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1 Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Departamento de Química e Engenharia Química (DEQ) ENQ 272 – LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA II NOMES: Isabella Cristina de Castro Maria do Carmo Alves Michael Stiven Castaño Toro Roni Júnior Simplício Marques MATRÍCULAS: 78147 81780 95546 83034 TURMA: P01 PRÁTICA: CURVAS CARACTERÍSTICAS E ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS 1. INTRODUÇÃO Bombas são dispositivos fluidodinâmicos que fornecem energia mecânica a um fluido incompressível (líquido) para transportá-lo de um lugar a outro. Essas máquinas geratrizes recebem energia de uma fonte qualquer e cedem parte dessa energia ao fluido na forma de energia de pressão, cinética ou ambas. São empregadas em diversas situações cabendo ressaltar: abastecimento de água; sistemas de esgotos e tratamento de resíduos; sistemas de irrigação para fins agrícolas; nas indústrias química, petroquímica, alcoolquímica, farmacêutica, de alimentos, de petróleo, entre outras indústrias. (CREMASCO, 2012). A Figura 1.1 abaixo ilustra os componentes característicos de uma bomba centrífuga: Figura 1.1 – Aspectos construtivos em uma bomba centrífuga. Fonte: CREMASCO, 2012. 2 No caso das bombas dinâmicas ou turbobombas, no qual as bombas centrífugas se inserem, fornece-se energia ao líquido por meio de um impelidor (impulsor ou rotor) de modo a aumentar a energia cinética do fluido, que por sua vez, é transformada em energia de pressão. O acesso do líquido no interior da carcaça da bomba, dá-se de modo axial para, em seguida, dirigir-se em movimento radial em direção à saída da carcaça da bomba. A Figura 1.2 ilustra o que este tipo de bomba: Figura 1.2 – Funcionamento de uma bomba centrífuga. Fonte: CCB Segundo Cremasco (2012), a energia cinética, em se tratando de bombas centrífugas radiais, advém somente de forças centrífugas que atuam no líquido. Tais bombas desenvolvem altas pressões sendo, portanto, adequadas para baixas vazões. As associações de bombas oferecem uma série de vantagens e possibilidades aos sistemas, que vão desde o fator custo, onde duas bombas iguais ou não e mais baratas fazem o trabalho em substituição de uma bomba mais cara; até questões de segurança na operação da bomba e flexibilidade do processo, sendo possível, em relação ao primeiro caso, a continuidade do funcionamento caso alguma bomba falhe, ou até mesmo em questão de controle de vazão de determinada carga. Quando há uma associação em série de bombas, a vazão que passa pelas bombas é a mesma, e a altura manométrica do conjunto é a soma das alturas manométricas das bombas que o compõem. Este tipo de associação se faz necessário quando uma bomba sozinha não consegue elevar a carga de fluido a uma grande altura manométrica. A Figura 1.3 ilustra uma associação em série de bombas centrífugas. 3 Figura 1.3 – Associação em série de bombas centrífugas. Fonte: CREMASCO, 2012. A construção da curva resultando desse tipo de associação é feita somando-se as alturas manométricas para uma mesma vazão. Numa curva de bomba característica, o eixo das abscissas representa a vazão volumétrica que passa pelo sistema (e consequentemente pelas bombas) enquanto no eixo das ordenadas tem-se o valor do chamado “head” da bomba (energia por unidade de massa ou unidade de peso que a bomba tem condições de fornecer ao fluido para determinada vazão). A Figura 1.4 abaixo ilustra a curva característica para esse tipo de associação de bombas. Figura 1.4 – Curva característica de um sistema de bombas centrífugas em série. Fonte: CREMASCO, 2012. Para uma determinada vazão de trabalho, tem-se: HSÉRIE = H1 + H2 (1) 4 O rendimento do sistema em série advém de: ̇ ̇ em que ̇ e ̇ são as potências no eixo gastas nas bombas 1 e 2 respectivamente. A adição de