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Os Clássicos da Sociologia

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Os Clássicos da Sociologia 
Engenharia de Controle e Automação 
 
Cadeira: 
 Filosofia e Sociologia 
 
Professor: 
 Airton Tolfo 
 
Acadêmicos: 
 Claudinei Stiegelmaier 
 Gabriel Rogério Mühlbeier 
Auguste Comte 
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte 
 
Nascido na cidade de Montpellier (França) em 19 de janeiro de 1798 
e morreu na cidade de Paris (França) em 5 de setembro de 1857. 
 
Importante filósofo e sociólogo francês do século XIX. É considerado 
o criador do Positivismo e da disciplina Sociologia, também criou a 
corrente filosófica, política e científica conhecida como Positivismo, 
fez grandes colaborações para o desenvolvimento da filosofia 
humanista, influenciou grandemente a formação da república no 
Brasil. Tanto, que o lema da bandeira brasileira, "Ordem e 
progresso", foi inspirado na doutrina desse filósofo francês. 
A sua assombrosa inteligência foi logo reconhecida aos 16 anos de 
idade, em 1814, quando Napoleão Bonaparte abdica e é 
reestabelecida a monarquia a favor de Luiz XVIII, quando Comte 
entra para a Escola Politécnica. 
Em 1817, com 19 anos de idade, descobre o princípio da relatividade 
e em 1822, com 24 anos, ao cabo de 60 horas de meditação, sem 
dormir, descobre também a Lei dos Três Estados ou Lei da 
Inteligência, que lhe permitiu criar a Sociologia - ele é o pai da 
Sociologia Positiva. 
Escreveu o seu curso de Filosofia Positiva, em seis volumes, editados 
entre 1830 e 1842. 
De 1851 a 1854, Auguste Comte escreve o Sistema de Política 
Positiva em 4 volumes, que é o primeiro Tratado de Sociologia e 
postula a separação espiritual e temporal (Igreja independente do 
Estado) 
Auguste Comte 
A expressão "espírito positivo" foi cunhada para designar a maneira 
geral como o ser humano deve ou deveria pensar no estado 
positivo, de acordo com sua Lei dos Três Estados. De modo mais 
específico, o espírito positivo é a forma de pensar característica do 
Positivismo comtiano, conforme definido por Comte na obra 
"Discurso sobre o espírito positivo", de 1848, e desenvolvido e 
refinado em suas obras posteriores. 
A filosofia positiva de Comte nega que a explicação dos fenômenos 
naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. A visão 
positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos 
fenômenos (Deus ou natureza) e pesquisa suas leis, vistas como 
relações abstratas e constantes entre fenômenos observáveis. 
Auguste Comte 
Pode-se dizer que o conhecimento positivo busca "ver para prever, a 
fim de prover" - ou seja: conhecer a realidade para saber o que 
acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa 
melhorar sua realidade. Dessa forma, a previsão científica 
caracteriza o pensamento positivo. 
O espírito positivo, segundo Comte, tem a ciência como 
investigação do real. No social e no político, o espírito positivo 
passaria o poder espiritual para o controle dos "filósofos positivos", 
cujo poder é, nos termos comtianos, exclusivamente baseado nas 
opiniões e no aconselhamento, constituindo a sociedade civil e 
afastando-se a ação política prática desse poder espiritual - o que 
afasta o risco de tecnocracia (chamada, nos termos comtianos, de 
"pedantocracia"). 
Auguste Comte 
O método positivo, em termos gerais, caracteriza-se pela 
observação. Entretanto, deve-se perceber que cada ciência, ou 
melhor, cada tipo de fenômeno tem suas particularidades, de modo 
que o método específico de observação para cada fenômeno será 
diferente. Além disso, a observação conjuga-se com a imaginação: 
ambas fazem parte da compreensão da realidade e são igualmente 
importantes, mas a relação entre ambas muda quando se passa da 
teologia para a positividade. Assim, para Comte, não é possível fazer 
ciência (ou arte, ou ações práticas, ou até mesmo amar!) sem a 
imaginação, isto é, sem uma ativa participação da subjetividade 
individual e por assim dizer coletiva: o importante é que essa 
subjetividade seja a todo instante confrontada com a realidade, isto 
é, com a objetividade. 
