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JORNALISMO E SOCIEDADE AULA 6 Prof. Guilherme Carvalho 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à última aula da disciplina “Jornalismo e Sociedade”! No percurso trilhado até o momento, pudemos compreender melhor as relações entre jornalismo e sociedade. Nesta aula, vamos continuar nesse caminho, procurando aprofundar um pouco mais o conhecimento, desta vez focando na sua atuação no mercado de trabalho. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO O jornalista é um profissional dotado de uma série de responsabilidades. Não é fácil para ele lidar com a informação, sobretudo quando sabe da importância do seu trabalho para a vida das pessoas. Trata-se de uma atividade com caráter público, mas que, no Brasil e na maior parte dos países, está sob o domínio da iniciativa privada. Essa situação gera uma série de desafios e problemas, que abrangem as questões relacionadas às condições de trabalho e aos riscos aos quais estão expostos os jornalistas, incluindo questões de segurança. Como atividade ligada ao interesse empresarial, devemos entender que o produto jornalístico é feito para atrair audiência. Ao verificarmos que a lógica de faturamento dos meios de comunicação está inserida na proposta comercial, podemos entender que o jornalismo está direcionado para a atuação em duas frentes: Uma mais tradicional e já consolidada, que chamamos de jornalismo para as massas; Outra que vem surgindo com maior força em tempos de internet e que é apontada como tendência de mercado, chamada de jornalismo para segmentos. 3 Nessa aula, vamos aprofundar este debate, procurando ajudar você a encontrar respostas e a fazer suas escolhas para o seu futuro profissional. Problematização Há pessoas que afirmam que o jornalismo está em crise. Uma série de fatores leva a essa conclusão, como a redução de faturamento das empresas, a precarização das condições de trabalho, os equívocos cometidos por jornalistas, entre outros aspectos. Por outro lado, há uma série de possibilidades que se abrem com a internet. A partir dessas informações, é importante refletir sobre uma questão: Quais tendências são perceptíveis no jornalismo atualmente e que podem ser observadas como um jornalismo que se consolidará para as próximas décadas, diante de tantas transformações tecnológicas que afetam diretamente as relações sociais? TEMA 1 – O PERFIL PROFISSIONAL DO JORNALISTA A profissão de jornalista é regulamentada no Brasil pelo Decreto-Lei n. 83.284/79. Apesar de antigo e bastante desatualizado, ele dispõe sobre a atividade jornalística e serve de parâmetro para decisões judiciais, como as relacionadas às questões trabalhistas. Acesse o link a seguir e leia o texto na íntegra! http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D83284.htm Nesse Decreto-Lei, você encontra várias funções que podem ser entendidas como de jornalistas: - Redator: aquele que, além das incumbências de redação comum, tem o encargo de redigir editoriais, crônicas ou comentários; - Noticiarista: aquele que tem o encargo de redigir matérias de caráter informativo, desprovidas de apreciações ou comentários, preparando- as ou redigindo-as para divulgação; 4 - Repórter: aquele que cumpre a determinação de colher notícias ou informações, preparando ou redigindo matéria para divulgação; - Repórter de Setor: aquele que tem o encargo de colher notícias ou informações sobre assuntos predeterminados, preparando-as ou redigindo-as para divulgação; - Rádio Repórter: aquele a quem cabe a difusão oral de acontecimento ou entrevista pelo rádio ou pela televisão, no instante ou no local em que ocorram, assim como o comentário ou crônica, pelos mesmos veículos; - Arquivista-Pesquisador: aquele que tem a incumbência de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial, procedendo à pesquisa dos respectivos dados para a elaboração de notícias; - Revisor: aquele que tem o encargo de rever as provas tipográficas de matéria jornalística; Ilustrador: aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artísticos ou técnicos de caráter jornalístico; - Repórter Fotográfico: aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornalístico; - Repórter Cinematográfico: aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornalístico; - Diagramador: aquele a quem compete planejar e executar a distribuição gráfica de matérias, fotografias ou ilustrações de caráter jornalístico, para fins de publicação (BRASIL, 1979). Essas funções estão mais direcionadas para atividades exercidas em redação. Mas também há diretrizes para o desenvolvimento de atividades em assessoria de imprensa. O Manual de Assessoria de Imprensa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) estabelece quais atividades devem ser atribuídas a um jornalista em assessoria e de que maneira o profissional deve atuar: Um assessor eficiente facilita a relação entre o seu cliente - empresa, pessoa física, entidades e instituições - e os veículos de comunicação. Cabe a esse profissional orientar seu assessorado sobre o que pode ser notícia, o que interessa aos veículos e à sociedade, o que não interessa e o que deve, ou não, ser divulgado (FENAJ, 2007, p. 9). Segundo esse manual, são funções de um assessor de imprensa: - elaboração de press-releases, sugestões de pauta e press-kits, - relacionamento formal e informal com os pauteiros, repórteres e editores da mídia; - acompanhamento de entrevistas de suas fontes; - organização de coletivas (entrevista que reúne jornalistas para um mesmo entrevistado); - edição de jornais, revistas, sites de notícia e material jornalístico para vídeos; 5 - preparação de textos de apoio, sinopses, súmulas e artigos; - organização do mailling de jornalistas; - clipping de notícias (impressos, internet e eletrônicos); - arquivo do material jornalístico; - participação na definição de estratégias de comunicação (FENAJ, 2007, pp. 10-11). Mas em cada estado também se determinam condições específicas por meio de convenções coletivas de trabalho, assinadas entre sindicatos de jornalistas e de empresas. É nas convenções, por exemplo, que estão definidas questões como o valor do piso salarial, negociado anualmente. Dica! Acesse o link a seguir e confira o piso salarial em cada estado: http://www.fenaj.org.br/pisosalarial.php No Brasil, a situação do jornalista era bastante desconhecida até pouco tempo atrás, onde se estima que haja cerca de 150 mil profissionais. Uma pesquisa realizada com jornalistas do pais inteiro, em um trabalho censitário, conseguiu trazer muitas informações interessantes sobre suas condições. O conteúdo integral pode ser consultado no “Perfil do Jornalista Brasileiro”, um trabalho realizado pela Fenaj, em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2012. Acesse o link a seguir e confira o conteúdo na íntegra! http://www.fenaj.org.br/relinstitu/pesquisa_perfil_jornalista_brasileiro.pdf Alguns dados chamam atenção: Idade: se trata de uma categoria bastante jovem, já que 48% têm entre 23 e 30 anos. Gênero: há uma predominância de mulheres, que são cerca de 64%. Formação: nove em cada dez eram diplomados em Jornalismo, majoritariamente em instituições de ensino privadas, e quatro em cada dez já tinham cursos de pós-graduação. 6 Salário: dois terços tinham renda até cinco salários mínimos e quase metade dos jornalistas trabalhava mais de oito horas por dia, em boa parte, porque muitos acabavam tendo mais de um emprego. Colocação: de cada dez jornalistas, um era professor, quatro trabalhavam predominantemente fora da mídia e cinco trabalhavam principalmente em mídia, como você pode conferir no gráfico a seguir: Fonte: http://www.fenaj.org.br/relinstitu/pesquisa_perfil_jornalista_brasileiro.pdf Dos que trabalham em mídia, nota-se a seguinte divisão por área de trabalho: Meios impressos: 63,9; Internet: 44,6% TV, Rádio ou Cinema: 33,6%; Outras mídias: 20,5%. Também nesse grupo, os jornalistas estavam empregados predominantemente no setor privado, metade deles em micro e pequenas empresas, um quarto em grandes empresas e o outro quarto, em empresas de porte médio. 7 Já no que diz respeito aos jornalistas que atuam fora da mídia os locais de trabalho por contratação apontam o seguinte: Fonte: http://www.fenaj.org.br/relinstitu/pesquisa_perfil_jornalista_brasileiro.pdf Para mais informações sobre o perfil profissional do jornalista, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Guilherme! TEMA 2 - RESPONSABILIDADE E RISCOS DA PROFISSÃO Você já parou para pensar nos problemas éticos que a “fome” da imprensa em obter informações pode causar? Veja um exemplo a seguir: Em setembro de 2009 o cineasta franco-polonês Roman Polanski, de 76 anos, foi preso nos Estados Unidos acusado de abusar de uma garota de 13 anos em 1977. Em um primeiro instante ele negou, mas depois acabou se declarando culpado não de estupro, mas de ter corrompido a menor, na época. Ele ficou foragido por um bom tempo, mas acabou preso mais de 30 anos depois do acontecido. A imprensa deu grande repercussão ao caso. Além de 8 Polanski, a vítima também teve sua vida superexposta e muito associada ao crime cometido pelo diretor de cinema. Ou seja, a imprensa não considerou o impacto da divulgação dos acontecimentos na vida dos envolvidos em prol da audiência que ela gerou. Para mais informações, acesse o link a seguir e leia um texto sobre o assunto: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Cultura/Polanski-e-a-menina-uma- dura-denuncia-da-midia-e-da-maquina-do-judiciario%0A/39/29342 O jornalista de hoje enfrenta uma série de desafios diários, os quais têm relação direta com a qualidade do seu trabalho e da sua vida. Se algumas questões não forem respeitadas, ele acaba ficando sujeito a condições precárias e é aí que os erros costumam aparecer. A legislação brasileira prevê que o