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* * * * Formação Acadêmica: Graduação em Ciências Contábeis Pós-graduação em Auditoria e Contabilidade Mestrado em Contabilidade e Controladoria pela FECAP Experiência: Empresária da área contábil por 24 anos Professora 16 anos Profa. Ma. Edméia Soares P. Scatola * * * * Tributos “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa e plenamente vinculada” (CTN – art. 3º) * * * * Analisando o Conceito de Tributo prestação pecuniária Os tributos em geral, pagos na forma e prazo normais da extinção da obrigação tributária, somente podem ser quitados em moeda corrente nacional. compulsória Seu pagamento é obrigatório, pelo poder coercitivo do Estado, e independente da vontade do contribuinte. * * * * Analisando o Conceito de Tributo... que não constitua sanção por ato ilícito A obrigatoriedade do pagamento do tributo nasce de ato lícito. A “multa” por infração fiscal é considerada sanção pela prática de ato ilícito e, portanto, não é tributo. instituída em lei Os tributos somente podem ser instituídos ou alterados por meio de lei válida e eficaz. * * * * Analisando o Conceito de Tributo cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada Para efetuar a cobrança de tributos a administração pública deverá agir na forma e nos limites fixados em lei. * * * * Espécies de Tributos Impostos- tributos não vinculados Taxas - tributos vinculados Contribuição de Melhoria- tributos mistos Contribuições Especiais - tributos mistos Empréstimos Compulsórios - tributos especiais * * * * IMPOSTOS É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte” É de competência privativa, distribuída pela CF, isto é, exclusivamente da União ou dos Estados ou dos Municípios ou do Distrito Federal,destina-se ao custeio de despesas gerais (correntes e de capital)CTN- Art16 Ex.: IPI, ICMS, IR etc. * * * * TAXAS Tributos vinculados à atividade estatal, devidos pelo exercício regular do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial de serviço público, específico e divisível, prestado ou colocado à disposição do contribuinte (CTN – arts. 77 e 78). Poder de polícia = atividade pública que limita e disciplina direito, interesse ou liberdade a favor do interesse público, no que se refere a segurança, higiene, ordem, costumes etc. Ex.: TLIF – Taxa de Licença de Instalação e Funcionamento (PMSP) * * * * Contribuições de Melhoria Tributos vinculados à atividade estatal, devidos pela realização de obra pública da qual decorra valorização imobiliária, normalmente com base no rateio do custo total da obra entre os contribuintes beneficiados (CTN – arts. 81 e 82). Na prática, raramente é cobrada ou o é de forma ilegal, devido às exigências do art. 82 do CTN (publicação prévia de memorial descritivo, orçamento da obra, delimitação da área etc.) * * * * Contribuições Especiais As contribuições especiais têm sido caracterizadas como uma nova espécie de tributos que engloba: CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CF – art. 149)-Criada para ajustar a economia aos objetivos da política econômica. Ex. CIDE sobre combustíveis de derivados de petróleo (Lei 10.336/01) Contribuições Sociais – INSS, COFINS e CSLL (CF–art. 195) Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas -CRC, OAB, Crea etc. * * * * Empréstimos Compulsórios Tributos que podem ser instituídos pela União (CF – art. 148) exclusivamente para atender despesas extraordinárias (não previstas no orçamento) decorrentes de calamidade pública, guerra ou sua iminência e para investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Sua receita é vinculada à causa que fundamentou a sua instituição. Devem ser restituídos ao contribuinte, conforme as condições estipuladas na lei complementar que os instituíram. * * * * CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DOS IMPOSTOS Tributos Diretos: Recaem sobre a pessoa (física e jurídica) Incidem sobre o patrimônio e a renda São de responsabilidade pessoal Ex.: IRPJ, IRPF, IPTU, ITR, IPVA etc. * * * * CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DOS IMPOSTOS Tributos Indiretos: Recaem sobre a produção e circulação de bens e serviços São repassados para os preços dos produtos e serviços O consumidor é o contribuinte de fato O produtor, vendedor ou prestador do serviço é o contribuinte de direito responsável pelo recolhimento do tributo Ex.: IPI, ICMS, ISS, COFINS