Auguste Comte 
A gênese do Positivismo ocorreu no século XIX, num momento de 
transformações sociais e econômicas, políticas e ideológicas, 
tecnológicas e científicas profundas decorrentes da consolidação do 
capitalismo, enquanto modo de produção, através da propagação 
das atividades industriais na Europa e outras regiões do mundo. 
Portanto, o “século de Comte” e sua amada França mergulharam de 
corpo e alma numa “deusa” chamada razão, colocando sua fé numa 
“Nova Religião”, caracterizada pela junção entre a ciência e a 
tecnologia, tidas como a panaceia da humanidade, no contexto da 
expansão, pelo Globo, do Capitalismo Industrial. 
Auguste Comte 
A LEI DOS TRÊS ESTADOS 
Os três estados, de acordo com a história humana, são: 
Teológico: o estado onde Deus está presente em tudo, as coisas 
acontecem por causa da vontade dele. As coisas sem explicação são 
explicadas pura e simplesmente por Deus. Esse estado tem outras 
três divisões: 
• Animismo: as coisas da natureza tem sua própria “animação”, 
acontecem porque desejam isto, não por fatores externos, têm 
vida própria. 
• Politeísmo: os desejos dos deuses são colocados em objetos, 
animais ou coisas. 
• Monoteísmo: os desejos do Deus (único), são expostos em coisas, 
acontecimentos. 
Auguste Comte 
Metafísico: no qual a ignorância da realidade e a descrença num 
Deus todo poderoso levam a crer em relações misteriosas entre as 
coisas, nos espíritos, como exemplo. O pensamento abstrato é 
substituído pela vontade pessoal. 
Positivo: a humanidade busca respostas científicas para todas as 
coisas. Este estado ficou conhecido como Positivismo. A busca pelo 
conhecimento absoluto, esclarecimento sobre a natureza e seus 
fatos. É o resultado da soma dos dois estágios anteriores. 
Auguste Comte 
Na Igreja Positivista presta-se culto de adoração à "Trindade 
Positivista", que é composta por: 
• "Humanidade" ou "Grande Ser" (entidade coletiva, real e 
abstrata, formada pelo conjunto de seres humanos convergentes 
do passado que contribuíram para o progresso da civilização, do 
futuro e do presente), 
• "Grande Fetiche" (o planeta Terra com todos os elementos que o 
compõe: vegetais, animais, água, terra etc.) e 
• "Grande Meio" (o espaço, os astros, o Universo). 
Auguste Comte 
Esses três grandes seres são objetos de culto juntamente com as 
"leis naturais" que os regem e regulam, compondo assim a "Ordem 
Universal" que se constitui do conjunto formado pela "ordem 
natural" e pela "ordem humana". 
Pode ser indiferentemente caracterizada como a Religião do Amor, a 
Religião da Ordem ou a Religião do Progresso. O Amor procura a 
Ordem e leva ao Progresso; a Ordem consolida o Amor e dirige o 
Progresso; o Progresso desenvolve a Ordem e conduz ao Amor, 
donde a sentença característica do Positivismo: O Amor por 
princípio, a Ordem por base e o progresso por fim. 
Auguste Comte 
David Émile Durkheim 
Nasceu na cidade de Épinal (região de Lorena, França) no dia 15 de 
abril de 1858 e faleceu em Paris, capital francesa, em 15 de 
novembro de 1917. 
 
Viveu numa família muito religiosa, pois seu pai era um rabino. 
Porém, não seguiu o caminho da família, optando por uma vida 
secular. Desde jovem, foi um opositor da educação religiosa e 
defendia o método científico como forma de desenvolvimento do 
conhecimento. Em boa parte dos seus trabalhos, procurou 
demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em 
acontecimentos sociais. 
