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Os Clássicos da Sociologia Engenharia de Controle e Automação Cadeira: Filosofia e Sociologia Professor: Airton Tolfo Acadêmicos: Claudinei Stiegelmaier Gabriel Rogério Mühlbeier Auguste Comte Isidore Auguste Marie François Xavier Comte Nascido na cidade de Montpellier (França) em 19 de janeiro de 1798 e morreu na cidade de Paris (França) em 5 de setembro de 1857. Importante filósofo e sociólogo francês do século XIX. É considerado o criador do Positivismo e da disciplina Sociologia, também criou a corrente filosófica, política e científica conhecida como Positivismo, fez grandes colaborações para o desenvolvimento da filosofia humanista, influenciou grandemente a formação da república no Brasil. Tanto, que o lema da bandeira brasileira, "Ordem e progresso", foi inspirado na doutrina desse filósofo francês. A sua assombrosa inteligência foi logo reconhecida aos 16 anos de idade, em 1814, quando Napoleão Bonaparte abdica e é reestabelecida a monarquia a favor de Luiz XVIII, quando Comte entra para a Escola Politécnica. Em 1817, com 19 anos de idade, descobre o princípio da relatividade e em 1822, com 24 anos, ao cabo de 60 horas de meditação, sem dormir, descobre também a Lei dos Três Estados ou Lei da Inteligência, que lhe permitiu criar a Sociologia - ele é o pai da Sociologia Positiva. Escreveu o seu curso de Filosofia Positiva, em seis volumes, editados entre 1830 e 1842. De 1851 a 1854, Auguste Comte escreve o Sistema de Política Positiva em 4 volumes, que é o primeiro Tratado de Sociologia e postula a separação espiritual e temporal (Igreja independente do Estado) Auguste Comte A expressão "espírito positivo" foi cunhada para designar a maneira geral como o ser humano deve ou deveria pensar no estado positivo, de acordo com sua Lei dos Três Estados. De modo mais específico, o espírito positivo é a forma de pensar característica do Positivismo comtiano, conforme definido por Comte na obra "Discurso sobre o espírito positivo", de 1848, e desenvolvido e refinado em suas obras posteriores. A filosofia positiva de Comte nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e pesquisa suas leis, vistas como relações abstratas e constantes entre fenômenos observáveis. Auguste Comte Pode-se dizer que o conhecimento positivo busca "ver para prever, a fim de prover" - ou seja: conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa melhorar sua realidade. Dessa forma, a previsão científica caracteriza o pensamento positivo. O espírito positivo, segundo Comte, tem a ciência como investigação do real. No social e no político, o espírito positivo passaria o poder espiritual para o controle dos "filósofos positivos", cujo poder é, nos termos comtianos, exclusivamente baseado nas opiniões e no aconselhamento, constituindo a sociedade civil e afastando-se a ação política prática desse poder espiritual - o que afasta o risco de tecnocracia (chamada, nos termos comtianos, de "pedantocracia"). Auguste Comte O método positivo, em termos gerais, caracteriza-se pela observação. Entretanto, deve-se perceber que cada ciência, ou melhor, cada tipo de fenômeno tem suas particularidades, de modo que o método específico de observação para cada fenômeno será diferente. Além disso, a observação conjuga-se com a imaginação: ambas fazem parte da compreensão da realidade e são igualmente importantes, mas a relação entre ambas muda quando se passa da teologia para a positividade. Assim, para Comte, não é possível fazer ciência (ou arte, ou ações práticas, ou até mesmo amar!) sem a imaginação, isto é, sem uma ativa participação da subjetividade individual e por assim dizer coletiva: o importante é que essa subjetividade seja a todo instante confrontada com a realidade, isto é, com a objetividade. Auguste Comte A gênese do Positivismo ocorreu no século XIX, num momento de transformações sociais e econômicas, políticas e ideológicas, tecnológicas e científicas profundas decorrentes da consolidação do capitalismo, enquanto modo de produção, através da propagação das atividades industriais na Europa e outras regiões do mundo. Portanto, o “século de Comte” e sua amada França mergulharam de corpo e alma numa “deusa” chamada razão, colocando sua fé numa “Nova Religião”, caracterizada pela junção entre a ciência e a tecnologia, tidas como a panaceia da