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Capitulo 2 Políticas de Saúde Pública no Brasil

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Capítulo 2: Políticas de Saúde no Brasil do 
período da Redemocratização à Ditadura 
Militar - 1945 a 1984. 
 
Autores: Anamaria Cavalcante e Silva; Carine Teixeira Eleutério; Erlane Brunno Cunha 
Ferreira; Pedro Duarte Barreto Castillo 
 
PERÍODO DA REDEMOCRATIZAÇÃO - 1945 A 1963. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO, ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL 
 
 A partir de 1945 o cenário mundial após a II Grande Guerra passou por profundas 
transformações, principalmente nos âmbitos político, econômico e social. Devido à 
enorme pressão de diversas origens, nacionais e internacionais, o presidente Getúlio 
Vargas comprometeu-se a realizar eleições; inicia-se, assim, o Período de 
Redemocratização, após quinze anos da conjuntura que foi denominada de Era Vargas. 
 
 Apesar dos Movimentos a favor da eleição de Vargas, Eurico Gaspar Dutra é eleito, 
e, no inicio de seu governo, destaca-se a convocação da Assembléia Constituinte, que 
discutiria as leis a serem integradas a uma nova Carta Magna. A Constituição de 1946 
conduziria a vida do País por mais duas décadas. 
 
 No âmbito da Saúde Internacional, iniciando o projeto de reconstrução da Europa 
destruída pela Guerra, em 1946 foi criada a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
vinculada ao sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Na segunda metade do 
século XX a área de estudos e de produção de conhecimentos, denominada de Política 
de Saúde, passou a ter visibilidade como disciplina acadêmica e como foco de 
intervenções sociais. 
 
 No inicio da década de 50, o novo Governo Vargas, eleito democraticamente, teve 
como referenciais a continuidade do nacionalismo e o populismo. 
 
 Em 1956, Juscelino Kubitschek de Oliveira, médico, é eleito Presidente da 
República. Seu Governo caracterizou-se pelo chamado Desenvolvimentismo, doutrina 
que se detinha nos avanços técnico-industriais para o desenvolvimento econômico e a 
industrialização. 
 
 Buscando reduzir as desigualdades regionais, Juscelino criou a Superintendência 
do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), em 1959, idealizada pelo economista Celso 
Furtado, integrando o programa desenvolvimentista do governo vigente. Seu principal 
objetivo era buscar e avaliar soluções que viabilizassem a progressiva redução das 
desigualdades observadas entre as diversas regiões geoeconômicas do Brasil. 
 
 Em 1961, assume a presidência da República Jânio Quadros, eleito com uma 
votação expressiva. Com sete meses de governo, renuncia exacerbando um estado de 
instabilidade política. João Goulart, conhecido como Jango, estava em visita oficial à 
China e, segundo a Constituição, vigente, o vice-presidente deveria assumir o governo. O 
novo presidente tomaria posse, conservando as determinações da Constituição 
Federativa do Brasil; entretanto, parte de seu poder seria deslocada para um Primeiro-
Ministro. Instala-se o regime parlamentarista e Tancredo Neves é escolhido Primeiro-
Ministro. Em 1964, ocorre o golpe militar no Brasil, com presidentes designados por uma 
junta militar. 
 
PREVIDÊNCIA SOCIAL NO PERÍODO DA REDEMOCRATIZAÇÃO 
 
 Após a 2ª Guerra Mundial, o conceito de seguridade social ganha força no Brasil, 
segundo o qual, o Estado teria obrigações naturais com qualquer cidadão, devendo haver 
uma intervenção ativa por parte do Estado nesse sentido, garantindo os direitos básicos, 
como o acesso à Saúde. Com isso, foram realizadas algumas ações na área da 
previdência social, como a Lei n° 593, de 1949, que regulamentou a aposentadoria 
ordinária, por tempo de serviço, disciplinando a aplicação da legislação em vigor sobre 
Caixas de Aposentadorias e Pensões. 
 
 Em 1949, foi instituído o serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência - 
SAMDU. A relevância desse evento se deve ao atendimento médico-domiciliar, inexistente 
no setor público, entretanto, comum na prática privada. Foi um serviço de atendimento 
médico criado pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra e tinha os limites pré-fixados de 
atendimento aos contribuintes e beneficiários dos Institutos e Caixas de Aposentadorias e 
Pensões (IAP’s) restritos aos casos de urgência. No governo Getúlio Vargas, graças à 
interferência do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, João Goulart, o atendimento, 
uma vez conveniado pelas prefeituras, se estenderia a todos, indistintamente. 
 
 A unificação dos IAPS`s já vinha sendo desenvolvida desde 1941 e, após 
tramitação, a Lei Orgânica de Previdência Social foi sancionada apenas em 1960, quando 
veio estabelecer unificação do regime geral da previdência social, com o intuito de se 
estender a todos os trabalhadores sujeitos ao regime CLT, excluídos os trabalhadores 
rurais, os empregados domésticos e os servidores públicos que possuíssem regimes 
próprios de previdência. 
 
CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
 
 Em maio de 1953, ocorreu a criação do Ministério da Saúde, que veio a ser 
instituído no dia 25 de julho de 1953, com a Lei nº 1.920, que desmembrou o então 
Ministério da Educação e Saúde em dois ministérios: o da Saúde e o da Educação. A 
partir de sua criação, o novo Ministério passou a encarregar-se das atividades que, até 
então, eram de responsabilidade do Departamento Nacional de Saúde (DNS). Diversas 
limitações impediam que o Estado atuasse com eficácia na saúde coletiva; faltavam 
muitos recursos importantes, funcionários especializados, equipamentos apropriados, 
entre outros. 
 