etc. * * * * CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DOS IMPOSTOS Regressivos: É aquele que não considera o poder aquisitivo nem a capacidade econômica do contribuinte. Com isso, quem gasta praticamente tudo o que ganha no consumo de produtos, como é o caso de muitos assalariados, proporcionalmente contribui mais do que aqueles que têm possibilidade de poupar ou de investir (capitalistas). Exemplo: ICMS * * * * CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DOS IMPOSTOS Progressivos: São aqueles em que o percentual (alíquota) aumenta, proporcionalmente à elevação da capacidade econômica ou financeira do contribuinte. Exs: Impostos de Renda (IR), Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU). * * * * Classificação dos Impostos sobre o Consumo - Impostos cumulativos (em cascata) - Impostos Não-Cumulativos - Impostos sobre Valor Agregado (IVA) - Impostos seletivos * * * * IMPOSTOS CUMULATIVOS (em cascata) Os impostos cumulativos, também conhecidos como impostos em cascata, incluem todos os estágios do processo produtivo, implica tributação múltipla e tem como base de cálculo o faturamento das empresas. A comutatividade do tributo representa o grau em que ele é repassado para o consumidor. * * * * IMPOSTOS CUMULATIVOS (em cascata) Incidência em cada fase do processo produtivo sem dedução do montante incidente na fase anterior * * * * IMPOSTOS NÃO CUMULATIVOS O objetivo da não cumulatividade é que o tributo incida somente sobre o valor acrescido em cada operação integrante da cadeia produtiva, eliminando os prejuízos da denominada incidência “em cascata”. Este princípio leva em conta o ciclo econômico de produção e circulação como um todo, e visa distribuir ponderadamente a carga tributária de modo que cada contribuinte suporte apenas a fração que lhe cabe no conjunto. * * * * IMPOSTOS NÃO CUMULATIVOS Não-Cumulatividade • Incidência em todas as fases do processo produtivo com dedução do montante de imposto incorrido na fase anterior. * * * * IMPOSTOS SOBRE O VALOR AGREGADO Na grande maioria dos países, o consumo passou a ser tributado por meio de um imposto sobre o valor agregado, que substituiu o imposto cumulativo sobre as vendas. Essa substituição, considerada uma das mais importantes inovações dos sistemas tributários contemporâneos, encontra-se na base da maioria das reformas tributárias bem-sucedidas. * * * * IMPOSTOS SOBRE O VALOR AGREGADO Os principais tipos de IVA são o IVA-P (IVA-Produto), o IVA-R (IVA-Renda) e o IVA-C (IVA-Consumo), cujas bases são, respectivamente, a produção, a renda e o consumo. Cada uma dessas variantes pode ser implementada de acordo com dois princípios: o princípio de origem e o princípio de destino * * * * IMPOSTOS SOBRE O VALOR AGREGADO O IVA pode, ainda, ser implementado usando-se dois métodos de cálculo: o método da nota-crédito (credit invoice) e o método de subtração. * * * * IMPOSTOS SOBRE O VALOR AGREGADO Método da nota-crédito (credit invoice) Sob o método da nota-crédito, o vendedor recolhe o imposto sobre suas vendas e é creditado do montante do tributo que pagou por suas compras. Esse método, utilizado na maioria dos países, é similar a um imposto geral sobre as vendas. O método da nota-crédito requer que o montante do tributo, incluído no preço dos bens e serviços, seja explicitamente considerado na fatura. O crédito de 100% do IVA pago pelas compras, evita que o valor agregado de um estágio produtivo anterior seja novamente tributado (tributação múltipla). * * * * IMPOSTOS SOBRE O VALOR AGREGADO O método de subtração Sob o método da subtração, até recentemente utilizado somente no Japão, o vendedor subtrai o valor de suas compras do valor das vendas e, sobre esse montante, aplica a alíquota do IVA. O método da subtração calcula o valor agregado como a diferença entre o valor das vendas e o valor das compras. Contudo, em vez de creditar o imposto pago sobre as compras, esse método utiliza as deduções para reduzir o montante tributado. A subtração do valor das compras evita a tributação múltipla. Note-se que, para uma dada alíquota, os métodos da subtração e da nota-crédito arrecadam o mesmo montante * * * * Impostos Seletivos A tributação seletiva é amplamente utilizada para fins distributivos. Características da seletividade: Bens não essenciais; Reduzido grupo de agentes econômicos; Finalidade extra-fiscal (redução do consumo, proteção à saúde e meio