duas ou mais bombas em paralelo, é útil nos sistemas em que se requer vazões variáveis. As bombas ajustam suas vazões de tal maneira que mantêm constantes as diferenças de pressão entre os pontos 1 e 2. Essas bombas devem fornecer alturas praticamente iguais. A Figura 1.5 ilustra uma associação em paralelo de bombas centrífugas. Figura 1.5 – Sistema de bombas centrífugas em paralelo. Fonte: CREMASCO, 2012. As curvas características de um sistema em paralelo são obtidas adicionando as vazões das bombas para cada altura. A Figura 1.6 abaixo ilustra a curva característica para esse tipo de associação de bombas. (2) 5 Figura 1.6 – Curva característica de um sistema de bombas centrífugas em paralelo. Fonte: CREMASCO, 2012. No sistema 1, verifica-se, que, utilizando-se 3 bombas em paralelo, aumenta-se a vazão Q; já no sistema 2, não se altera significativamente o valor da vazão volumétrica. Para uma altura H desenvolvida pela bomba, tem-se: QPARALELO = Q1 + Q2 + Q3 (3) O rendimento do sistema em paralelo pode ser calculado por meio de: ̇ ̇ ̇ A equação abaixo representa o balanço de energia realizado para o sistema onde uma determinada bomba é empregada: O termo representa a variação de energia cinética do fluido, que no caso das associações de bombas será desconsiderado, visto que para uma mesma a velocidade (4) (5) 6 será a mesma (vazão constante). O termo representa a variação de altura entre a sucção e o recalque (que será a mesma na maioria dos casos e, portanto poderá ser desconsiderado). O termo é referido como a energia hidráulica fornecida pela bomba ou associação destas (H), mais conhecida como Head da bomba. 2. OBJETIVOS A prática teve como objetivo analisar o funcionamento de duas bombas centrífugas, bem como construir as curvas características para as mesmas, bem como as associações em paralelo e em série e a avaliação desses tipos de configurações para associação de bombas. O fenômeno da cavitação foi simulado, de forma a discutir os efeitos deste para bombas. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS UTILIZADOS Para o desempenho da prática, os seguintes materiais foram necessários: • Bombas centrífugas • Medidor de vazão (tipo rotâmetro) • Manômetro de tubo de vidro em U • Manômetro tipo Bourdon • Vacuômetro • Válvulas de regulagem de vazão • Válvulas de travamento • Válvulas simuladoras de cavitação 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O experimento foi realizado em um circuito hidráulico fechado, composto pelos materiais listados acima, conforme representado na Figura 3.1. Inicialmente encheu-se o 7 reservatório do circuito hidráulico com água até o nível máximo, com todas as válvulas do circuito abertas. A primeira parte do experimento teve como objetivo obter as curvas características das bombas individualmente. Para obter a curva característica da bomba BC1, apenas as válvulas VR1, VR4, VT1, VT3, VR3 e VT7 foram abertas. Posteriormente a bomba BC1 foi ligada e a vazão de água foi variada de 10 em 10 litros por minutos, e esperou a cada variação de vazão 60 segundos para o sistema se estabilizar, para que a leitura dos manômetros e vacuômetrosfosse feita. O mesmo procedimento foi feito para a bomba BC2, porém dessa vez as válvulas VR2, VR4, VT2, VR3 e VT7 que permaneceram abertas. Já a segunda parte do experimento teve como objetivo obter a curva característica da associação das bombas BC1 e BC2 em paralelo. Para isso apenas as válvulas VR3, VT5 e VT6 foram fechadas, as bombas BC1 e BC2 foram ligadas simultaneamente e a vazão foi variada de 10 em 10 litros por minutos. Na terceira parte as bombas BC1 e BC2 foram associadas em série, apenas as válvulas VR3, VT2, VT3 e VT5 foram fechadas, as bombas foram ligadas simultaneamente e a vazão foi variada de 10 em 10 litros por minutos. Por fim foi simulado o processo de cavitação na bomba BC1. Para realizar essa simulação as válvulas VT1, VR4, VT3, VR3 e VT7 foram abertas, a bomba BC1 ligada e vazão de água foi aberta até o limite do sistema. Posteriormente a válvula VR4 foi fechada até que a cavitação começasse a ocorrer na bomba BC1. Figura 3.1 – Módulo da prática experimental de Bombas Centrífugas. 