Émile Durkheim 
Aos 21 anos de idade, Durkheim foi estudar na Escola Normal 
Superior e passou a dedicar-se ao mundo intelectual. Formou-se em 
Filosofia, no ano de 1882. Cinco anos após sua formatura, foi 
trabalhar na Universidade de Burdeos como professor de pedagogia 
e ciência social. Neste período, começaram seus estudos sobresociologia. 
 Émile Durkheim foi um dos responsáveis por tornar a sociologia 
uma matéria acadêmica, sendo aceita como ciência social. Durante 
sua vida, publicou centenas de estudos sociais, sobre educação, 
crimes, religião, e até suicídio etc. 
Émile Durkheim 
Os fatos sociais têm uma realidade objetiva e possui três 
características essenciais: a generalidade, a externalidade e a 
coercitividade. 
Como os fatos sociais são externos ao indivíduo, existem sem a 
nossa consciência da sua existência ou da sua autonomia. O ser 
humano os adquire desde o início da sua educação, e tende a 
internalizar por haver uma habitualidade de convivência disfarçando 
o seu caráter vinculativo devido ao costume: a esse processo 
Durkheim chamou de principio da socialização. 
Um dos critérios para o reconhecimento de fatos sociais é 
determinar a resistência à mudança de uma coisa: não podem ser 
alterados por uma simples declaração de vontade. Isso não implica 
na impossibilidade de alteração, mas é necessário um grande 
esforço para fazê-lo. 
Émile Durkheim 
Método Sociológico - Durkheim introduziu regras para seu estudo e 
a primeira e mais importante é tratar os fatos sociais como coisas, 
dando uma forma concreta para evitar um deslize em uma 
sociologia espontânea e subjetiva. 
Para estabelecer a nova disciplina da sociologia, manifesta a sua 
vontade de instalar uma metodologia específica para garantir sua 
especificidade científica. "De fato, uma forma de fazer ciência é a 
ousadia, mas com método". Um ponto importante do estudo 
sociológico é a objetividade do sociólogo: A observação deve ser o 
mais impessoal possível. É por isso que o método se baseia na 
comparação: O fato social será considerado em relação a outros 
fatos sociais. Assim, o estudo dos fatos sociais é feito objetivamente, 
e independentemente do estudo psicológico dos indivíduos(atores). 
Émile Durkheim 
Solidariedade Orgânica e Solidariedade Mecânica - As sociedades 
tradicionais passadas foram baseadas na solidariedade mecânica, 
que incluía comportamento coletivos e atividades de produção 
pouco diferenciadas. Esta solidariedade foi baseada na proximidade, 
similaridade e no compartilhamento de histórias e de valores 
comuns às comunidades humanas. 
A solidariedade orgânica prevalecente na sociedade moderna e é 
definida pela interdependência e complementaridade impostas pela 
sociedade moderna. Cada membro da sociedade, enquanto ser 
independente e único, está ligado aos demais numa estrutura de 
solidariedade complementar. Esse modelo de solidariedade deu as 
primeiras mostras com a divisão do trabalho e as suas decorrências 
tais como a alta densidade populacional e o avanço da tecnologia. 
Émile Durkheim 
Crime - Todos os indivíduos devem, independente do agrupamento 
social, respeitar a vida, a propriedade e a honra de seus 
semelhantes. 
Nesse sentido, quando há o desrespeito a um desses elementos 
supracitados, Durkheim considera a existência de um crime. Assim, o 
criminoso seria todo aquele que atenta contra a propriedade ou 
contra a pessoa de alguém. No entanto, desenvolve uma análise 
histórica da ocorrência de crimes e observa que antigamente, 
atitudes que já na época do autor eram consideradas extremamente 
imorais não o eram assim consideradas, algumas inclusive eram 
facultativas. 
Émile Durkheim 
Homicídio 
Para Durkheim, homicídio e roubo são atos imorais por excelência, 
praticados contra qualquer pessoa, e o homicídio consiste no mais 
detestável de todos os crimes, pois priva o ser humano da 
existência. 