jornalista que age de maneira irresponsável, colocando a vida de pessoas em perigo ou noticiando informações falsas, por exemplo, está sujeito a punições como o ressarcimento por danos morais e até prisão, conforme previsto no código civil brasileiro. Também existem regras previstas para questões éticas na profissão. Hoje, no Brasil, há vários códigos ou normas de conduta. O mais conhecido é o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, o qual você lê na íntegra acessando o link a seguir: http://www.fenaj.org.br/federacao/cometica/codigo_de_etica_dos_jornalis tas_brasileiros.pdf Nele estão previstas regras a serem seguidas por aqueles que atuam com jornalismo, seja dentro ou fora da mídia. O maior problema é que ainda não há grandes punições para os que agem contra o código, e esse talvez seja um dos principais motivos para existência do sentimento de impunidade e a repetição dos atos ilícitos. 9 O grande problema é não existir um conselho profissional que garanta recursos legais para punir aqueles que exercem a profissão de maneira a ferir a ética e manchar o nome dos demais jornalistas. Afinal, quando um jornalista age de maneira antiética, não é apenas o nome dele que está sendo jogado na lama, mas de toda a profissão, certo? Uma das bandeiras defendidas por jornalistas que prezam pela ética é justamente criar mecanismos para punir os antiéticos da mesma maneira como ocorre em outras profissões, como de médicos, advogados e engenheiros. Nessas outras áreas, quando alguém age de maneira antiética, fica sujeito, inclusive, a cassação do direito de exercer a profissão. A diferença é que para elas existem conselhos profissionais que regulam questões como essa, enquanto no jornalismo isso ainda é um projeto. A discussão sobre a necessidade de criação de um órgão de fiscalização profissional do jornalismo que substituísse as Delegacias e Superintendências Regionais do Trabalho é bastante antiga. Vários projetos já foram encaminhados ao Congresso Nacional, o primeiro em 1965. Na década de 1980, esse debate foi retomado com vigor entre os jornalistas. A criação do Conselho Federal de Jornalismo entrou na pauta de discussões dos Congressos Nacionais de Jornalistas em 1990 (Florianópolis), 1991 (Brasília), 1996 (Porto Alegre) e 1997 (Extraordinário - Vila Velha). Para mais informações, acesse o link a seguir e leia o texto “Após dez anos de espera, Conselho Federal de Jornalistas deve ser discutido este ano”: http://www.portalimprensa.com.br/noticias/brasil/64340/apos+dez+anos+ de+espera+conselho+federal+de+jornalistas+deve+ser+discutido+este+ano A valorização da profissão de jornalista passa, sobretudo, por duas questões centrais: Garantia do direito à liberdade jornalística; 10 Qualificação do trabalho, isto é, realização de um trabalho de qualidade que contribua para a vida do cidadão. A seguir, listaremos os principais problemas atuais enfrentados pelos jornalistas: Censura É tudo aquilo que representa uma tentativa de evitar que determinado conteúdo de interesse público seja divulgado. São os casos de jornalistas que sofrem ameaças, ofensas ou agressões, além das empresas ou dos políticos que exigem que o jornalista não divulgue determinado conteúdo para não afetar seus interesses particulares. Pressão por metas Uma das maneiras de fidelizar o público a um determinado veículo é garantir que as notícias sejam publicadas primeiramente nele. Com a internet, a questão do tempo ganhou ainda mais importância. Ocorre que o jornalista passa também a ter menos tempo de investigar fatos e analisar informações. O resultado é que muitas notícias acabam sendo publicadas com informações incompletas ou que não foram verificadas. É aí que mora o perigo. Flexibilização da jornada de 5 horas diárias A jornada de 5 horas diárias para jornalistas está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho. Porém, nos últimos anos, tem aumentado a pressão para que trabalhem muito além disso. Essa flexibilização ocorre por meio de banco de horas ou acordos de extensão de jornada e afeta, sobretudo, os jornalistas que atuam em assessorias. O principal problema está na saúde dos profissionais, que em longo prazo começa a se deteriorar. Infelizmente, são comuns os problemas físicos e mentais, decorrentes da alta carga de estresse. 