8 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O experimento foi realizado em quatro etapas. Na primeira etapa, procedeu-se à análise e coleta de dados de pressão para a Bomba Centrífuga 1 (um),variando-se as vazões desde 10 L/min até 70 L/min. A segunda etapa, procedeu-se à análise e coleta de dados de pressão para a Bomba 2, com a mesma variação de vazão. Na terceira etapa, configurou-se as bombas para que as mesmas operarem em paralelo e na quarta etapa, configurou-se as bombas para que as mesmas operassem em série. 4.1 BOMBAS ISOLADAS As Tabelas 4.1 e 4.2 trazem os dados de pressão e carga de energia colhidos para o funcionamento da Bomba 1. Tabela 4.1 – Dados coletados para a Bomba 1. VAZÃO (L/min) BOMBA 1 (BC1) SISTEMA MB1 (kPa) Va1 (kPa) MB1 (kPa) Va1 (kPa) 10 164,64 -10,84 171,50 -11,51 20 155,82 -11,51 160,72 -12,19 30 147,98 -12,87 151,90 -12,87 40 139,16 -14,22 140,14 -13,54 50 131,32 -16,25 132,30 -14,22 60 122,5 -18,28 119,56 -14,90 70 112,7 -19,64 109,76 -16,25 Tabela 4.2 – Dados obtidos para H da Bomba 1 e H do sistema. VAZÃO (L/min) BOMBA 1 (BC1) SISTEMA ΔHB ΔHS 10 0,01788738 0,013151111 20 0,017057329 0,017625851 30 0,016396106 0,0167958 40 0,015635189 0,015666055 50 0,015043099 0,014935902 60 0,014351111 0,013706259 70 0,013490194 0,012845341 A curva da bomba obtida no gráfico da Figura 4.1 foi construída através dos dados experimentais de vazão volumétrica e do cálculo da carga de energia H da bomba através da equação abaixo. Para o cálculo de H, foi considerado = 1000 kg/m 3 e g = 9,81 m/s 2 . 9 - (6) Figura 4.1 – Curva Característica da Bomba Centrífuga 1. A partir do gráfico acima obtido com os dados recolhidos ao longo do experimento para uma bomba centrífuga pode-se perceber que ao variar a vazão de escoamento há uma variação de pressão inversamente proporcional a esta variação de vazão. Ou seja, à medida que a vazão de escoamento do fluido aumenta, o H da bomba diminui. As Tabelas 4.3 e 4.4 trazem os dados de pressão e carga de energia colhidos para o funcionamento da Bomba 2. Tabela 4.3 – Dados coletados para a Bomba 2. VAZÃO (L/min) BOMBA 2 (BC2) BOMBA 2 (BC2) MB2 (kPa) Va2 (kPa) MB2 (kPa) Va2 (kPa) 10 166,6 -11,85 166,60 -11,85 20 159,25 -12,70 159,25 -12,70 30 147,98 -13,21 150,92 -13,21 40 139,65 -13,54 143,08 -15,24 50 129,36 -14,22 133,28 -16,93 60 118,58 -15,24 123,48 -19,30 70 107,8 -16,59 166,62 -20,99 10 Tabela 4.4 – Dados obtidos para H da Bomba 2 e H do sistema. VAZÃO (L/min) BOMBA 2 (BC1) SISTEMA ΔHB ΔHS 10 0,018190724 0,018190724 20 0,017527829 0,017527829 30 0,016430683 0,016730377 40 0,015616106 0,016138328 50 0,014636188 0,015311927 60 0,013640877 0,014554536 70 0,01268002 0,019124669 A curva da bomba obtida no gráfico da Figura 4.2 foi construída através dos dados experimentais de vazão volumétrica e do cálculo da carga de energia H da bomba através da equação (6). Para o cálculo de H, foi considerado = 1000 kg/m 3 e g = 9,81 m/s 2 . Figura 4.2 – Curva característica da Bomba Centrífuga 2. A partir do gráfico acima obtido com os dados recolhidos ao longo do experimento para uma bomba centrífuga pode-se perceber que ao variar a vazão de escoamento há uma variação de pressão inversamente proporcional a esta variação de vazão. Ou seja, à medida que a vazão de escoamento do fluido aumenta, o H da Bomba 2 também diminui, como verificou-se para a Bomba 1. Para o cálculo da potência individual de cada bomba, utilizou-se a equação abaixo, adotada por Cremasco (2012): 11 (7) A Tabela 4.5 relaciona as vazões testadas