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1 Aquisição da propriedade imóvel: A aquisição da propriedade pode ser originária, quando a propriedade é adquirida sem vínculo com o dono anterior, de modo que o proprietário sempre vai adquirir propriedade plena, sem nenhuma restrição, sem nenhum ônus; ou derivada, quando decorre do relacionamento entre pessoas, como nos contratos em geral (compra e venda, doação, permuta), adquirindo o novo dono nas mesmas condições do anterior. Na parte do direito das coisas o Código Civil prevê três modos de aquisição da propriedade: através do registro no registro imobiliário; em decorrência da usucapião e em razão de acréscimos físicos à coisa original (acessões). Outra modalidade de aquisição da propriedade está no titulo do direito das sucessões, que é através da sucessão hereditária. 1 – Registro: Modo mais comum de aquisição de imóveis. Inicialmente as partes deve se dirigir a um Cartório de Notas e fazer uma escritura pública de transmissão de domínio (artigo 108, CC) em qualquer cartório de notas do país e, posteriormente, fazer o registro de referida escritura no Registro Geral de Imóveis competente, que é um só. Vale salientar que no cartório de imóveis se registra não só a propriedade, mas qualquer direito real (ex: hipoteca, servidão, superfície, usufruto, etc). Antes do registro do contrato não há direito real, não há propriedade, mas tão somente direito pessoal, de modo que se o vendedor desiste, a regra é o contrato se resolver em perdas e danos. 2 – Acessão: É modo de aquisição originária, ou seja, não provem de outra pessoa. Adquire-se por acessão tudo aquilo que adere ao solo e não pode ser retirado sem danificação. Através da acessão a coisa imóvel vai aumentar por alguma das cinco hipóteses do art. 1248. As quatro primeiras são acessões naturais e horizontais (dependem da natureza, mais precisamente da atividade fluvial/dos rios, do movimento de areia feito pelos rios) e a quinta é acessão humana e vertical (decorre da atividade artificial do homem ao plantar e construir). 3 – Usucapião - a palavra é feminina porque vem do latim “usus” + “capere”, ou seja, é a captação/tomada/aquisição pelo uso. Não só a propriedade se adquire pela usucapião, mas outros direitos reais como superfície, usufruto e servidão predial também. A usucapião é modo originário (não é derivado) de aquisição do domínio através da posse mansa e pacífica, exercida com “animus domini” por certo tempo, fixado em lei. A usucapião exige posse prolongada (elemento objetivo) com a vontade de ser dono (animus domini - elemento subjetivo). A usucapião transforma a posse, um fato provisório, em propriedade, um direito permanente.; a usucapião vai dar juridicidade a uma situação de fato amadurecida pelo tempo, mesmo que o possuidor seja um ladrão ou um invasor. 2 4 – Direito hereditário: Forma de aquisição da propriedade prevista no Código Civil, no Livro do Direitos das Sucessões. A lei estabelece que quando alguém falece deixando patrimônio o mesmo se transmite aos seus herdeiros e sucessores. O Código Civil no artigo 1786 dispõe que a sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade. Disposição de última vontade é o testamento. Se o falecido não deixou testamento ou legado, a sucessão ocorre por força de lei e toma, assim, o nome de sucessão legítima (legítima vem do latim legis, que quer dizer lei). Sucessão legítima é aquela da pessoa que não deixa testamento ou legado. Nesse tipo de sucessão teremos herdeiros que recebem uma universalidade de bens, que é o patrimônio do falecido. Perda da propriedade Umas das características da propriedade é a perpetuidade. Em princípio, a propriedade é irrevogável, transmitindo-se aos seus sucessores (artigo 1784 do CC). Pelo Código Civil de 2002, perde-se a propriedade por cinco motivos: voluntariamente por alienação, renúncia e abandono (artigo 1275, I, II e III do CC) e, perde-se a propriedade involuntariamente, pelo perecimento e pela desapropriação (artigo 1275, IV e V, do CC). 