. Miguel Couto Filho foi nomeado o primeiro Ministro da Saúde. Médico, 
deputado federal, autor de projetos de assistência médico-social voltados para as 
populações rurais, presidiu a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. Foi um dos 
principais defensores da criação do Ministério da Saúde como pasta autônoma, 
desvinculada do Ministério da Educação. Como principais atividades, o Ministro ampliou o 
setor de Saúde Pública ao criar postos e unidades completas para o serviço médico 
itinerante. A corrente ideológica sanitarista desenvolvimentista consolidou-se e produziu 
um estatuto de orientação institucional do Ministério da Saúde que vigorou até o início 
Ditadura Militar em 1964. 
 
 A influência americana na área da saúde, nesta conjuntura, refletiu-se na edificação 
de um modelo de atenção em que grandes hospitais e equipamentos passaram a reunir o 
atendimento médico de toda uma região, alocando secundariamente a rede de postos de 
saúde, consultórios e ambulatórios, com custos consideravelmente menores. Havia uma 
tendência à construção de hospitais cada vez mais complexos e bem equipados. 
 
 Diante disso, foi instituída a Medicina de Grupo, os designados convênios. Alguns 
IAP’s construíram seus próprios hospitais, mas algumas empresas, insatisfeitas com o 
atendimento médico oferecido, passaram a contratar os serviços privados que prestassem 
assistência médica a seus funcionários. 
 
A EVOLUÇÃO DO SANITARISMO CAMPANHISTA PARA O SANITARISMO 
DESENVOLVIMENTISTA 
 
 O centralizador Regime Sanitarista Campanhista, em que campanhas específicas 
contra determinadas doenças eram feitas em locais onde essas doenças eram 
endêmicas, atingiu seu apogeu no Governo Dutra. 
 
 Entre 1948 e 1951, houve a redução da incidência dos casos de malária e de 
tuberculose, devido à disseminação do uso de inseticidas e de antibióticos. Entretanto, 
Mário Magalhães da Silveira, representante do governo na época, defendia a concepção 
Sanitarista Desenvolvimentista, afirmando que o desenvolvimento alcançado pelo País 
seria responsável por essa redução. 
 
 Em 1956, é criado, no governo Juscelino Kubitschek, o Departamento Nacional de 
Endemias Rurais, cujo objetivo era organizar e executar os serviços de investigação e de 
combate à malária, leishmaniose, Doença de Chagas, peste, brucelose, febre amarela e 
outras endemias existentes no país, segundo conveniências técnicas e administrativas. 
 
 Na elaboração do Plano de Governo, propostas de mudanças foramformuladas, e 
rejeição à ideia negativa relacionada às enfermidades do País. O Presidente congregou 
elites intelectuais, profissionais e políticas em torno de uma reforma sanitária que 
possibilitasse ao País os instrumentos necessários para superar a situação adversa da 
saúde pública. 
 
 Esses médicos e intelectuais apontaram para a existência das endemias rurais, 
principalmente doenças como ancilostomíase, Doença de Chagas e malária e a 
deficiência do Poder Público no interior do País, como explicação para o retrocesso do 
Brasil na área da saúde. 
 
 Segundo Juscelino, o Brasil havia suplantado o que ele designava de as "doenças 
pestilenciais", como a febre amarela e a peste bubônica, e seu governo necessitaria 
dedicar-se a combater principalmente as doenças que afetavam a população de forma 
mais intensa na época, como a tuberculose, a lepra, as doenças gastrointestinais e as 
endemias rurais. 
 
 Na concepção do Governo, o País necessitaria atuar contra as doenças crônico-
degenerativas, como os diversos tipos de câncer. O Programa apontava seu otimismo 
relacionado ao futuro da Nação, vigorando a concepção de que a saúde dos brasileiros 
havia apresentado melhoras e de que as doenças que afligiam a população não eram as 
mesmas que a debilitavam no início do século XX. 
 
 As disparidades regionais nas capitais brasileiras, relativas à mortalidade infantil, 
eram alarmantes. No Nordeste, esse indicador alcançou o número de 421,6 por mil 
nascidos vivos em Natal e 353,5 em Salvador, enquanto que os índices no Sudeste eram 
inferiores a 100, isto é 96,9 em Niterói e 86,5 em São Paulo. 
 
 Diante dessa situação, o Ministério da Saúde foi incumbido em 1956, de 
desenvolver um novo e eficiente programa voltado para a assistência às crianças. 
Multiplicaram-se os serviços de higiene infantil e os postos de puericultura, que incluíam, 
em suas atividades, não só o acompanhamento, a vacinação e o tratamento das crianças 
doentes, mas também a assistência às mães. 
 
 O Serviço Especial de Serviço Público (SESP), órgão responsável por articular 
ações de saúde pública no País, criou diversos hospitais em cidades da Região 
Amazônica, no Vale do São Francisco e do Rio Doce; participou ativamente nas 
campanhas de erradicação da varíola, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto 
(SAAE), ao levar água tratada aos rincões, e atuou na formação de profissionais de 
saúde. Foi considerado erradicado em 1958, o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da 
febre amarela. Em 1960, o SESP foi transformado em Fundação Serviço Especial de 
Saúde Pública (FSESP), vinculada ao Ministério da Saúde. 
 
 O Programa contra a malária se constituiu em uma experiência positiva, com a 
utilização do sal cloroquinado como agente para a erradicação da malária com 
reconhecimento internacional. Em 1958, o Brasil assume o compromisso com a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), integrando o Grupo de Controle e Erradicação da 
Malária - GTEM sob a direção de Mário Pinotti. 
 
 No final da década de 50, a Política de Saúde Pública Nacional era centro de 
discussões e debates, avaliando-se o alcance de suas práticas e os limites financeiros do 
Estado ante os problemas sanitários, com a necessidade da implantação de um modelo 
de Atenção à Saúde, direcionado para a assistência individual. À medida que o Sistema 
Previdenciário se desenvolvia, tornava-se evidente a dicotomia entre as ações de saúde 
pública e a assistência médica. 
 