11 Jornalismo multitarefa As novas tecnologias da informação têm revolucionado o mercado da comunicação e o jornalismo de modo geral. Do ponto de vista das condições de trabalho, o que pode ser percebido é a concentração de tarefas em uma mesma atividade, o que exige uma velocidade cada vez maior de produção. Hoje o jornalista deve realizar várias tarefas, às vezes, simultâneas, fechando até três pautas diárias. Em alguns casos, ele deve fazer a matéria, a foto, editar ambos, publicar ou diagramar entre outras atividades que deveriam ser destinadas a outro profissional. A multitarefa, no entanto, é mais intensa nas assessorias de imprensa, sejam empresas, órgãos governamentais, não governamentais ou outras organizações. Um dos maiores erros da história do jornalismo foio caso Escola Base, ocorrido em 1994. Uma história mal apurada, na qual os jornalistas estavam mais interessados em correr atrás do chamado “furo jornalístico” (publicação de um fato novo antes dos concorrentes), do que da própria verdade. A cobertura resultou em uma série de reportagens em diferentes veículos de comunicação do Brasil baseados em uma mentira. O caso arruinou a vida de duas famílias donas de uma escola, em São Paulo, acusados injustamente de abusar das crianças. Acesse o link a seguir e assista ao interessante documentário “Escola Base – 20 anos depois”, feito pela TV Brasil, e entenda o caso: https://www.youtube.com/watch?v=vGRIuXESqco Leitura obrigatória: acesse a Biblioteca Virtual, por meio do Único, e procure pelo livro “Teoria do Jornalismo”, de Felipe Pena (São Paulo: Contexto, 2013). Nas páginas 103 a 124 você encontra um conteúdo que complementa o que foi visto até aqui. 12 TEMA 3 – O CONSUMO DA INFORMAÇÃO O pesquisador brasileiro Ciro Marcondes Filho, no livro “O capital da notícia” diz que: Notícia é a informação transformada em mercadoria em todos os seus apelos estéticos, emocionais e sensacionais; para isso a informação sofre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do subjetivismo. Além do mais, ela é um meio de manipulação ideológica de grupos de poder social e uma forma de poder político (MARCONDES FILHO, 1986, p.13). A visão dele é extremamente crítica ao jornalismo comercial, uma vez que entende que está definitivamente a serviço dos interesses particulares. Esse debate está fundamentado na dicotomia do jornalismo como atividade de interesse público ou atividade de interesse privado. Nessa perspectiva, devemos levar em conta alguns pressupostos do jornalismo comercial que ajudam a caracterizá-lo: Primeiro: o jornalismo surge para atender a uma demanda empresarial por informações que possam ser úteis para que empresários decidirem onde investir seu dinheiro. Segundo: a notícia, a reportagem ou qualquer outro conteúdo jornalístico é um produto resultante de uma produção de cunho industrial voltado para a venda. Nesse sentido, o jornalismo é sustentado pela relação de compra e venda de notícias, na qual prevalece o objetivo-fim do lucro. Assim, em geral, é pautado pelos assuntos que mais chamam a atenção ou aqueles que vendem mais. Terceiro: o jornalismo se tornou uma indústria própria organizada internamente para vender serviço para grupos de pessoas. Entre esses serviços estão as notícias e a possibilidade de divulgação de outros serviços ou produtos de anunciantes para o público consumidor de 13 informação. Esse serviço é de caráter privado, mas tem um sentido público, uma vez que a notícia cumpre um papel social importante. Assim, as empresas jornalísticas, apesar de serem de propriedade de alguém ou de um grupo, aparentam ser atividades públicas. Quarto: a imprensa, de modo geral, detém um monopólio da divulgação de informações que lhe garante um significativo controle da opinião pública sobre os mais diversos assuntos. Nenhuma outra pessoa consegue estar em tantos lugares ao mesmo tempo para dar conta de uma cobertura cotidiano dos acontecimentos. Quinto: há uma tendência do negócio do jornalismo em concentrar meios de comunicação em grandes empresas que controlam diferentes canais. O resultado é o crescimento do poder de influência desses meios. Esses pressupostos contribuem para que possamos compreender o funcionamento da imprensa de modo geral. A questão central é que o conteúdo jornalístico é um produto e, como tal, passa por um processo de produção, num sistema econômico cujo principal objetivo é a venda ou o consumo de informações. Nessa perspectiva, o jornalismo está sujeito a determinados objetivos que colocam em xeque seu fundamento ideológico de ser uma atividade de interesse público, uma vez que existem, mesmo nas empresas privadas, interesses particulares. A questão, então, é se é possível conciliar os interesses públicos aos privados. Cuidado: Não confunda interesse público com interesse do público. O público ao qual estamos nos referindo é o conjunto da sociedade que está sujeita ao consumo de informações. Interesse público Interesse do público É aquilo que propõe o bem comum e contribui para uma sociedade melhor. É aquilo que dá audiência, ou seja, o fato das pessoas se interessarem por determinados assuntos. 