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INTRODUÇÃO As linhas de campo elétrico são importantes para o entendimento e comportamento do campo elétrico em uma superfície, também chamadas de linhas de força, haja vista que o campo elétrico tem relação estreita com uma carga pontual de prova e a força (nesse caso força elétrica). Nesse contexto são ditas que exclusivamente principiam em cargas positivas e terminam em cargas negativas, ou seja, saem das cargas positivas em sentido das cargas negativas (figura 1). Figura 1.Representação do comportamento das linhas de campo de acordo com as cargas positiva e negativa. Como regras que ocorrem em superfícies equipotenciais temos : • O numero de linhas de força que saem de uma carga positiva ou entram numa carga negativa é proporcional ao valor da carga. • As linhas que entram e saem de uma carga elétrica esferossimétrica. • A densidade de linhas (numero por unidade de área perpendicular as linhas) é proporcional a grandeza do campo. • Duas linhas de força nunca podem se interceptar. Definindo as linhas de campos pode ser obtida uma distribuição contínua de cargas de forma obter superfícies equipotenciais, são essas definidas como pontos ao longo da distribuição de carga do campo elétrico que apresentam mesmo potencial elétrico. Ao se colocar uma carga elétrica (q) próxima de outra carga (Q) de sinal oposto, nota-se que: uma carga atrai a outra, o mesmo não acontecendo se elas forem afastadas uma certa distância . Pode-se dizer que a carga (Q) cria ao seu redor uma região de campo elétrico (E), que é a região de influência da carga elétrica (Q), onde qualquer carga de prova (q) colocada sofre a ação da força elétrica (F). EQUIPOTENCIAIS E GRADIENTES DE CAMPO Guilherme Bettio Braga * * Departamento de Ciências Exatas, Universidade Federal de São João del Rei CEP 36301-160, São João del Rei/MG, Brasil O entendimento de conceito de campo elétrico é de grande valia para diversos estudos científicos que envolvam e necessitam de eletricidade, assim como superfícies equipotenciais. Nesse contexto foi realizado um experimento a fim de verificar a distribuição de carga em diferentes arranjos. Os quais apresentaram diferentes distribuições de carga e consequentemente diferentes equipotenciais. OBJETIVO Obter superfícies equipotenciais numa cuba eletrolítica e assim mapear o campo elétrico. Bem como desenvolver os conceitos de potencial e campo. TEORIA O campo elétrico (E���) é definido como a relação entre a força que uma carga sente se for colocada naquele ponto e o valor da carga. Isto é, se colocarmos uma carga q em um ponto em que o campo é E, a força sobre esta carga será: E��� = F�� q Toda carga elétrica gera ao seu redor um campo elétrico, que se evidencia como grandeza vetorial, possui módulo, direção e sentido O campo elétrico pode ser encontrado medindo o campo elétrico a partir do potencial elétrico: E��� = (∆V) (∆x) Um conceito bastante útil na visualização de um campo elétrico é o de linha de força. Uma linha de força é uma linha que é paralela ao campo elétrico em qualquer ponto. Uma propriedade importante das linhas de força é que elas são sempre perpendiculares às equipotenciais. O campo elétrico está relacionado com uma grandeza escalar, o potencial elétrico V. A região entre as placas do capacitor com mesmo valor de potencial pode ser representada por linhas ou superfícies paralelas as placas, chamadas de equipotenciais. A relação geométrica entre as linhas equipotenciais com o campo elétrico é direta, as linhas de força são tangentes à direção do campo elétrico e perpendiculares às curvas equipotenciais. No experimento a seguir o campo elétrico será medido em uma solução condutora. Deste modo as cargas fluem dentro da solução e são rapidamente substituídas de modo a manter o campo constante. Isto se consegue com o uso de uma bateria ou de uma fonte de tensão constante. Como será analisado, o potencial elétrico dentro da solução pode ser facilmente medido e a partir dele é possível calcular o campo elétrico. METODOLOGIA EXPERIMENTAL Material necessário: − Fonte − Multímetro − Cuba de vidro − Papel milimetrado − Água − Sal − Ponta metálica − Placa metálica − Anel Metálico Procedimento: Estabeleceu-se na fonte a tensão de 10 V, de modo que a diferença de potencial entre as pontas seja de 10 V. Prendeu-se uma ponta de prova em uma ponta metálica, de forma que ela ficou-se imóvel e introduziu- se verticalmente a outra ponta de prova na água, moveu-se essa ponta de prova, da ponta metálica A para a ponta metálica B, de 0,5 em 0,5 cm e anotou-se os valores obtidos. O esquema é mostrado pela Figura 2. Figura 2. Esquema de montagem do experimento, com pontas metálicas Após, trocou-se as pontas metálicas, por placas metálicas e repetiu o mesmo procedimento citado