A LLLª CONFERÊNCIA NACIONAL E A MUNICIPALIZAÇÃO DA SAÚDE 
 
 Em 1963, o Presidente da República convoca a 3ª Conferência Nacional de Saúde 
(CNS). No discurso da abertura, o Presidente João Goulart mencionou o conceito 
ampliado de saúde: "...boa alimentação, habitação, saudável regime de trabalho, 
educação, assistência médico-sanitária, diversão...". O Evento foi realizado no Rio de 
Janeiro, em dezembro de 1963, e tinha como meta examinar a situação sanitária nacional 
e aprovar programas de saúde que contribuíssem para o desenvolvimento econômico. A 
Conferência apoiava a reorganização da assistência médico-sanitária no Brasil e a divisão 
das atribuições entre os níveis políticos administrativos. Nesse contexto, foi discutida a 
questão da municipalização da Saúde. 
 
 O tema da 3ª CNS era a "Descentralização na área da Saúde". O seu diferencial foi 
o aparecimento de movimentos democráticos na área da Saúde, que expandiram o 
ambiente de discussão e que assinalaram a necessidade de definir um Plano Nacional, 
abrangendo as esferas federal, estadual e municipal. 
 
 O então Ministro da Saúde, Wilson Fadul, era um dos principais defensores da 
Municipalização dos Serviços de Saúde, tenho exercido importante papel no 
desenvolvimento de novas ideias para os Departamentos de Medicina Preventiva e Social 
de algumas escolas médicas. Com isso, a ideologia de Integralidade da Assistência à 
Saúde se destaca no cenário nacional. 
 Nas discussões da lllª Conferencia reconhecia-se o âmbito municipal como o 
principal responsável pela saúde de sua população, na concepção de que, municipalizar é 
transferir para as cidades a responsabilidade e os recursos imprescindíveis para 
desempenharem inteiramente os papéis no âmbito da saúde designado aos municípios. 
 
 A municipalização representou o novo projeto de políticas públicas no setor da 
Saúde, que traria características, como a descentralização, sustentada em um modelo de 
hierarquização, começando pelo atendimento básico, prestado por auxiliares de Saúde, e 
estendendo-se até o nível terciário com o atendimento médico-hospitalar especializado. 
Em 1963, dos 3.677 municípios brasileiros, havia 2.100 municípios com precária 
infraestrutura de assistência à Saúde. 
 
 A municipalização da Saúde no Brasil somente se efetivaria no início dos anos 
1990, no processo de implantação do SUS, que tem como princípio basilar a 
descentralização dos serviços e ações de Saúde. Em 1993 ocorreria a IX Conferência 
Nacional da Saúde com o tema: “Municipalização é o Caminho”. 
 
PERÍODO DA DITADURA MILITAR – 1964 A 1984 
 
CONTEXTO HISTÓRICO, ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL 
 
 Com o Golpe Militar de 1964, o Brasil experimenta o mais longo período 
explicitamente ditatorial do País, que se estenderia por 20 anos. Esse período 
caracterizou-se pela intensa repressão da sociedade civil e dos opositores políticos, pelo 
domínio político-administrativo dos militares, por lutas e movimentos de classes, pelas 
desigualdades sociais e pela ofensa à Democracia. O lema do Regime era “Segurança e 
Desenvolvimento”, e o contexto histórico era o da Guerra Fria, quando o mundo estava 
polarizado em Capitalismo e Socialismo. O Brasil se voltava para o desenvolvimento 
econômico e para o capitalismo monopolista, com valorização do capital estrangeiro, 
principalmente advindo dos EUA. Poucas medidas eram voltadas para os interesses 
sociais. 
 
 A economia brasileira, a partir de 1968, apresentava elevados índices de 
crescimento; este período ficou conhecido como "Milagre Econômico" ou “Milagre 
Brasileiro”. Esse crescimento estava diretamente relacionado com a entrada de capital 
estrangeiro, uma vez que o mercado brasileiro se apresentava bastante atrativo. Havia 
significativa oferta de mão de obra, salários baixos, repressão à "desordem" política e 
sindical e dava-se prioridade à política de exportação. Apesar do significativo crescimento 
econômico, não havia uma distribuição equitativa para todas as classes sociais. O poder 
aquisitivo do salário-mínimo diminuiu como consequência do arrocho salarial, a elevação 
dos preços motivava a inflação, a menor oferta de alimentos proporcionou o racionamento 
de certos produtos, e a concentração de renda ocorria em uma parcela ínfima da 
população. 
 
 O modelo de intervenção social durante a Ditadura Militar revelou-se especialmente 
conservador. Esse modelo se apoiava emcinco pilares, com suas respectivas 
singularidades para cada área social: a regressividade nos mecanismos de financiamento, 
a privatização de setores públicos, a centralização do processo decisório, a expansão da 
cobertura e da oferta de bens e serviços e a redução do caráter redistributivo. 
 
 Em 1968, o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) foi elaborado com o 
objetivo de dar continuidade ao ritmo de crescimento da economia e de, por 
consequência, alcançar o título de "Brasil potência". O maior destaque para o II PND se 
deve ao campo social, porque houve o reconhecimento de que o desenvolvimento social 
deveria acontecer concomitante e progressivamente ao desenvolvimento econômico. A 
educação com foco na pós-graduação e a Saúde relacionada à assistência médica da 
Previdência Social eram as prioridades desse Programa. Ressalta-se que o II PND 
estabelecia também a formação de dois campos institucionais na assistência à Saúde: o 
Ministério da Saúde e o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Ao 
Ministério da Saúde, eram incumbidas as ações médicas e paramédicas, a vigilância 
sanitária de fronteiras e de portos, o controle de medicamentos e de alimentos, e a 
pesquisa de caráter médico-sanitarista. 
 
PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
 
 O objetivo da criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966, 
revelou-se na estratégia de racionalização administrativa, sem mudanças na forma de 
expansão dos serviços de assistência médica e de cobertura previdenciária. Isso 
aconteceu por meio da unificação dos IAP’s, o que afastou representantes de 
empregados na elaboração de Programas de Saúde. 
 