14 Uma parte dos pensadores acredita que o jornalismo, como empresa, está submetido aos interesses particulares exclusivamente e que isso transparece de várias maneiras no resultado do que é publicado. Seja na seleção dos fatos, na escolha das fontes, na maneira como se narra um acontecimento ou nas palavras e nos recursos utilizados. Há uma associação, por exemplo, entre o jornalismo popular, ou seja, o jornalismo voltado para classes sociais mais baixas, com o que se chama de sensacionalismo. O sensacionalismo é a transformação de um determinado acontecimento em algo sensacional, ou seja, que cria uma sensação entre as pessoas. Já ouviu alguém dizer que determinado vídeo é sensacional? É por aí. Muitas vezes, o fato pode nem ser tão relevante, mas ganha atenção da mídia por algum aspecto que faz com que o público se interesse em consumir o produto jornalístico. Portanto, está ligado ao princípio da audiência. Programas como os comandados por José Luiz Datena ou Marcelo Resende se enquadram neste padrão, por exemplo. Em geral, são programas que falam basicamente de crimes ou problemas nas cidades e que são marcados por uma exacerbação de certos aspectos negativos da experiência humana, com comentários marcantes “em nome da justiça”. Para outros pensadores, a presença de um jornalismo sensacionalista exerce outro papel além do exercício do interesse privado. Jesus Martin-Barbero, por exemplo, no livro “Dos meios às mediações”, defende que o jornalismo popular é nada menos do que a expressão da própria cultura popular. Os meios precisam exibir determinados conteúdos justamente porque as pessoas se identificam com isso. Se as emissoras brasileiras resolvessem transmitir um conteúdo mais elitista, por exemplo, a audiência cairia e aí as empresas teriam prejuízos. O jornalismo, assim como os conteúdos midiáticos, precisa exibir as mazelas sociais e qualquer outro aspecto da realidade, de modo a expressar 15 determinadas contradições da sociedade. Desse ponto de vista, o jornalismo também acaba cumprindo o interesse público, não é mesmo? Você já ouviu falar do termo imprensa marrom? Ele está associado à ideia de sensacionalismo, que, como vimos, remete a algo popular. Surgiu de uma história em quadrinhos chamada “O garoto amarelo” (The yellow kid), nos Estados Unidos, que foi pivô de uma disputa entre dois jornais que queriam publicá-la. Lá foi chamado de jornalismo amarelo. O termo é encarado como ofensa por muitos, já que virou sinônimo de jornalismo mal feito. Na verdade, é uma alusão ao jornalismo baseado em narrativas mais simplificadas e que tem como público-alvo as classes mais baixas. Para finalizar o debate, devemos também considerar de que maneira a internet influência essa questão. Ao considerarmos que ela possibilita que várias pessoas tenham acesso a diferentes fontes de informação, produzindo e reeditando conteúdos, temos um fluxo de informação não apenas dos meios para as massas, mas de grupos sociais para toda a sociedade, incluindo os meios de comunicação. Nesse sentido, o jornalismo acaba pressionado a reproduzir conteúdosde interesse geral, expressos em canais paralelos aos meios tradicionais, como as redes sociais e os blogs. Assim, observamos um processo de mudança de paradigma, já que o jornalismo, mesmo o comercial, precisa dar voz para certas demandas sociais, sob o risco de perder credibilidade. Ou seja, a internet contribui também para tornar os interesses menos concentrados para quem detém a propriedade dos meios de comunicação, de modo promover diferentes interesses particulares que movem os grupos sociais. 16 Paradigmas da comunicação Antes Agora Era dos meios tradicionais Era dos meios digitais Interesse privado x Interesse público Disputa entre grupos; diferentes interesses privados; diferentes interesses públicos TEMA 4 – JORNALISMO PARA AS MASSAS O conceito de massa se liga a uma percepção crítica sobre os meios de comunicação em relação ao público. Quando dizemos que determinado veículo se comunica com a massa, estamos dizendo que ele tem um conteúdo que visa estabelecer gostos e um padrão de consumo entre as pessoas. Quando os gostos são uniformizados, fica estabelecida uma homogeneidade, como se as pessoas fossem todas uma coisa só. É como a massa de um bolo, em que todos os ingredientes ficam misturados, transformando-se em algo único. Para atingir o público médio, os meios de comunicação, portanto, precisam ter claro quem é o cidadão comum ou o “tipo médio”, que representa a grande maioria. É a partir disso que são estabelecidos critérios e padrões de produção. Os grandes meios de comunicação tendem a tratar o público como consumidores em potencial para garantir a lucratividade do negócio. Mas a homogeneização dos conteúdos ocorre por dois motivos básicos: Redução de custos de produção: ao estabelecer um modelo único de produção e de divulgação, os meios de comunicação conseguem criar uma rotina produtiva que permite uma aceleração da produção, aumentando a quantidade. 