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Relatório de Aula Experimental 2.1- Determinação do coeficiente de atrito. JUSTIFICATIVA A força de atrito é uma força que se opõe à tendência de movimento e ao movimento de objetos que estão sob a ação de uma força. Ela age paralelamente à superfície de contato e em sentido contrário à força aplicada sobre um corpo e é gerada pela rugosidade dos corpos. Apesar de sempre paralelo às superfícies em interação, o atrito entre estas superfícies depende da força normal, quanto maior for a Força Normal maior será o atrito. O Coeficiente de atrito, é uma grandeza adimensional que relaciona a força de atrito e a força de compressão entre dois corpos. Esse coeficiente depende dos materiais envolvidos. Dois tipos de coeficientes de atrito são observados: -Coeficiente de atrito dinâmico ou cinético: presente a partir do momento que as superfícies em contato apresentam movimento relativo. Relaciona a força de atrito cinético presente nos corpos que se encontram em movimento relativo com o módulo das forças normais que neles atuam. -Coeficiente de atrito estático: determinado quando as superfícies em contato encontram-se em iminência de movimento relativo, mas ainda não se moveram. Relaciona a máxima força de atrito possível (com as superfícies ainda estáticas uma em relação à outra) com a força normal a elas aplicada. Esta prática teve como objetivo determinar experimentalmente o coeficiente de atrito entre superfícies definidas. MATERIAIS E MÉTODOS Para a definição do coeficiente de atrito utilizaram-se duas técnicas: -A primeira, consistiu em um dinamômetro preso a um corpo de madeira, com um dos lados coberto por EVA, onde aumentou-se lentamente a força com o intuito de gerar o movimento do mesmo sobre uma superfície horizontal. A força máxima indicada pelo dinamômetro antes de ele entrar em movimento, foi definida como a força de atrito estático. A força de atrito cinético, foi definida como a leitura do dinamômetro quando o corpo estava em MRU. Os procedimentos foram repetidos para as duas diferentes superfícies do corpo e ainda, uma terceira vez com um massa somada ao corpo. Um papel foi aderido à superfície horizontal para que se eliminassem fontes de erro por sujeira na mesma. Figura 1 Corpo utilizado para o experimento Figura 2 Dinamômetro utilizado para medir as forças. Tendo em mãos os valores das forças de atrito estático (Fae) e cinético (Fac), passou-se para a fase dos cálculos dos coeficientes de atrito estático µ𝑒 e cinético µ𝑐. Para o cálculo seria necessário que tivéssemos o valor da normal do corpo, como ele estava em plano horizontal, sem forças agindo verticalmente sobre ele, a normal tem valor igual ao peso. O peso do corpo foi medido com o dinamômetro posicionado verticalmente. Os coeficientes de atrito foram calculados com as seguintes fórmulas: 𝐹𝑎𝑒 = µ𝑒 . 𝑁 Onde: 𝐹𝑎𝑒 = Força de atrito estático (N) N= Normal (N) µ𝑒= Coeficiente de atrito estático (Adimensional) E, 𝐹𝑎𝑐 = µ𝑐 . 𝑁 Onde: 𝐹𝑎𝑐 = Força de atrito cinético (N) N= Normal (N) µ𝑐= Coeficiente de atrito cinético (Adimensional) - A segunda forma de definir o coeficiente de atrito é através da determinação do ângulo crítico θc, que é o ângulo máximo formado em um plano inclinado quando o corpo está em equilíbrio, com iminência de movimento. Figura 3 Condição de equilíbrio Nesta condição, a força de atrito têm valor igual ao da componente tangencial ao peso, portanto: Fat = Pt μ.mg.cosα = mg.senα μ= senα cosα Para obter o ângulo crítico, usamos a função y = arcsen(x) e o senα foi obtido pela relação: Senα= 𝐶𝑂 𝐻𝐼𝑃 = 𝑦 𝑧 Após obtido o ângulo crítico, usou-se a calculadora para definir sua tg, que é numericamente igual ao valor de μ. Este procedimento foi repetido para as duas diferentes superfícies do corpo. RESULTADOS O peso medido do corpo foi de 0,66 N, o que atribui o mesmo valor à sua normal para o caso do primeiro método. Para o par de superfícies madeira x papel: Método 1: O valor da Fae foi de 0,26 N medindo-se pelo dinamômetro, utilizando-se a fórmula da Fae, obteve-se 𝜇𝑒 = 0,39. O valor da Fac foi de 0,14 N medindo-se pelo dinamômetro, utilizando-se a fórmula da Fae, obteve-se 𝜇𝑐 = 0,21. Método 2: O valor do CO medido foi de 19,5 cm e o da hipotenusa foi medido em 54,4 cm. O ângulo crítico foi calculado em 21°, cuja tangente tem valor de 0,38. Ou seja, o 𝜇𝑒 = 0,38. μe μc Método 1 0,39 0,21 μe θc Método 2 0,38 21° Para o par de superfícies EVA x papel: Método 1: O valor da Fae foi de 0,52 N medindo-se pelo dinamômetro, utilizando-se a fórmula da Fae, obteve-se 𝜇𝑒 = 0,78. μ=tgα O valor da Fac foi de 0,5 N medindo-se pelo dinamômetro, utilizando-se a fórmula da Fae, obteve-se 𝜇𝑐 = 0,75. Quando somada uma pequena massa ao corpo, obteve-se Fae = 0,84 N, porém sua normal foi alterada em razão da soma de massa. A soma de massa foi de 44,97 g, o que alterou a normal para 1,10 N. Calculando, μe resultou em 0,76. Método 2: O valor do CO medido foi de 33,4 cm e o da hipotenusa foi medido em 54,4 cm. O ângulo crítico foi calculado em 38°, cuja tangente tem valor de 0,78. Ou seja, o 𝜇𝑒 = 0,78. μe μc Método 1 0,78 0,75 Massa + 0,76 - μe θc Método 2 0,78 38° CONCLUSÃO Observou-se com esta prática que para um mesmo par de superfícies, comparando-se os módulos dos dois coeficientes, o coeficiente de atrito cinético será sempre menor (mas não necessariamente muito menor) que o coeficiente de atrito estático, ou seja, 𝜇𝑒 > 𝜇𝑐 . Pôde-se observar ainda que o coeficiente de atrito depende da "aderência" do material, ou seja, de sua rugosidade. Neste experimento comparando-se, 𝜇𝑒 do par de superfícies madeira x papel foi de 0,39, enquanto 𝜇𝑒 do par EVA x papel foi de 0,78, o que nos mostra que o coeficiente de atrito depende dos materiais envolvidos. Porém, notou-se que a massa do corpo não afeta o coeficiente de atrito, apesar de afetar na força de atrito. A diferença se dilui porque a massa vai influenciar proporcionalmente na normal, logo o coeficiente de atrito se manteve praticamente inalterado, salvo a diferença que provavelmente se deve a erros de pesagem. Enfim, concluiu-se que o procedimento que encontra o ângulo crítico é válida, pois ambos os procedimentos resultaram em coeficientes de atrito estáticos (μe) com valores muito aproximados.