Realizando uma analise estatística da incidência desse crime na 
sociedade, Durkheim chega a algumas conclusões: à medida que as 
sociedades vão evoluindo, as penas que punem esse crime vão 
ficando mais rígidas e a incidência do crime diminui 
consideravelmente, mesmo com o aumento da população. Portanto, 
o homicídio diminui com o aumento da civilização, pois aumenta-se 
o respeito pela pessoa humana e o valor a ela atribuído. 
Émile Durkheim 
Suicídio 
A partir da análise crítica das taxas de suicídio em diversos países do 
Ocidente, Durkheim expõem que o suicídio é um fato social ligado 
às motivações individuais somadas às influências de natureza 
coletiva que cercam o indivíduo. Assim, as taxas de suicídio devem 
ser explicadas em termos das características da sociedade em que os 
indivíduos se encontram e não em termos biológicos ou 
psicológicos. 
O suicídio, sendo fato social, deve ser explicado como tal e 
relacionado ao tipo de coesão prevalente em determinado grupo 
social. Sendo decorrência de dois fatores: o grau de interação e 
solidariedade entre os indivíduos e o grau de influência social 
quanto às normas de conduta e comportamento. Surgem, a partir 
dessa análise, três tipos de suicídio: 
Émile Durkheim 
Suicídio egoísta - Tipo de suicídio predominante nas sociedades 
moderna e é permeado por extremo individualista geralmente 
praticado por aqueles indivíduos que não estão devidamente 
integrados à sociedade. 
Suicídio Altruísta - Ocorre, em geral, em decorrência da extrema 
obediência do indivíduo à força coercitiva do coletivo, seja ele um 
grupo social restrito ou mesmo a sociedade como um todo. 
Suicídio Anômico - A teoria da anomia se distancia do modelo 
médico e patológico de interpretação do crime ao não interpretá-lo 
como anomalia. De acordo com essa teoria o foco será sempre a 
ausência de normas sociais de referência o que acarreta em uma 
ruptura dos padrões sociais de conduta, produzindo uma situação 
de pouca coesão social. Assim, na Anomia surgem situações de 
desregulação, de falta de coesão social. 
Émile Durkheim 
Mudança Social 
De acordo com Durkheim, existem dois principais fatores que 
causam a mudança social: o crescimento da população e o aumento 
da tecnologia, especialmente a tecnologia de comunicações e de 
transporte. Estes dois elementos estão mudando a forma como as 
pessoas interagem com a sociedade, pois aumentam as relações 
intra-sociais. Assim, com o aumento da densidade de uma 
sociedade, ocorre o aumento da competição por recursos, de modo 
que os indivíduos se especializam em seu trabalho para mitigar esta 
competição. Isto resulta no que Durkheim chama de "divisão do 
trabalho”. Novamente, tem-se a ideia de que quando as sociedades 
crescem, elas variam de solidariedade mecânica para a 
solidariedade orgânica. 
Émile Durkheim 
Karl Heinrich Marx 
Nasceu em Trèves, cidade ao sul da Prússia Renana, na fronteira da 
França, no dia 5 de maio de 1818 e morreu em Londres, no dia 14 de 
março de 1883, em consequência de uma bronquite e de problemas 
respiratórios. 
Foi um filósofo e revolucionário alemão. Criou as bases da doutrina 
comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu 
influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, 
Política, Direito, Teologia, Filosofia, Economia, entre outras. 
Karl Marx 
No final de 1836, vai para Berlim, onde se propagam as ideias de 
Hegel, destacado filósofo e idealista alemão. Marx se alinha com os 
"hegelianos de esquerda", que procuram analisar as questões 
sociais, fundamentados na necessidade de transformações na 
burguesia da Alemanha. 
Expulso de vários países e cidades que morava por publicações que 
o governo não concordava, dedica-se a escrever teses sobre o 
socialismo. Funda a "Sociedade dos Trabalhadores Alemães". 