17 Busca do consenso: os meios buscam definir os gostos da grande maioria do público, de modo a, posteriormente, vender o conteúdo para uma grande quantidade de pessoas ao mesmo tempo. Ambos os itens têm relação direta com as questões financeiras, certo? Resumindo: quando falamos em meios de comunicação de massa ou mídia, estamos nos referindo a veículos que buscam estabelecer um processo comunicativo de longo alcance e para muitas pessoas ao mesmo tempo. O jornalismo desenvolvido nesses meios procura se enquadrar nos princípios da comunicação massiva. Vejamos quais questões são consideradas nesse sentido: Seleção de fatos São selecionados aqueles assuntos que têm potencial para gerar mais audiência. É o que podemos entender como “valores-notícia”, conforme descrito por Nelson Traquina. Os acontecimentos devem interessar a uma maioria, o que, na maior parte das vezes, não passa de uma intuição dos jornalistas que acreditam que determinados acontecimentos são mais atrativos do que outros. Sotaque da equipe Nos veículos de rádio ou tevê, é comum que se evitem os regionalismos no sotaque da equipe de reportagem. Assim, os jornalistas tendem a falar um sotaque que não existe. Isso é mais comum na tevê do que no rádio. O “globês”, por exemplo, é uma mistura de sotaque paulista com carioca que visa agradar a todos os brasileiros. Mas nós sabemos que no Brasil existem milhares de sotaques e que eles acabam sendo suprimidos, tendo em vista a necessidade de se criar um jeito de falar que seja compreensível por todos. Talvez, muito da maneira como se fala em uma determinada região esteja mudando justamente por influência da televisão. 18 Adequação narrativa O conteúdo jornalístico deve ser facilmente compreendido para evitar o desinteresse das pessoas. Você já ouviu falar que o jornal é feito para o “Homer Simpson”? Pois é isso mesmo. O jornal precisa ser compreendido por todos. Esse é um desafio e tanto para os jornalistas. Não é fácil reduzir um acontecimento de dias em alguns poucos minutos ou em alguns caracteres, não é mesmo? Mas o conteúdo deve ser curto ou sintético para que o cidadão, geralmente não acostumado à leitura, sinta-se motivado a acompanhar. Para isso, são usados alguns recursos: Recursos audiovisuais Para acompanhar os conteúdos de texto ou de áudio, os veículos utilizam recursos agradáveis, que ajudam não apenas a complementar a informação, mas também a valorizar o produto e torná-lo atrativo. É muito mais fácil entender algo quando existem desenhos, gráficos e imagens do que apenas com a narração, não é mesmo? Uso de padrões gráficos ou de áudio Tudo que diz respeito a cores, formas, tipografia (formato de letras), disposição de conteúdos, entre outros aspectos, é elaborado a partir do uso de certos padrões que dão identidade para o veículo e que facilitam a compreensão do cidadão. Por exemplo, se você assiste ao telejornal de alguma emissora, sabe que: Ele começa e termina em um determinado horário; Há uma abertura (escalada), na qual são apresentadas as reportagens que serão exibidas; Há uma ordem para a exibição de cada uma, normalmente apresentada pelo “jornalista da bancada”; 19 Geralmente, começa-se com os temas mais “pesados”, como crimes, para finalizar com os mais “leves”, como esporte ou bons exemplos. Quando o cidadão muda de canal, ele consegue rapidamente saber em qual emissora está sintonizado, sem muito esforço. Isso acontece porque existem pequenas diferenças na qualidade da imagem e porque existe um padrão visual que facilita essa compreensão. No caso do rádio, é comum o uso de vinhetas, que são aquelas musiquinhas utilizadas na abertura de um programa, efeitos sonoros ou trilhas, também chamadas de background ou simplesmente BG. Para fazermos jornalismo em massa, não é necessário fazer o melhor telejornal, mas um telejornal que agrade ao cidadão médio e que seja compreensível por ele. É por isso que encontramos, em algumas emissoras, programas jornalísticos que abusam do sensacionalismo, os quais tem como foco um tipo de pessoa que compreende e gosta do conteúdo. Não se trata de falta de inteligência da equipe ou de amadorismo, nada disso. Aquele programa é feito daquela maneira porque vende. Se não fosse assim, não estaria no ar, não é mesmo? É por isso que alguns consideram que o jornalismo de cada país é um retrato do nível intelectual e cultural de cada sociedade. Certamente, na Inglaterra vamos encontrar um jornalismo mais sofisticado do que o nosso. A questão é que jornalismo feito para as massas lá segue uma demanda por informações e por uma maneira de fazer jornalismo que está adequada para o público médio de lá. Então pense duas vezes antes de criticar aquele programa sensacionalista que você odeia. É óbvio que, em geral, eles são péssimos exemplos de jornalismo e que a credibilidade é bastante questionável. Mas certamente há uma parcela da população que assiste e compra as ideias daquele apresentador, que parece mais um palhaço de circo do que um jornalista. 