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Aula 3 Financiamento de Credito Bancário

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Aula 3 Financiamento de Credito Bancário 
Risco do Cliente 
 O risco do cliente, também chamado de risco intrínseco, diz respeito às particularidades do tomador do crédito (devedor).
RISCO DO CLIENTE
Após a análise do risco intrínseco, o analista terá uma visão da real intenção do devedor de pagar pelo empréstimo.
O analista terá também noção sobre a capacidade de pagamento do devedor e sobre as garantias a serem oferecidas.
Os Cs do Crédito
CARATER 
CAPACIDADE 
CONDIÇÕES 
CAPITAL
COLATERAL
CONGLOMERADO 
CARÁTER
Diz respeito à intenção do devedor e demais coobrigados de cumprir a promessa de pagamento. É a firmeza de vontade, a determinação em honrar os compromissos assumidos. Um devedor, por exemplo, pode chegar a desfazer-se de seus bens para pagar suas dívidas. Outro pode não ter a mesma disposição. O analista de crédito deve chegar à conclusão de que o tomador se manterá disposto a quitar o débito, mesmo nas condições mais adversas. Para tanto, alguns aspectos devem ser observados na análise de dados históricos, tanto da empresa quanto dos sócios, dentre os quais destacamos:
Pontualidade no pagamento dos compromissos – Deve-se considerar a pontualidade do cliente como um fator de grande relevância na definição do risco de crédito. Cabe ressaltar, porém, que uma dívida pode ser paga com atraso, ou até mesmo não ser quitada, não necessariamente por falta de caráter. Em determinadas situações, inclusive, pode ser considerado normal um atraso de até 14 dias. Porém, a contumácia no atraso dos pagamentos pode revelar uma deterioração financeira da empresa.
Existência ou não de restrições – Dentre as diversas situações que podem configurar uma restrição, estabelecemos as seguintes: protestos, falência, ações judiciais e de penhora, emissão de cheques sem fundos e atrasos no pagamento de impostos e de salários. A instituição financeira definirá, de acordo com sua política de crédito, de que maneira serão considerados os efeitos restritivos de cada uma dessas anotações. Devem ficar bem esclarecidas as causas e as consequências de cada uma das restrições apontadas, bem como as medidas tomadas pelo cliente para a regularização das mesmas.
Experiência em negócios – Nesse quesito será analisada a experiência do cliente na realização de negócios na própria instituição financeira. Nas operações anteriores, o cliente agiu de maneira correta na formalização e liquidação do débito? Houve alguma contestação ou fato que desabonasse o comportamento do cliente em relação à operação contratada? As garantias foram constituídas corretamente? Enfim, todo o histórico do que ocorreu em operações anteriores deve ser analisado, de forma a permitir ao analista uma percepção mais apurada do comportamento do cliente.
Atuação na praça – Deve ser observado o histórico de atuação da empresa na praça. Como se dá a relação da empresa com seus colaboradores, clientes, fornecedores e concorrentes? A empresa age de forma ética e respeitosa com todos que fazem parte de sua rede de relacionamento? Qual a posição da empresa em relação à responsabilidade sócio-ambiental?
As principais fontes de consulta, além dos dados existentes no próprio banco, são as seguintes:
Cartórios de protesto de títulos – O protesto é uma prova de falta de pagamento dos títulos. Cabe ressaltar, porém, que um protesto isolado pode não ter grande significado, a não ser que seu valor seja muito representativo para a empresa. Cada título protestado deve ter seus motivos devidamente analisados.
Convênio e associações – Associações comerciais, serviços de proteção ao crédito e SERASA são grande fonte de informação a respeito de empresas e de pessoas devedoras.
Outras fontes – Artigos e reportagens publicadas em jornais, revistas e informes regionais também são de grande valia na apuração do caráter dos proponentes ao crédito. Não podemos nos esquecer das informações obtidas por sindicância na circunvizinhança da sede do cliente.
Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil (SCR) – Instrumento de registro e consulta às informações sobre o montante das operações de crédito e responsabilidades por garantias contraídas de pessoas físicas e jurídicas perante instituições financeiras no país. Permite, observadas as regras de sigilo bancário, a troca de informações entre os integrantes do Sistema Financeiro Nacional. O principal objetivo do SCR é prover o Banco Central de informações precisas e sistemáticas sobre as operações de crédito contratadas pelas instituições financeiras com o propósito de proteger os recursos depositados pelos cidadãos nestas mesmas instituições. Além disso, é utilizado pelas instituições financeiras, desde que com autorização específica de seus clientes, para avaliar a capacidade de pagamento deles.
CAPACIDADE 
Diz respeito à habilidade administrativa, competência empresarial ou profissional dos proponentes do crédito para gerir os negócios da empresa. Deve ser observada a formação profissional dos principais dirigentes, bem como sua experiência na atividade. Além disso, a visão estratégica, o potencial de administração, a produção e comercialização dos produtos e o grau de tecnologia utilizada fazem parte da análise da Capacidade.
É de fundamental importância que o analista de crédito conheça os diversos produtos oferecidos pela empresa e sua respectiva
fatia nos mercados nacional e internacional. As decisões visando ao crescimento da empresa também terão que ser conhecidas.
? Um Novo galpão será construído para ampliar a linha de produção ou uma nova empresa será adquirida? Quais serão as fontes de financiamento desses novos investimentos ?
? A estrutura organizacional da empresa é adequada para que o produto seja colocado no mercado com qualidade de preços competitivos , gerando um lucro que atenda as expectativas dos acionistas?

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