Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ERGOMETRIA BASES DA REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR Luciana Duarte Novais Silva DEFINIÇÃO “Método não invasivo de registro das respostas cardiovasculares, hemodinâmicas, respiratórias e metabólicas de um indivíduo durante o esforço físico controlado e mensurável. Tem por finalidade determinar a sua capacidade de adaptação ao estresse físico” INDICAÇÕES ○ DAC: ! Indivíduos assintomáticos com fatores de risco ! Dor torácica sugestiva ! Prognostica em pacientes crônicos ! Pós-IAM evolução não complicada ! Pós-RM ! Avaliação terapêutica farmacológica ! Avaliação e reavaliação da Reabilitação Cardíaca ! Complementação de outros exames com suspeita de DAC ! Perícia médica ○ Hipertensão Arterial: ! Avaliação de hipertensos ou com 2 ou mais fatores de risco para DAC ! Comportamento da PA (diagnóstico precoce e prognóstico) ! Hipertensão lábil, reativa e mantida ou fixa ! Avaliação e reavaliação durante programa de exercícios físicos ! Terapêutica medicamentosa INDICAÇÕES ○ Arritmias: ! Comportamento durante o esforço ! Correlação entre os sinais e sintomas ! Terapêutica ! Avaliação para programa de treinamento físico ! Recuperados de PCR INDICAÇÕES ○ População sadia ou aparentemente saudável: ! Historia familiar de coronariopatia ou morte súbita precoce ! Ocupacional ! Candidatos a programa de condicionamento físico > 30 anos (M) e > 45 anos (F) INDICAÇÕES INDICAÇÕES ESPECIAIS ○ Avaliação funcional em indivíduos sadios, atletas ○ Avaliação em valvulopatias (PVM) ○ Portadores de maracapasso ○ ICC ○ Pneumopatias (DPOC, Asma) ○ Doença arterial periférica ○ Diabetes ○ Crianças (sopro) ou PO de correção de cardiopatias congênitas TESTE ERGOMÉTRICO ○ Fisioterapia ! Prescrição de exercícios. ! Avaliação da segurança do paciente. ○ Determinação do Exercício: ! Monitorizado, não monitorizado, ! Supervisionado ou não supervisionado FISIOPATOLOGIA DO TESTE ERGOMÉTRICO NAS CORONARIOPATIAS OBSTRUÇÃO AO FLUXO CORONARIANO ISQUEMIA MIOCÁRDICA Dor Torácica Disfunção VE Arritmias Desnível do Segmento ST CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS DO TE ■ IAM Recente ■ Angina Instável ■ ICC descompensada ■ BAV completo ■ HA severa ■ Arritmias Graves ■ Hipertensão Pulmonar severa ■ Doenças Infecciosas ■ Estenose Aórtica Severa ■ Endocardite, Miocardite e Pericardite Aguda CONDIÇÕES SISTÊMICAS • Estados infecciosos agudos • Deseq. Metabólicos • Deseq. hidroeletrolíticos CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS DO TE ○ Insuficiência respiratória ○ Hipertensão pulmonar ○ Caquexia ○ Enfermidades osteo-articulares ○ Enfermidades neurológicas e musculares ○ Aneurisma de VE ○ Hipertrofia de VE ○ Bloqueio completo de ramo E ○ Uso de drogas ○ Fibrilação e Flutter atrial SEGURANÇA E ASPECTOS LEGAIS NA REALIZAÇÃO DO TE Estes índices são reduzidos devido a monitorização dos sinais e sintomas MORBIDADE:0.05% MORTALIDADE:0.02% Código de proteção ao consumidor (Lei 8.078 de 11/09/90) 6.1-Proteção á vida, saúde e segurança contra serviços nocivos ou perigosos 6.3-Informar sobre os eventuais riscos que o produto possa oferecer Art 14- O fornecedor responde pela reparação de danos causados ao consumidor Termo de consentimento, informando eventuais riscos (assinatura de 2 testemunhas) METODOLOGIA PARA O TE ○ Condições básicas ! Equipe médica ! Espaço físico ○Luminosidade, ventilação, T entre 18 a 22° C ! Equipamentos ○Ergômetro, monitor de ECG, esfigmomanômetro, estetoscópio e cronômetro ! Material de emergência ○Desfibrilador, oxigênio, equipamento de aspiração, reanimador, laringoscópio, cânulas, fio guia, material de curativo, medicamentos para emergência INFORMAÇÕES