anteriormente. O esquema é mostrado na Figura 3. Figura 3. Esquema de montagem do experimento, com placas metálicas. Na terceira vez, colocou-se um anel metálico e uma ponta metálica no centro do anel, e a medida foi feita do centro para a extremidade. O esquema é mostrado na Figura 4. Figura 4. Esquema de montagem do experimento, com um anel metálico e uma ponta metálica. RESULTADOS Na primeira parte do experimento, haviam duas placas condutoras paralelas carregadas de sinais opostos. O esquema a seguir mostra as linhas de força. Figura 5. Linhas de força de duas placas paralelas carregadas As linhas de força têm a mesma orientação que o campo elétrico, assim elas saem das cargas positivas e entram nas cargas negativas. Os valores obtidos experimentalmente para o potencial encontrado e a distância na primeira parte estão na tabela da seguir: + + + + - - - - Tabela 1.Valores do potencial elétrico (V) pela distância (m) x (m) V (V) 0,001 2,25 0,0025 4,20 0,0065 5,98 0,01 8,30 0,02 10,5 Com base nos valores obtidos no experimento, um gráfico da variação de potencial pela distância foi construído: 0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 2 4 6 8 10 12 p o te n c ia l ( V ) distância ( m ) Figura 6. Gráfico do potencial elétrico (V) pela distância (m) Traçado o gráfico, foi calculado o campo elétrico de acordo com a seguinte equação: E��� = (∆V) (∆x) Visto que o campo elétrico é igual à razão do potencial pela distância, é possível encontrar seu valor calculando o coeficiente angular da reta traçada. O coeficiente angular de uma reta pode ser interpretado como uma taxa de variação. Como os eixos x e y apresentam unidades diferentes, o coeficiente angular representa uma taxa de variação da grandeza y em relação à grandeza x. O coeficiente angular (m), ou seja, a inclinação da reta em relação ao eixo das abscissas pode ser calculado pela seguinte razão: m = ∑(x � x�)(y � y�) ∑(x � x�)� Assim, o valor do campo elétrico encontrado foi de 411,9 V/m. Na segunda parte do experimento, havia um ponto carregada positivamente e um outro ponto carregada negativamente. O esquema a seguir mostra as linhas de força. Figura 7. Linhas de força para dois pontos carregados positivamente e carregada negativamente Os valores obtidos experimentalmente para o potencial encontrado e a distância na segunda parte estão na tabela da seguir: Tabela 2: Valores do potencial elétrico (V) pela distância (m) x (m) V (V) 0 8,66 0,0055 8,87 0,01 9,1 0,016 9,37 0,022 9,8 Com base nos valoresobtidos, um gráfico da variação de potencial pela distância foi construído: 0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 8,6 8,8 9,0 9,2 9,4 9,6 9,8 p o te n c ia l ( V ) distância ( m ) Figura 8: Gráfico do potencial elétrico (V) pela distância (m) O valor do campo elétrico encontrado foi calculado da mesma forma que a primeira parte do experimento. O resultado encontrado foi de 51,08 V/m. Na terceira parte do experimento, havia uma “ponta” carregada positivamente e um anel carregado negativamente. O esquema a seguir mostra as linhas de força. Figura 9. Linhas de força de um anel carregada positivamente e uma “ponta” carregada negativamente Os valores obtidos para o potencial em determinadas distância estão expressos a seguir: Tabela 3: Valores do potencial elétrico (V) pela distância (m) x (m) V (V) 0,012 4,32 0,010 3,23 0,008 2,15 0,005 1,9 0,002 0,78 O gráfico com os valores obtidos foi traçado: 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 p o te n c ia l ( V ) distância ( m ) Figura 10: Gráfico do potencial elétrico (V) pela distância (m) O resultado encontrado para o campo elétrico foi de 328,32 V/m. Por fim temos na tabela 4 um resumo de todo experimento. Tabela 4. Resumo dos valores de campo elétrico (E) de acordo com o arranjo. Arranjo E (V/m) Duas pontas 51,08 Duas placas 411,9 Anel 328,32 CONCLUSÃO Diante dos resultados apresentados o experimento apresentou valores satisfatórios, sendo obtidos valores de campo elétrico de acordo com cada arranjo. Observou-se que as regiões onde o campo é mais intenso são aquelas situadas próximas aos eletrodos, onde a intensidade de campo elétrico é maior do que em regiões mais distantes. Devemos considerar os erros aleatório e sistemático envolvidos nas medições. REFERÊNCIAS TIPLER, P. A., MOSCA, G., Física, eletricidade e magnetismo, ótica, Rio de Janeiro: LTC, 5ª ed., vol. 2, 2006. p. 14 TIPLER, P. A., MOSCA, G., Física, eletricidade e magnetismo, ótica, Rio de Janeiro: LTC, 5ª ed., vol. 2, 2006. p.75-78 HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos de física 3,. Rio de Janeiro: LTC, 5ª ed., vol. 3, 2008. p.25-48 http://www.fisica.net/eletricidade/ http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/fisi ca/campo-eletrico-6.php
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