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INTRODUÇÃO AO MÓDULO DE TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO 2018 UNESC Karen de Vasconcelos Calixto Residência Médica em Psiquiatria Especialização em Hipnoterapia Mestrado em Ciências da Saúde Doutoranda em Ciências da Saúde MUDANÇAS Semestralização do curso. Aulas semanais. 18 aulas teóricas. Aula Professor Turma Data Semiologia Karen Todos 21/02 – 14:00 – 15:30 T. Psicóticos I e II Karen Todos 28/02 – 14:00 – 17:20 T. Afetivos I Karen Todos 07/03 – 14:00 – 15:30 T. Afetivos II Karen Todos 14/03 – 14:00 – 15:30 Demências I e II Karen Todos 21/03 – 14:00 – 17:20 Prova Karen Todos 26/03 Vista de Prova Karen Todos 28/03 – 14:00 – 15:30 Transtornos Mentais e do Comportamento Título do capítulo V do CID-10 Engloba todos os transtornos psiquiátricos. PSIQUIATRIA Especialidade da Medicina que lida com: Prevenção Atendimento Diagnóstico Tratamento Reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais, sejam elas de cunho orgânico ou funcional. PSIQUIATRIA Especialidade médica cujo fundamento é a PSICOPATOLOGIA. Representa a aplicação prática da psicopatologia e conhecimentos de outras disciplinas científicas. PSICOPATOLOGIA Psyché – alma Páthos – sofrimento ou doença Lógos – estudo ou ciência Disciplina científica que estuda a doença mental em seus vários aspectos: Suas causas, alterações estruturais e funcionais, métodos de investigação e suas formas de manifestação (sinais e sintomas) PSICOPATOLOGIA Didaticamente, pode ser dividida em 2 grupos: As explicativas (baseiam-se em modelos teóricos e achados experimentais – etiologia) As descritivas (consistem na descrição e categorização precisas de experiências anormais – caráter semiológico SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA PECULIARIDADES DA PSIQUIATRIA Etiologia desconhecida; PECULIARIDADES DA PSIQUIATRIA Etiologia desconhecida; Ausência de critérios externos de validação; PECULIARIDADES DA PSIQUIATRIA Etiologia desconhecida; Ausência de critérios externos de validação; Conhecimento e habilidade do médico; Problemas de confiabilidade. AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA – PARTE 1 Abordagem histórica (psiquiátrica, médica, familiar...) Evolução dos sintomas; Revisão de episódios e tratamentos passados; Descrição de condições médicas; Resumo de problemas e tratamentos psiquiátricos/neurológicos dos familiares; História pessoal; Funcionamento interpessoal e adaptativo... AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA – PARTE 2 Avaliação do estado mental Funcionamento emocional e cognitivo do paciente de forma sistemática no momento em que a entrevista é conduzida. RESUMO DA HISTÓRIA 1. Identificação 2. Queixa Principal 3. H. Doença Atual 4. Interrogatório Sintomatologico 5. Medicamentos em Uso 6. H. Patológica Pregressa 7. Hábitos e Vícios 8. H. Familiar 9. H. Pessoal 10. Exame do estado mental IDENTIFICAÇÃO Nome Idade Sexo Estado civil Escolaridade Naturalidade Ocupação Religião Endereço Telefone Informante Acompanhante Confiabilidade da fonte Podem afetar diagnóstico, prognóstico, tratamento e adesão. QUEIXA PRINCIPAL Por que veio ou foi trazido; Registrar literalmente: Queixas bizarras sugerem processo psicótico. “O paciente permaneceu mudo”; “Não tem nada de errado comigo, ela é quem está louca”. HISTÓRIA DOENÇA ATUAL Mais útil para o diagnóstico; Anotar os eventos, em ordem cronológica, que levaram ao momento atual; Evitar termos como “ansiedade”; Procurar descrever os sintomas de maneira bem detalhada; Dar preferência aos termos usados pelo paciente. HISTÓRIA DOENÇA ATUAL Precisa sempre incluir (preservado ou descrever alteração): Humor; Ansiedade; Sono; Apetite; Libido; Ideação suicida. INTERROGATORIO SINTOMATOLOGICO Outras queixas não citadas na HDA. Geralmente somatizações. Cefaléia (tensional, oscilações da PA?) Dores crônicas; Alterações hábito intestinal; Queda de cabelo... MEDICAMENTOS EM USO Lista de todos os medicamentos utilizados. Exemplo: Daforin (Fluoxetina) 20mg – 1 + 0 + 0 Amato (Topiramato) 50mg – 0 + 0 + 1 Stilnox (Zolpidem) 10mg – 0 + 0 + 1 – SOS Tratamentos anteriores, duração, adesão , efeitos colaterais, resposta/remissão; HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA Episódios pregressos de doenças psiquiátricas e médicas; Substratos psicológicos e biológicos; Perguntas específicas. