois sua geometria irregular induz a dobra da hélice e sua desestabilização Glicina: desestabiliza a hélice α, por ter uma alta flexibilidade, tende a formar estruturas espiraladas diferentes da hélice Fatores que influenciam a estabilidade da hélice α: Tendência de um aminoácido formar uma hélice α Interações entre os grupos R Volumes de grupos R adjacentes Ocorrência de Pro e Gly Interações entre os resíduos de aminoácidos das extremidades do segmento helicoidal e o dipolo elétrico da hélice α Conformação β: O esqueleto da cadeia polipeptídica está estendido em forma de zigue-zague, ao invés de uma estrutura helicoidal. As cadeias podem se arranjar lado a lado, chamado de folhas β, na qual as ligações de hidrogênio são formadas entre segmentos adjacentes da cadeia polipeptídica. As folhas beta podem ser paralelas ou antiparalelas e algumas estruturas proteicas limitam os tipos de aminoácidos que podem ocorrer em folhas beta. Quando duas ou mais folhas beta estão próximas na estrutura de uma proteína, os grupos R dos resíduos de aminoácidos na superfície interna devem ser pequenos. Os resíduos Gly e Ala são os dois aminoácidos com menores grupos R. Voltas β: Conectam as extremidades de dois segmentos adjacentes de uma folha β antiparalela e é uma volta em 180º que ocorre ao longo de 4 aminoácidos, gerando uma mudança abrupta da direção da cadeia polipeptídica. A Pro e Gly são comuns nas voltas beta, a Gly pois é pequeno e flexível. Alças: São mais elaboradas que a volta beta e podem ser rígidas e bem definidas. Estão na superfície da proteína e participam de interações com outras proteínas, por exemplo, no sítio de ligação dos anticorpos. Exemplo: estrutura química do seguimento -Ala-Lys-Ala-Val-Glu- A ligação peptídica está marcada em vermelho. A estrutura de ressonância está representada com uma linha pontilhada, indicando que a ligação N-H tem um caráter parcial de ligação dupla. Os 6 átomos do plano rígido estão marcados em azul. A localização dos ângulos está indicada em verde. Linha roxa pontilhada: Pontes de hidrogênio nas hélices a são formadas entre o O do grupo C=O no resíduo i e o H do grupo N-H no resíduo i+4 Sim, pode haver interação eletrostática entre aminoácidos de carga oposta nas hélices a, desde que estes aminoácidos estejam próximos e alinhados um com o outro. Neste exercício, a cadeia lateral R2 da Lys interage com a cadeia lateral R5 do Glu. Dicroísmo Circular: caracterização da estrutura secundária das proteínas Se refere a polarização circular em sentido horário e anti-horário. É a absorção d luz polarizada nesses dois snetidos. Estruturas quirais exibem este fenômeno. O espectro CD é correspondente a hélice alpha e conformação beta, usado para calcular a porcentagem destas na hdevido a alterações de pH e temperatura. Dobramento de Proteínas: o dobramento da cadeia deve apresentar uma energia livre de Gibbs favorável (G < 0) que torna a proteína marginalmente estável. As pontes de hidrogênio na hélice alpha estabilizam sua conformação, mas não contribuem para o G < 0. Nas hélice alpha e folhas beta as pontes de hidrogênio entre o H2O e certos aminoácidos (Ser, Asn, Glu, Lys, Glu, etc) são quebradas durante o processo de dobramento. Esta quebra está associada a um G positivo, e portanto, desfavorável ao dobramento. A principal força/energia motriz para o dobramento é de natureza entrópica. Durante o dobramento, água ao redor de resíduos hidrofóbicos na cadeia estendida é expulsa da interface entre estes resíduos quando eles se agrupam em 3D. Este é o chamado efeito hidrofóbico, de natureza entrópica. Doenças amiloidogênicas: é o dobramento incorreto de cadeias polipeptídicas que podem levar a formação de fibras amiloides. Formação das fibras: a associação dos peptídeos forma uma estrutura fibrilar estável. O processo de formação é espontâneo, mas lento, e as mutações podem acelerá-lo. Estrutura Terciária e Quaternária: A estrutura terciária é o arranjo tridimensional total de todos os átomos de uma proteína. A localização das curvaturas nas cadeias polipeptídicas e sua direção e seu ângulo são determinadas pelo número