humanidade, no contexto da expansão, pelo Globo, do Capitalismo Industrial. Auguste Comte A LEI DOS TRÊS ESTADOS Os três estados, de acordo com a história humana, são: Teológico: o estado onde Deus está presente em tudo, as coisas acontecem por causa da vontade dele. As coisas sem explicação são explicadas pura e simplesmente por Deus. Esse estado tem outras três divisões: • Animismo: as coisas da natureza tem sua própria “animação”, acontecem porque desejam isto, não por fatores externos, têm vida própria. • Politeísmo: os desejos dos deuses são colocados em objetos, animais ou coisas. • Monoteísmo: os desejos do Deus (único), são expostos em coisas, acontecimentos. Auguste Comte Metafísico: no qual a ignorância da realidade e a descrença num Deus todo poderoso levam a crer em relações misteriosas entre as coisas, nos espíritos, como exemplo. O pensamento abstrato é substituído pela vontade pessoal. Positivo: a humanidade busca respostas científicas para todas as coisas. Este estado ficou conhecido como Positivismo. A busca pelo conhecimento absoluto, esclarecimento sobre a natureza e seus fatos. É o resultado da soma dos dois estágios anteriores. Auguste Comte Na Igreja Positivista presta-se culto de adoração à "Trindade Positivista", que é composta por: • "Humanidade" ou "Grande Ser" (entidade coletiva, real e abstrata, formada pelo conjunto de seres humanos convergentes do passado que contribuíram para o progresso da civilização, do futuro e do presente), • "Grande Fetiche" (o planeta Terra com todos os elementos que o compõe: vegetais, animais, água, terra etc.) e • "Grande Meio" (o espaço, os astros, o Universo). Auguste Comte Esses três grandes seres são objetos de culto juntamente com as "leis naturais" que os regem e regulam, compondo assim a "Ordem Universal" que se constitui do conjunto formado pela "ordem natural" e pela "ordem humana". Pode ser indiferentemente caracterizada como a Religião do Amor, a Religião da Ordem ou a Religião do Progresso. O Amor procura a Ordem e leva ao Progresso; a Ordem consolida o Amor e dirige o Progresso; o Progresso desenvolve a Ordem e conduz ao Amor, donde a sentença característica do Positivismo: O Amor por princípio, a Ordem por base e o progresso por fim. Auguste Comte David Émile Durkheim Nasceu na cidade de Épinal (região de Lorena, França) no dia 15 de abril de 1858 e faleceu em Paris, capital francesa, em 15 de novembro de 1917. Viveu numa família muito religiosa, pois seu pai era um rabino. Porém, não seguiu o caminho da família, optando por uma vida secular. Desde jovem, foi um opositor da educação religiosa e defendia o método científico como forma de desenvolvimento do conhecimento. Em boa parte dos seus trabalhos, procurou demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em acontecimentos sociais. Émile Durkheim Aos 21 anos de idade, Durkheim foi estudar na Escola Normal Superior e passou a dedicar-se ao mundo intelectual. Formou-se em Filosofia, no ano de 1882. Cinco anos após sua formatura, foi trabalhar na Universidade de Burdeos como professor de pedagogia e ciência social. Neste período, começaram seus estudos sobresociologia. Émile Durkheim foi um dos responsáveis por tornar a sociologia uma matéria acadêmica, sendo aceita como ciência social. Durante sua vida, publicou centenas de estudos sociais, sobre educação, crimes, religião, e até suicídio etc. Émile Durkheim Os fatos sociais têm uma realidade objetiva e possui três características essenciais: a generalidade, a externalidade e a coercitividade. Como os fatos sociais são externos ao indivíduo, existem sem a nossa consciência da sua existência ou da sua autonomia. O ser humano os adquire desde o início da sua educação, e tende a internalizar por haver uma habitualidade de convivência disfarçando o seu caráter vinculativo devido ao costume: a esse processo Durkheim chamou de principio da socialização. Um dos critérios para o reconhecimento de fatos sociais é determinar a resistência à mudança de uma coisa: não podem ser alterados por uma simples declaração de vontade. Isso não implica na impossibilidade de alteração, mas é necessário um grande esforço para fazê-lo. Émile Durkheim Método Sociológico - Durkheim introduziu regras para seu estudo e a primeira e mais importante é tratar os fatos sociais como coisas, dando uma forma concreta para evitar