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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO PEDAGOGIA JÉSSICA RAQUEL FIGUEIREDO MORALES PEREIRA R.A. 1824332 Teorias do Currículo Atividade avaliativa – semana 6 PRESIDENTE PRUDENTE - SP 2018 1 TEORIAS DO CURRÍCULO Atividade para avaliação - Semana 6 Tome o processo de construção de um documento curricular oficial para explicar o conceito de ciclo de políticas educacionais de Stephen Ball e Richard Bowe. O Ciclo de Políticas é uma proposta formulada pelos pesquisadores ingleses Stephen Ball e Richard Bowe, no início da década de 1990, que se estende até o início dos anos 2000, e produziu uma série de análises sobre a políticas educacionais, abrangendo também, as políticas curriculares. Adota uma perspectiva pós-moderna e pós-estruturalista, pois tem uma visão de desconstrução dos conceitos e certezas do que era praticado até então. Faz análises críticas e foca nas práticas cotidianas e na pluralidade da sociedade. Após descartar uma primeira versão de análises, que era constituída pelas arenas políticas (política proposta, política de fato e política em uso), os autores criaram uma nova abordagem em ciclo contínuo composto por três contextos principais, todos interligados e sem dimensões temporais ou sequenciais. São eles: O contexto de influência: cenário em que se encontra a sociedade e os vários grupos que disputam espaço para formar seus discursos na tentativa de colocar em práticas suas ideias. Estes discursos podem ser bem recebidos pela sociedade e meios de comunicação, ou ser desafiados e até rejeitados pelos mesmos; O contexto da produção de texto: Momento em que especialistas e demais envolvidos no processo se reúnem para elaborar os textos curriculares. Sendo estes resultados de disputas e acordos, podem se tornar internamente incoerentes e até contraditórios; O contexto da prática: é o campo de atuação. Onde o projeto é interpretado e implementado. Estando sujeito a esta interpretação, esta política curricular pode sofrer transformações e mudanças. Diante da proposta da atividade, faremos a analise do processo de construção da Base Nacional Curricular Comum - BNCC, que é um documento normativo que 2 visa orientar a elaboração e adequação dos currículos educacionais e dos Projetos Pedagógicos das escolas e redes de ensino de todo o país. Ao examinarmos o texto da BNCC desde sua apresentação, podemos identificar que, desde a Constituição de 1988 a legislação já indicava a necessidade de uma base curricular nacional. Esta exigência voltaria a ser mencionada na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de 1996, e em 2010 na 1ª Conferência Nacional de Educação (CONAE). Em 2014 os debates em torno do tema se intensificam, com a regulamentação do Plano Nacional de Educação (PNE), em junho, e em novembro do mesmo ano durante a 2ª Conferência Nacional de Educação (CONAE). Até que, em junho de 2015, acontece o Seminário Interinstitucional para elaboração da BNC e o Ministério da Educação Institui Comissão de Especialistas para uma Elaboração de Proposta de Base Nacional Comum, através da Portaria n. 592/2015. Esta comissão era composta por professores e pesquisadores de universidades, professores em exercício nas redes estaduais, Distrito Federal e redes municipais, gestores e profissionais dos estados, indicados pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Em julho de 2015 é lançado o Portal da Base Nacional Comum de Concorrência, que tornou público o processo de publicação do BNCC e a partir do qual os canais de comunicação participaram. Do ponto de vista político, havia também uma preocupação com os conceitos adotados pela educação brasileira e a necessidade de adequação diante de órgãos internacionais, como a UNESCO e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Visualizamos, assim, seu contexto de influências. O contexto de produção do texto contou com várias reuniões e estudos, inicialmente da Comissão de Especialistas, para a análise de diversas produções, nacionais e internacionais, especializadas na área da educação, propostas curriculares dos estados, artigos de várias áreas da sociedade, entre outros documentos, a fim de formular uma política atualizada à realidade sociocultural do país. Neste primeiro momento, os textos eram elaborados por esta Comissão e a 1ªa versão foi publicada em setembro de 2015. A partir de então é feita uma ampla consulta pública em uma plataforma online, acessível para toda a sociedade. Após o período de consulta pública, mais de 12 milhões de contribuições da sociedade civil, professores, escolas, organizações