e pela localização de resíduos específicos que tendem a formá-las. A estrutura quaternária constitui no arranjo de subunidades proteicas em complexos tridimensionais. Há dois tipos de grupos de proteínas: Proteínas Fibrosas: com cadeias polipeptídicas arranjadas em longos filamentos ou folhas (ex: mioglobina) Proteínas Globulares: com Cdeias polipeptídicas dobradas em forma esférica ou globular (exs: colágeno e queratina) Colágeno: possui estrutura hélice α tradicional Formado por Gly-X-Pro ou Gly-X-4Hyp 3 cadeias α se associam umas sobre as outras Somente a Gly é pequena para se encaixar no centro da superhélice Queratina: Duas hélices α “enganchadas” Estruturas de ordem maior são mantidas por pontes de disulfeto Motivo (dobramento): é um padrão de dobramento identificável, envolvendo dois ou mais elementos da estrutura secundária e a conexão entre eles. Um exemplo é a alça β-α-β Domínio: é uma parte da cadeia polipeptícia que é independentemente estável ou pode se movimentar como uma entidade isolada em relação ao resto da proteína. Domínio diferentes possuem funções diferentes e proteínas pequenas geralmente possuem apenas um domínio (o domínio é a própria proteína). Grupos Prostéticos: são componentes funcionais ligados fortemente às proteínas Desnaturação e dobramento das proteínas: perda da integridade estrutural da proteína com a perda da função devido a uma alteração no pH, na temperatura e dos solventes orgânicos Função Proteica Uma molécula que interage de modo reversível com uma proteína é chamada de ligante que pode ser qualquertipo de molécula, incluindo outra proteína. Um ligante interage com uma região da proteína chamada de sítio de ligação, que é complementar a ele em tamanho, forma e carga. Além disso, a interação é específica. A interação de uma proteína com seu ligante está acoplada a uma mudança de conformação da proteína que torna o sítio de ligação mais complementar ao ligante, permitindo uma interação mais firme. A adaptação estrutural que ocorre entre proteína e ligante é chamada de encaixe induzido. As moléculas que as enzimas exercem seus efeitos são chamadas de substratos da reação e o sítio de ligação é chamado de sítio ativo. Como o oxigênio é pouco solúvel em soluções aquosas, não pode ser transportado para os tecidos em altas quantidades se simplesmente estiver dissolvido no plasma. Nenhuma cadeia lateral dos aminoácidos das proteínas é adaptada para a ligação reversível de moléculas de oxigênio e por isso esta função é exercida por determinados metais de transição, entre eles o cobre e o ferro. O ferro é incorporado em um grupo prostético chamado de heme, ligado à proteína. A ligação de uma proteína (P) a um ligante (L) pode ser descrita por uma expressão de equilíbrio: P + L PL Constante de equilíbrio (Ka) = [PL]/[P].[L] = Ka/Kd e Kd = 1/Ka Ka é uma constante de associação que mede a afinidade do ligante L pela proteína (unidade: M-1). Um alto valor de Ka corresponde a uma afinidade mais alta do ligante pela proteína. Logo, quanto menor o Kd maior a afinidade. Quando a concentração do ligante for muito maior do que a concentração dos sítios de interação com o ligante, a interação com a proteína não altera de modo significativo a concentração do ligante livre, isto é, [L] permanece constante: Quando Kd (constante de dissociação) for igual a concentração de ligante livre, θ = 0,5. Isto é, Kd equivale a concentração de ligante livre (L) na qual metade dos sítios de ligação estão ocupados. Mioglobina: Encontrada principalmente no tecido muscular dos mamíferos É uma proteína de transporte, que facilita a difusão do oxigênio no músculo Consiste em um único polipeptídio de 153 resíduos de aminoácidos com uma molécula heme e é da família das globinas. O polipeptídeo é formado por 8 segmentos α-helicoidais e liga-se apenas a uma única molécula de O2 Hemoglobina: Carrega quase todo o oxigênio dos tecidos nos eritrócitos e devido a múltiplas subunidades e As interações entre as subunidades da hemoglobina causam mudanças conformacionais que alteram a afinidade da proteína pelo oxigênio e a modulação da ligação do O2 