um deslize em uma sociologia espontânea e subjetiva. Para estabelecer a nova disciplina da sociologia, manifesta a sua vontade de instalar uma metodologia específica para garantir sua especificidade científica. "De fato, uma forma de fazer ciência é a ousadia, mas com método". Um ponto importante do estudo sociológico é a objetividade do sociólogo: A observação deve ser o mais impessoal possível. É por isso que o método se baseia na comparação: O fato social será considerado em relação a outros fatos sociais. Assim, o estudo dos fatos sociais é feito objetivamente, e independentemente do estudo psicológico dos indivíduos(atores). Émile Durkheim Solidariedade Orgânica e Solidariedade Mecânica - As sociedades tradicionais passadas foram baseadas na solidariedade mecânica, que incluía comportamento coletivos e atividades de produção pouco diferenciadas. Esta solidariedade foi baseada na proximidade, similaridade e no compartilhamento de histórias e de valores comuns às comunidades humanas. A solidariedade orgânica prevalecente na sociedade moderna e é definida pela interdependência e complementaridade impostas pela sociedade moderna. Cada membro da sociedade, enquanto ser independente e único, está ligado aos demais numa estrutura de solidariedade complementar. Esse modelo de solidariedade deu as primeiras mostras com a divisão do trabalho e as suas decorrências tais como a alta densidade populacional e o avanço da tecnologia. Émile Durkheim Crime - Todos os indivíduos devem, independente do agrupamento social, respeitar a vida, a propriedade e a honra de seus semelhantes. Nesse sentido, quando há o desrespeito a um desses elementos supracitados, Durkheim considera a existência de um crime. Assim, o criminoso seria todo aquele que atenta contra a propriedade ou contra a pessoa de alguém. No entanto, desenvolve uma análise histórica da ocorrência de crimes e observa que antigamente, atitudes que já na época do autor eram consideradas extremamente imorais não o eram assim consideradas, algumas inclusive eram facultativas. Émile Durkheim Homicídio Para Durkheim, homicídio e roubo são atos imorais por excelência, praticados contra qualquer pessoa, e o homicídio consiste no mais detestável de todos os crimes, pois priva o ser humano da existência. Realizando uma analise estatística da incidência desse crime na sociedade, Durkheim chega a algumas conclusões: à medida que as sociedades vão evoluindo, as penas que punem esse crime vão ficando mais rígidas e a incidência do crime diminui consideravelmente, mesmo com o aumento da população. Portanto, o homicídio diminui com o aumento da civilização, pois aumenta-se o respeito pela pessoa humana e o valor a ela atribuído. Émile Durkheim Suicídio A partir da análise crítica das taxas de suicídio em diversos países do Ocidente, Durkheim expõem que o suicídio é um fato social ligado às motivações individuais somadas às influências de natureza coletiva que cercam o indivíduo. Assim, as taxas de suicídio devem ser explicadas em termos das características da sociedade em que os indivíduos se encontram e não em termos biológicos ou psicológicos. O suicídio, sendo fato social, deve ser explicado como tal e relacionado ao tipo de coesão prevalente em determinado grupo social. Sendo decorrência de dois fatores: o grau de interação e solidariedade entre os indivíduos e o grau de influência social quanto às normas de conduta e comportamento. Surgem, a partir dessa análise, três tipos de suicídio: Émile Durkheim Suicídio egoísta - Tipo de suicídio predominante nas sociedades moderna e é permeado por extremo individualista geralmente praticado por aqueles indivíduos que não estão devidamente integrados à sociedade. Suicídio Altruísta - Ocorre, em geral, em decorrência da extrema obediência do indivíduo à força coercitiva do coletivo, seja ele um grupo social restrito ou mesmo a sociedade como um todo. Suicídio Anômico - A teoria da anomia se distancia do modelo médico e patológico de interpretação do crime ao não interpretá-lo como anomalia. De acordo com essa teoria o foco será sempre a ausência de normas sociais de referência o que acarreta em uma ruptura dos padrões sociais de conduta, produzindo uma situação de pouca coesão social. Assim, na Anomia surgem situações de desregulação, de falta de coesão social. Émile Durkheim Mudança Social De