diversas de todo o país foram analisadas e boa parte incorporadas ao texto. A 2ª versão foi publicada em maio de 2016. Iniciam-se 3 então, uma série de Fóruns, Seminários e reuniões entre professores, gestores e alunos para debater a nova redação. Com as contribuições desta etapa, é redigida uma 3ª versão, que ainda foi divulgada em consultas públicas, para que a população desse a sua opinião. O texto ainda passou por votação e aprovação do Conselho Nacional de Educação, até ser homologado pelo MEC, em 20 de dezembro de 2017. Trata-se do processo de elaboração curricular mais abrangente e democrático que o houve no país. Por se tratar de uma proposta nova e ainda em processo de implantação, o contexto de prática do BNCC está em fase de introdução. As diversas redes de ensino do país (municipais, estaduais, federais e particulares) estão em discussão e estudos a fim de se adequarem às propostas da Base Nacional. O Estado de São Paulo, por exemplo, que já possuía uma proposta curricular própria, está realizando as reuniões necessárias e capacitações de professores a fim de colocar em prática o novo currículo ainda em 2019. Muitos municípios, cujas redes não possuem um currículo próprio, também estão trabalhando no processo de criação. Já a partir deste ano, as editoras que se inscreveram para participar do PNLD 2019 (Programa Nacional do Livro Didático) – programa do MEC que adquire e fornece livros didáticos para todas as redes públicas de ensino fundamental do país – deverão fazer adequação da obra quando da publicação da Base Nacional Comum Curricular. Obviamente, por mais democrático que seja o processo, é provável, e quase certo que, as propostas da BNCC enfrentem alguma resistência, mas com diálogo e capacitação dos professores e gestores das redes a tendência é de que, até 2020, prazo máximo estipulado pelo CNE, todas as redes estejam com suas políticas curriculares integradas à Base Nacional Curricular Comum. 4 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 2017. 468 p. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp- content/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 03 out. 2018. ______. Ministério da Educação. Edital PNLD 2019, 2018. 56 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79 531-edital-pnld-2019-consolidado-3-retificao-pdf&category_slug=dezembro-2017- pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 03 out. 2018. ______. Ministério da Educação. História da BNCC, 2015. Disponível em: <http://historiadabncc.mec.gov.br/#/site/inicio>. Acesso em: 03 out. 2018. CONSTRUÇÃO da BNCC. Movimento Pela Base Nacional Comum, 2017. Disponível em: <http://movimentopelabase.org.br/> Acesso em: 03 out. 2018. MAINARDES, J. Abordagemdo ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação & Sociedade, Cedes – Unicamp, Campinas, v. 27, n. 94, p. 47-69, jan./abr. 2006. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1uz sqkS-0YNbtxCC_qcnf-luiqP4AMslV/view>. Acesso em: 03 out. 2018. SÃO Paulo. Secretaria Estadual de Educação. Resolução SE 24/2018: Implementação da Base Nacional Comum Curricular - BNCC na rede estadual de ensino. São Paulo. 2018. Disponível em: <http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arqui vos/24_18.HTM?Time=23/09/2018%2012:21:21>. Acesso em: 03 out. 2018. TEORIAS do Currículo - Aula 11 - O ciclo de políticas. Professor responsável e ministrante: Marcos Neira. In: Pedagogia – Teorias do currículo. Universidade Virtual do Estado de São Paulo. São Paulo: Univesp TV, 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Zadhjsc3Feg>. Acesso em: 03 out. 2018. TEORIAS do Currículo - Aula 12 - Currículos oficiais. Professor responsável e ministrante: Marcos Neira. In: Pedagogia – Teorias do currículo. Universidade Virtual do Estado de São Paulo. São Paulo: Univesp TV, 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=d384YHnB6SA>. Acesso em: 03 out. 2018. UNDIME-SP. Orientações de acesso à plataforma online para contribuições na consulta pública no processo de construção do currículo paulista. Undime, São Paulo. 2018. Disponível em: <http://www.undime-sp.org.br/wp- content/uploads/2018/curriculopaulista/plataforma_online_curriculopaulista.pdf>. Acesso em: 03 out. 2018. UNDIME-SP. Polo regional de Pereira Barreto realiza encontro regional para falar sobre o currículo paulista e BNCC. Undime, São Paulo. 2018. Disponível em: <http://www.undime-sp.org.br/polo-regional-de-pereira-barreto-realiza-encontro- regional-para-falar-sobre-o-curriculo-paulista-e-bncc/>. Acesso em: 03 out. 2018.
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