SOBRE O TESTE ○ Médico: ! Avaliação inicial ! Explicar o motivo do teste ! Suspensão de medicamentos ! Indicação de protocolos e ergômetros RECOMENDAÇÕES PARA O TE ■Usar roupas leves e sapatos adequados ■ Evitar excesso de esforço no dia anterior ao teste ■ Evitar sedativos ■ Evitar fumar pelo menos 3 horas antes do teste ■ Evitar uso de chá ou café na manhã do exame ■ Não fumar até pelo menos 4hs antes ■ Evitar o uso de bebidas alcoólicas 24 hs antes ■ Alimentação leve, antes de 2hs do exame ■ Preservar o horário do sono no dia anterior ao teste METODOLOGIA PARA O TE ○ Ficha cadastral ○ Peso e altura ○ Questionar uso de medicamentos ○ Exame clínico ○ ECG de repouso (MC5 ou 12 derivações) ○ Orientar o paciente quanto a interrupção do TE ○ Mensurações de repouso (ECG, FC, PA, Escala subjetiva de esforço) ! Sentado ! Manobra de hiperventilação CICLOERGÔMETRO X ESTEIRA CICLOERGÔMETRO Vantagens: • cargas pequenas • fácil de prescrever • registro do ECG e PA • fácil transporte • menor custo ESTEIRA Vantagens: • tipo comum de exercício • maior massa muscular • para um mesmo VO2 impõe menor stress cardiovascular CICLOERGÔMETRO Desvantagens: • Envolve menor massa muscular • Fadiga precoce de quadríceps femoral • Habilidade em pedalar • Variáveis VO2max, DC são iguais ou < que em esteira ESTEIRA Desvantagens: • Custo financeiro • Difícil obtenção do ECG e PA • Pesada e barulhenta • Potência calculada • Peso corporal influi no trabalho realizado CICLOERGÔMETRO X ESTEIRA MONITORIZAÇÃO DURANTE O TE ○ Controle de sinais e sintomas durante o exercício, recuperação e repouso pós-exercício (4 a 10 minutos) ○ Sinais e Sintomas ! Angina ! Dispnéia ! Vertigem, síncope, tonturas ! Dores em MMII ○ Respostas da FC, PA, ○ DP ○ ECG ○ Variáveis ventilatórias, metabólicas CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO DO TE ○ PA: ! PAD > 120mmHg em normotensos ! PAD > 140mmHg hipertensos ! Queda sustentada da PAS ou elevação acentua (>260mmHg) ○ Dor torácica (↑carga) ou associada a sinais de isquemia ○ Ataxia, tonturas, palidez pré-sincope ○ Dispnéia desproporcional ao esforço ESCALA DE PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO-BORG 0 0,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 - Absolutamente nada Extremamente leve Muito, muito leve Leve Moderado Pesado Muito pesado Extremamente pesado MÁXIMO Imperceptível Muito, muito fácil Fácil Ligeiramente cansativo Cansativo Muito cansativo Muito, muito cansativo EXAUSTIVO CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO DO TE ■ Taquicardia ventricular, ou supraventricular mantida ■ Exercício induzindo bloqueio de ramo D ou E ■ Dores nos MMII ■ Alterações ECG (arritmias complexas) ■ Cianose, palidez e tonturas ■ ESV, BAV do 2° e 3° grau, bradicardia ■ 2mm de depressão ou elevação horizontal ou descendente do segmento ST CRITÉRIOS PARA SE CONSIDERAR UM TE ANORMAL ○ 1mm ou mais de depressão ou elevação do segmento ST em relação a linha Q-Q com duração de 0,08s ou mais a partir do ponto J (mulher = 2mm); ○ Desconforto torácico típico de angina pectoris induzido ou aumentado pelo exercício; ○ Taquicardia ventricular ou extra-sístoles ventriculares freqüentes (mais que 30%) ou ainda extra-sístoles ventriculares multifocais; ○ Exercício induzindo bloqueio de ramo direito ou esquerdo; CRITÉRIOS PARA SE CONSIDERAR UM TE ANORMAL ○ Queda significativa da PAS ou incapacidade de aumentar a PAS com um aumento de carga do exercçio depois de um período de adaptação; ○ Taquicardia supraventricular mantida; extra-sístoles ventriculares; bradicardia inadequada; ○ Exercício induzindo BAV de 2o ou 3o grau;○ Inversão de onda U pós-exercício. ○ Tipos de cargas impostas em um teste ! Contínua: ○Crescente tipo rampa ○Crescente tipo degrau ! Descontínua: ○Crescente tipo degrau descontínuo TESTE ERGOMÉTRICO PROTOCOLO CONTÍNUO (RAMPA) PROTOCOLO CONTÍNUO (DEGRAU) Tempo (min) C ar ga (W ) 0 25 50 75 100 125 150 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 PROTOCOLO DESCONTÍNUO (DEGRAU) Tempo (min) C ar ga (W ) 0 25 50 75 100 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 ESCOLHA DO ERGÔMETRO E DO PROTOCOLO ○Esteira ○Cicloergômetro ○Ergômetro de Braço ○Nado ESCOLHA DO PROTOCOLO • 6 a 15 min (em média) • objetivo do TE • população estudada FREQÜÊNCIA CARDÍACA [FCmax prevista - FCmax atingida] X 100 FCmax prevista Déficit Cronotrópico = Delta de FC = FCmax - FCrep Ideal= 0 Valor elevado de déficit= ansiedade, hipertireoidismo, baixo condicionamento, anemia Valor reduzido= sinal de coronariopatia, drogas que reduzem FC CÁLCULOS Consumo máximo de Oxigênio (VO2max) ml/Kg/min VO2max = 57.8 - (0.445 x idade) homens sedentários VO2max = 69.7 - (0.62 x idade) homens ativos VO2max = 41.2 - (0.343 x idade) mulheres sedentárias VO2max = 44.4 - (0.343 x idade) mulheres ativas Cálculo a partir de TE em esteira rolante-Bruce DÉFICIT AERÓBIO FUNCIONAL FAI FAI = [VO2max previsto - VO2max obtido] x 100 VO2max previsto DÉBITO CARDÍACO DCmax previsto (homens)=26.5-0.17 x idade DC max previsto (mulheres)= 15-0.71 x idade DUPLO PRODUTO ○ Trabalho cardíaco (mmHg.bpm) ○ Eficiência da circulação coronariana DP previsto= 364-(0.58 x idade) x100 DP atingido= FCmax x PASmax CONSUMO MÁXIMO DE O2 DO MIOCÁRDIO ○ MVO2max [DPmáx previsto - DPmáx obtido] x 100 DPmáx previsto MVO2max previsto= (DP atingido x 0.0014)-6.3 MAI = ■ Déficit funcional de VE: MAI CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Classe A: ! Indivíduos sem risco para exercícios de média intensidade (aparentemente sadios); ○ < 40 anos (assintomáticos); ! Ausência de cardiopatia e 2 ou mais fatores de risco; ○ De qualquer idade: ! TE negativo ou nl; ! Ausência de cardiopatia ou fatores de risco coronariano. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Classe B: ○ Indivíduos de baixo risco para exercícios de média intensidade (pctes com cardiopatia de evolução estável); ○ TE nl; ○ Classe funcional I e II (NYHA); ○ Capacidade aeróbia > 21 ml.Kg/min; CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Classe B: ○ Ausência: ! insuficiência cardíaca, ! arritmia ventricular, ! isquemia e/ou angina de repouso, ! isquemia de esforço em exercícios > 21 ml.Kg/min, ! antecedentes de PCR, ! dois ou mais infartos do miocárdio, ! outras condições de risco e seqüela grave. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Classe C: ○ Indivíduos de moderado ou alto risco para exercícios de média intensidade (pctes com cardiopatia de evolução estável); ○ TE anormal; ○ Classe funcional III (NYHA); ○ Capacidade aeróbia < 21 ml.Kg/min CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Classe C: ○ Ausência: ! insuficiência cardíaca, ! arritmia ventricular, ! isquemia e/ou angina de repouso, ! isquemia de esforço em exercícios < 21 ml.Kg/min, ! angina vasoespástica, ! queda persistente da PA ao esforço, ! angina ou comportamento anormal do ST, ! antecedentes de PCR, ! dois ou mais infartos do miocárdio, ! outras condições de risco ou seqüela grave. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Classe D: ○ Indivíduos de risco habitualmente proibitivo ao exercício); ○ Cardiopatas de evolução instável; ○ Restrição de atividade física; ○ Presença: ! Insuficiência cardíaca, ! EV repetidas e não controladas, ! Angina ou isquemia instáveis, ! Estenose aórtica grave, ! Lesão de tronco de coronária esquerda, ! Condições com risco de vida ou seqüela grave.
Compartilhar