acordo com Durkheim, existem dois principais fatores que causam a mudança social: o crescimento da população e o aumento da tecnologia, especialmente a tecnologia de comunicações e de transporte. Estes dois elementos estão mudando a forma como as pessoas interagem com a sociedade, pois aumentam as relações intra-sociais. Assim, com o aumento da densidade de uma sociedade, ocorre o aumento da competição por recursos, de modo que os indivíduos se especializam em seu trabalho para mitigar esta competição. Isto resulta no que Durkheim chama de "divisão do trabalho”. Novamente, tem-se a ideia de que quando as sociedades crescem, elas variam de solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica. Émile Durkheim Karl Heinrich Marx Nasceu em Trèves, cidade ao sul da Prússia Renana, na fronteira da França, no dia 5 de maio de 1818 e morreu em Londres, no dia 14 de março de 1883, em consequência de uma bronquite e de problemas respiratórios. Foi um filósofo e revolucionário alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras. Karl Marx No final de 1836, vai para Berlim, onde se propagam as ideias de Hegel, destacado filósofo e idealista alemão. Marx se alinha com os "hegelianos de esquerda", que procuram analisar as questões sociais, fundamentados na necessidade de transformações na burguesia da Alemanha. Expulso de vários países e cidades que morava por publicações que o governo não concordava, dedica-se a escrever teses sobre o socialismo. Funda a "Sociedade dos Trabalhadores Alemães". No dia 21 de fevereiro de 1848, com base no trabalho de Engels, Os Princípios do Comunismo, Marx escreve o "Manifesto Comunista", onde esboça suas principais ideias com a luta de classe e o materialismo histórico. Critica o capitalismo, expõe a história do movimento operário, e termina com um apelo pela união dos operários no mundo todo. Karl Marx Depois de vários exílios e privações, Max finalmente se instala emLondres. Em 1864 funda a "Associação Internacional dos Trabalhadores", que fica conhecida como "Primeira Internacional". Com a ajuda de Engels, publica em 1867, o primeiro volume de sua mais importante obra, "O Capital", em que sintetiza suas críticas à economia capitalista. Ao escrever "Crítica ao Programa de Gotha", condena o programa que o partido socialista alemão adotara em 1875. As teorias de Marx influenciaram a Revolução Russa de 1917, teóricos e políticos como Lênin, Trotski, Stalin e Mao Tsé-Tung. Karl Marx Metodologia Marx nunca escreveu um livro dedicado especificamente à metodologia das ciências sociais, mas deixou dispersas por numerosas obras escritas, um conjunto de reflexões metodológicas, nas quais desenvolve o seu próprio método por meio da crítica ao idealismo especulativo hegeliano e à economia política clássica. Segundo Marx, Hegel e seus seguidores criaram uma dialética mistificada, que buscava explicar especulativamente a história mundial como auto-desenvolvimento da Ideia absoluta. Em oposição aos filósofos idealistas e aos economistas clássicos, Marx propunha a investigação do desenvolvimento histórico das formas de produção e reprodução social, partindo do concreto para o abstrato e do abstrato para o concreto. Karl Marx A mais-valia O conceito de Mais-valia foi empregado por Karl Marx para explicar a obtenção dos lucros no sistema capitalista. Para Marx o trabalho gera a riqueza, portanto, a mais-valia seria o valor extra da mercadoria, a diferença entre o que o empregado produz e o que ele recebe. Os operários em determinada produção produzem bens (ex: 100 carros num mês), se dividirmos o valor dos carros pelo trabalho realizado dos operários teremos o valor do trabalho de cada operário. Entretanto os carros são vendidos por um preço maior, esta diferença é o lucro do proprietário da fábrica, a esta diferença Marx chama de valor excedente ou maior, ou mais-valia. Karl Marx Ideologia É uma forma de produção do imaginário social que corresponde aos anseios da classe dominante como meio mais eficaz de controle social e de amenizar os conflitos de classe, seja invertendo a noção de causa e efeito, seja silenciando questões que por isso mesmo impedem a tomada de consciência do trabalhador de sua condição histórica, “formando ideias falsas sobre si mesmo, sobre o que é ou o que deveria ser”. Karl Marx Alienação É descrita como um momento onde os homens