ambiente); Principais produtos envolvidos (fumo,bebidas, automóveis, combustíveis e energia elétrica). * * * * Gestão Tributária “Solucionar questões complexas ou controvertidas na dinâmica dos impostos, esclarecer questões tributárias resultantes de lacunas ou obscuridade na lei ou regulamento fiscal.” (Humberto B. Borges) * * * * Gestão Tributária DEVE NASCER JUNTAMENTE COM AS OPERAÇÕES: Estrutura departamental multidisciplinar envolvendo produção, compras, vendas, contabilidade, finanças, controladoria e jurídica (comitê fiscal); Grupos de discussão importante participar de grupos externos, principalmente no caso de contenciosos; Consultores externos importantes para discussão de casos ou até mesmo para suprir estrutura. * * * * Responsável pela escrituração contábil e fiscal Profissionais da área contábil e tributária precisam conhecer com profundidade a legislação tributária, devido às suas responsabilidades quanto à eficácia e eficiência na gestão; Responsabilidade civil e criminal podem ser condenados por prejuízos causados à empresa, bem como por crimes contra a ordem tributária, por dolo (CC arts. 1.178 e 1.179). * * * * CRIMES Crimes contra a ordem tributária fraudar fiscalização, omitir informação ou prestar declaração falsa, falsificar ou alterar nota fiscal, deixar de recolher tributo no prazo legal por má fé; Sonegação fiscal ação ou omissão dolosa, impedir ou retardar, total ou parcialmente o conhecimento pelo fisco de um fato ocorrido ou da natureza do fato; Simulação art. 102 Código Civil – transmissão de direitos a pessoas diversas, falsa declaração e confissão, datas divergentes da ocorrência do ato, intenção de prejudicar terceiros ou violar dispositivo legal; Distribuição disfarçada de lucros. * * * * Carga Tributária-Arrecadação Ano % do PIB 1947 13,4 1968 24,2 1998 29,9 2008 38,8 * * * * Carga Tributária Sócio Oculto Distribuição da Riqueza % Governo 37,70 Pessoal e Encargos 31,90 Remuneração do K 30,40 Total 100,00 Ariovaldo dos Santos * * * * Elisão x Evasão Elisão condutas lícitas, não simuladas e anteriores ao fato gerador; Evasão condutas ilícitas ou posteriores ao fato gerador, incluindo simulação, fraude e sonegação; Os atos só podem ser atacados nos casos de evasão. * * * * Norma anti- elisiva ATINGE atos praticados com simulação ou fraude, ou que se prestem a ocultar fato gerador já ocorrido, já punidos pela legislação anterior; NÃO ATINGE operações praticadas em observância à estrita legalidade. * * * * A Elisão Fiscal Ocorre : Em decorrência do texto legal; Ex.: incentivos fiscais Resultante de lacunas e brechas legais. Utilizando elementos que a lei não proíba * * * * Crimes Tributários SONEGAÇÃO - Diminuição ou omissão de receita que acarreta não pagamento total ou parcial de tributos. Venda de mercadoria sem emissão de nota fiscal. FRAUDE - Alteração de documentação para diminuir ou omitir pagamentos, alteração de dados contábeis, balanços, notas fiscais etc. SIMULAÇÃO / CONLUIO Participação de dois ou mais agentes que simulam atos irreais. Venda de imóvel de uma empresa a sócios, por preço menor do que o de mercado (distribuição disfarçada de lucros). * * * * Crimes Tributários CONTRABANDO- Importação de mercadoria ilícita sem autorização legal Cocaína, éter, acetona, armas etc. DESCAMINHO Importação de mercadoria lícita sem o recolhimento dos tributos incidentes. Entrada de mercadorias não declaradas superior ao limite permitido em lei. DEPOSITÁRIO INFIEL E APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA Omissão do repasse ao agente arrecadador de tributos já descontados de terceiros. IRRF, INSS descontados dos salários, IPI, ICMS DOLO EM GERAL Má - fé, ou seja, intenção do agente de causar lesão ao fisco. Erros propositais na declaração de rendimentos. * * * * Bibliografia BORGES, Humberto B. Planejamento Tributário. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2001. BIDERMAN, Ciro, ARVATE Paulo. Economia do Setror Público no Brasil. Capítulo sobre a Tributação do consumo no Brasil Editora Campus, Rio de Janeiro: 2004 CASSONE, Vittorio. Direito Tributário . São Paulo, Atlas, 2001. Chaves, Francisco Coutinho.Planejamento Tributário na Prática: gestão tributária aplicada – São Paulo :Atlas-2008 FABRETTI, Láudio C. Contabilidade Aplicada - São Paulo, Atlas, 2001. OLIVEIRA, Luís M. & outros. Manual de Contabilidade Tributária. São Paulo, Atlas, 2009. * * * * Obrigada *