permite que a proteína de transporte responda a alterações na demanda de oxigênio pelos tecidos. Possui duas cadeias α e duas cadeias β (interagindo através de ligações não covalentes), além de 4 grupos heme (um em cada subunidade), ligando-se a 4 moléculas de oxigênio. Suas conformações principais são: estado R (relaxado) e estado T (tenso). O oxigênio possui muito mais afinidade pela proteína no estado R e a ligação é estabilizada. A ligação modo O2 à subunidade da hemoglobina no estado T desencadeia uma mudança na conformação para o estado R. Os pares de subunidades αβ deslizam um sobre o outro e sofrem rotação, estreitando o bolsão entra as subunidade β. A hemoglobina passa de um estado de baixa afinidade (estado T) para um de alta afinidade (estado R). Estado T (desoxi-Hb): Estado R (Oxi-Hb): Sem oxigênio Com oxigênio (4 ligados) A histidina está na superfície da Hb A histidina está no meio da Hb Ligação cooperativa: a hemoglobina liga o oxigênio nos pulmões onde o pO2 é alto (e a afinidade é baixa) e libera-o nos tecido onde o pO2 é baixo (e a afinidade é alta). A primeira molécula de O2 que interage com a desoxiemoglobina o faz fracamente, pois se liga a uma subunidade no estado T. Sua ligação leva a mudanças de conformações que são transferidas às subunidades adjacentes, facilitando a ligação de moléculas adicionais de O2. A última (quarta) molécula de O2 se liga com uma afinidade muito mais alta do que a primeira! Isto é chamado de cooperatividade, pois as diferentes subunidades se “comunicam” umas com as outras. Além de transportar oxigênio, a Hb transporta Co2 e H+ dos tecidos para os pulmões e para os rins, onde são excretados. Esta reação é catalisada pela anidrase carbônica. O efeito Bhor é o efeito do pH e da concentração de CO2 sobre a ligação e a liberação do oxigênio pela Hb. No pH baixo e em alta concentração de CO2, a afinidade da Hb pelo oxigênio diminui quando o H + e o CO2 se ligam e o oxigênio é liberado para os tecidos. Já nos capilares, quando o CO2 é excretado e o pH do sangue aumenta, a afinidade da Hb pelo oxigênio aumenta, e a proteína liga mais O2. A ligação do O2 à hemoglobina é regulada por BPG. A ligação de BPG no estado T estabiliza a Hb, reduzindo a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. Quando a Hb muda para o estado R, o bolsão se torna estreito, impedindo a ligação BPG. O estado T é estabilizado através de pontes salinas entre a BPG (negativa) e os resíduos de aminoácidos (positivos). Em altas altitudes o nível de BPG aumenta, para poder liberar mais O2 e facilitar a respiração. Anticorpos: Um determinado anticorpo se liga somente a uma estrutura molecular específica dentro do antígeno, chamada de epitopo. A imunoglobulina (IgG) é formada por 4 cadeias polipeptídicas: duas cadeias pesadas (grandes) e duas cadeias leves, unidas por ligações não covalentes e ligações dissulfeto. As cadeias pesadas interagem em uma das extremidades e se ramificam para interagir separadamente com as cadeias leves, formando uma molécula com o formato de Y. A hidrólise da IgG libera o fragmento basal, chamado de Fc, e os dois ramos, chamados de Fab, isto é, os fragmentos de ligação ao antígeno. Cada ramo tem um único sítio de ligação. Espectrometria I) M + Z /Z = 742,0 M = 741,0 Z II) M + Z + 1/Z +1 = 741,5 741,5 Z + 741,5 = M + Z + 1 M = 740,5 Z + 740,5 Substituindo... M = 741,0 Z na II equação: 741,0 Z – 740,5 Z = 740,5 Z = + 1481 (carga) Logo: M = 741,0 x 1481 = 697551 Da Conceito: A digestão da proteína é seguida da detecção de peptídeos segundo a sua relação massa carga (m/z) seja na sua forma intacta, gerando íons com um ou mais cargas, ou na forma de fragmentos através da fragmentação do peptídeo na câmara de colisão. Embora ocorram vários tipos de fragmentações no peptídeo há uma predominância de fragmentações na ligação peptídica que resultam em picos no espectro de massa que diferem sequencialmente de um resíduo de aminoácido. A diferença de massa entre os picos é usada para reconstruir a sequência de aminoácidos (estrutura primária) do peptídeo.
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