1) Alienação: Ocorre quando o titular do direito de propriedade, por vontade própria, transmite a outrem seu direito sobre a coisa, a título gratuito (doação) ou oneroso (compra e venda). Não devemos esquecer que para aquisição da propriedade sobre a coisa imóvel é indispensável o registro no registro imobiliário competente (artigo 1.245, CC) 2) Renúncia: É ato jurídico pelo qual alguém abandona um direito, sem transferi-lo a outrem. É ato unilateral. Independe, portanto, de aceitação. Além de unilateral, é irrevogável e não se presume, dado seu caráter, devendo ser expresso. A renúncia em favor de alguém determinado não é renúncia e importa em alienação. A renúncia embora legalmente prevista é difícil de ocorrer, assim como a constituição do direito, a renúncia para ter validade é subordinado ao registro imobiliário do local do imóvel, provocando o cancelamento do registro. 3) Abandono: Trata-se de um ato informal através do qual o proprietário demonstra não querer mais ser seu dono. Por não ser um ato expresso como a renúncia, o abandono deve resultar de atos inequívocos que atestem a deliberada intenção de abandonar. A mera falta de não importa em abandono. Em razão disso é difícil precisar a intenção quando se cuida de bem imóvel, pois, o simples fato de uma pessoa fechar a sua casa não implica abandono. A fixação do momento em que se afere a perda propriedade imobiliária pelo abandono é crucial. O Código Civil em vigor estabelece uma presunção absoluta de abandono do imóvel, quando o proprietário associar ao desuso o inadimplemento dos tributos reais (artigo 1276, parágrafo 2º). 3 4) Perecimento da coisa: Ocorre com o desaparecimento da coisa objeto da propriedade, seja naturalmente ou em decorrência de atividade humana. Trata-se de hipótese de perda da propriedade modalidade involuntária. Não há direito sem objeto. 5) Desapropriação: É considerada modalidade especial de perda da propriedade por está prevista no direito público e, portanto, regulada por normas administrativas, civis e processuais e ocorre quando, visando o interesse da coletividade, o imóvel se transfere para o acervo estatal. É caso de que o interesse particular sede sua importância em favor do interesse coletivo. A iniciativa de desapropriação pode emanar da União, dos Estados e dos Municípios, como, também, mediante autorização legal, dos concessionários de serviços públicos. Cabe salientar que o artigo 1275 é meramente exemplificativo ao indicar essas formas de perda da propriedade, pois que existem outras formas para essa perda. Por exemplo, a usucapião e a acessão não são apenas modos originários de aquisição da propriedade, mas também modos de perda da propriedade para aquele proprietário desidioso que não cuidou de resguardar a sua posse, como também para aquele que teve o seu bem acessório unido e incorporado à propriedade do titular do bem principal. Por outro lado, o casamento pela comunhão universal, é modo imediato de perda da propriedade imobiliária para aquele que antes das núpcias possuía algum patrimônio. Ainda podemos mencionar como modos de perda da propriedade a arrematação e adjudicação, efeitos de um processo executivo, são formas de perda da propriedade, os bens são penhorados e levados em hasta pública. No primeiro caso, terceira pessoa adquire-os; no segundo, o próprio exequente incorporo-os ao patrimônio. Nos dois casos, o ato judicial impõe o início da passagem coativa do bem. Com base na carta de arrematação ou adjudicação, o particular efetuará o registro na circunscrição imobiliária competente, adquirindo, então, a propriedade. Por fim, encontramos outro modo de perda da propriedade no artigo 1359 do CC,ao cuidar da propriedade resolúvel. Há propriedade resolúvel, quando o negócio jurídico que a constituiu subordina expressamente sua duração ao implemento de condição resolutiva ou advento do termo. Sendo verificado o evento futuro, o proprietário perde o domínio.
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