 Um dos grandes marcos do INPS se apresenta no caráter de universalização da 
cobertura previdenciária, em decorrência do aumento da abrangência e da incorporação 
de classes de trabalhadores. Destacam-se entre essas medidas, a criação do Programa 
de Assistência ao Trabalhador Rural (Prorural) e o do Fundo de Assistência ao 
Trabalhador Rural (Funrural), pois expandiram a assistência à saúde nas regiões rurais e 
a inclusão de empregadas domésticas e trabalhadores autônomos à cobertura. 
 
 Com isso, houve um acúmulo de capital, motivado pelo aumento do número de 
contribuintes, pelo crescimento econômico à época e pela pouca quantidade de 
aposentadorias e pensões no período. Porém, não havia a possibilidade de o sistema 
previdenciário existente atender a toda a população, o que obrigou o governo militar a 
recorrer à iniciativa privada, no intuito de solucionar esse dilema. 
 
 O Plano de Pronta Ação (PPA), criado em 1974, repercutiu positivamente no 
processo de universalização dos serviços de saúde. Apesar de não alterar o modelo de 
saúde vigente, representou uma expansão da assistência à Saúde, uma vez que o INPS 
passou a comprar serviços de saúde realizando convênios com médicos e com hospitais, 
o que promoveu o crescimento no uso de medicamentos e de equipamentos médico-
hospitalares. No entanto, observava-se o desenvolvimento da “mercantilização” da prática 
médica, tornando-se comum a prática de declarar serviços não realizados ou executar 
procedimentos melhores remuneradas pelo Sistema Previdenciário, como a escolha do 
parto cesariano em detrimento do parto normal. 
 
 No mesmo ano, com o desmembramento do Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS), atual Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), foi criado o Instituto 
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). O INAMPS era uma 
autarquia federal, vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social, hoje 
Ministério da Previdência Social, que garantia assistência médica e odontológica aos 
trabalhadores da economia formal e a seus dependentes. Com isso, era de se esperar 
que a assistência prestada pelo INAMPS fosse distribuída proporcionalmente ao poder 
econômico e a arrecadação de recursos de cada região. 
 
 De fato, por meio das Superintendências, o Instituto destinava mais recursos às 
regiões de maior desenvolvimento econômico e com maior número de trabalhadores 
formais e de beneficiários, principalmente as regiões Sul e Sudeste, chegando ao gasto 
somado destas duas regiões em mais de 70% da verba total disponibilizada pelo 
INAMPS. 
 
 A partir da metade do ano de 1970, a crise econômica, advinda da queda do preço 
do petróleo, atingiu o setor da Previdência Social, e consequentemente o INAMPS. Por 
essa razão, o instituto adotou, na década de 1980, um conjunto de medidas de 
racionalização de recursos, com o objetivo de conter despesas, por meio da compra de 
serviços do setor público, em detrimento do setor privado. Mesmo em crise, o INAMPS 
começou a adotar medidas de Universalização do atendimento, como a garantia de 
assistência à saúde dos trabalhadores rurais, assistidos anteriormente por serviços 
vinculados ao FUNRURAL. Somente em meados da década de 1980, Período da Nova 
República, surgiu a não obrigatoriedade em apresentar a carteira de segurado do 
INAMPS para receber atendimento em seus hospitais e em outros serviços conveniados. 
Essas medidas de universalização seriam de fundamental importância para a criação do 
Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS) e posteriormente o SUS. Tema que 
será aprofundado no Capítulo III. 
 
OS PLANOS E PROGRAMAS DE SAÚDE DOS GOVERNOS MILITARES 
 
 Com a finalidade de adotar uma política de caráter mais social e tentar diminuir a 
exclusão da população mais carente dos serviços de saúde, os Governos Militares 
instituíram programas racionalizadores e de caráter regional. 
 
 Em 1976, foi elaborado um programa direcionado aos municípios nordestinos com 
mais de 20 mil habitantes a fim de organizar uma estrutura básica de saúde pública e de, 
consequentemente, auxiliar na solução de dilemas médico-hospitalares, o Programa de 
Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento (PIASS). Na concretização do PIASS, foi 
Instituído o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social do MPAS, que planejava novas 
formas de assistência à saúde conforme as necessidades de cada região do país. Em 
1979, houve a expansão do PIASS. 
 
 Foi constituído, em 1977, o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social 
(SINPAS), um programa da previdência social para abranger os institutos e estabelecer 
uma melhor organização. Dessa forma, o INPS, o INAMPS, a Fundação Legião Brasileira 
de Assistência (LBA), a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), a 
Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV), o Instituto de 
Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) e a Central de 
Medicamentos (CEME) compuseram o SINPAS. 
 
 Um novo Programa, o Prev-Saúde, foi concebido por um grupo técnico 
interministerial, em 1980, para reestruturar os serviços de saúde, englobando as áreas de 
saneamento e habitação. O Programa estava direcionado à assistência primária, mas não 
progrediu por apresentar propostas consideradas radicais, no momento em que o País se 
encontrava na eminência da crise econômica na Previdência de 1981. 
 
 Nesse mesmo ano, foi criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde 
Previdenciária (CONASP), com a finalidade de reduzir os custos com a previdência social 
e reorientar as propostas do Prev-Saúde. Em 1982, aprovou-se o Plano de Reorientação 
da Assistência à Saúde no Âmbito da Previdência Social, o “Plano do CONASP”, que 
consistiu no Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Previdência Social, no Projeto 
de Racionalização da Assistência Ambulatorial e nos Convênios Trilaterais entre Ministério 
da Saúde, MPAS e os Governos dos Estados. Dessa forma, o plano tinha por finalidade a 
priorização das ações primárias enfatizando a assistência ambulatorial; a articulação das 
instituições em nível federal, estadual e municipal; e a participação complementar por 
parte da iniciativa privada.Baseado no Plano CONASP, o Programa de Ações Integradas de Saúde (AIS), em 
1984, foi o alicerce para a reorganização da Política Nacional de Saúde e incluía 
princípios como hierarquização, articulação institucional e regionalização. Com o 
envolvimento de alguns municípios nesse contexto, a participação de grupos civis na 
elaboração das Políticas de Saúde tornou-se possível, entretanto, a adesão dos 
convênios por parte dos municípios não foi significativa. 
 