nos experimentos e os valores de potência, em W para cada bomba individual. Considerou-se o = 1000 kg/m3 e g = 9,81 m/s 2 . Tabela 4.5 – Potência das Bombas 1 e 2. VAZÃO (m 3 /s) POTÊNCIA (W) BOMBA 1 (BC1) BOMBA 2 (BC2) 1,67 x 10 -4 0,029304 0,029801 3,33 x 10 -4 0,055727 0,057259 5,0 x 10 -4 0,080423 0,082059 6,67 x 10 -4 0,102305 0,102180 8,33 x 10 -4 0,127766 0,119603 1,0 x 10 -3 0,140784 0,133817 1,167 x 10 -3 0,154439 0,145164 Com os dados de potência e vazão das bombas, constrói-se um gráfico que relaciona as duas grandezas, tanto para a Bomba 1 quanto para a Bomba 2. Figura 4.3 – Curvas características de Potência x Vazão para as Bombas 1 e 2. Nota-se com esses gráficos que a Potência aumenta à medida que a vazão aumenta o que é válido, pois pela equação (7) a potência e a vazão volumétrica do fluido que passa pela bomba são diretamente proporcionais. Observa-se também que as potências das Bombas 1 e 2 seguiram uma tendência igualitária em seus valores, admitindo-se pequenos desvios característicos de operação de cada bomba. 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0 10 20 30 40 50 60 70 P o tê n ci a (W ) Vazão (L/min) Boma 1 Bomba 2 12 4.2 ASSOCIAÇÃO DAS BOMBAS 1 E 2 EM PARALELO A curva para duas bombas operando em paralelo é obtida através do cálculo de H das bombas e das vazões volumétricas. O H, ou seja, a carga hidráulica das bombas em paralelo pode ser calculado através de uma média aritmética dos diferenciais de pressão para cada uma das bombas obtida experimentalmente conforme a equação abaixo: ( ) Para o cálculo do H, foi considerado = 1000 kg/m3 para a água e g = 9,81 m/s2. A vazão volumétrica obtida para a curva experimental foi obtida através das vazões indicadas em cada rotâmetro para cada uma das bombas. A Tabela 4.6 traz dados obtidos pelo módulo da prática em laboratório para a associação em paralelo das Bombas 1 e 2 e a Tabela 4.7 traz os resultados obtidos para os cálculos de H de cada bomba e H do sistema em paralelo. Tabela 4.6 – Dados obtidos para as Bombas 1 e 2 operando em paralelo. VAZÃO EM PARALELO (L/min) BOMBA 1 BOMBA 2 SISTEMA MB1 (kPa) Va1 (kPa) MB2 (kPa) Va2 (kPa) MB3 (kPa) Va3 (kPa) 10 167,6 -10,80 172,50 -11,50 172,50 -11,50 20 161,1 -11,50 167,60 -12,20 168,60 -12,20 30 156,8 -12,20 161,70 -12,90 160,70 -12,90 40 153,9 -12,90 159,70 -13,50 155,80 -13,50 50 149,9 -13,50 153,90 -14,20 151,90 -14,20 60 147 -14,90 150,90 -15,60 148,00-15,60 70 142,1 -16,30 147,00 -16,90 143,10 -16,30 Tabela 4.7 – Valores de H para as Bombas 1 e 2 operando em paralelo. VAZÃO EM PARALELO (L/min) BOMBA 1 (BC1) BOMBA 2 (BC2) SISTEMA ΔHB1 ΔHB2 ΔHS 10 0,0182 0,0188 0,0188 20 0,0176 0,0183 0,0184 30 0,0172 0,0178 0,0177 40 0,0170 0,0177 0,0173 50 0,0167 0,0171 0,0169 60 0,0165 0,0170 0,0167 70 0,0161 0,0167 0,0162 (8) 13 A Figura 4.4 relaciona as curvas de cada bomba operando em paralelo e a curva do sistema (Bomba 1 + Bomba 2). Figura 4.4 – Curvas características das Bombas 1 e 2 e Sistema (Bomba 1 + Bomba 2) em paralelo. Percebe-se pelo gráfico que a carga hidráulica da bomba decresce com o aumento da vazão volumétrica que passa pelo sistema. Para o cálculo da potência do sistema em paralelo da associação das bombas, utilizou-se a equação (7). A Tabela 4.8 relaciona as vazões testadas nos experimentos e os valores de potência, em W para cada bomba individual, e também a soma das potências individuais. Considerou-se o = 1000 kg/m3 e g = 9,81 m/s2. Tabela 4.8 – Potência para o sistema de bombas em Paralelo. VAZÃO (m 3 /s) POTÊNCIA EM PARALELO (W) BOMBA 1 (BC1) BOMBA 2 (BC2) BC1 + BC2 1,67 x 10 -4 0,02981 0,03080 0,06061 3,33 x 10 -4 0,05749 0,05978 0,11727 5,0 x 10 -4 0,08437 0,08731 0,17168 6,67 x 10 -4 0,11123 0,11581 0,22704 8,33 x 10 -4 0,13647 0,13974 0,27621 1,0 x 10 -3 0,16186 0,16677 0,32863 1,167 x 10 -3 0,18432 0,19119 0,37551 14 Com os dados de potência e vazão das bombas, constrói-se um gráfico que relaciona as duas grandezas, para a associação de bombas em paralelo. Figura 4.5 - Curvas características de Potência x Vazão para as Bombas associadas em paralelo. Percebe-se que, para as bombas operando isoladamente, nota-se um decréscimo suave na carga hidráulica com o aumento da vazão. Já com a associação em paralelo das bombas, esse decréscimo se torna mais acentuado. Isto decorre pelo fato de que neste tipo de associação, a vazão requerida é maior do que a de uma bomba operando isoladamente. 