No dia 21 de fevereiro de 1848, com base no trabalho de Engels, Os 
Princípios do Comunismo, Marx escreve o "Manifesto Comunista", 
onde esboça suas principais ideias com a luta de classe e o 
materialismo histórico. Critica o capitalismo, expõe a história do 
movimento operário, e termina com um apelo pela união dos 
operários no mundo todo. 
Karl Marx 
Depois de vários exílios e privações, Max finalmente se instala emLondres. Em 1864 funda a "Associação Internacional dos 
Trabalhadores", que fica conhecida como "Primeira Internacional". 
Com a ajuda de Engels, publica em 1867, o primeiro volume de sua 
mais importante obra, "O Capital", em que sintetiza suas críticas à 
economia capitalista. 
Ao escrever "Crítica ao Programa de Gotha", condena o programa 
que o partido socialista alemão adotara em 1875. As teorias de Marx 
influenciaram a Revolução Russa de 1917, teóricos e políticos como 
Lênin, Trotski, Stalin e Mao Tsé-Tung. 
Karl Marx 
Metodologia 
Marx nunca escreveu um livro dedicado especificamente à 
metodologia das ciências sociais, mas deixou dispersas por 
numerosas obras escritas, um conjunto de reflexões metodológicas, 
nas quais desenvolve o seu próprio método por meio da crítica ao 
idealismo especulativo hegeliano e à economia política clássica. 
Segundo Marx, Hegel e seus seguidores criaram uma dialética 
mistificada, que buscava explicar especulativamente a história 
mundial como auto-desenvolvimento da Ideia absoluta. 
Em oposição aos filósofos idealistas e aos economistas clássicos, 
Marx propunha a investigação do desenvolvimento histórico das 
formas de produção e reprodução social, partindo do concreto para 
o abstrato e do abstrato para o concreto. 
Karl Marx 
A mais-valia 
O conceito de Mais-valia foi empregado por Karl Marx para explicar 
a obtenção dos lucros no sistema capitalista. Para Marx o trabalho 
gera a riqueza, portanto, a mais-valia seria o valor extra da 
mercadoria, a diferença entre o que o empregado produz e o que 
ele recebe. Os operários em determinada produção produzem bens 
(ex: 100 carros num mês), se dividirmos o valor dos carros pelo 
trabalho realizado dos operários teremos o valor do trabalho de 
cada operário. Entretanto os carros são vendidos por um preço 
maior, esta diferença é o lucro do proprietário da fábrica, a esta 
diferença Marx chama de valor excedente ou maior, ou mais-valia. 
Karl Marx 
Ideologia 
É uma forma de produção do imaginário social que corresponde aos 
anseios da classe dominante como meio mais eficaz de controle 
social e de amenizar os conflitos de classe, seja invertendo a noção 
de causa e efeito, seja silenciando questões que por isso mesmo 
impedem a tomada de consciência do trabalhador de sua condição 
histórica, “formando ideias falsas sobre si mesmo, sobre o que é ou 
o que deveria ser”. 
Karl Marx 
Alienação 
É descrita como um momento onde os homens perdem-se a si 
mesmos e a seu trabalho no capitalismo. Para Marx as relações de 
classe eram alienantes, pois o trabalhador assalariado se encontrava 
em uma posição de barganha desigual perante o capitalista 
(empregador). Dessa forma o capitalista conseguia dominar a 
produção e o trabalhador. 
Marx considerava o trabalho a mais importante expressão da 
natureza humana e quando o homem perdia o controle sobre ele, 
entrava em um processo que conduziria à sociedade a uma ordem 
social alienada: desigualdade crescente, pobreza em meio a 
plenitude, antagonismo social e luta de classes. 
Karl Marx 
Fetichismo da mercadoria 
Na teoria marxista, o fetichismo é o processo pelo qual a 
mercadoria, no capitalismo, um ser inanimado, passa a ser 
considerado como se tivesse vida. As relações sociais deixam de 
ocorrer entre indivíduos, mediadas pela mercadoria, mas tornam-se 
relações meramente entre as próprias mercadorias, sendo os seres 
humanos meros intermediários no processo econômico geral. Com 
isso ocorre a desumanização do ser humano no capitalismo, com a 
ilusão de que não há relações humanas (isto é, sociais) no que se 
refere à mercadoria. 
