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MBA em Administração e Gestão do Conhecimento Gestão da Inovação Tema: Inovação Prof. Me. Fabio Mello Fagundes MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 2 Apresentação Olá! Bem-vindo! No vídeo a seguir, você verá os temas que serão trabalhados, os objetivos de estudo e o que irá aprender no decorrer desta aula: Introdução O objetivo desta aula é apresentar os seguintes tópicos: inovação e inovação tecnológica; tipos de inovação. Hoje, a inovação é um assunto cada vez mais presente nas organizações, principalmente porque elas buscam vantagens competitivas. Algumas empresas adotam uma postura mais inovadora e outras abdicam da inovação entendendo que esta acarreta em custos elevados. No entanto, tudo depende da estratégia que a organização pretende usar. Inovação “A melhor maneira de predizer o futuro é criá-lo” (DRUCKER, Peter). Para Fayet et al. (2010), a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento tornaram-se regras na nova economia, tanto para MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 3 a sociedade quanto para o governo e as empresas. A busca pelo desenvolvimento tecnológico não é mais uma questão de opção. Inovar é tornar o invisível visível, gerar ideias para remover obstáculos. A competitividade entre as organizações acelerou o ritmo da geração de inovações de produtos e serviços, sendo a inovação uma das grandes formas de se conseguir vantagem competitiva, como podemos observar nas palavras de Bill Gates (Microsoft) “sempre dizemos a nós mesmos: temos que inovar. Precisamos ser os primeiros a nos superar”, e de Steve Jobs (Apple) “a inovação é o divisor de águas entre um líder e um seguidor”. Não existe uma definição-padrão para a inovação, apesar de ser comum a ideia de algo novo, seja um produto ou processo, uma técnica, ou o uso de um produto ou serviço. A inovação tem sentido econômico, pois depende da produção ou da aplicação comercial do novo produto ou do aperfeiçoamento de bens e serviços já utilizados (MOREIRA; QUEIROZ, 2007). Assim como explicam Freeman e Soete, “uma inovação é uma ideia, um esboço ou um modelo para um novo ou aprimorado instrumento, produto, processo ou sistema [...]. Uma inovação no sentido econômico é acompanhada pela primeira transação comercial envolvendo o novo instrumento, produto, processo ou sistema” (apud MOREIRA; QUEIROZ, 2007, p. 29). MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 4 A inovação e a invenção não são sinônimas, pois, conforme, Moreira e Queiroz (2007), a invenção é uma ação deliberada que conduz ao desenvolvimento de um novo dispositivo, um novo método ou uma nova máquina que poderá mudar a maneira pela qual as coisas são feitas, enquanto que uma invenção só se tornará uma inovação quando o novo dispositivo, método ou máquina estiver disponível no mercado para ser vendido ou utilizado. No vídeo a seguir, assista ao comentário sobre a visão geral da inovação: Falando sobre a inovação mundial, Bessant e Tidd (2009, p. 20) afirmam que: os países da Comunidade Europeia gastam 700 bilhões de dólares por ano em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); nos Estados Unidos, mais de 16.000 empresas mantêm atualmente seus próprios laboratórios de pesquisa, e há, pelo menos, 20 empresas que têm orçamentos anuais de mais de 1 bilhão de dólares em P&D. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 5 Assista ao vídeo no qual Walter Longo fala sobre a inovação e a inovação na comunicação. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=epEbQscii1I&fea ture=related Para Drucker (2011), existem princípios de inovação que representam o núcleo desse assunto, portanto, nesse aspecto, ele propõe o que deve ser feito em um processo de inovação: a inovação deliberada e sistemática começa com a análise de oportunidades, ou seja, com a cogitação de oportunidades inovadoras; a inovação é tanto conceitual como perceptual; uma inovação para ser eficaz precisa ser simples e concentrada; as inovações eficazes começam pequenas; visar a liderança desde o início, pois se uma inovação não visá-la desde o começo, dificilmente ela será suficientemente inovadora. Conforme Fayet et al. (2010, p. 42), existem principalmente dois níveis de aplicação de inovação nas empresas: inovar pontualmente – projeto de inovação ou inovação de um produto, ou seja, projeto para melhorar os produtos existentes, criação ou adoção de uma nova tecnologia de