 O inusitado é que, mesmo com a elaboração dessas políticas e desses diferentes 
planos e programas de reorganização e de racionalização, não existia concretamente um 
sistema de atenção à saúde no País. As ações de saúde coletiva eram realizadas de 
modo fragmentado e sem integração, nacional ou regional, nem mesmo interinstitucional. 
 
 Os resultados, por meio dos indicadores do quadro sanitário epidemiológico e da 
assistência universal à Saúde, eram pífios em relação aos investimentos dos diferentes 
programas e planos sequenciados. 
 
O QUADRO EPIDEMIOLÓGICO - A CONTINUIDADE DAS ENDEMIAS E A 
EMERGÊNCIA DE NOVAS EPIDEMIAS 
 
Malária – Um antigo dilema brasileiro 
 
 A malária, até meados de 1960, alcançava elevadas taxas de incidência em países 
em que a doença era endêmica, atingindo grandes massas populacionais. No Brasil não 
poderia ser diferente, com aproximadamente 37 milhões de pessoas vivendo em aéreas 
de alto risco de contaminação, o Presidente Castelo Branco sanciona a Lei nº 4.709, que 
determina a criação da Campanha de Erradicação da Malária (CEM), em julho de 1965, 
sob controle direto do Ministério da Saúde. 
 
 A CEM, apoiada pela OMS, adota a estratégia de eliminação do vetor, a fêmea do 
mosquito do gênero anopheles, por meio do uso do DDT intradomiciliar; e do reservatório 
de infecção, tratando pessoas infectadas com o Plasmodium falciparum, utilizando-se a 
cloroquina. 
 
 As ações da CEM tiveram êxito na maioria das regiões do País, o que culminou 
com uma acentuada diminuição na quantidade de casos diagnosticados, apesar do 
aumento do número de exames solicitados para rastreio, com diminuição do número de 
resultados positivos. Entretanto, essas ações surtiram pouco impacto na Região 
Amazônica, devido à incompatibilidade da estratégia utilizada pela CEM com a realidade 
da Região e na forma heterogênea com que ocorre a doença nessa área. Prováveis 
causas desse insucesso são: o ambiente florestal quente e úmido, que favorece a 
proliferação do vetor; a presença de espécies de Plasmodium resistentes à cloroquina; os 
grupos populacionais expostos a ambientes favoráveis, como garimpos abertos, 
assentamentos espontâneos, áreas periurbanas e aldeias indígenas; a precária 
infraestrutura de serviços de saúde; o crescimento desordenado das cidades; os 
desmatamentos; as instalações de usinas hidrelétricas; entre outros. Esse conjunto de 
fatores, aliado à política desenvolvimentista do período, que estimulou a migração para 
essa região, culminou para que, em 1980, mais de 95% dos casos registrados de malária 
se concentrassem no Norte do País. 
 
 Com o encerramento da CEM, previsto para 1975, o Governo Federal perdeu sua 
principal ferramenta de intervenção, e passou a tarefa de controle da malária para a 
Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), criada em 1970. Pela 
limitação de recursos e por sua ampla atuação do mesmo sobre o controle de outras 
doenças, não obteve os mesmos resultados que a CEM. Entretanto, criou medidas e 
planos de ação na tentativa de suprimir, de forma sustentável, a transmissão da malária 
na Região Amazônica, até a estabilização para os níveis atuais da incidência endêmica. 
 
A Erradicação da Varíola – Uma vitória da Saúde Pública 
 
 No início do Período do Regime Militar, a Varíola ainda apresentava caráter 
epidêmico e endêmico em várias regiões no Mundo, momento em que a OMS lançou o 
Programa Mundial de Erradicação da Varíola no Continente Americano, deflagrando uma 
das mais efetivas Campanhas de Erradicação da Varíola, por meio da vacinação, com o 
Brasil sendo um dos protagonistas. 
 
 A partir de 1966, o Brasil iniciou a “fase de ataque” da Campanha de Erradicação 
da Varíola (CEV), que tinha como objetivo reduzir a transmissão do vírus por meio da 
vacinação do maior contingente possível, implantar um sistema de vigilância 
epidemiológica e sistematizar essas atividades aos serviços de rotina. Ao final de 1971, a 
cobertura vacinal atingiu a cifra de quase 82 milhões de pessoas. No mesmo ano, foram 
registrados os dezenove últimos casos autóctones de varíola nas Américas, no Rio de 
Janeiro. A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) teve papel de destaque na análise das 
diversas espécies do vírus e na produção de vacinas. 
 
 Após essa primeira fase, o Brasil realizou campanhas de vacinação específicas à 
população de 0 a 4 anos em regiões de alta incidência, com o objetivo de atingir uma 
cobertura vacinal de 90%. Até 1973, houve a vacinação de mais 11 milhões pessoas de 
todas as idades. No mesmo ano, a XXII Reunião do Conselho Diretivo da OPAS anunciou 
a erradicação da varíola no Continente Americano, e o Brasil recebeu o certificado 
internacional da erradicação da doença no País. No ano de 1977, a campanha de 
vacinação foi cessada. Em 1979, a OMS declara, após alguns casos isolados, a 
erradicação da Varíola no Mundo. 
 
As Epidemias de Meningite nos anos 70 foram Silenciadas 
 
 Em julho de 1971 a maior epidemia de meningite meningocócica da história do 
País, a primeira causada pelo sorotipo C, assolava a cidade de São Paulo, com focos 
também no Rio de Janeiro, Salvador e outras capitais. Em maio de 1974, tem início a 
segunda epidemia de meningite, desta vez pelo meningococo do subgrupo A, o que não 
significou remissão da primeira. 
 
