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Doenças pulmonares obstrutivas, distúrbios restritivos e difusionais Disciplina de Pneumologia clínica e cirúrgica Ft. Gabrielle Muniz Nogueira Fisioterapeuta do CTI Pediátrico da UE- HCFMRP Doenças pulmonares obstrutivas crônicas Asma e DPOC • Asma: obstrução variável ao fluxo aéreo, total ou parcialmente reversível, de forma espontanea ou por meio de tratamento • DPOC: Bronquite crônica + enfisema • 80% dos casos = componente alérgico hereditário que predispõe a resposta inflamatória • Fase inicial = minuto após a exposição ao alérgeno – pode durar até 2h. Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - Asma • Segunda fase: horas após o estímulo Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - Asma Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC • Lesão de VAS com obstrução do fluxo aéreo que não é totalmente reversível • Progressivo • Resposta inflamatória pulmonar desencadeada por exposição a partículas ou gases. Ex: cigarro – mais comum Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC • Bronquite crônica: tosse com expectoração por um período de no mínimo 3 meses ao ano por 2 anos consecutivos. • Enfisema: histológico – Dilatação anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais acompanhado de destruição de suas paredes. • Bronquite crônica: hipertrofia das glândulas submucosas da traqueia, brônquios e células caliciformes das pequenas VAS = produção de muco Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC • Quadro clínico: TosseCrônica; Expectoração espessa e abundante (durante 3 meses ao ano, por 2 anos consecutivos); Dispnéia; Distúrbios do sono; Incapacidade física quando complicada por infecções pulmonares Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC • Enfisema: Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC • Tipos de enfisema: Centrolobular ou centroacinar: lesão centro do ácino, na extremidade proximal – ductos, sacos alveolares e alvéolos íntegros Perilobular ou periacinar: lesão na periferia do ácino Panlobular ou panacinar: compromete todo o ácino Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC • Quadro clínico: Dispnéia progressiva e grave; Pode haver ou não tosse; A ausculta pulmonar alterada; Desnutrição e perda de peso (indivíduo grave) = aumento do trabalho respiratorio = maior gasto energético Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC • Resultado final: Diminui motilidade celular células caliciformes Hipertrofia das célula mucosas Favorece inflamação das paredes bronquicas e alveolares Condiciona o broncoespasmo Reduz atividade macrofágica Limita produção surfactante Inibe atividade de enzimas antielastasicas e antioxidantes Fibrose + espessamento + ruptura das paredes alveolares Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC Doenças pulmonares obstrutivas crônicas - DPOC Predominam fenômenos destrutivos; Idoso, magro, longilíneo; Sem cianose; Dispnéia precoce, progressiva e grave; Sem tosse ou expectoração; AP: MV ↓ , sem ruídos. Predominam fenômenos inflamatórios ; Brevelíneo, com tendência a ganhar peso; Cianose presente; Dispnéia discreta intermitente; Tosse produtiva; Percussão normal; AP: MV ↓ com roncos e sibilos Soprador Róseo (Pink Puffer) Azul Inchado; Pletótico Cianótico (Blue Bloaters) Função pulmonar Função pulmonar • A destruição do parênquima não é homogênea = distribuição do ar é heterogênea • Paciente com DPOC – VEF1 < 80% – VEF1/CVF = mesmo que a CVF esteja normal = sempre há queda da VEF1 – CPT = pode ser constante ou aumentada CPT = CI + CVF ( a CVF sempre irá , o que determinará o aumento da CPT é a CI. Função pulmonar • Diferencial DPOC x Asma – Espirometria após uso de broncodilatador: – VEF1> 20% ou 250 ml = asma – VEF1 < 20% ou 249 ml = DPOC Função pulmonar Trocas gasosas • Asma: má distribuição do ar inspirado Unidades mais ventiladas e pouco perfundidas = espaço morto - hipocapnia Unidades pouco ventiladas e com boa perfusão – shunt – hipoxemia • A medida que a obstrução aumenta e a crise se prolonga = PaCO2 e agravamento do quadro do paciente. Trocas gasosas Inicio Meio (fadiga) Final O2 O2 O2 CO2 = CO2 Em relação á hiperventilação CO2 pH = pH pH Ve = Ve Ve Trocas gasosas • Bronquite crônica: Distúrbio V/Q segue o mesmo padrão encontrado na asma Mas o comprometimento dos pequenos brônquios é progressivo Não existe reversibilidade Com aumento da gravidade: hipoxemia + hipercapnia • Enfisema: Como ocorre tanto destruição alveolar e capilar → a tendência e que as alterações na troca gasosa sejam tardias A difusão se encontra diminuída devido a uma < superfície de troca Readaptações DPOC Horizontalização das costelas; Aumento ou diminuição de trama vascular periférica; Planificação do Diafragma; Hiperinsuflação – hipertransparência; Aumento do diâmetro ântero- posterior. Distúrbios pulmonares Alterações anatômicas de vasos sanguíneos pulmonares e alterações funcionais no pulmão Aumento da resistência vascular pulmonar Hipertensão pulmonar Hipertrofia VD Insuficiência cardíaca Cor pulmonale Diagnóstico • Anamnese e exame físico; • Espirometria • Exame de imagem – Raio x – pouca sensibilidade porém evidencia as alterações decorrentes do DPOC – Tomografia computadorizada – melhor metodo de avaliação - + sensível – avalia a gravidade do enfisema Estadiamento DPOC Tratamento •Cessação do TBG • TTO Medicamentoso: Anticolinérgicos – Ipratrópio; B-Anticolinérgicos – Salbutamol; Corticóides- Fluticasona; Metilxantinas –Teofilina que vem sendo substituída pelo Salmeterol de ação mais prolongada • Antibióticos -Azitromicina Tratamento • Reabilitação pulmonar • Cirurgias de ressecção de tecido pulmonar e transplante pulmão • Oxigenioterapia: PaO2 aceitável para DPOC = 60 – 70 mmHg • SpO2: 90 – 93% • Precaução = estímulo hipóxico VNI ou VMI? PaO2 < 60mmHg em ar ambiente O2 suplementar para manter SpO2 90 – 93% PaCo2 > 55 mmHg e pH < 7,25 VNI VMI Piora Desmame PaCO2 = 45 – 55mmHg e pH > 7,25 Manter Respiração espontânea ou com O2 suplementar O2 domiciliar Ar ambiente Fisioterapia cardiorespiratória • Objetivos: • Melhorar a Dispneia • Auxiliar na Higiene Brônquica • Melhorar a Capacidade de exercícios e atividades físicas • Melhorar o conhecimento, autocuidado e a autoeficácia Fisioterapia Cardiorespiratoria • Higiene bronquica + melhora do padrão respiratorio • Fortalecimento muscular = dinamômetro e manuvacuômetro • Performance ao exercicio – TC6’ Doença pulmonar restritiva Doença pulmonar restritiva • Dificuldade expansão pulmonar Alteração parênquima pulmonar; Quadros extrapulmonares: afecções da pleura, mm respiratoria ou arcabouço torácico. • Caracterizada por: – CPT, VR, CV e Csr – Difusão Doença pulmonar restritiva • DIP: grupo heterogêneo de situações que levam a um acometimento difuso dos pulmões – com inflamação e cicatrizaçãoprogressiva • Quadro clinico, funcional, radiológico e histológico semelhantes • Classificadas: – Idiopaticas – Conhecidas (agente causador) Doença pulmonar restritiva • Doença intersticial crônica e progressiva (restrita ao pulmão) de causa desconhecida, caracteriza-se por uma infiltração celular inflamatória crônica em graus variáveis de fibrose intersticial. Fibrose pulmonar idiopática Fibrose pulmonar idiopática • Exposição prolongada a inalantes ambientais, tais como poeiras orgânicas ou inorgânicas e uma variedade de gases irritantes ou tóxicos. • Determinados antibióticos e quimioterápicos • A radiação, como o utilizado para tratamento ao câncer de mama. • Presença de estertores crepitantes em bases • Baqueteamento • Taquipnéia • Sinais de hipertensão pulmonar – (O óbito ocorre cerca de 05 anos após o início dos sintomas e 02 anos após diagnóstico) Fibrose pulmonar idiopática Fibrose pulmonar idiopática Fibrose pulmonar idiopática • Lavado bronco-alveolar: – Alveolite (aumento expressivo de