4.3 ASSOCIAÇÃO DAS BOMBAS 1 E 2 EM SÉRIE A curva para duas bombas operando em série é obtida através do cálculo de H das bombas e das vazões volumétricas. O H, ou seja, a carga hidráulica das bombas em paralelo pode ser calculado através da soma dos diferenciais de pressão para cada uma das bombas obtida experimentalmente conforme a equação abaixo: ( ) Para o cálculo do H, foi considerado = 1000 kg/m3 para a água e g = 9,81 m/s2. A vazão volumétrica obtida para a curva experimental foi obtida através das vazões indicadas em cada rotâmetro para cada uma das bombas. 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0 10 20 30 40 50 60 70 P o tê n ci a (W ) Vazão (L/min) (9) 15 A Tabela 4.9 traz dados obtidos pelo módulo da prática em laboratório para a associação em série das Bombas 1 e 2 e a Tabela 4.10 traz os resultados obtidos para os cálculos de H de cada bomba e H do sistema em série. Tabela 4.9 – Dados obtidos para as Bombas 1 e 2 operando em série. VAZAO EM SÉRIE (L/min) BOMBA 1 (BC1) BOMBA 2 (BC2) SISTEMA MB1 (kPa) Va1 (kPa) MB2 (kPa) Va2 (kPa) MB3 (kPa) Va3 (kPa) 10 343,00 -11,85 343,00 0,00 172,50 -10,84 20 324,38 -11,85 332,20 0,00 168,60 -11,85 30 308,70 -12,87 307,72 0,00 160,70 -13,21 40 294,00 -13,54 294,00 0,00 155,80 -14,22 50 269,50 -14,90 274,40 0,00 151,90 -16,25 60 254,80 -15,24 249,90 0,00 148,00 -17,61 70 230,30 -16,25 240,10 0,00 143,10 -20,32 Tabela 4.10 – Valores de H para as Bombas 1 e 2 operando em série. VAZAO EM SERIE (L/min) BOMBA 1 (BC1) BOMBA 2 (BC2) SISTEMA ΔHB1 ΔHB2 ΔHS 10 0,0362 0,0350 0,0187 20 0,0343 0,0339 0,0184 30 0,0328 0,0314 0,0177 40 0,0314 0,0300 0,0173 50 0,0290 0,0280 0,0171 60 0,0275 0,0255 0,0169 70 0,0251 0,0245 0,0167 A Figura 4.6 relaciona as curvas de cada bomba operando em série e a curva do sistema (Bomba 1 + Bomba 2). 16 Figura 4.6 – Curvas características das Bombas 1 e 2 e Sistema (Bomba 1 + Bomba 2) em série. Percebe-se pelo gráfico que a carga hidráulica da bomba decresce timidamente com o aumento da vazão volumétrica que passa pelo sistema. Nota-se também que para essa configuração, o valor de H calculado foi maior que na configuração das bombas em série. Para o cálculo da potência do sistema em paralelo da associação das bombas, utilizou-se a equação (7). A Tabela 4.11 relaciona as vazões testadas nos experimentos e os valores de potência, em W para cada bomba individual, e também a soma das potências individuais. Considerou-se o = 1000 kg/m3 e g = 9,81 m/s2. Tabela 4.11 – Potências para o sistema de bombas em Série. VAZÃO (m 3 /s) POTÊNCIA EM PARALELO (W) BOMBA 1 (BC1) BOMBA 2 (BC2) BC1 + BC2 1,67 x 10 -4 0,05930 0,05734 0,11664 3,33 x 10 -4 0,11205 0,11074 0,22279 5,0 x 10 -4 0,16088 0,15402 0,31490 6,67 x 10 -4 0,20546 0,19630 0,40176 8,33 x 10 -4 0,23698 0,22881 0,46579 1,0 x 10 -3 0,26977 0,25015 0,51992 1,167 x 10 -3 0,28735 0,28048 0,56783 Com os dados de potência e vazão das bombas, constrói-se um gráfico que relaciona as duas grandezas, para a associação de bombas em paralelo. 