Karl Marx 
Karl Emil Maximilian Weber 
Nascido em 21 de abril de 1864, Erfurt, Alemanha e falecido em 14 
de junho de 1920, Munique, Alemanha. 
Adotava uma metodologia própria para as ciências sociais que leva 
em conta o objeto particular das ciências sociais, as ações humanas. 
Contribuiu fundamentalmente pugnando o método compreensivo, 
pelo qual não se busca apenas a explicação do aspecto exterior do 
fenômeno observado, mas a compreensão de seu sentido profundo. 
É necessário abrir mão de uma análise da realidade a partir de tipos 
ideais, para permitir a comparação com a realidade empírica de 
modo mais objetivo e científico. Devendo-se observar a 
neutralidade axiológica, que não deve ser entendida como total 
separação dos valores, uma vez que não há como fazer ciência, sem 
que essa prática esteja impregnada no ser. 
Max Weber 
Ação Social 
1 - Tradicional - Indivíduo age por hábito, raramente questiona seu 
comportamento e não sabe por que se comporta desse jeito, o 
comportamento é vinculado a valores e culturas do grupo social de 
referência. 
2 - Emocional - Se baseia nos sentimentos e também não questiona 
a validade do comportamento. 
3 - Racional com relação a Valores - Os meios justificam os fins, 
busca referência na Ética, Justiça, Honestidade, Honradez, Amizade, 
etc , não se faz qualquer coisa para alcançar um objetivo. 
4 - Ação Social Racional relação a Fins - Os fins justificam os meios, 
foco no resultado, justifica comportamentos anti-éticos para se 
conseguir os objetivos. 
Max Weber 
Sociologia Econômica 
Na sua primeira fase, seguindo a tradição marxista, insere o 
capitalismo (na sua fase "moderna") em um amplo processo de 
racionalização da cultura e da sociedade. Ou seja, enquanto 
fenômeno social, o capitalismo é uma das expressões da vida 
racionalizada da modernidade Ocidental e é similar, em sua forma 
racional, ao campo da política, do direito, da ciência, etc. Para 
Weber, o capitalismo é um fenômeno que atravessa a história, pois a 
busca do lucro já pode ser localizada nas sociedades primitivas e 
antigas, nas grandes civilizações e mesmo nas sociedades não-
ocidentais, com base nestas premissas, Weber construiu diferentes 
tipos ideais de capitalismo, como o capitalismo aventureiro, o 
capitalismo de Estado, o capitalismo mercantil, capitalismo 
comercial, etc. 
Max Weber 
Sociologia Política 
Max Weber desenvolveu um importante trabalho de sociologia 
política através da sua teoria dos tipos de dominação. Dominação é 
a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um 
determinado mandato. Trata-se, portanto, de um tipo de relação 
social fundada na autoridade de um indivíduo sobre outros. Isso 
pode acontecer por motivos diversos, como as leis, admiração, 
costumes e tradição. Weber define três tipos de dominação que se 
distinguem pelo caráter da dominação (pessoal ou impessoal) e, 
principalmente, pela diferença nos fundamentos da legitimidade. 
São elas: legal, tradicional e carismática. 
Max Weber 
Dominação legal: a obediência está fundamentada na vigência e 
aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro 
administrativo é mais bem representado pela burocracia. O 
dominado obedece à regra, e não à pessoa em si, independente do 
pessoal, ele obedece ao dominante que possui tal autoridade devido 
a uma regra que lhe deu legitimidade para ocupar este posto, ou 
seja, ele só pode exercer a dominação dentro dos limites pré-
estabelecidos. Como exemplo do uso da dominação legal podemos 
citar o Estado Moderno, o município, uma empresa capitalista 
privada e qualquer outra organização em que haja uma hierarquia 
organizada e regulamentada. A forma mais pura de dominação legal 
é a burocracia. 