20 Para mais informações sobre o jornalismo para as massas, acesse o material on-line e confira o vídeo do professor Guilherme! TEMA 5 - JORNALISMO PARA SEGMENTOS A Netflix, empresa que se tornou um fenômeno ao oferecer filmes e séries pela internet, tem como segredo do sucesso a aposta na diversificação dos conteúdos, a fim de atender a vários segmentos por meio do serviço on demand (sob demanda). Com uma receita fantástica no ano passado, a empresa agora pretende investir no jornalismo, produzindo documentários não fictícios. Ouseja, ela compreendeu o novo momento que passa a busca pela informação e lucrou muito com isso. Seu sucesso pode ser uma pista para o novo jornalismo que está surgindo, que atende públicos cada vez mais exigentes. Para mais informações sobre o jornalismo na era digital, acesse o link a seguir e leia um interessante texto: http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em- questao/_ed840_o_jornalismo_nao_entende_o_digital/ Se no jornalismo para as massas a ideia é que exista um conteúdo padrão para um público distinto, no jornalismo para segmentos ou segmentado a ideia é que haja um conteúdo específico para cada tipo de público. Ou seja, o jornalismo é feito “sob demanda” para agradar a determinados gostos de públicos específicos. Por segmento, podemos entender um grupo de pessoas com interesses comuns que são um público potencial para determinados conteúdos. Por exemplo, podemos dizer que o jornal de bairro é segmentado, porque não busca estabelecer a comunicação com diferentes pessoas, mas com pessoas daquela localidade específica. O mesmo acontece com uma rádio comunitária. 21 O jornalismo para segmentos, que engloba o jornalismo comunitário, ganhou espaço inicialmente nesse tipo de veículo, mas com a internet foram abertas várias possibilidades que permitem a ampliação e diversificação de iniciativas como essa, a ponto de alguns acharem que esse é o futuro da comunicação. O economista Chris Anderson, autor do livro “A cauda longa”, fala sobre a redução da cultura de massa e o avanço de um novo mercado que está se transformando em força cultural e econômica baseada no atendimento de demandas para grupos específicos. É o que ele chama de mercado de nicho, que é amplificado pela conexão mundial via internet e está em igualdade com o mercado de hits. Além disso, nele é possível atingir um alto índice de audiência, porque o público tem condições de filtrar melhor seus interesses na internet e de encontrar o que deseja. Nesse sentido, o jornalismo para segmentos deve considerar alguns aspectos que são fundamentais para garantir o seu sucesso: Identificação de grupos de interesse O primeiro passo é saber quais temas interessam a um determinado grupo de pessoas e, então, verificar se há identificação dessas pessoas como um segmento. Com a internet, isso ficou mais fácil, pois as redes sociais e os blogs permitem a constituição de grupos de interesse para troca de informações. O ideal é que o jornalista que pretenda trabalhar com segmentos tenha afinidade com os temas, porque no jornalismo segmentado há uma exigência maior do público para o tratamento das questões específicas que lhes interessam. Ou seja, trabalhar com segmentos que não são do conhecimento do jornalista é sempre um risco maior. 22 Conhecimento do público É importante saber quem são as pessoas, quais canais de comunicação e linguagem elas utilizam, quais espaços frequentam, entre outros hábitos que contribuem para entender como funciona a dinâmica das relações do segmento. Na medida do possível, dados estatísticos também ajudam muito no trabalho, já que se trata de um conteúdo mais direcionado para um grupo específico e não para o cidadão médio. Personalização do conteúdo Um aspecto importante apontado como tendência no jornalismo em geral e que tem um peso ainda maior no jornalismo segmentado é a personalização dos conteúdos. Significa que diante de uma concorrência maior com diversos outros conteúdos e da exigência maior do público por informações mais direcionadas para os seus interesses, o jornalista precisa buscar atender as demandas de cada indivíduo, elaborando um conteúdo que possa ser direcionado para ele. Para isso, é preciso pensar como um dos integrantes dos grupos e imaginar o que ele gostaria de saber. Depois, deve-se apurar os fatos e preparar o conteúdo de modo que ele possa consumir aquilo da maneira como preferir. É preciso dar opções para o indivíduo, permitindo que ele aprofunde o conteúdo se desejar ou oferecendo informações adicionais que façam com que ele permaneça o máximo de tempo possível conectado aos conteúdos do veículo. Enfim, a personalização é a produção pensada para atender interesses individuais. Interatividade Por fim, é fundamental que estejam estabelecidos canais de contato e interatividade com as pessoas que participam do grupo, porque é justamente o que permite ao jornalista medir a qualidade do seu trabalho e os resultados que estão sendo obtidos. 