perdem-se a si mesmos e a seu trabalho no capitalismo. Para Marx as relações de classe eram alienantes, pois o trabalhador assalariado se encontrava em uma posição de barganha desigual perante o capitalista (empregador). Dessa forma o capitalista conseguia dominar a produção e o trabalhador. Marx considerava o trabalho a mais importante expressão da natureza humana e quando o homem perdia o controle sobre ele, entrava em um processo que conduziria à sociedade a uma ordem social alienada: desigualdade crescente, pobreza em meio a plenitude, antagonismo social e luta de classes. Karl Marx Fetichismo da mercadoria Na teoria marxista, o fetichismo é o processo pelo qual a mercadoria, no capitalismo, um ser inanimado, passa a ser considerado como se tivesse vida. As relações sociais deixam de ocorrer entre indivíduos, mediadas pela mercadoria, mas tornam-se relações meramente entre as próprias mercadorias, sendo os seres humanos meros intermediários no processo econômico geral. Com isso ocorre a desumanização do ser humano no capitalismo, com a ilusão de que não há relações humanas (isto é, sociais) no que se refere à mercadoria. Karl Marx Karl Emil Maximilian Weber Nascido em 21 de abril de 1864, Erfurt, Alemanha e falecido em 14 de junho de 1920, Munique, Alemanha. Adotava uma metodologia própria para as ciências sociais que leva em conta o objeto particular das ciências sociais, as ações humanas. Contribuiu fundamentalmente pugnando o método compreensivo, pelo qual não se busca apenas a explicação do aspecto exterior do fenômeno observado, mas a compreensão de seu sentido profundo. É necessário abrir mão de uma análise da realidade a partir de tipos ideais, para permitir a comparação com a realidade empírica de modo mais objetivo e científico. Devendo-se observar a neutralidade axiológica, que não deve ser entendida como total separação dos valores, uma vez que não há como fazer ciência, sem que essa prática esteja impregnada no ser. Max Weber Ação Social 1 - Tradicional - Indivíduo age por hábito, raramente questiona seu comportamento e não sabe por que se comporta desse jeito, o comportamento é vinculado a valores e culturas do grupo social de referência. 2 - Emocional - Se baseia nos sentimentos e também não questiona a validade do comportamento. 3 - Racional com relação a Valores - Os meios justificam os fins, busca referência na Ética, Justiça, Honestidade, Honradez, Amizade, etc , não se faz qualquer coisa para alcançar um objetivo. 4 - Ação Social Racional relação a Fins - Os fins justificam os meios, foco no resultado, justifica comportamentos anti-éticos para se conseguir os objetivos. Max Weber Sociologia Econômica Na sua primeira fase, seguindo a tradição marxista, insere o capitalismo (na sua fase "moderna") em um amplo processo de racionalização da cultura e da sociedade. Ou seja, enquanto fenômeno social, o capitalismo é uma das expressões da vida racionalizada da modernidade Ocidental e é similar, em sua forma racional, ao campo da política, do direito, da ciência, etc. Para Weber, o capitalismo é um fenômeno que atravessa a história, pois a busca do lucro já pode ser localizada nas sociedades primitivas e antigas, nas grandes civilizações e mesmo nas sociedades não- ocidentais, com base nestas premissas, Weber construiu diferentes tipos ideais de capitalismo, como o capitalismo aventureiro, o capitalismo de Estado, o capitalismo mercantil, capitalismo comercial, etc. Max Weber Sociologia Política Max Weber desenvolveu um importante trabalho de sociologia política através da sua teoria dos tipos de dominação. Dominação é a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Trata-se, portanto, de um tipo de relação social fundada na autoridade de um indivíduo sobre outros. Isso pode acontecer por motivos diversos, como as leis, admiração, costumes e tradição. Weber define três tipos de dominação que se distinguem pelo caráter da dominação (pessoal ou impessoal) e, principalmente, pela diferença nos fundamentos da legitimidade. São elas: legal, tradicional e carismática. Max Weber Dominação legal: a obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro administrativo é mais bem representado pela burocracia. O dominado obedece à regra, e não à pessoa em si, independente do pessoal, ele obedece ao dominante que possui tal autoridade devido a uma regra