Max Weber 
Dominação tradicional: Se dá pela crença na santidade de quem dá a 
ordem e de suas ordenações, sua ordem mais pura se dá pela 
autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos obedecem 
e na forma administrativa isso se dá pela forma dos servidores. O 
ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto 
à legitimidade da autoridade. Os servidores são totalmente 
dependentes do senhor e ganham seus cargos seja por privilégiosou 
concessões feitas pelo senhor, não há um estatuto e o senhor pode 
agir com livre arbítrio. 
Max Weber 
Dominação carismática: os dominados obedecem a um senhor em 
virtude do seu carisma ou seja, das qualidades excepcionais que lhe 
conferem especial poder de mando. A palavra carisma é de 
inspiração religiosa e, no contexto cristão, lembra os dons conferidos 
pelo Espírito Santo aos cristãos. Weber considerou o carisma uma 
força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as 
formas normais de exercício do poder. Por outro lado, a confiança 
dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de 
dominação tende para a via tradicional ou legal. 
Max Weber 
Sociologia da estratificação social 
Se ocupa da pesquisa sobre a posição dos indivíduos na sociedade e 
explicitação dos mecanismos que geram as distinções sociais entre 
os indivíduos. Weber mostrou que as hierarquias e distinções sociais 
obedecem à lógicas diferentes na esfera econômica, social e política. 
Sob o aspecto econômico as classes sociais são diferenciadas 
conforme as chances de oportunidades de vida, escalonando os 
indivíduos em grupos, positiva ou negativamente privilegiados. Do 
ponto de vista social, indivíduos e agrupamentos sociais são 
valorizados conforme atributos de valor, dando origens a diversos 
tipos de grupos de status. A análise weberiana demonstra que 
existem diferentes mecanismos sociais de distribuição dos bens 
sociais, como a riqueza (classe), a honra ou prestígio social (grupos 
de status) e o poder (partidos) e que cada um deles cria diferentes 
tipos de ordenamento, hierarquização e diferenciação social. 
Max Weber 
Sociologia do Direito 
Jurista de formação, dedicou um amplo capítulo de Economia e 
Sociedade a este tema, a base de toda sua reflexão sobre a esfera 
das normas jurídicas é a tese da racionalização da vida social, da 
qual o próprio direito é uma das expressões. Ao compreender 
historicamente a evolução do direito, Weber destaca o crescente 
processo de racionalização que lhe é inerente. 
A racionalização do direito pode ser compreendida a partir de duas 
variáveis: seu caráter material ou formal ou seu caráter racional e 
irracional. São racionais todas as formas de legislação que seguem 
padrões fixos, ao contrário do caráter aleatório dos métodos 
irracionais. 
Max Weber 
Por outro lado, o conteúdo do direito pode ser determinado por 
valores concretos, especialmente de caráter ético, ou obedecer a 
critérios de ordem interna, ligados à sistemática e ao processo 
jurídico em si mesmo, ou seja, a sua forma. 
Como teórico da evolução sócio-histórica do direito, Weber é um 
dos precursores do chamado direito positivista, pois ele concebia o 
direito formal como a forma mais avançada historicamente do 
sistema jurídico. Desta forma, Max Weber está na raiz de 
importantes teóricos como o próprio Hans Kelsen, por exemplo, 
considerado o maior teórico do positivismo jurídico. 
Max Weber 
A ética protestante e o espírito do capitalismo é considerada a 
grande obra de Max Weber e é o seu texto mais lido e conhecido. A 
primeira parte desta obra foi publicada em 1904 e a segunda veio a 
público em 1905, depois da viagem do autor e de sua esposa aos 
Estados Unidos. 
A temática das relações entre religião e capitalismo foi uma questão 
central do pensamento social alemão. Neste criativo e rico espírito 
acadêmico, Weber procurou mostrar que o protestantismo de 
caráter ascético dos séculos XVI e XVII tinha um influxo direto com o 
conceito de vocação profissional, base motivacional do moderno 
sistema econômico capitalista. 
Max Weber

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