cels. Inflamatórias) – Predomínio neutrófilos/ eosinófilos: pior prognóstico (menor resposta terapêutica) – Predomínio de linfócitos: melhor prognóstico (inflamação moderada e faveolamento pulmonar pouco intenso) Fibrose pulmonar idiopática • Quadro clínico; • Funcional; • Exames de imagem; • Biópsia pulmonar – videotoracoscopia. Diagnóstico Tratamento • Não existem evidências de tratamento efetivo, os consensos preconizam terapêutica combinada (corticóide + imunosupressor), visando prevenir novas cicatrizações. • Prednisona: visando retardar o processo inflamatório. • Azatioprina: imunosupressor. Sarcoidose • Doença granulomatosa multisistêmica de etiologia desconhecida, mais comumente atingindo pessoas jovens e apresentando habitualmente adenopatias hilares bilaterais, infiltração pulmonar e lesões cutâneas ou oculares. • O diagnóstico de sarcoidose requer um achado de granulomas não-necrotizantes na biópsia, aliado a achados clínicos e radiológicos que sejam consistentes com a doença. Sarcoidose • Acomete o adulto jovem (20-40 anos), com predominância em mulheres e da raça negra. • Etiologia desconhecida (hipótese de relação com tuberculose). • O exame ao microscópio de uma amostra de tecido de um doente com sarcoidose revela a presença dos granulomas – que desaparecem ou convertem-se em tecido cicatricial. Sarcoidose • Aparecem com frequência nos gânglios linfáticos, pulmões, fígado, olhos e pele; e com menor frequência, no baço, ossos, articulações, músculos, coração e sistema nervoso. Sinais e sintomas • Doença multisistêmica = pode acometer várias regiões ao mesmo tempo e ter variados sinais clinicos • Sinais gerais: febre, fadiga e perda de peso • Sarcoidose torácica: alterações presentes em mais de 90% dos casos podendo apresentar tosse seca, dispnéia e dor torácica. • Classificada em 5 tipos radiológicos Sinais e sintomas • Tipo zero (5 a 10% casos): RX tórax normal e aparentemente só há doença extratorácica. • Tipo I (40 a 60% casos): linfadenomegalia hilar bilateral. Forma mais frequente da doença, paciente compoucas manifestações ou assintomático. • Tipo II (25 a 35% casos): associação de linfadenomegalia hilar bilateral + infiltrado pulmonar (prefere os 1/3 médios e perihilares). Sinais e sintomas • Tipo III (5 a 15% casos): alterações exclusivas do parênquima pulmonar. Envolvimento pulmonar difuso e bilateral, podendo evoluir p/fibrose pulmonar (sarcoidose progressiva). Sarcoidose Extratorácica • Sistema linfóide: 1/3 pacientes c/linfonodos periféricos palpáveis. • Coração: 5% apresentam envolvimento sistêmico (arritmias, bloqueios e morte súbita). • Pele: 25% apresentam eritema nodoso ou outras alterações. • Ocular: uveíte (mais freqüente). • Endocrina: hipercalemia (2-10%) e hipercalciúria (30%) • Renal: nefrocalcinose, calculose renal e insuficiência renal. Diagnóstico • História e exame físico: exame atenção p/os locais mais acometidos (pulmões, pele e olhos) • Radiografia Tórax • Avaliação da imunidade celular (teste tuberculínico) • Pesquisa BAAR/fungos no escarro • Calcemia e calciúria de 24hs. Diagnostico • Prova função pulmonar • Eletrocardiograma • Biópsia (principal método diagnóstico) • Teste de KVEIM: injeção intradérmica de solução salina contendo tecido humano sarcóide (baço ou gânglios) leitura 3-6 semanas • Lavado bronco alveolar: CD4/CD8 (4:1) • Biópsia transbrônquica: granulomas não caseosos/ valor preditivo positivo (100%) Diagnostico • Tratamento sistêmico é indicado quando há comprometimento cardíaco, neurológico, ocular ou hipercalcemia. • A lesão pulmonar deve ser tratada quando: – Sintomas respiratórios – Alteração funcional significativa e progressiva – Sinais de fibrose pulmonar ou ausência remissão espontânea Tratamento • Prednisona • Casos de intolerância ao corticóide ou ausência de resposta: – METOTREXATE – AZATIOPRINA – HIDROXICLOROQUINA Obrigada
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