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA Traumas; Cirurgias; Internações; Convulsões; Síncopes; Cefaléias; Confusão; Desorientação; Tireoideopatias; HIV; Sífilis; Doenças psicossomáticas: Asma; Colite; Pele… HÁBITOS E VÍCIOS Álcool Tabaco Drogas ilícitas Atividade Física HISTÓRIA FAMILIAR Doenças, hospitalização e tratamentos psiquiátricos; Causas de óbitos; Suicídios? Abuso de substâncias? Descrição da personalidade e inteligência; Papel de cada pessoa na criação. Medicamentos efetivos em familiars podem ser efetivos no paciente. HISTÓRIA PESSOAL Perinatal: Planejada, desejada, acompanhamento pré-natal, drogas ou medicamentos, termo/prematuro, complicações nascimento, malformações; Primeira infância: Marcos significativos, controle dos esfíncteres, comportamentos incomuns; Infância Média: Separação dos cuidadores, escola, amizades; HISTÓRIA PESSOAL Adolescência: Desempenho acadêmico, áreas de interesse, envolvimentos românticos/sexual, álcool e drogas; Idade adulta jovem: Relacionamentos, história ocupacional, envolvimentos com polícia, brigas, lazer, preferência sexual; Idade adulta média e velhice: Aposentadoria, envelhecimento, atividades sociais, perdas. EXAME DO ESTADO MENTAL (PSICOPATOLÓGICO) 1. Aparência; 2. Comportamento; 3. Atitude; 4. Humor; 5. Afeto; 6. Fala; 7. Pensamento; 8. Percepções; 9. Sensório: a) Atenção b) Orientação c) Concentração d) Memória e) Cálculos f) Inteligência g) Raciocínio abstrato… 10. Insight; 11. Discernimento. Descrição das alterações observadas durante a entrevista. SEMPRE ATUAL!!! APARÊNCIA Vestes e higiene; Idade aparente; Particularidades físicas; Saudável; Doentia; Mal-estar; Equilibrada; Jovial; Desarrumada; Infantil; Bizarra. COMPORTAMENTO Maneirismos (gestos rebuscados ou artificiais); Estereotipias (repetição de gestos ou atitudes); Tiques (involuntários); Gestos; Ecopraxia; Hiperatividade; Agitação; Calma. MANEIRISMO Trata-se de uma alteração do comportamento expressivo (mímica, gestos, linguagem), em que a harmonia do conjunto de gestos do indivíduo é substituída por posturas e movimentos estranhos, exagerados, afetados ou bizarros. Ocorrem especialmente na esquizofrenia, principalmente na forma catatônica, em formas graves de histeria e na deficiência mental, autismo. ESTEREOTIPIA Movimentos voluntários, repetitivos, rítmicos, estereotipados, não funcionais (autismo, balanço da cabeça ou corpo). TIQUES Variedade de movimentos motores involuntários, rápidos e repetitivos, habitualmente circunscritos a grupos musculares e que não têm um propósito aparente (Shapiro, 1987). ECOPRAXIA Repetição involuntária ou a imitação dos movimentos de outras pessoas. Característico de autismo, síndrome de Tourette, síndrome de Ganser, esquizofrenia (especialmente esquizofrenia catatônica), algumas formas de depressão clínica e alguns outros distúrbios neurológicos. ATITUDE PARA COM O EXAMINADOR Cooperativa; Amigável; Atenta; Interessada; Sedutora, insinuante; Defensiva, cautelosa; Apática; Hostil; Evasiva. HUMOR Depressivo; Desesperado, assustado; Irritado, ansioso, bravo; Expansivo, eufórico; Vazio, perplexo; Culpado; Desesperançado; Autodestrutivo. AFETO Resposta emocional. Dentro de um limite normal; Constrito; Embotado; Plano; Congruente ou não com o humor. FALA Falante; Fluente; Taciturno (silêncio mórbido, prolongado); Pouco espontâneo; Gagueira; Sotaques. PENSAMENTO Forma: Descarrilhamento (desorganização); Publicação; Leitura; Inserção; Perseveração (repetição continuada e anormalmente persistente, ruminação); Prolixidade, Circunstancialidade; Inibição do pensamento; Fuga de ideias (secundário a aceleração do pensamento); Concretude. PENSAMENTO Curso: Lentidão; Aceleração; Interrupção. PENSAMENTO Conteúdo: Idéias sobrevaloradas; Idéias deliróides; Idéias delirantes. “As vezes a solicitação para satisfação das necessidades íntimas da personalidade pode ser tão contundentes que a realidade é totalmente desprezada em favor de Idéias Deliróides. A realidade sofrível pode ser transformada a fim de torná-la mais compatível com as necessidades emocionais da personalidade”. Das observações de Bleuler estabeleceu-se aquilo que se concebe como Idéias Deliróides, ou seja, das ideias com características de Delírio no que diz respeito ao afastamento da realidade, porém, passíveis de interpretação psicológica. PERCEPÇÃO Alucinções; Delírios. A palavra Delírio etimologicamente significa "sair dos trilhos" (de: fora; e liros: sulcos). Por definição o conceito de Delírio consiste em alteração do juízo de realidade (capacidade de distinguir o falso do verdadeiro) e implica em lucidez da consciência. Para que se use o termo "delírio" Jaspers propõe que esta alteração do juízo não seja decorrente de uma perturbação da inteligência nem que seja secundário a um estado de consciência momentaneamente alterado. Quando existe um distúrbio da consciência produzindo uma alteração de juízo, chamamos, então, de "delirium". SENSÓRIO Mini exame do estado mental. a) Atenção b) Orientação c) Concentração d) Memória e) Cálculos f) Raciocínio abstrato g) Nomeação h) Leitura e escrita… INSIGHT Grau de entendimento e consciência em relação a estar doente; Reconhecimento de que sua incapacidade de se adaptar se deve, em parte, a seus próprios sentimentos irracionais. Negação da doença; Mudança de personalidade e padrões de comportamento. REFERÊNCIAS Sadock, Benjamin James. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquitria clínica. 9a edição – Poto Alegre: Artmed, 2007. Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2a edição – Porto Alegre: Artmed, 2008.
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