 O Brasil vivia a época do “milagre econômico”. Por essa razão, admitir a existência 
de uma epidemia denunciaria a crise social que o País enfrentava e ofuscaria o brilho do 
crescimento econômico. Devido a isso, autoridades sanitárias da época optaram por 
negá-la. A omissão desse problema de saúde pública propiciou o avanço da doença, 
progredindo, de forma concêntrica, da periferia para os centros urbanos, mantendo-se 
elevada até meados de 1977. 
 
 O número de casos se manteve constante até 1971, com aumento a partir de 1972 
(3.281 casos), chegando ao seu valor mais alto em 1974 (31.390 casos). Com a posse do 
novo Presidente, General Ernest Geisel, 1974, o Governo assumiu a epidemia, mas 
proibiu a divulgação dos dados estatísticos para “não alarmar a população”, contribuindo 
para a subnotificação e criou a Comissão Nacional de Controle da Meningite, incumbida 
de realizar a vigilância epidemiológica e de traçar um plano de combate à epidemia. 
 
 O ano de 1975 registrou o maior número de óbitos, 411 óbitos, o que levou, em 
março, a criação de um Plano Emergencial de Vacinação, com o objetivo de vacinar 10 
milhões de pessoas em 4 dias. Foram, então, produzidas as primeiras vacinas 
polissacarídicas contra esses subgrupos de meningococos. A cobertura vacinal atingiu 
93% da população de São Paulo, com redução da incidência de meningite para valores 
endêmicos a partir de 1977. 
 
SURTOS EPIDÊMICOS DE POLIOMIELITE DEFLAGRAM O “DIA NACIONAL DE 
VACINAÇÃO” 
 
 A partir do final do século XIX e início do século XX, a poliomelite passou a 
representar um grave problema de saúde pública no Brasil e em outros países, 
principalmente aqueles em desenvolvimento. 
 
 Em 1971, devido à existência de vários focos de surto no País, o MS elaborou o 
Plano Nacional de Controle da Poliomielite, considerado a primeira tentativa nacional de 
contenção da doença. Em contrapartida, a avaliação do real impacto das Campanhas 
sobre a incidência de poliomielite foi pouco conclusiva, porque o Brasil não contava com 
serviços de armazenamento de dados epidemiológicos fidedignos. 
 
 No finalda década de 1970, o pesquisador americano, Dr. Albert Sabin, criador da 
vacina oral com o vírus atenuado, durante surtos de poliomielite no Paraná e em Santa 
Catarina, denunciou a precária cobertura vacinal da antipólio à imprensa internacional e 
propôs a criação do “Dia Nacional de Vacinação”, visando à vacinação em massa, em um 
curto intervalo de tempo, em todo o território Nacional. O Ministério da Saúde (MS) acatou 
a sugestão e convidou o Dr. Albert Sabin a comandar a ação. Esse fato teve importantes 
implicações a nível mundial, pois no ano seguinte, 1980, a OMS emitiu uma nota, 
recomendando a adesão à estratégia dos Dias Nacionais, que passou a ser adotada em 
outros países. 
 
 Com a implantação dos Dias Nacionais de Vacinação, o número de casos de 
Poliomielite reduziu drasticamente a partir de 1980 até o registro do último caso de 
Poliomielite no Brasil, notificado em 1989 na Paraíba. De acordo com o MS, as 
campanhas vacinais contra essa doença permanecerão ativas até a OMS declará-la 
erradicada mundialmente. 
 
 Ressalta-se que, em 1975, a criação do Sistema Nacional de Vigilância 
Epidemiológica (SNVE) foi de grande importância na vigilância e no combate às doenças 
infectocontagiosas. Até então, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era 
um dos principais órgãos governamentais brasileiros na coleta de dados, mas, com a 
criação do SNVE, diversas variáveis e inúmeros fatores puderam ser analisados em 
relação ao quadro epidemiológico do País. O contexto socioeconômico, a faixa etária, o 
acesso aos serviços de saúde, as sequelas e a localização geográfica serviram de base 
para o levantamento de índices e outros dados estatísticos. 
 
 
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO, UM PROGRAMA QUE SE MANTÉM 
ATUANTE POR MAIS DE 40 ANOS 
 
 Em 1971, foi criada a Central de Medicamentos (CEME), que tinha o objetivo de 
estimular a indústria farmacêutica brasileira na compra, na produção e na distribuição de 
medicamentos para os setores sociais mais carentes, principalmente as vacinas. A 
parceria desse Órgão com o MS, estimulou um maior apoio ao investimento no combate a 
doenças imunopreveníveis e na vigilância epidemiológica, culminando com a criação do 
Programa Nacional de Imunização (PNI), em 1973. Embora a primeira vacinação em 
territó rio nacional tenha ocorrido em 1804, a criação do PNI representou um dos marcos 
do processo de Promoção de Saúde na história do País. Suas ações garantiram ao 
governo a otimização de recursos, o melhor planejamento e a sistematização de suas 
atividades, e, consequentemente, produziram a elevada eficácia das Campanhas 
Nacionais de Imunização. 
 
 Na elaboração do PNI, ficaram definidos como objetivos principais do Programa, a 
extensão das vacinações para as áreas rurais, o aperfeiçoamento da vigilância 
epidemiológica, a capacitação dos laboratórios de Saúde Pública para o favorecimento do 
diagnóstico precoce, a uniformização das técnicas de administração de vacinas e a 
promoção da educação em saúde para aumentar a receptividade da população ao 
Programa de Vacinação. As principais Campanhas do PNI eram voltadas para o combate 
de sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose, poliomielite, entre outras; levando 
em consideração as diferenças epidemiológicas de cada faixa etária e priorizando a 
população de risco, como crianças, idosos e gestantes. 
 
 Em 1977, a OPAS/OMS elaborou o Programa Ampliado de Imunização (PAI), com 
o objetivo de ampliar a cobertura vacinal dos grupos mais susceptíveis. Com isso, no 
Brasil, foram estabelecidas vacinas obrigatórias para os menores de um ano de idade em 
todo o território nacional. 
 
