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1 AD1 – 2018.2 DISCIPLINA: LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR Coordenação: Profª Ana Maria de Bulhões Carvalho Caro (a) aluno (a): Esta é a primeira avaliação a distância deste semestre, uma avaliação individual e com consulta. Aproveite a boa ocasião para reforçar seus conhecimentos, considerando-a como um estudo dirigido, uma oportunidade de melhorar seu rendimento final na disciplina e garantir um resultado satisfatório no Curso. Será realizada exclusivamente pela plataforma. Para responder às perguntas, leia os enunciados das questões e procure ser claro e objetivo na elaboração de suas respostas. INSTRUÇÕES Leia no Tutorial da plataforma o passo a passo para a realização deste tipo de avaliação on line. Se tiver alguma dúvida no preenchimento ou na maneira de postar a sua prova, consulte a tutoria a distância. Revise tudo antes de enviar. Boa prova! 2 QUESTÃO 1 (2 PONTOS) – Leia o poema abaixo e responda às questões. ESTA REPÚBLICA, de Bastos Tigre (1904) É certo que a República vai torta; Ninguém nega a duríssima verdade. Da pátria o seio a corrupção invade E a lei, de há muito tempo, é letra morta. A quem sinta altivez, força e vontade Ficou trancada do Poder a porta: Mas felizmente a vida nos conforta De esperança, uma dúbia claridade. Porque (ninguém se iluda), "isto" que assim A pobre Pátria fere, ultraja e explora, Jamais o sonho foi de Benjamin. Os motivos do mal não são mistério: — É que a gentinha que governa agora É o rebotalho que sobrou do Império. Bastos Tigre é um poeta pernambucano do final do século, jornalista, bibliotecário e humorista, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde morre em 1957. A exposição do seu Centenário, em 1982, homenageou sua capacidade de exercer várias funções e se destacar em todas e foi chamada As vidas de Bastos Tigre. Junto com o poeta Emílio de Menezes, seu contemporâneo, destacou-se pela verve crítica aguda. 1.1 Com Esta República Bastos Tigre escreve um soneto, usando métrica regular, à maneira do Parnasianismo do final de século. Faça a contagem das sílabas métricas de todo poema e mostre como se dá a regularidade: a) nos versos b) nas rimas das quadras e dos tercetos. (mostre nos versos como fez as separações de sílabas métricas e sublinhe as rimas, dizendo de que tipo são). 1.2 Não é a regularidade métrica que dá o tom crítico ao poema, mas as referências políticas. Faça uma pesquisa na internet sobre “esta” Primeira República e explique o sentido de cada quarteto e dos tercetos. “Benjamin” é Benjamin Constant, o pai da República. QUESTÃO 2 (2 PONTOS) Leia o poema abaixo e responda às questões. 3 No Meio do Caminho, de Carlos Drummond de Andrade (1928, publicado na Revista de Antropofagia) No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. 2.1 Modernista, Drummond usa o princípio da liberdade poética para compor seus versos. Leia o poema usando seus próprios conhecimentos baseados nas aulas 1, 2 e 3 e sua sensibilidade, sem se deixar influenciar pelo que dizem no Google... Responda: a) por que se diz que ele usa o verso livre neste poema? b) qual a figura que mais utiliza e que efeito esta figura produz na linguagem do poema? 2.2 Responda por meio de uma frase completa. a)Qual o sentido geral do poema? b) Reproduza os dois primeiros versos da segunda estrofe e diga a que eles se referem. QUESTÃO 3 (2 PONTOS) Leia o poema abaixo e responda às questões. O menino e o córrego, de Manoel de Barros, (1960) (ao Pedro) (livro Compêndio para uso dos pássaros) I A água é madura. Com penas de garça. Na areia tem raiz de peixes e de árvores. Meu córrego é de sofrer pedras Mas quem beijar seu corpo é brisas… II O córrego tinha um cheiro de estrelas nos sarãs anoitecidos O córrego tinha suas frondes distribuídas aos pássaros O córrego ficava à beira de um menino… III No chão da água 4 luava um pássaro por sobre espumas de haver estrelas A água escorria por entre as pedras um chão sabendo a aroma de ninhos. IV Ai que transparente aos voos está o córrego! E usado de murmúrios… V Com a boca escorrendo chão o menino despetalava o córrego de manhã todo no seu corpo. A água do lábio relvou entre pedras… Árvores com o rosto arreiado de seus frutos ainda cheiravam a verão Durante borboletas com abril esse córrego escorreu só pássaros… 3.1. Um desafio: seja Manoel de Barros e, baseado nos recursos e liberdades que emprega neste poema, imagine uma definição para poesia. 3.2. Uma das características marcantes do poeta Manuel de Barros é o trabalho com as palavras. Seus poemas mostram uma construção que subverte a conformação sintática, e não só emprega neologismos como usa expressões arcaicas. Releia o poema, prestando bastante atenção em cada palavra. Use um dicionário, e: a) dê dois exemplos de neologismos e explique seu emprego. b) dê um exemplo de arcaísmo e explique seu emprego. QUESTÃO 4 (2 PONTOS) Leia o texto abaixo e responda às questões. Paulo Leminski foi poeta, tradutor, compositor e explorou as potencialidades da língua falada no Brasil. Nasceu em 1944 em Curitiba, mas veio morar no Rio de Janeiro. Morreu jovem, em 1989. Fez biografias poéticas. Numa delas homenageia o poeta simbolista Cruz e Souza, a quem muito admira e dedica páginas onde ressalta aspectos de sua criação. De Cruz e Souza, publica “Eternidade retropectiva” Eu me recordo de já ter vivido, Mudo e só, por olímpicas Esferas, onde era tudo velhas primaveras E tudo um vago aroma indefinido. 5 Fundas regiões do Pranto e do Gemido Onde as almas mais graves, mais austeras Erravam como trêmulas quimeras Num sentimento estranho e comovido. As estrelas, longínquas e veladas, Recordavam violáceas madrugadas, Um clarão muito leve de saudade. Eu me recordo d'imaginativos Luares liriais, contemplativos Por onde eu já vivi na Eternidade! Comenta Leminski: “Fosse um negro norte-americano, Cruz e Souza tinha inventado o blues. Brasileiro, só lhe restou o verso, o soneto e a literatura para construir a expressão da sua pena” (Cruz e Souza ‘s Blues). a) considerando o sentido de Blues como triste, vago, e o uso de figuras abstratas como características do Simbolismo, recolha do poema pelo menos duas expressões que comprovem o que diz Leminski. b) Esse amor ao símbolo, próprio do Parnasianismo, como o abstrato, em que outras expressões pode ser encontrado, nos versos acima? QUESTÃO 5 (2 PONTOS) Leia o poema abaixo e responda às questões. Outro poeta contemporâneo que morreu cedo, grande letrista, foi Torquato Neto (Piauí, 1944 - Rio de Janeiro, 1972). Grande leitor, serve-se da admiração por outros poetas de outros tempos para criar textos poéticos ricos em intertextualidade e metalinguagem. Como no exemplo abaixo. Let’s play that Quando eu nasci Um anjo muito louco Veio ler a minha mão Não era um anjo barroco Era um anjo muito louco, torto Com asas de avião Eis que esse anjo me disse Apertando a minha mão Vai bicho desafinar O coro dos contentes Vai bicho desafinar O coro dos contentes Let’s play that a) Busque na internet o Poema de Sete faces, de Carlos Drummond de Andrade e copie-o para a prova. b) Estabeleça três conexões possíveis entre os dois poemas, que compovem a intertextualidade.
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