ponta; MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 6 inovar permanentemente – inovação total ou gestão de inovação. Neste nível, a inovação transforma-se no pilar de estratégia da empresa. Segundo Bessant e Tidd (2009), a inovação assume muitas formas diferentes, contudo é possível resumi-las em quatro dimensões, que são os 4P da inovação: inovação de produto – mudanças nos produtos/serviços que uma empresa oferece; inovação de processo – mudanças nas formas em que os produtos/serviços são criados e ofertados ou apresentados ao consumidor; inovação de posição – mudanças no contexto em que produtos/serviços são introduzidos; inovação de paradigma – mudanças nos modelos mentais básicos que norteiam o que a empresa faz. Os Inimigos da Inovação na Empresa De acordo com Predebon (2010, p. 186), há alguns fatores que inibem a inovação dentro das organizações, vejamos: 1. o excesso de normas – tendo por princípio a ideia de que todos os problemas podem ser previstos e/ou resolvidos pela normatização, a empresa acaba não deixando espaço algum para a iniciativa pessoal, e cria áreas “inflexíveis”, geradoras de feudos, resistentes a qualquer mudança; MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 7 2. as estratégias rigidamente formais – a cultura da empresa que despreza os “atalhos”, desperdiça a possibilidade de usar os flancos para a solução de problemas e nunca localiza “novos lados” das situações para a descoberta de “novas oportunidades”; 3. a postura séria e contida – derivada de uma concepção antiga e formal dos negócios, essa cultura policia o funcionário impedindo-o de vivenciar sua atividade de forma mais agradável e motivadora, criando também um clima pesado que limita as ações individuais, principalmente, as inovadoras; 4. a estrita obediência a números – a permanente cobrança de “dados fundamentados” e a dependência excessiva de informações exatas criam, na comunidade de trabalho, a contenção e até a inibição para o uso de estimativas e intuição na tomada de decisões, o que é, em geral, um alicerce da inovação; 5. a segmentação total de processos – trata-se de uma herança da organização taylorista que, por sua vez, descende dos paradigmas cartesianos. Cria uma cultura de especializações tão radical que departamentaliza toda a empresa, eliminando saudáveis fluxos paralelos de informação e impedindo a prática interna da interdisciplinaridade, agente da inovação; MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 8 6. a obediência cega ao consenso – princípio que cria a necessidade de manter todos os procedimentos dentro de parâmetros já estabelecidos e tranquilamente aceitos. Isso, obviamente, dificulta qualquer tentativa de inovação, que sempre exige alguma rupturados sistemas tradicionais; 7. a cultura da segurança total – caracterizada por ambientes em que prevalecem atitudes excessivamente cautelosas ou normalmente negativas, nos quais não se abrem espaços para inovações ou mesmo avanços de qualquer tipo, dos quais sempre decorre algum risco. A seguir assista ao vídeo que aborda sobre os inimigos da inovação na empresa: MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 9 Espírito inovador: essa é a 3M A marca 3M é conhecida por oferecer soluções práticas e inteligentes que ajudam os clientes a obter sucesso. Também são marcas líderes de mercado: Scotch-BriteMR, Post-it®, Scotch®, NexcareMR, Scotchgard™, PonjitaMR, DurexMR, Command™ e NomadMR. A 3M lançou uma nova forma de obter ideias para suas inovações em produtos, é por meio de um site em que o internauta pode postar ideias que são avaliadas pela 3M, as quais têm a possibilidade de se tornar produtos. Esse espírito inovador da 3M está presente desde sua missão: “solucionar problemas não solucionados de maneira inovadora”. Assista ao vídeo institucional da 3M. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=F-LuVpX7PwA& feature=related Inovação Tecnológica A inovação tecnológica envolve o ato de inovar relacionado com a tecnologia, ou seja, inovação em produtos artificialmente desenvolvidos pela humanidade, bem como inovação tecnológica no processo de produção. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 10 A inovação tecnológica de um produto compreende produtos tecnologicamente novos, bem como substanciais melhorias tecnológicas em produtos existentes; é considerada implantada se tiver sido introduzida no mercado; A inovação tecnológica de processo consiste na adoção de novos métodos de produção ou significativamente melhorados, incluindo métodos de entrega dos produtos. Pode envolver mudanças no equipamento ou na organização da produção e derivar do uso de um novo conhecimento. Conforme Moreira e Queiroz (2007), existem alguns tipos de inovações tecnológicas, as quais são classificadas em: inovação incremental – é a introdução de qualquer tipo de melhoria de um produto, processo ou organização da produção dentro de uma empresa, sem alteração na estrutura industrial; inovação radical – é a introdução de um novo produto, processo ou forma de organização da produção inteiramente nova. Esse tipo de inovação pode representar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico anterior, originando novas indústrias, setores ou mercados. Leia sobre a inovação tecnológica. Acesse: http://www.inovacaotecnologica.com.br/index.php MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 11 No vídeo a seguir, você verá mais sobre os tipos de inovação: Principais modelos de inovação tecnológica Muitos são os modelos que explicam ao processo de inovação tecnológica, sendo que o mais antigo é o modelo linear de inovação ou science push. Segundo esse modelo, o investimento pesado em ciência gera um estoque de conhecimento científico no país, o qual é então utilizado pelas empresas no desenvolvimento de novos produtos e processos, garantindo a riqueza e, posteriormente, o desenvolvimento econômico-social. Tal modelo foi a base da política de ciência e tecnologia nos Estados Unidos, em 1945, e exerceu grande influência sobre a definição de políticas similares em vários países do mundo (MOREIRA; QUEIROZ, 2007). Figura 1: modelo linear de inovação (science push) Fonte: Viotti e Macedo (apud MOREIRA; QUEIROZ, 2007, p. 34) Outro modelo importante é o modelo linear reverso (demand pull), o qual considera que a inovação é estimulada pelas necessidades do mercado ou por problemas operacionais das MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 12 empresas e mostra os conhecimentos necessários ao processo de inovação que não provêm obrigatoriamente da pesquisa científica nem apenas da prática cotidiana das próprias empresas (MOREIRA; QUEIROZ, 2007). Figura 2: modelo linear reverso (demand pull) Fonte: Barbieri e Álvares (apud MOREIRA; QUEIROZ, 2007, p. 34) Os dois modelos são aplicáveis uma vez que as inovações são beneficiadas pelos conhecimentos acumulados em pesquisas científicas realizadas anteriormente, cujo acesso está disponível por meio de publicações, mas, também, são induzidas por problemas industriais e necessidades dos consumidores. No entanto, esses modelos falham na sua concepção de linearidade, tornando-se insuficiente para explicar o que efetivamente ocorre no interior das organizações, pois, conforme Kline (apud MOREIRA; QUEIROZ, 2007), no modelo linear faltava as interações entre a cadeia ou os feedbacks. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 13 Figura 3: modelo de interações em cadeia Fonte: Kline (apud MOREIRA; QUEIROZ, 2007) Conforme Moreira e Queiroz (2007), apesar de Kline ter incluído aspectos fundamentais do processo de inovação não abrangidos pelos sistemas lineares, estudos posteriores chegaram a uma abordagem ainda mais complexa do processo, a partir dos Sistemas Nacionais de Inovação, considerando que a análise dos processos de produção e difusão, e o uso da ciência, tecnologia e inovação devem levar em conta a influência simultânea de fatores organizacionais e econômicos. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 14 Figura 4: modelo sistêmico de inovação Fonte: Viotti e Macedo (apud MOREIRA; QUEIROZ, 2007) Que tal dar uma olhada nos números da inovação no Brasil? Então, navegue no site da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), a qual é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Acesse: http://www.pintec.ibge.gov.br/ Estratégias de inovação tecnológica MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 15 Conforme Freeman (apud MOREIRA; QUEIROZ, 2007), existem seis tipos de estratégias em relação à inovação tecnológica, são elas: ofensiva – adotada por empresas que visam à liderança de mercado; as características predominantes são a excelência técnica dos produtos e certa agressividade mercadológica. Outras características que devem estar presentes são a exploração precoce de novas descobertas científicas e a manutenção de fortes vínculos com universidades e institutos de pesquisa, por meio de interações de seus engenheiros e cientistas, ou seja, essas empresas