23 Nesse sentido, o jornalista deve possibilitar a participação do público de alguma maneira, de modo que um indivíduo que consumiu seu conteúdo possa retribuir o serviço dando dicas ou sugestões de novos fatos ou informações que podem ser úteis para a produção de uma outra reportagem. O princípio é simples: se aquele assunto interessa a um dos indivíduos do grupo, possivelmente deve interessar aos demais membros do mesmo grupo. O crescimento do mercado de nicho obrigou as grandes empresas a reverem suas estratégias. Hoje é comum que as corporações ou os grandes jornais apostem em conteúdos voltados para grupos sociais ou comunidades. A incorporação de blogs nos sites de notícia, por exemplo, é uma evidência muito forte dessa tendência no mercado jornalístico. É comum encontrarmos em um site de notícias blogs sobre moda, música, política, entre tantos outros temas, os quais têm uma inserção em grupos específicos. Esses conteúdos são compartilhados pelos membros da comunidade e também alimentam o próprio blog, garantindo um acréscimo significativo de audiência nos sites. Quer um exemplo? A Folha de São Paulo aposta na produção de jornalismo para crianças. A Folhinha existe em versão impressa e pode ser acessada também na internet. O texto é escrito de maneira acessível e os temas predominantes são entretenimento e cultura, mas política e economia também estão presentes. Que tal uma atividade prática? Primeiramente, acesse no link a seguir uma reportagem da Folhinha: http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2015/09/1683351-criancas-fogem- de-seus-paises-entenda-quem-sao-os-refugiados.shtml Em seguida, faça uma análise da página, procurando identificar aspectos sobre os canais de contato utilizados, as ferramentas de interatividade, as opções para personalização da navegação entre outros aspectos que reforçam um jornalismo voltado para determinado segmento. 24 Leitura obrigatória: acesse a Biblioteca Virtual, por meio do Único e procure novamente pelo livro “Teoria do Jornalismo”, de Felipe Pena (São Paulo: Contexto, 2013). Nas páginas 184 a 188 há um capítulo sobre jornalismo comunitário. TROCANDO IDEIAS O mercado para o jornalismo é bastante fluído, não? Ou seja, é muito sensível às transformações da sociedade. Podemos ver aí um aspecto positivo e outro negativo: Positivo Negativo Sempre haverá espaço para novas ideias e isso ajuda a repensar a profissão constantemente. Isso obriga os jornalistas a manterem uma busca frenética pelo acompanhamento das mudanças sociais. Qual sua opinião em relação a isso? Entre no fórum, dê sua opinião e veja o que seus colegas têm a dizer! Esse é o momento de compartilhar informações e opiniões, não deixe de participar! NA PRÁTICA Com todo o conhecimento acumulado das rotas anteriores, você está em condições de ir um pouco mais longe. Essa é sua opinião também, com certeza! Em uma outra aula, você realizou uma entrevista com o objetivo de escrever um perfil, está lembrado? Então, agora é a hora de transformá-lo em um texto jornalístico para ser publicado! Eladeve ter entre 1.500 e 2.000 caracteres, contendo título, nomes completos dos entrevistados e seu nome. Mãos à obra! 25 SÍNTESE Ser um bom jornalista nem sempre é sinônimo de ser um jornalista bem colocado no mercado. Isso não é uma exclusividade dessa profissão e se deve principalmente ao modelo de sociedade no qual vivemos, organizado de modo a garantir lucratividade. Ele é, salvas raras exceções, é um negócio e, como tal, precisa vender serviços. Além da notícia, o jornal precisa vender audiência para empresas. Você não leu errado, é isso mesmo! Vender audiência para outras empresas, as quais querem atingir um público que pode comprar outros produtos e serviços. Boa parte dos problemas do jornalismo se deve a essa condição básica, que interfere numa atividade cujo princípio é o do interesse público. O jornalista precisa achar as brechas para poder fazer um bom jornalismo, que garanta credibilidade e valorize a carreira e a própria profissão. O desafio não para por aí. É preciso se adaptar constantemente às mudanças da sociedade e saber como se comunicar para garantir que a mensagem cumpra seu papel social. REFERÊNCIAS ANDERSON, Chris. A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BERGAMO, Alexandre; MICK, Jacques (Coord.); LIMA, Samuel. Perfil do jornalista brasileiro. Florianópolis: UFSC; Brasília: Fenaj, 2013. Disponível em: <http://www.fenaj.org.br/relinstitu/pesquisa_perfil_jornalista_brasileiro.pdf>. Acesso em: 1º abr. 2016. FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas. O Manual de Assessoria de Imprensa. 4. ed. revista e ampliada. Fenaj: 2007. Disponível em: 26 <http://www.fenaj.org.br/mobicom/manual_de_assessoria_de_imprensa4.pdf>. Acesso em: 1º abr. 2016. MARCONDES FILHO, Ciro. O capital da notícia. São Paulo: Ática, 1986. MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009. PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2013. RAMONET, Ignacio. A explosão do jornalismo: das mídias de massa à massa de mídias. São Paulo: Publisher Brasil, 2012.
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