que lhe deu legitimidade para ocupar este posto, ou seja, ele só pode exercer a dominação dentro dos limites pré- estabelecidos. Como exemplo do uso da dominação legal podemos citar o Estado Moderno, o município, uma empresa capitalista privada e qualquer outra organização em que haja uma hierarquia organizada e regulamentada. A forma mais pura de dominação legal é a burocracia. Max Weber Dominação tradicional: Se dá pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, sua ordem mais pura se dá pela autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos obedecem e na forma administrativa isso se dá pela forma dos servidores. O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto à legitimidade da autoridade. Os servidores são totalmente dependentes do senhor e ganham seus cargos seja por privilégiosou concessões feitas pelo senhor, não há um estatuto e o senhor pode agir com livre arbítrio. Max Weber Dominação carismática: os dominados obedecem a um senhor em virtude do seu carisma ou seja, das qualidades excepcionais que lhe conferem especial poder de mando. A palavra carisma é de inspiração religiosa e, no contexto cristão, lembra os dons conferidos pelo Espírito Santo aos cristãos. Weber considerou o carisma uma força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de exercício do poder. Por outro lado, a confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal. Max Weber Sociologia da estratificação social Se ocupa da pesquisa sobre a posição dos indivíduos na sociedade e explicitação dos mecanismos que geram as distinções sociais entre os indivíduos. Weber mostrou que as hierarquias e distinções sociais obedecem à lógicas diferentes na esfera econômica, social e política. Sob o aspecto econômico as classes sociais são diferenciadas conforme as chances de oportunidades de vida, escalonando os indivíduos em grupos, positiva ou negativamente privilegiados. Do ponto de vista social, indivíduos e agrupamentos sociais são valorizados conforme atributos de valor, dando origens a diversos tipos de grupos de status. A análise weberiana demonstra que existem diferentes mecanismos sociais de distribuição dos bens sociais, como a riqueza (classe), a honra ou prestígio social (grupos de status) e o poder (partidos) e que cada um deles cria diferentes tipos de ordenamento, hierarquização e diferenciação social. Max Weber Sociologia do Direito Jurista de formação, dedicou um amplo capítulo de Economia e Sociedade a este tema, a base de toda sua reflexão sobre a esfera das normas jurídicas é a tese da racionalização da vida social, da qual o próprio direito é uma das expressões. Ao compreender historicamente a evolução do direito, Weber destaca o crescente processo de racionalização que lhe é inerente. A racionalização do direito pode ser compreendida a partir de duas variáveis: seu caráter material ou formal ou seu caráter racional e irracional. São racionais todas as formas de legislação que seguem padrões fixos, ao contrário do caráter aleatório dos métodos irracionais. Max Weber Por outro lado, o conteúdo do direito pode ser determinado por valores concretos, especialmente de caráter ético, ou obedecer a critérios de ordem interna, ligados à sistemática e ao processo jurídico em si mesmo, ou seja, a sua forma. Como teórico da evolução sócio-histórica do direito, Weber é um dos precursores do chamado direito positivista, pois ele concebia o direito formal como a forma mais avançada historicamente do sistema jurídico. Desta forma, Max Weber está na raiz de importantes teóricos como o próprio Hans Kelsen, por exemplo, considerado o maior teórico do positivismo jurídico. Max Weber A ética protestante e o espírito do capitalismo é considerada a grande obra de Max Weber e é o seu texto mais lido e conhecido. A primeira parte desta obra foi publicada em 1904 e a segunda veio a público em 1905, depois da viagem do autor e de sua esposa aos Estados Unidos. A temática das relações entre religião e capitalismo foi uma questão central do pensamento social alemão. Neste criativo e rico espírito acadêmico, Weber procurou mostrar que o protestantismo de caráter ascético dos séculos XVI e XVII tinha um influxo direto com o conceito de vocação profissional, base motivacional do moderno sistema econômico capitalista. Max Weber
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