fundamentam sua estratégia em forte atividade interna de pesquisa e desenvolvimento; defensiva – adotada por empresas que querem correr menos riscos, mas não desejam ficar muito atrás no mercado. A grande diferença da estratégia defensiva para a ofensiva está no tempo de lançamento das inovações; imitativa – empresas que adotam esta estratégia reagem às inovações, mantendo sua posição de mercado por meio de cópias, com algumas modificações, de projetos dos concorrentes. Nesses casos, as empresas preferem licenciar tecnologias estrangeiras, adaptando-as por meio de design e engenharia de processo ou produto, ao mercado em que atuam; dependente – estratégia típica de empresas queestão institucional ou economicamente sujeitas a outras, como as subsidiárias de multinacionais ou fornecedoras de outras firmas. Nesses casos, as inovações são especificamente demandadas MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 16 pelas matrizes ou empresas compradoras dos produtos dos fornecedores; oportunista – a empresa explora nichos de mercado, tendo dependência da sensibilidade de um empreendedor para identificar um nicho inexplorado, uma nova oportunidade de mercado, que não exija quase investimentos em P&D; tradicional – estratégia que abdica das inovações tecnológicas e está basicamente em setores que não demandam mudanças. Em geral, são empresas que atuam em setores que atendem a necessidades básicas do mercado (móveis, vestuário, restaurantes), nos quais os produtos são razoavelmente estáveis em termos de conteúdo tecnológico, não exigindo capacitação técnico-científica. Veja no vídeo a seguir os modelos de inovação estratégica: Se você gostou do assunto desta aula, assista ao vídeo “Inovação tecnológica”. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=vgIri4YHpGw MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 17 Síntese Vamos retomar os pontos mais importantes estudados na aula, dando destaque aos temas mais complicados? Então assista ao próximo vídeo: 1. Sobre inovação, analise os itens a seguir e assinale a alternativa correta. I. A inovação hoje, para muitas empresas, é uma ferramenta de vantagem competitiva. II. Inovação é uma tradução de ideias em produtos. III. Inovação radical é a introdução de qualquer tipo de melhoria de um produto, processo ou organização da produção dentro de uma empresa, sem alteração na estrutura industrial. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 18 IV. Inovação incremental é a introdução de um produto, um processo ou uma forma de organização da produção inteiramente nova. a. Somente os itens I e II estão corretos. b. Somente os itens I, II e III estão corretos. c. Somente os itens II, III e IV estão corretos. d. Os itens I, II, III e IV estão corretos. 2. Sobre inovação tecnológica, analise os itens a seguir e assinale a alternativa correta. I. A estratégia ofensiva de inovação tecnológica é adotada por empresas que visam à liderança de mercado. II. A inovação tecnológica de processo compreende produtos tecnologicamente novos, bem como substanciais melhorias tecnológicas em produtos existentes. III. A estratégia defensiva de inovação tecnológica é adotada por empresas que querem correr menos riscos. IV. A inovação tecnológica de um produto consiste na adoção de novos métodos de produção ou significativamente melhorados, incluindo métodos de entrega dos produtos. a. Somente os itens I, II estão corretos. b. Somente os itens I, III estão corretos. c. Somente os itens II, III e IV estão corretos. Usuario Highlight Usuario Highlight MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Inovação 19 d. Os itens I, II, III e IV estão corretos. Referências BESSANT, John; TIDD, Joe. Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009. DRUCKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. 13. reimpressão da 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. FAYET, Eduardo Alves et al. Gerenciar a inovação: um desafio para as empresas. Curitiba: IEL/PR, 2010. MOREIRA, Augusto; QUEIROZ, Ana Carolina S. Inovação organizacional e tecnológica. São Paulo: Thomson Learning, 2007. PREDEBON, José. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente, um caminho para o exercício prático dessa potencialidade, esquecida ou reprimida quando deixamos de ser crianças. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Sites http://fateczl.edu.br/TCC/2009-1/tcc-117.pdf http://nit.ifrs.edu.br/glossario-i.php
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