17 Figura 4.7 - Curvas características de Potência x Vazão para as Bombas associadas em paralelo. Com a associação em série das bombas, percebeu-se um ligeiro aumento da carga hidráulica do que para as bombas operando isoladamente. Isto decorre do fato de que em associações em série, a carga de elevação do fluido requerida ser muito grande. Nota-se também que as potências das bombas tanto na associação em série quanto na associação em paralelo, é maior que nas bombas operando isoladamente. Mas na associação em série, essa potência é um pouco maior. 4.4 QUESTÕES 4.4.1 Discorra sobre as diferenças apresentadas nas curvas características obtidas. Verifica-se nas curvas obtidas experimentalmente um decréscimo suave da carga hidráulica da bomba com o aumento da vazão. Isto se tornou mais acentuado na associação de bombas em paralelo. Já para a associação em série, esta variação foi quase imperceptível. Já para esse tipo de associação, a carga hidráulica foi maior que nas bombas operando isoladamente e na associação em paralelo. Verifica-se também que a potência do conjunto nas associações em série e em paralelo foi maior que nas bombas operando isoladamente. 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0 10 20 30 40 50 60 70 P o tê n ci a (W ) Vazão (L/min) 18 4.4.2 Como evitar o fenômeno da cavitação? Quais os danos causados por este tipo de fenômeno? Para evitar o processo de cavitação a altura de sucção disponível deve ser maior que a requerida pela bomba. O processo de cavitação pode causar erosão nas partes metálicas da bomba e perda de rendimento da mesma. 4.4.3 Em quais casos são utilizados associações de bombas em série? E associações de bombas em paralelo? As associações de bombas em série são utilizadas quando se deseja obter alturas (cargas) maiores que as fornecidas pelas bombas individualmente. Nesse tipo de associação as bombas operam a uma mesma vazão, porém a altura fornecida é igual a soma das alturas fornecidas por cada bomba individualmente. Já a associação em paralelo é utilizada em sistemas que se deseja obter vazões variáveis.5. CONCLUSÃO Pode-se concluir que, quando associamos duas ou mais bombas em série, para uma mesma vazão, a carga manométrica será a soma da carga manométrica fornecida por cada bomba. Portanto, para se obter a curva característica resultante de duas bombas em série, iguais ou diferentes, basta somar as alturas manométricas totais, correspondentes aos mesmos valores de vazão, em cada bomba. Quando a altura manométrica for muito elevada, devemos analisar a possibilidade do emprego de bombas em série, pois esta solução poderá ser mais viável, tanto em termos técnicos como econômicos. O emprego de bombas em paralelo permitirá uma vantagem operacional de que havendo falha no funcionamento em uma das bombas, não acontecerá a interrupção completa e, sim, apenas uma redução da vazão bombeada pelo sistema. No caso de apenas uma bomba aconteceria a interrupção total, pelo menos temporária, no fornecimento. Em uma segunda situação a associação em paralelo possibilitará uma flexibilização operacional no sistema, pois como a vazão é variável poderemos retirar ou colocar bombas em funcionamento em função das necessidades e sem prejuízo da vazão requerida. 19 As curvas obtidas com os experimentos não foram tão satisfatórias, por uma série de fatores como, por exemplo, imprecisão nas leituras dos manômetros e dos vacuômetros. As potências requeridas pelas bombas operando isoladamente foram menores que as potências requeridas pelas mesmas operando em série e em paralelo. O fenômeno da cavitação em bombas, como um processo corrosivo deve ser evitado, uma vez que isso danifica as partes metálicas da bomba, comprometendo o funcionamento da mesma, fazendo com que opere em um estado crítico levando à sua completa inutilidade. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA GOMIDE, R. Operações unitárias. São Paulo: Edição do Autor 1983. v.1. 293p. CREMASCO, M. A. Operações unitárias em sistemas particulados e fluidodinâmicos. São Paulo: Blucher, 2012.
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