 No mesmo ano, foi criada a Caderneta de Vacinação, que consistiu em um dos 
principais mecanismos de fiscalização e vigilância do calendário vacinal, sendo 
documento necessário para a comprovação das vacinas administradas e a exigência 
obrigatória desse documento a partir de julho de 1978. 
 
CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE NO REGIME MILITAR E O NASCIMENTO 
DO MOVIMENTO SANITÁRIO 
 
 Durante a Ditadura Militar, ocorreram quatro Conferências Nacionais de Saúde 
(CNS), da 4ª até a 7ª. Entretanto, devido às características do Regime, elas tiveram uma 
contribuição bastante pífia na função de propor mudanças nas Políticas Públicas de 
Saúde e melhorias para os Serviços, pois contaram com a participação apenas de 
representantes de um Governo centralizador, focado no desenvolvimento econômico e 
pouco aberto às questões sociais. 
 
 No período entre 30 de agosto e 4 de setembro de 1967, foi realizada a 4ª 
Conferência Nacional de Saúde que teve como tema central: “Recursos Humanos para as 
Atividades de Saúde” e contou com a participação de autoridades e especialistas do 
Ministério da Saúde e da Previdência Social. Os principais objetivos foram definir o tipo de 
profissional de saúde de que o Brasil necessitava, atribuir a responsabilidade sobre a 
formação desse profissional ao Ministério da Saúde e integrar as Universidades e outras 
Instituições de Ensino Superior na formulação das Políticas Nacionais de Saúde. 
 Em agosto de 1975, no Governo de Ernesto Geisel, teve início a 5ª CNS, presidida 
pelo Ministro da Saúde Paulo de Almeida Machado. O tema de maior destaque em 
discussão nessa Conferência foi a elaboração e a implantação de um Sistema Nacional 
de Saúde, determinando os papéis do Ministério da Saúde e do Ministério da Previdência 
Social, responsáveis pelas ações de prevenção e de Saúde Coletiva, e pela assistência 
médico-previdenciária, respectivamente. Outros temas abordados foram: a criação de 
Programas de Extensão das Ações de Promoção da Saúde à população do meio rural; 
estratégias de implantação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE); do 
Programa de Saúde Materno-Infantil e a elaboração do Programa de Controle de Grandes 
Endemias. 
 
 Em 1977, ocorreu a 6ª CNS, que tinha como tema o “Controle das Grandes 
Endemias”, novamente no centro das discussões, o que evidenciava a situação sanitária 
precária do Brasil; juntamente com o tema de Interiorização dos Serviços de Saúde, 
exemplificando as ações discriminatórias da assistência médico-previdenciária e a 
retomada do debate sobre a necessidade de um Plano Nacional de Saúde. Estes dois 
últimos eram um reflexo da mudança de pensamento sobre os serviços de saúde e a 
necessidade de uma assistência universal. 
 
 No ano seguinte, 1980, foi realizada a 7ª CNS, com a presença de representantes 
do Governo e do setor da saúde. Seu tema central era a “Extensão das ações de saúde 
por meio de serviços básicos”. As discussões levantadas abriram espaço para a 
intermultidisciplinaridade; entretanto, o debate focou sobre a elaboração e a implantação 
de um Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde, Prev-Saúde, para garantir o 
acesso da população aos serviços básicos de saúde, que não atendia às necessidades 
da comunidade. Nessa Conferência, houve o questionamento sobre a funcionalidade e 
estruturação das Conferências Nacionais de Saúde. 
 
MOVIMENTO SANITÁRIO – UMA LUTA EM PROL DA SAÚDE PÚBLICA 
 
 Após o Golpe de 1964, o quadro sanitário e as condições de saúde da população 
se agravaram. A taxa de mortalidade infantil, que se mostrava em declínio desde a 
década de 1940, sofreu uma piora em seus índices. Concomitante, a incidência de 
doenças infectocontagiosas, como tuberculose, malária, Doença de Chagas e 
esquistossomose; e de agravos na saúde, como violências e acidentes de trabalho, 
apresentavam índices alarmantes. Essa situação, associada ao aumento da insatisfação 
de diferentes setores sociais à repressão e ao autoritarismo do Regime, criou um 
ambiente propício para a formação de movimentos sociais. 
 
 No Brasil, o Movimento Sanitário foi determinante para a definição de um dos 
princípios basilares do atual Sistema Único de Saúde, a universalização. Na Ditadura 
Militar,a assistência à saúde era ofertada por meio da Previdência Social ou de 
associações filantrópicas, o que excluía parte significativa da população, mesmo após 
incluir trabalhadores rurais e autônomos na participação da previdência pelo Instituto 
Nacional de Previdência Social ou através do Programa de Pronta Ação universalizar o 
atendimento de urgência. A finalidade do Movimento Sanitário não se restringia ao setor 
da saúde, porque se almejava estabelecer um sentimento de democracia e reafirmar a 
cidadania dos que estavam excluídos da assistência à saúde. Dessa forma, objetivavam-
se garantir o acesso às estratégias de prevenção e promoção da saúde e descentralizar a 
gestão para que a sociedade se aproximasse das decisões no campo da saúde. 
 
 A Reforma Universitária de 1968 criou, por lei, o Departamento de Medicina 
Preventiva (DMP) em todas as Faculdades de Medicina. O DMP iniciou a análise dos 
problemas de saúde em uma abordagem histórica-estrutural, o que representou os 
alicerces para o movimento social de transformação do sistema de saúde, a Reforma 
Sanitária. A Medicina Preventiva relacionou-se com o conceito de Saúde e de Ecologia, 
tendo em vista que o estado de saúde, tanto físico quanto psíquico, é influenciado pelas 
relações do indivíduo com o meio, pelas atitudes do indivíduo e por sua relação com a 
comunidade, entre outros fatores. 
 
 Nessa conjuntura, destacam-se nomes como o do médico sanitarista, deputado 
federal, e posteriormente, presidente da FIOCRUZ, Sergio Arouca, um dos principais 
articuladores e militantes do Movimento Sanitário brasileiro, que foi o responsável pela 
introdução do novo “modo de pensar em saúde” no Brasil, de que a saúde é resultante de 
determinantes sociais. Seus ideais incitaram movimentos estudantis por todo o País e 
debates sobre a reformulação dos pilares da Saúde Pública, ocasião em que foram feitas 
duras críticas ao modelo vigente. 
 
 Nesse contexto, surgiu o Movimento Sanitário, em meados da década de 1970. 
Com a maior compreensão da relevância de outros fatores envolvidos no processo saúde-
doença, como a educação, a genética e o acesso aos serviços de saúde, ganhando mais 
força após a Declaração de Alma-Ata. A assistência médica previdenciária não se mostrou 
capaz de atender às necessidades da população e o tema da universalização do 
atendimento ganhou destaque no cenário nacional. 
 
 A partir da propagação dessa ideologia, principalmente em âmbito acadêmico, 
algumas instituições começaram a defender um modelo de Saúde Pública que focasse na 
universalidade da atenção. Destacaram-se nesse processo o Centro Brasileiro de Estudos 
em Saúde (CEBES) e a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva 
(ABRASCO). 
 
CEBES E ABRASCO – PRINCIPAIS PROTAGONISTAS DO MOVIMENTO SANITÁRIO 
 
 O Centro Brasileiro de Estudos em Saúde foi significativo na disseminação e 
defesa da medicina social. Isso aconteceu por meio de debates sobre temas de saúde 
comunitária nas Semanas de Estudos sobre Saúde Comunitária (Sesac) em 1974. O 
objetivo dessas discussões era reunir professores, estudantes e profissionais da área de 
saúde, para analisar a influência social, política e econômica na estrutura da saúde e 
debater sobre o progresso das práticas de saúde comunitária. 
 
 Em 1976, com a proposta de publicar um periódico, o CEBES elabora a Revista 
Saúde em Debate, o que foi significativa na conjuntura do movimento sanitário. Em uma 
edição da Saúde em Debate de 1977, resgatava-se a ideologia do direito à saúde e 
denunciava-se a necessidade de uma mudança efetiva nas condições de saúde da 
população. Dessa forma, a proposta da revista e dos integrantes do CEBES tinha como 
base retratar a realidade da saúde brasileira e disseminar os pensamentos de uma 
Reforma Sanitária caracterizada pela universalização e equidade no acesso aos serviços 
de saúde. 
 
 Em novembro de 1979, a Câmara dos Deputados realizou o I Simpósio sobre 
Política Nacional de Saúde, contando com a participação de membros do Movimento da 
Reforma Sanitária, e demais movimentos. Nesse cenário, o Movimento Sanitário cria 
alianças e se fortalece politicamente. As discussões e a conclusão do Simpósio 
representaram uma vitória para o Movimento, e culminaria com a criação das Ações 
Integradas de Saúde, em 1982, com o processo de universalização da assistência 
prestada pelo INAMPS. O Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) apresentou 
seu documento “A Questão Democrática na Área da Saúde”, que trata diretamente do 
tema da universalização do atendimento. O documento trazia à tona o pensamento de 
que a saúde é um direito de todos e cabia ao Estado assegurá-la. Tal prerrogativa se 
apoiava nos ideais da Declaração de Alma-Ata de 1978 e representaria, tempos depois, o 
cerne da 8º Conferência Nacional de Saúde e seria institucionalizado na Constituição de 
1988. 
 
 Em 1979, houve a criação da ABRASCO, após a 1ª Reunião sobre Formação e 
Utilização de Pessoal de Nível Superior na Área da Saúde Pública, em Brasília; que 
contou com a participação de profissionais, estudantes e docentes da área da Saúde. A 
ABRASCO, fundada com caráter interdisciplinar, tinha o intuito de representar os 
interesses de diferentes profissionais da Saúde, e nortear os centros de pesquisas e 
Instituições de Ensino Superior (IES’s), relacionados com o tema Saúde Coletiva, por 
meio da organização de palestras, seminários, congressos e na elaboração de projetos 
que visam fortalecer a integração do Serviço de Saúde. 
 
 A ABRASCO, desde a sua criação, apresentou-se participativa e continua atuante 
nos diversificados campos de representação da sociedade, como o Conselho Nacional de 
Saúde e o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, objetivando 
prosseguir ativamente na elaboração e no monitoramento das políticas envolvendo os 
setores da saúde, educação, ciência e tecnologia. Em 1996, a ABRASCO publicou o 
primeiro periódico da Revista Ciência & Saúde Coletiva e, em 1998, da Revista Brasileira 
de Epidemiologia, dois destacados periódicos na área de produção científica brasileira e 
reconhecidos pela comunidade científica. 
 
AS REPERCUSSÕES DO MOVIMENTO SANITÁRIO BRASILEIRO PARA A 
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) 
 
 Em decorrência da fragmentação do setor saúde, instituiu-se, em 1982, o Conselho 
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) objetivando articular e aproximar as 
Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal no processo de reconstrução e 
inovação da área. O CONASS, a partir da sua implementação, mantém-se protagonista 
nas políticas de saúde, intervindo e tendo presença em diferentes eventos sobre a 
estruturação do Sistema de Saúde. Participou da 8ª CNS, convocando entidades 
importantes para esse evento que se apresentou como a consolidação do Movimento 
Sanitário. 
 
 No decorrer do Movimento Sanitário, houve significativos avanços no campo da 
legislação relacionada à Saúde. Declarar a Universalização do acesso aos serviços, e 
considerar a saúde como um direito social e de responsabilidade do Estado, foi 
imprescindível para a população brasileira, especialmente para os segmentos que não 
desfrutavam de assistência médica. A 8ª CNS foi o palco para a discussão dessa nova 
Política de Saúde Pública, apresentando como temas centrais a saúde como direito 
essencial à cidadania, a reformulação do Sistema Nacional de Saúde e o seu 
financiamento. 
 
 
 
 
 
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